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“Contem comigo para enfrentar juntos e juntas os banzeiros dos nossos rios”. Dom Ionilton envia mensagem à 11ª Assembleia Regional da PJ

O bispo da prelazia de Itacoatiara, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, mostrou se apoio à 11ª Assembleia Regional da Pastoral da Juventude, que está acontecendo em Manaus de 4 a 6 de junho de 2021. Na mensagem, o bispo saúda os participantes em nome dos representantes da prelazia de Itacoatiara na Assembleia, Andressa, Anne, Iomar e Irmã Cleide, “manifestando nosso total apoio à Pastoral da Juventude na Prelazia de Itacoatiara”. Lembrando da música de Zé Martins, em que se faz um chamado para “a juventude acordar”, o bispo de Itacoatiara diz se somar ao tema da Assembleia e mostra sua disposição pessoal “para enfrentarmos juntos os banzeiros de nossos rios, e assim termos forças para resistir, esperançar e profetizar, naquela certeza de que Ele, Cristo, eternamente jovem, caminha, navega e permanece conosco”. Finalmente, Dom Ionilton lembra as palavras do Papa Francisco na exortação pós-sinodal do Sínodo da Juventude, onde Cristo é apresentado como “a nossa esperança”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A PJ do Regional Norte 1 celebra sua 11ª Assembleia

A Pastoral da Juventude do Regional Norte 1 está celebrando neste final de semana, de 4 a 6 de junho, a 11ª Assembleia. A 11ª Assembleia, que já tem sido celebrada em diferentes momentos de modo virtual, reúne na Maromba de Manaus 25 jovens da Arquidiocese de Manaus, as dioceses de Roraima, Coari e Parintins, e as prelazias de Itacoatiara e Tefé. O tema da Assembleia é “Nos banzeiros desses rios vamos juntos: Resistir, Esperançar e Profetizar”, tendo como lema o texto do evangelho de Lucas, “Fica conosco Senhor”. Ao longo da Assembleia, que começou na noite da sexta-feira com uma celebração eucarística, tem sido apresentado o panorama do Regional, refletindo sobre diferentes realidades que fazem parte da vida da juventude. Os jovens têm sido convidados a se envolver e animar os grupos de base para participar do processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Da reflexão dos jovens serão construídos os caminhos de futuro para a PJ do Regional Norte 1, incidindo na necessidade da missão, de anunciar o Cristo Jovem. A Assembleia será encerrada na tarde do domingo, 6 de junho, com a celebração da Missa de envio. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Precisamos de leigos que consigam entender a sua missão enquanto sujeito eclesial”. Entrevista com a presidenta do CNLB

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) celebra de modo virtual, de 3 a 5 de junho, sua 39ª Assembleia Geral Ordinária. O tema escolhido é “Cristãos leigos e leigas em missão: respondendo aos novos desafios”. Tentando refletir sobre o papel do laicato na Igreja do Brasil, especialmente neste tempo de pandemia, entrevistamos sua presidenta, Sônia Gomes de Oliveira. Ela nos ajuda a refletir sobre elementos presentes na vida da Igreja, especialmente na América Latina e no Caribe, como é a Igreja em saída, a Assembleia Eclesial de América Latina e do Caribe, seu processo de escuta e os desafios de uma Igreja sinodal, tema que vai estar presente na vida da Igreja ao longo dos dois próximos anos, em consequência do Sínodo sobre a Sinodalidade. O Conselho Nacional do Laicato do Brasil está celebrando mais uma Assembleia Geral, qual a realidade do laicato no Brasil num tempo em que a vida da Igreja está muito marcada pela pandemia e a Igreja foi obrigada a reinventar seu trabalho pastoral? O tema da nossa assembleia vem trazendo justamente isso, respondendo aos novos desafios. E que desafios são esses? O documento 105 da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele já apresentava alguns desafios, o desafio do clericalismo, de uma Igreja de leigos que ficam muito no interno da Igreja, não consegue perceber a realidade social, um laicato desligado das questões sociai, um laicato que fica muito voltado para o ministério interno da Igreja, um laicato que não insere na questão política. Aí é que vai prejudicando essa tomada de consciência, que é muito importante, e o que nós queremos para os cristãos leigos e leigas. Com a pandemia, acabou que revelou muito isso, as igrejas que acabam se fechando e o laicato, em si toda a Igreja, todas as pessoas, acabam tendo que ir para dentro de casa, o laicato teve que se adaptar. Aquele cristão leigo que não estava acostumado com uma vivência comunitária, em família, da vivência da Palavra de Deus, que não estava acostumado com essa vivência da inserção social, para ir para uma solidariedade, para pensar na questão social, ele teve uma certa dificuldade para assumir esses desafios nesse tempo de pandemia. Haja visto que nesse tempo de pandemia, uma grande parcela dos leigos ficou brigando para abrir as igrejas, não pensando na defesa da vida, acreditando, e isso é interessante à luz da festa de Corpus Christi, que só a comunhão eucarística tem validade, e não valorizando a comunhão com a Palavra de Deus, a grande força que nós cristãos leigos e leigas temos que valorizar. Eu penso que são esses desafios que nós precisamos enquanto leigos vencermos, um laico que consiga entender a sua vocação, a sua missão enquanto sujeito eclesial, que nós precisamos estar nos nossos ministérios dentro da Igreja, mas que nós precisamos estar inseridos na nossa missão na sociedade. Você fala de muitos elementos que fazem parte daquilo que o Papa Francisco chama de Igreja em saída, uma Igreja que vai ao encontro do povo, onde o laicato tem um papel fundamental. Diante dos desafios e das novas realidades, como isso deveria ser concretizado no futuro da Igreja do Brasil? Eu penso que o primeiro passo é o próprio leigo se reconhecer como sujeito pastoral, não como objeto de cura pastoral, não como um tarefeiro na Igreja. Porque enquanto nós estivermos nos vendo desta forma, nós não vamos conseguir sair para essa Igreja em saída que o Papa Francisco tanto nos pede. Nós vamos sair para fazer tarefas, porque o padre pediu, porque alguém pediu. Depois, eu penso que a Igreja tem que se abrir para esses ministérios, garantir a ministerialidade ao cristão leigo, e aí o Sínodo para a Amazônia nos revelou muito isso, que é preciso ter um leigo que consiga não sei se realizar tantos sacramentos, mas ter uma certa autonomia para que possam realizar muitos ministérios que hoje dependem muito da presença do padre. Quando a Igreja começar se abrindo para isso, entendendo a mulher, também no seu papel forte na Igreja, como grande colaboradora, como grande contribuidora dentro da Igreja, e tantos leigos e leigas, nós conseguiríamos estar assumindo isso. Também o processo de formação, que nós precisamos entender que ao nos formarmos, e aí falo enquanto assistente social, que eu no meu papel de profissional do Serviço Social, eu entendo meu batismo, que aonde eu estiver como assistente social, eu vou poder dar também um testemunho de garantia de política pública, de garantia de vida, de protagonismo, e a efetivação de políticas públicas que defendam a vida das pessoas. Porque não basta estar nesses espaços e garantir políticas que são de morte, e muitas vezes temos encontrado leigos que fazem isso. Nós temos que ter leigos com capacidade e com uma formação de sujeitos eclesiais. Nesse protagonismo dos leigos, podemos dizer que a Igreja da América Latina e do Caribe está vivendo uma grande novidade, que é a I Assembleia Eclesial de América Latina e do Caribe. Na apresentação da Assembleia, o Papa Francisco insistiu muito para que não fosse algo reduzido a um pequeno grupo, a uma elite, e sim para que envolvesse todos aqueles que fazem parte da Igreja, onde os leigos e leigas são a grande maioria e os grandes protagonistas. Qual a importância que essa assembleia pode ter no futuro, nos novos caminhos para a Igreja latino-americana e caribenha? A primeira importância deve começar por nós leigos, tentando fazer com que esta assembleia possa chegar ao mais longe, ao leigo que está mais distante, ao leigo que está mais na periferia, para ser ouvido. É justamente quando naquela carta de convocação desta assembleia, o Papa Francisco vai dizer que a Igreja se dá no partir do pão, a Igreja se dá sem exclusão, a Igreja se dá a partir desta participação de todos e todas. Se nós queremos uma resposta que vai conseguir sair de dentro das paredes da Igreja, é nós leigos que temos que sair para escutar…
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Jesus Eucarístico percorre as ruas alagadas de Manaus, denunciando realidades que provocam sofrimento e morte

Movido por seu Amor, Jesus deu sua vida, morreu e ressuscitou, algo que é atualizado na Eucaristia. Esse amor é expressado em gestos concretos de acolhida e solidariedade, “uma exigência em um mundo extremamente agitado por tantas vozes e sons que nos dizem que, em primeiro lugar, deve ser feita a nossa vontade”. Com essas palavras iniciava a celebração de Corpus Christi na Catedral Metropolitana de Manaus, um momento que quis mostrar a necessidade de que fique “longe de nós a indiferença, a omissão e a negligência diante da dor e do sofrimento de nossos irmãos e irmãs, em especial, dos mais sofridos e empobrecidos”. A festa da Eucaristia é a festa do banquete, o banquete do Amor, ao qual somos convidados, segundo lembrava Dom Leonardo Steiner na homilia, que definia a Eucaristia como “encontro de amor”. Jesus está “desejoso de que todos participem da plenitude do banquete da vida”, afirmava o arcebispo de Manaus. Ele lembrava que “os frágeis, pecadores aceitam a participação no banquete. A Eucaristia é para os frágeis, para os pecadores como nós”. Somos chamados a entender que Jesus é “amor gratuito, sempre disponível a cada pessoa com fome e necessitada de revigorar suas forças”, dizia Dom Leonardo, citando as palavras do Papa Francisco. Por isso, a Eucaristia, mais do que os ritos “é antes de mais nada entrar em comunhão com aquele que deseja ardentemente estar conosco”. Essa comunhão, segundo o arcebispo, se estende a toda a Criação, como diz o Papa Francisco em Laudato Si´, onde afirma que “a Criação encontra sua maior elevação na Eucaristia”. Tudo isso foi recolhido na procissão em volta da Catedral de Manaus após a missa. No percurso foram realizadas cinco paradas, onde foi rezado por realidades que provocam sofrimento e morte: pelos doentes, pela saúde de todos e o fim da pandemia; pelos povos indígenas, comunidades tradicionais e as questões ambientais; pelos que sofrem por conta das enchentes; pelos empobrecidos, desempregados e os que passam fome; pela vida comunitária nas Paróquias e Áreas Missionárias. Um pequeno grupo, acompanhou Jesus sacramentado, indo ao encontro da realidade, muito marcada nos últimos dias pela maior enchente que Manaus já conheceu desde que este fenômeno é controlado na cidade. Um Jesus que percorreu as marombas instaladas no centro de uma cidade muito castigada no último ano, pela pandemia, pela fome, pela falta de emprego e moradia e agora pela água que provoca estragos na vida da população, especialmente dos ribeirinhos, que sofrem com a inundação de suas casas e lavouras. Com mais de 465 mil mortos no país, foi pedido pelo fim da pandemia, lembrando os profissionais da saúde e aqueles que cuidam dos doentes onde quer que estejam. Também foi pedido maior responsabilidade dos governantes na contenção da pandemia. A oração também lembrou daqueles que derramaram seu sangue, “banhando as terras amazônicas, pelo bem de seus habitantes e do território”. Foi pedido que as vidas dos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, “sejam dignificadas pelo reconhecimento, valorização de suas culturas”, mas também “pela garantia e promoção de seus direitos fundamentais”. Junto com isso, era solicitada “consciência e respeito para com o meio ambiente”.   400 mil pessoas sofrem por conta das enchentes no Estado do Amazonas, consequência dos desastres ambientais e das mudanças climáticas. Diante disso, se implorava a Deus, que olhe “com compaixão pelo nosso povo sofrido por conta das consequências das enchentes”, pedindo aos governantes, “sabedoria, criatividade, zelo e responsabilidade”, para promover o saneamento básico e o cuidado com os igarapés e rios, por “políticas públicas consistentes e por menos ações interventivas paliativas”. O sofrimento, a marginalização, o desemprego estão cada vez mais presentes no Brasil. Por isso, a necessidade de “dirigir o olhar, a fim de escutar os seus clamores, reconhecer suas necessidades, saciar sua fome e socorrê-los a partir do amor que Jesus nos ensinou”. Se faz indispensável, “instituir uma economia que almeje o bem comum, ao invés das tiranas leis de mercado que apenas visam o lucro”. Também foi lembrado, tendo o olhar nas paróquias e áreas missionárias da Arquidiocese, a necessidade de entender que “evangelizar implica comprometer-se com nossos irmãos e irmãs, melhorar a vida comunitária, e assim tornar o Reino de Deus presente no mundo, promovendo por e para todo o mundo não uma caridade por receita, senão um verdadeiro desenvolvimento humano integral, para todas as pessoas e para a pessoa toda”. Por isso era pedido a ajuda de Deus para “fortalecermos nossas comunidades e nossa vivência comunitária”, superando o egoísmo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Eucaristia, vida partilhada no cotidiano

Corpus Christi é a festa da Eucaristia, do Corpo e Sangre entregado como alimento para todos. Celebrar a Eucaristia tem que nos levar a entender a necessidade de assumir a partilha como modo conatural de ser e de entender a própria vida e nosso relacionamento com os outros, fundamentado na caridade, na misericórdia, na samaritaneidade. A Eucaristia não acontece só dentro do templo e não pode ser reduzida ao marco temporal em que acontecem os ritos próprios da celebração. O grande desafio é levar a Eucaristia para a vida do dia-a-dia, e isso acontece quando a gente vive aquilo que a gente celebra, um Deus que em Jesus se doa, se entrega por completo e alimenta a vida de quem tem fome dele. A pandemia da Covid-19 tem mostrado a presença de uma Igreja que tem sido testemunho de partilha. Diante do descaso do poder público, pouco ou nada preocupado com o sofrimento provocado pela morte, a fome, o desemprego, e tantas outras realidades já presentes, mas que tem aumentado ao longo do último ano, podemos dizer que as atitudes próprias daqueles que sustentam sua vida na Eucaristia tem se espalhado na nossa sociedade. A Eucaristia é alimento que nos fortalece e nos dá a capacidade de ter maior disposição para ir além, para chegar em situações e pessoas que precisam de nossa ajuda e solidariedade. Estar ao lado daqueles que sofrem deveria ser um sentimento humano, mas tem que ser uma atitude inadiável na vida daqueles que se alimentam da Eucaristia. Não podemos esquecer que o propósito de Jesus foi fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, onde o sentimento comunitário, o sentimento de fraternidade fosse assumido como atitude que supera o individualismo e o egoísmo, elementos presentes na condição humana. Ser discípulos e discípulas, um chamado recebido pelo nosso batismo e alimentado cotidianamente na Eucaristia, nos leva a ser Igreja em saída, que vai ao encontro dos mais vulneráveis, daqueles que sofrem as consequências de um sistema injusto e desigual. É tempo de refletir para poder entender, para poder assumir as atitudes que tem que estar presentes em nossa vida, colocando o outro, especialmente aqueles que sofrem, no foco do nosso olhar. A Eucaristia tem que nos levar a sair de nós, a superar posturas intimistas, que nos fecham dentro de nós, dos nossos problemas e preocupações. Aproveitemos a festa do Corpo e Sangue de Cristo, a festa da Eucaristia, para entender seu sentido e significado, para assumir as consequências que esse alimento provoca na nossa vida. Estamos diante de uma realidade que nos transforma e faz de nós homens e mulheres com um olhar diferente, próprio daquele que nos alimenta e fortalece, que nos ajuda a entender a vida como testemunho de partilha e doação.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Mauricio López: “REPAM e CEAMA são dois rios que se encontram, novos caminhos sinodais para a Igreja e para a Amazônia”

Mauricio Lopez tem vindo a encerrar nos últimos meses o seu serviço em favor da Igreja e dos povos da Amazônia, onde durante mais de seis anos foi secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica e nos primeiros meses da sua caminhada serviu como secretário interino da Conferência Eclesial da Amazônia. Para o atual coordenador do Centro de Programas de Ação Pastoral e Redes do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, “o sentido de pertença à Igreja vai muito além dos serviços que prestamos ou dos cargos que ocupamos”. Na sua opinião, foram “anos de uma experiência muito profunda da missão da Igreja neste território”, quase 10 anos desde a abordagem inicial com a Caritas Equador, onde começou um processo de intercâmbio e aprendizagem mútua com o território amazónico. Foram plantadas “as primeiras sementes de uma rede territorial a nível do país (Equador) que incluía seis vicariatos, que se expandiram gradualmente numa perspectiva Pan-Amazônica”. Isto foi ajudado por diferentes testemunhos, “como a Equipe Itinerante, casos como o CIMI no Brasil, CAAAP no Peru, e outros”, afirma Mauricio. Segundo ele, “os serviços e a própria forma de acompanhamento foram gerados de acordo com as necessidades pastorais que estávamos descobrindo juntamente com o território e os povos que ali viviam, tanto com o povo como com a Igreja”. Nisto, Mauricio López descobre sobre a sua própria missão que “estes são serviços que têm necessariamente um ciclo“, e que não é possível estar nestes serviços para sempre. É por isso que insiste que “a validade das intuições do nosso discernimento e a qualidade dos nossos serviços é confirmada quando cumprimos ciclos razoáveis, somos capazes de nos mover para que outros tons, outros sinais venham, porque a Igreja é muito rica em diversidade, e também deve ser multicolorida, tal como os carismas, por isso é necessário saber quando é o momento certo para fechar um ciclo e abrir um novo. Este é o próprio processo da vida”. Aquele que foi seu secretário durante os seus primeiros anos de vida, recorda que “a REPAM nasceu de intuições muito marginais que se tornaram germinais, e em pedagogias que tinham sido consideradas periféricas, que se tornaram fundamentais para este momento, não só para a Igreja na Amazônia, mas talvez para a Igreja em maior escala”. Neste sentido, quando lhe perguntam o que aconteceria se um dia a REPAM terminasse por qualquer razão externa ou interna, ele tem consciência de que “nada aconteceria no sentido de perder a missão, uma vez que a intuição foi do Espírito, e isto produziria, como no início desta caminhada, a procura de novos caminhos, novas formas, respondendo às experiências encarnadas, para acompanhar aqueles que vivem estas realidades encarnadas”. Por esta razão, afirma que “uma situação de conclusão, ou a necessidade de encerrar um processo, chamar-nos-ia sempre a encontrar outro novo caminho, como aconteceu com o nascimento da REPAM, ou outras instâncias que são meios para a construção do Reino, nunca fins em si mesmas”. “Não devemos ter medo de assumir serviços que são gerados a partir da própria experiência de acompanhamento territorial e partilha da caminhada com presenças encarnadas da Igreja”, de acordo com Mauricio Lopez. Na sua opinião, “os problemas que temos hoje nas várias redes, que são fortes, acontecem com base num caminho já percorrido, numa estrutura e num serviço já existentes, em prioridades definidas, numa grande legitimidade, em relações institucionais, e mesmo no acesso aos recursos”. Pode-se dizer, nas palavras de Maurício, que “os desafios atuais da REPAM fazem parte do seu ciclo de vida, mas já existem numa expressão viva de um serviço eclesial relevante e significativo”, e isto significa que com “o tipo de problemas atuais, estamos sempre a perguntar-nos, dia após dia, como continuar a ser fiéis ao discernimento permanente e à realidade concreta que dos gritos dos pobres e da Irmã Mãe Terra nos desafia”. O objetivo sempre foi claro para o primeiro secretário executivo da REPAM, “ir a esses lugares complexos, onde talvez tenhamos de começar a tecer, sempre com muitas mãos e muitos corações, sem muitas certezas, para ir pouco a pouco avançando e abrindo novos caminhos. Às vezes dando passos em frente e outras vezes para trás, sempre numa certa incerteza institucional, insegurança no orgânico, mas que torna mais forte a fidelidade ao discernimento no essencial, no pequeno, na encarnação que acontece na fragilidade”. Ao analisar a CEAMA, vê-a como mais um processo vivo, porque “na realidade as primeiras conversas sobre a necessidade de um organismo eclesial pan-amazônico surgiram na escuta do Sínodo, ou seja, meses antes da Assembleia de Outubro de 2019″, algo que era claro, forte, evidente, segundo Maurício, tendo em vista uma estrutura “que respondesse às necessidades de uma outra dimensão, e que superasse a perspectiva da identidade da rede”. Na sua opinião, “a institucionalização da REPAM não era a saída, no seu discernimento e apelo fundacional deveria permanecer como uma rede com ligação direta ao território, e não institucionalizada. Portanto, dados os mandatos do Sínodo Amazónico, que vieram das vozes do próprio território na escuta do Sínodo, era evidente a necessidade de criar um organismo amplo em chave sinodal, mas certamente institucional para enfrentar alguns dos desafios mais complexos a longo prazo e com uma necessidade mais estrutural que a Igreja no território, e que as vozes do povo, tinham afirmado”. Neste caminho, recorda conversas com os Cardeais Hummes e Barreto e o fórum temático em preparação do Sínodo com o CELAM, onde foram dados os primeiros passos sobre a necessidade essencial de uma nova estrutura eclesial Pan-Amazônica com um papel de articulação. “Aí descobrimos também a forma de nomear esta proposta e a necessidade de a levar adiante com base no que ouvimos, pois precisava de ser confirmada e respondida pelo próprio Sínodo”. Nas suas palavras, Mauricio recorda as propostas que apareceram durante a escuta e no Sínodo, como o rito amazónico, algo “de tal complexidade, de tão longo prazo, que necessita de uma estrutura de substância, legitimada pela própria Santa Sé para poder levar a cabo este…
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Rede CLAMOR reflete sobre o tráfico de pessoas para fins de recrutamento forçado

A Rede CLAMOR vem denunciando ao longo deste ano diversas situações de tráfico de pessoas na América Latina e no Caribe. Neste mês de junho o tema de reflexão é o tráfico de pessoas para fins de recrutamento forçado para conflitos armados e atividades criminosas. Segundo o vídeo divulgado, essa “é uma grave violação dos direitos humanos e que tem crescido na América Latina nos últimos anos”. Desde a Rede CLAMOR se informa que “milhares de pessoas foram afetadas, sendo meninos, meninas, jovens e adolescentes os mais afetados”.  Tudo isso vem motivado porque “os traficantes e suas redes se aproveitam da vulnerabilidade e das necessidades econômicas, emocionais e trabalhistas das vítimas, utilizando-as como objetos de guerra, colocando em risco seus projetos de vida, e capacidade de decisão”. Estamos diante de uma realidade, nos diz o vídeo, em que “os reclutas são obrigados a enfrentarem conflitos, onde se envolvem na produção e venda de drogas, uso de armas, assassinatos, entre outras práticas ilícitas”. Diante dessa realidade, a Rede CLAMOR insiste em que “os Estados, a Igreja e a sociedade devem trabalhar juntos para a prevenção do tráfico e a proteção de todas as pessoas, especialmente as mais vulneráveis“. Por isso, ninguém pode esquecer que “a vida não é uma mercadoria, é sobre pessoas”, fazendo um chamado a se juntar a eles na defesa da dignidade e dos direitos das vítimas de tráfico de pessoas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Mário Antônio da Silva denuncia “a omissão e negligência das autoridades” frente ao garimpo ilegal na TI Yanomami

Os ataques que sofre o povo Yanomami por parte do garimpo ilegal, especialmente desde o dia 10 de maio passado, em que aconteceu um tiroteio contra a aldeia Palimiú, tem sido motivo de repulsa por parte da diocese de Roraima. Numa Carta à Igreja e ao povo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, denuncia que diante dos ataques, que se repetiram nos dias seguintes, “poucas providências foram tomadas da parte dos órgãos responsáveis para garantir a vida e a integridade da comunidade”. O bispo denuncia o garimpo ilegal em Roraima, “que nos últimos anos cresceu com a anuência dos poderes legislativo e executivo, inclusive com projetos de lei tentando validade e reconhecimento”. O segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lembra as palavras da última assembleia, onde aparece a necessidade de se posicionar “quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”. Por isso, Dom Mário Antônio afirma que “o garimpo nas terras indígenas é uma atividade ilegal que não pode ser acobertada”, pois ela traz violência e provoca estragos à Casa Comum. Diante da presença de mais ou menos 20 mil garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, o bispo se pergunta quem está atrás e quem se enriquece realmente com isso. O bispo de Roraima considera inaceitáveis “a omissão e negligência das autoridades”, dado que “a proteção dos territórios indígenas é uma obrigação constitucional”, denunciando que “há um descumprimento sistemático por parte da União frente as suas obrigações, tornando-se assim principal cúmplice da violência, da depredação e da ilegalidade”, pedindo a ação urgente das autoridades. Dom Mário Antônio pede “espaços de diálogo e caminhos de futuro que não passem pela degradação ambiental, pela agressão e violência aos povos indígenas e seus territórios”. A carta finaliza manifestando a “profunda solidariedade com os Yanomami e os Ye´kwana” e todos os povos indígenas de Roraima, que estão sofrendo com o garimpo, lhes mostrando que “vocês não estão sozinhos, vamos juntos!”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

O CELAM chama o Povo de Deus “a procurar e discernir novos caminhos de evangelização e de serviço”

Numa mensagem ao Povo de Deus, fruto da sua 38ª Assembleia Geral, o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), faz uma análise da realidade, marcada pela pandemia do Covid-19 e, dentro do seu processo de renovação e reestruturação, convida o Povo de Deus “a procurar novos caminhos e estratégias para promover com maior audácia a opção missionária“. As palavras dos pastores querem ser “de esperança e compromisso“, sublinhando que apesar “da angústia, tristeza e incertezas” causadas pela pandemia, nos mostrou “que somos um povo solidário, aberto às necessidades dos outros e sentindo a dor daqueles que sofrem”, uma atitude também presente nos membros da Igreja, “uma comunidade em caridade e em abertura à esperança que gera um novo amanhecer”. Pelo que foi vivido na 38ª Assembleia Geral, é evidente que o processo de renovação e reestruturação visa fazer do CELAM um grande Centro de Pastoral Continental, “mais de acordo com as situações atuais na nossa região sob a inspiração que o Evangelho nos oferece”. Numa nova realidade, o CELAM “é obrigado a procurar novos caminhos e estratégias para promover com maior audácia a opção missionária”, com uma pastoral que torna presente o Reino de Deus, como uma Igreja Sinodal em saída. O CELAM apela a todos para se envolverem “no ser e no trabalho da Igreja”, na diversidade e na comunhão, tendo como base “a força da sinodalidade onde todos temos o direito de participar, caminhando juntos”. A mensagem insiste em não permanecer nos desafios e descobrir as “novas oportunidades e imensas possibilidades de testemunhar o amor de Deus”, procurando “novas formas de evangelização e serviço, com o ardor de discípulos autênticos em saída missionária”, conscientes da presença de Jesus Ressuscitado, o que ajuda no “discernimento sobre as novas perspectivas e transformações da realidade para focalizar as respostas pastorais necessárias”.  A mensagem sublinha a importância da “Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe“, que é vista como um sinal de esperança. É um “evento em chave sinodal e participativa“, a fim de “procurar e desenhar juntos novos caminhos para o anúncio do Evangelho com o protagonismo e a participação de todos”. É um apelo a caminhar “numa atitude sincera de comunhão, colegialidade, eclesialidade e sinodalidade”. Para isso pedem a intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, a quem confiam “os sonhos, o trabalho e o impulso missionário”.                      Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A Pan-Amazônia ultrapassa os 3 milhões de casos e os 81 mil mortos pela Covid-19

3.053.816 casos confirmados e 81.381 falecidos em consequência da Covid-19 na Pan-Amazônia, até 31 de maio de 2021. O informe semanal da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) mostra as graves consequências da pandemia na região amazônica, onde o número de contágios e óbitos continua sendo elevado. Na última semana houve um aumento de 67.829 casos e 1.640 falecidos. O maior número de casos e mortes está na Amazônia brasileira, onde já foram contagiadas, segundo os números oficiais, 2.308.816 pessoas, com 60.095 óbitos. No Regional Norte 1, o número de casos é de 447.733 e 14.112 mortes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1