Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Autor: cnbbnorte1blog@gmail.com

Duas religiosas no combate ao coronavírus no Amazonas: “Deus vindo ao encontro de suas ovelhas cansadas e doentes”

A Igreja do Brasil tem sido instrumento de solidariedade durante a pandemia da Covid-19. São muitos os sinais que deixaram transparecer uma Igreja samaritana, disposta a cuidar as feridas daqueles que estão jogados na beira do caminho. Essa solidariedade tem se manifestado também na Amazônia, onde além da ajuda material, vários missionários e missionárias tem dedicado seu tempo a ajudar o povo, tradicionalmente sofrido, ainda mais neste tempo de pandemia. Enviadas pela Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB, com o apoio de suas congregações, as irmãs Marilde Inês Guarnieri e Lucisnei Rojas Dorado, tem ajudado durante três meses na cidade de São Paulo de Olivença, diocese de Alto Solimões. Elas mesmas definem este tempo como “uma experiência missionária como voluntárias para a vida”. Segundo o seu próprio relato, “há três meses ouvimos o chamado repentino vindo através dos superiores de nossa Congregação e da CRB. Chamado este que ecoou em nosso coração como um grito de socorro para estender nossa mão solidária aos nossos irmãos e irmãs de uma certa região no Amazonas, que estavam sofrendo consequências graves da pandemia da Covid-19”. Quando chegaram em São Paulo de Olivença, o Estado do Amazonas passava por uma situação muito grave, com um número alto e crescente de pessoas infectadas e um alto índice de internações hospitalares, mortes e sequelados. As religiosas contam que naquele tempo, tinha “famílias inteiras comprometidas com este mal”. Elas dizem que “nos sentimos na obrigação em responder, e mesmo sem saber ao certo para onde, e o que deveríamos fazer e sem muito tempo para nos organizar, num ‘Seja o que Deus quiser‘ nos colocamos a disposição e a caminho rumo ao encontro desta realidade”. As irmãs contam que “no dia 13 de fevereiro chegamos em Tabatinga-AM, no aeroporto fomos recebidas por Dom Adolfo que de longe nos acenava e com alegria veio ao nosso encontro, nos abençoando com o sinal da Cruz da cabeça aos pés, não com água benta, mas, com um frasco de álcool em gel em suas mãos, demonstrando a necessidade do cuidado e alegria: exigências fundamentais para o ser missionária neste tempo”. De Tabatinga, sede da diocese de Alto Solimões, as religiosas se deslocaram, no dia 14 de fevereiro, para São Paulo de Olivença, onde foram acolhidas, debaixo de chuva, como elas dizem, pelo padre Marcelo, sendo conduzidas até a casa das irmãs Cordimarianas, “que nos acolheram com carinho”. Segundo as religiosas, “tudo estava organizado, e convivemos fraternalmente durante esse período”. Aos poucos, junto com o padre Marcelo, foram conhecendo a cidade e a realidade do município, onde vivem os povos indígenas Tikuna, Cambeba e Kokama, além de manauaras, peruanos e colombianos. Também conheceram as comunidades da Paróquia. Tudo isso fez com que “aos poucos fossemos conhecendo e nos inserindo nesta realidade de dor e sofrimento que o mundo inteiro está enfrentando”, afirmam as irmãs. Este tempo coincidiu com o tempo litúrgico da Quaresma, Semana Santa, Paixão, Morte e Ressureição de Jesus, contam as religiosas, “onde vivenciamos mais forte o sofrimento de Cristo encarnado neste chão, evidenciado ao contexto de pandemia e o descaso político social bem conhecido por todos”. Em seu relato, elas destacam que “o silêncio imposto pelo isolamento social fazia notável em qualquer espaço desta cidade, um grito abafado de dor e medo diante das perdas de pessoas próximas e queridas, e o medo do desconhecido que poderia chegar a qualquer momento, para qualquer pessoa”. As religiosas dizem que “atuamos diretamente na linha de frente no combate do coronavírus, na assistência hospitalar e na equipe de monitoramento domiciliar do município, auxiliando as equipes que vinham desgastadas pela sobrecarga no cumprimento de horários e funções. Muitos deles foram contaminados pelo vírus da Covid-19, foram internados, uma colega enfermeira que estava na luta contra a Covid-19 veio a óbito, e muitos deles perderam seus familiares”. Mesmo assim, elas destacam que se trata de “uma equipe incansável no combate deste mal, junto a eles compartilhamos momentos de dor e morte, mas também a alegria pelas vidas estabilizadas e recuperadas”. Neste tempo de missão, as irmãs insistem em que “sentimos forte a presença de Deus vindo ao encontro de suas ovelhas cansadas e doentes, Deus que na sua misericórdia e graça se manifestou e nos acompanhou todos estes dias”. Tem sido um tempo para agradecer por tantos gestos bonito de solidariedade, “de pessoas e instituições sensíveis e que tomaram a iniciativa e decisão de ajudar fazendo campanha para adquirir materiais e equipamentos de proteção individual para tornar viável as ações necessárias”.  A experiência vivida pelas religiosas, tem as mostrado que “juntos podemos contribuir concretamente para o Reino no cuidado com a vida”. Elas relatam que “as vacinas foram chegando e graças ao empenho de todos, hoje estamos com números bem reduzidos de infectados”. Isso tem feito com que aos poucos, as atividades no município de São Paulo de Olivença estão sendo recomeçadas. Finalmente, a irmã Marilde e a irmã Lucisnei dizer ser “gratas a Deus por sermos escolhidas e poder contribuir com este projeto”. Por isso ela agradecem, “nosso muito obrigada as nossas Congregações: Irmãzinhas da Imaculada Conceição e Irmãs Franciscanas de Cristo Rei, CRB, REPAM, Dom Adolfo, Padre Marcelo e irmãs Cordimarianas. Gratidão. Paz e Bem”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Mol: “Na Igreja do Brasil, a comunicação, ela não deve ser neutra”

Com motivo do 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, entrevistamos Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. O bispo auxiliar de Belo Horizonte – MG, analisa a mensagem do Papa Francisco para este dia, afirmando que “não dá para fazer comunicação, e ainda mais comunicação da Igreja, do gabinete, do escritório, porque a comunicação não é ajuntamento de informações pura e simplesmente”. A comunicação “não deve ser neutra”, segundo Dom Mol, destacando a coragem de muitos jornalistas “para fazer uma reportagem que vai gerar consciência nova”. O bispo, colocando como exemplo o Papa Francisco, insiste na necessidade de ser “destemidos naquilo que falamos, nos valores que pregamos, que nascem do Evangelho, da pessoa de Jesus”. Ele defende a necessidade de a Igreja investir mais em comunicação e adverte “que não podem ser chamados de católicos aqueles que praticam” as insidias na comunicação, inclusive contra o Papa Francisco. Se faz necessário na comunicação da Igreja, segundo Dom Mol, cuidar das linguagens, estar em comunhão com a Igreja, estar comprometida, libertar e não ser passiva. Diante do 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco faz um chamado a comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são. O que isso significa para a comunicação da Igreja? Eu acho uma intuição do Papa Francisco muito interessante e muito contemporânea, ou seja, é uma exigência do tempo de hoje. Não dá para fazer comunicação, e ainda mais comunicação da Igreja, do gabinete, do escritório, porque a comunicação não é ajuntamento de informações pura e simplesmente. A comunicação, ela tem a exigência do estabelecimento de uma relação com o outro. Por isso que o Papa Francisco, acho que de uma maneira muito perspicaz, ele diz que a gente precisa ir. Vem e verás, tem que ir, e ir ao encontro das pessoas. Neste encontro é que a gente retira a informação, os dados. Precisamos entender que é uma intuição muito bonita, de um encontro que acontece quando a gente vai para ver, encontro de pessoa com pessoa, é que a gente então faz comunicação, e a partir da comunicação a gente também informa a toda a sociedade. Na mensagem do Papa Francisco, ele agradece a coragem de muitos jornalistas que assumindo essa coragem de ir ao encontro, eles ajudam a dar a conhecer os abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação. Como isso deveria ser plasmado, se é que ainda não está sendo, na comunicação da Igreja, sobretudo no Brasil? Isso deve ser plasmado na Igreja do Brasil, principalmente, por um esforço que precisa ser feito, um esforço de compreensão de que a comunicação, ela não deve ser, e isso pode provocar estranhamento, não deve ser neutra. A comunicação neutra, que muitas pessoas buscam fazer, é uma comunicação que, pretensiosamente sem lado algum, acaba se posicionando em favor do lado de quem tem mais poder, poder político, poder econômico e tudo e qualquer tipo de poder, inclusive religioso. Para plasmar isso dentro da prática eclesial brasileira, é preciso entender que a comunicação tem que ser comprometida, um compromisso com a outra pessoa, um compromisso com a possibilidade, que precisa inclusive ser alimentada pela própria comunicação, de uma nova sociedade, não uma sociedade com remendos, em que fica tudo mais ou menos como está, mas é uma outra sociedade possível. Eu gosto muito de um pensador dos Camarões, negro, historiador, filósofo, Achille Mbembe. Ele diz que a era do humanismo acabou, e por que que acabou, porque nada indica que o poder, por exemplo, dos Estados Unidos sobre outros muitos países, vai arrefecer, que em muitos países, a perseguição e a morte dos negros vão cessar. O humanismo acabou porque a faixa de Gaza é a maior prisão a céu aberto que existe no mundo. O humanismo acabou porque a fome aumenta, porque a desigualdade vai se tornando cada vez pior, ou seja, mais gente pobre, sem recursos para poder se defender e viver dignamente, enquanto uma minoria, cada vez menor no mundo, cada vez tem mais. Aí vai uma indicação muito interessante do Thomas Piketty, que escreveu “O Capital do Século XXI”, onde fez uma análise do imposto de renda em vários países, onde diz que a desigualdade alcançou um patamar que dificilmente se consegue agora resolver. A comunicação, ela não pode existir de forma neutra, a comunicação precisa ser comprometida com a possibilidade de uma nova sociedade. Por isso, o Papa elegia muitos jornalistas, a mensagem do Papa usa a palavra muitos jornalistas, não são todos, pois tem jornalistas que estão aí para manter o status quo, e são famosos, ganham muito dinheiro com o jornalismo, mas não estão ao serviço disso que o Papa diz. Acho interessante que ele cita outros profissionais da comunicação, operadores de câmera, editores, cineastas, que trabalham, sofrem grandes riscos inclusive, e que estão ali para melhorar a sociedade, defender a condição humana, mostrar as desigualdades, defender o direito dos pobres, os direitos humanos, e assim por diante. Há muitos jornalistas que fazem isso, e fazem com competência, e fazem com muito amor, porque inclusive, de fato, se arriscam muitas vezes, para fazer uma reportagem que vai gerar consciência nova. Também nós precisamos, junto com o Papa, agradecer a coragem de muitos jornalistas.  O senhor fala que não dá para fazer uma comunicação sem compromisso. Poderíamos dizer que o Papa Francisco é alguém que nas suas palavras sempre mostra o caminho a seguir, e geralmente não deixa ninguém indiferente, recebendo elogios e ataques, muitas vezes despiedados. Como o exemplo do Papa Francisco deveria se fazer presente na vida dos jornalistas, dos comunicadores, mas também na vida de todos os batizados, da hierarquia, dos bispos, que muitas vezes são os mais escutados dentro da Igreja? A gente precisa rever nossa maneira de seguir a Jesus. A questão de sermos, a exemplo do Papa Francisco, destemidos naquilo que falamos, nos valores que pregamos, que nascem do Evangelho, da pessoa de…
Leia mais

Numa sociedade dividida, agressiva, cheia de mentiras, Dom Leonardo incentiva os comunicadores a ser palavra de esperança, comunhão e amor

Foto: reprodução Facebook Catedral Nossa Senhora da Conceição A Arquidiocese de Manaus comemorava neste domingo, 16 de maio, o Dia Mundial das Comunicações Sociais. A Eucaristia celebrada na Catedral Metropolitana, onde se fez presente uma representatividade dos agentes da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese, das paroquias, áreas missionárias e comunidades, foi momento para que Dom Leonardo Steiner agradecesse o trabalho por eles realizado, especialmente neste tempo de pandemia, em que tanto tem ajudado a fazer presente a caminhada da Igreja na vida do povo. Em sua homilia, o arcebispo de Manaus lembrava a “mensagem significativa” enviada pelo Papa Francisco com motivo do 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, onde nos lembra o texto do Evangelho de João, “Vem e verás”, assim como o tema deste ano: “Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”. Dom Leonardo recordava que o Papa Francisco, “ele insiste na necessidade de a comunicação, mas a comunicação que busca a verdade encontrando as pessoas, histórias, situações concretas”. Não podemos esquecer que a comunicação é chamada a “buscar situações sociais de desgoverno, mas também as belezas transformativas da sociedade”. Segundo Dom Leonardo Steiner, “para tal, faz-se necessário encontrar pessoas, histórias, verificar com os próprios olhos as situações das pessoas, das comunidades”. Nesse sentido, o arcebispo enfatizava que “não são notícias criadas, inverdades, mas são realidade experimentadas, comunicadas, para que todos nós possamos participar da verdade, da harmonia, da injustiça, da verdade”. O modelo de comunicador, segundo Dom Leonardo, está no próprio Jesus, incentivando “a todas as pessoas que servem nos meios de comunicação a serem sempre um sinal de esperança, uma palavra de esperança, uma palavra de comunhão, uma palavra de amor”. O arcebispo afirmava que “a nossa sociedade está tão dividida, está tão agressiva, está tão cheia de mentiras, há necessidade de nós comunicarmos belezas, buscarmos comunicar tudo aquilo que Jesus nos ensinou, mas é claro, não podemos deixar de denunciar aquilo que não está conforme à dignidade da nossa humanidade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Pequenas ações que tem impacto significativo nas comunidades

Com recursos recebidos do Fundo de Solidariedade, o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com a parceria de diferentes instituições, distribuiu cestas básicas e kits de higiene entre a população vulnerável. Neste sábado, 15 de maio, dentro das atividades da Rede um Grito pela Vida, as Irmãs do Imaculado de Maria, de Manaus, distribuíram 72 cestas básicas e 72 kits de higiene na comunidade Ribeirinha do Abelha, no Tarumã. O transporte das doações contou com a contribuição de lideranças da comunidade, que se deslocaram em pequenas lanchas até o porto da Marina do Davi, em Manaus, ajudando no transporte até a comunidade. Trata-se de uma comunidade onde a Rede Um Grito Pela Vida, já realizou um trabalho de prevenção às violências, abuso, exploração sexual e tráfico de pessoas, algo que tem sido feito nas diversas comunidades daquela região, devido a realidade de vulnerabilidade das crianças, adolescentes e juventudes. Por ser uma área de turismo, é necessário fazer um trabalho permanente de prevenção. Neste sábado, antes da entrega das doações foram realizadas duas rodas de conversa nos dois portos da comunidade. Em cada roda de conversa foi falado sobre a partilha que a CNBB através do Fundo de Solidariedade tem realizado neste tempo de pandemia da Covid-19, em parceria com a Rede Um Grito Pela Vida e as Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Também foi dialogado sobre os cuidados permanente que a comunidade deve ter em relação ao contágio pelo coronavírus. Logo em seguida foi abordado o tema do 18 de maio, sobre o cuidado e proteção de crianças e adolescentes com relação ao abuso e exploração sexual, informando a comunidade sobre os cuidados e como procurar ajuda quando sabem que alguém está sendo violado em sua dignidade. Muitas famílias perderam o emprego por conta da Covid-19 e se encontram adoecidas pelo contagio do vírus, sem condições de buscar trabalho. São mais de 200 famílias na comunidade do Abelha, muitas vivem do bolsa família. São catraieiros, e os que conseguem emprego trabalham em Manaus. Com a cheia do rio, dificulta a pesca, que para muitos é o modo de sobrevivência. É gratificante ver como as famílias recebem agradecidas as cestas básicas, partilham a realidade de dor e sofrimento causado pela fome, falta de saúde básica e condições dignas de sobrevivência, pelo desemprego e falta de oportunidade para as juventudes. São comunidades onde muitos jovens são envolvidos na droga e alcoolismo. Junto com isso, é visível a desnutrição das crianças. Um dos moradores da comunidade, o senhor Raimundo Gomes, agradecia “pela grande ajuda que nos deram trazendo aqui, na nossa mesa, esse alimento”. Ele diz ter ficado “muito feliz por ter algo para comer e por saber que vai ter alguma coisa a mais na mesa de cada um da comunidade”. São pequenas ações, mas tem um impacto significativo nas comunidades. Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Manaus

Fazendo Bonito em São Gabriel da Cachoeira, um debate em torno ao Abuso e Exploração de Crianças e Adolescente

São Gabriel da Cachoeira, dentro das programações do 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, organizava nesta sexta-feira, 14 de maio, um encontro virtual para refletir sobre uma realidade muito presente na sociedade. A Live, que teve por nome “Fazendo Bonito em São Gabriel da Cachoeira” contou com a participação de Alissia Regina Pereira Pinheiro– psicóloga clínica no CEPEN, que assumiu a função de mediadora, Nathália Gusmão– assistente social-SEMSA/SGC, Marianne Kaliny Ferreira da Silva-enfermeira IFAM/CSGC, Dom Edson Taschetto Damian– Bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira, Maria Aparecida Marques Fernandes– irmã Catequista Franciscana e psicóloga da SEDUC/ SGC, e Franciane Souza– psicóloga IFAM/CSGC. O encontro foi momento para refletir sobre as faces da violência sexual, com ênfase no abuso e exploração sexual, a rede municipal de atendimento no enfrentamento ao abuso sexual, o papel da escola, família, e comunidade no enfrentamento ao abuso sexual, e a Operação Kuñatai. Segundo foi refletido durante a Live, a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, por sua incidência e constância, desafia continuamente o fortalecimento da rede de proteção, pois calar é consentir! Diante dessas situações, é preciso dar visibilidade e não deixar impune esta ação criminosa que traz tantos malefícios para pessoas ainda em desenvolvimento, no caso as crianças e adolescentes. A rede de proteção se fortalece, segundo refletido, com o protagonismo juvenil, o envolvimento das famílias, igrejas, escolas, entidades e a rede de atendimento: Conselho Tutelar, delegacia, Unidade Básica de Saúde, CREAS estão aptos, estruturados e com profissionais sensíveis para esta demanda. Por isso, é preciso coragem, agir com a força do coração para continuar esta luta em defesa da vida! Com informações da Ir. Maria Aparecida Marques Fernandes, Catequista Franciscana  

Papa Francisco ajuda a fazer realidade o sonho do Povo da Rua de Manaus

Um espaço que quer ser referência para o povo da rua de Manaus tem sido inaugurado nesta sexta-feira, 14 de maio de 2021, graças a sensibilidade do Papa Francisco, que enviou boa parte dos recursos para atender o povo sofrido, que enfrenta graves dificuldades em consequência da pandemia da Covid-19. O espaço tem sido construído na paroquia de Nossa Senhora dos Remédios, no centro da cidade, um local de grande presença do povo da rua, que passa o dia e a noite na praça do mesmo nome que fica em frente da Igreja. Quem tem dado nome ao novo Centro de Acolhida do Povo da Rua é Dom Sérgio Eduardo Castriani, falecido no passado mês de março, que em plena pandemia, segundo relatava Dom Leonardo Steiner, preguntava com a pouca voz que ainda lhe restava, o que estava sendo feito com o povo da rua, com aqueles que sempre tiveram um lugar especial em seu coração.   A silhueta de Dom Sérgio, alguém que segundo a coordenadora da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Manaus, “não media esforços para que o povo da rua possa estar melhor amparado”, e facilmente reconhecível na placa de inauguração, desvelada por Dom Leonardo e dona Marisa Ferreira Campos, catadora de material reciclável, onde a gente pode ler: “O Povo da Rua agradece ao Papa Francisco os recursos para este espaço de acolhida”. Um espaço que deve ser uma casa, insistia o arcebispo de Manaus, onde deve ser vivido o acolhimento, “para que todas as pessoas que não tem casa, possam se sentir em casa”, um espaço onde “eles sejam bem recebidos e estão sempre em casa, porque se encontram com irmãos e irmãs”. A benção da casa, onde tem sido invocada a Benção de Deus, tem sido vista como oportunidade para que “todos nós tenhamos a alegria de poder servir, a alegria de poder acolher”, afirmava o arcebispo, pedindo que a casa seja um local em que pessoas encontrem “um lugar para conversar, um lugar para serem ouvidas”. A importância dessa atitude era reconhecida por dona Marisa, que dizia que “não é só uma comida que a gente precisa”, destacando a oportunidade de conversar que o povo da rua encontra naqueles que são voluntários na pastoral, algo que a faz se sentir “privilegiada e honrada” pela atenção recebida. A pandemia tem sacado o melhor e o pior das pessoas, mas a gente sempre tem que destacar àqueles que se tornam um exemplo para os outros. É o caso do senhor Aldenir Vieira Barbosa, idealizador da lavanderia do centro de acolhida. Como ele mesmo, dono de uma lavanderia, relatava, escutou o padre Hudson Ribeiro, que acompanha a Pastoral do Povo da Rua, na Rádio Rio Mar, a rádio da Arquidiocese de Manaus, falando que ele mandava lavar a roupa do povo da rua numa lavanderia. Diante disso, ligou para o padre Hudson e disse que ele gostaria de ser útil, lavando a roupa do povo da rua gratuitamente, e agora doando as máquinas para o novo centro. O Centro de Acolhida também tem contado com a parceria do Ministério Público do Trabalho. Em seu nome, a procuradora Alzira Costa, agradecia ao padre Hudson por ter ampliado a sua capacidade de amar, pela possibilidade de olhar o povo da rua de outra maneira. Tem sido um momento para perceber “quanto a caridade, ela tem um nome, que se torna e se traduz em obras concretas, através, sobretudo da nossa mutua colaboração”, destacava Dom Tadeu Canavarros, bispo auxiliar de Manaus, que fazia referência a Fratelli tutti, um texto que nos ajuda a descobrir que “aquele que mora na rua é meu irmão, minha irmã”, pedindo que esse espaço de acolhida possa ajudar a “crescer na nossa fraternidade”. A inauguração tem sido momento para agradecer às pessoas que fizeram possível o novo ambiente, segundo Dom Leonardo Steiner. Ele relatava as ajudas que têm sido dadas ao povo da rua, números significativos, “no sentido de nos estarmos juntos dessas pessoas, desses irmãos e irmãs”. O arcebispo lembrava das palavras de Teresa de Calcutá, “aqueles que o Estado e a sociedade não querem, nós cristãos queremos”. Dom Leonardo insistia em que “é a nossa missão como Igreja, a misericórdia evangeliza mais do que as nossas palavras, porque isso é visibilização da Palavra, visibilização do Reino de Deus, é a visibilização de Jesus”. O arcebispo fazia um pedido ao governo de um espaço para o pernoite do povo da rua. O padre Hudson Ribeiro explicava brevemente o funcionamento do centro e agradecia a parceria da Caritas Arquidiocesana de Manaus e da Fazenda da Esperança, assim como outras entidades e paróquias, destacando acima de tudo o trabalho dos voluntários da Pastoral do Povo de Rua e a paróquia dos Remédios e a abertura do seu pároco, o padre Mauro Cleto, para ceder o espaço. Finalmente agradecia a sensibilidade de Dom Leonardo Steiner por fazer com que “o sonho se faça realidade, e se faça realidade a partir do clamor do próprio povo”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Diocese de Roraima promove celebração em alusão ao 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais

No próximo domingo, dia 16 de maio – Solenidade da Ascenção do Senhor, será celebrado o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Neste ano, o tema para o dia é “Vinde e verás” (Jo 1,46) – Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”. Em Roraima, a celebração presencial será realizada na Igreja Catedral Cristo Redentor, às 19h30, seguindo os decretos da Prefeitura de Boa Vista, com apenas 30% da capacidade total da igreja. A solenidade também será transmitida pelas redes sociais da Diocese de Roraima no Instagram, Facebook e Youtube, e pela Rádio Monte Roraima – 107.9 FM. Com o período de pandemia, um tempo que obrigou a todos o distanciamento social, em que os profissionais de comunicação e os veículos de imprensa foram os responsáveis por nos manter informados do que estava acontecendo fora de nossas casas, a comunicação social pode tornar possível a proximidade necessária para reconhecer o que é essencial e compreender realmente o significado das coisas. A intenção é estender o convite a todos os comunicadores, jornalistas e veículos de imprensa de Roraima para que juntos possamos celebrar mais um ano e se colocar em oração pelos próximos tempos por uma comunicação justa, verdadeira e de esperança em nosso estado. “Nós convidamos as comunidades a rezar pelas comunicações. Nesse contexto marcado por tantas dificuldades, tanta incitação do ódio na imprensa e nas redes sociais, queremos elevar aos céus nossos clamores, nossos pedidos e a nossa confiança ao Deus da vida que é, em Jesus, o comunicador por excelência do Pai”, explicou Padre Josimar Lobo, responsável pela Paróquia Catedral Cristo Redentor. O tema da celebração “Vinde e verás” (Jo 1,46) – Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”, foi instituído pelo Papa Francisco no dia 29 de setembro de 2020, dia de São Gabriel Arcanjo, responsável pelo primeiro anúncio a Nossa Senhora e também padroeiro das comunicações. Dia Mundial das Comunicações O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi instituído pelo Decreto Inter Mirifica, do Concílio Vaticano II, em seu número 18: “Para reforçar o variado apostolado da Igreja por intermédio dos meios de comunicação social celebre-se anualmente, nas dioceses do mundo inteiro, um dia dedicado a ensinar aos fiéis seus deveres no que diz respeito aos meios de comunicação, a se orar pela causa e a recolher fundos para as iniciativas da Igreja nesse setor, segundo as necessidades do mundo católico”. E no dia 7 de maio de 1967, domingo da Ascensão do Senhor, celebrou-se pela primeira vez, no mundo inteiro, o dia Mundial das Comunicações Sociais. Fonte: Assessoria da Diocese de Roraima

Alfredo Ferro: “Há um grande interesse em tecer relações no seio da Igreja”

  A Conferência Eclesial da Amazónia acaba de anunciar a nomeação do seu novo secretário executivo, o jesuíta Alfredo Ferro, que agradece a Mauricio Lopez pelo seu serviço como secretário interino durante os primeiros dez meses da CEAMA, que foi criada “a partir do compromisso assumido pelo Sínodo Amazónico”. O novo secretário executivo da CEAMA sublinha que “o Sínodo não fala propriamente de uma Conferência Eclesial, mas de uma Conferência Episcopal”. Como resultado da reflexão, algo que parece ao padre Ferro ser muito apropriado, “fez-nos pensar numa Conferência Eclesial, o que é uma novidade“. Os estatutos já foram elaborados e entregues à Congregação dos Bispos no Vaticano, e agora estão a ser revistos. Enquanto aguarda a aprovação canónica, o jesuíta assinala que “estamos no processo de elaboração dos regulamentos para esta Conferência Eclesial”. Alfredo Ferro reconhece que “a responsabilidade do secretário executivo é grande”, embora ele próprio afirme que será um trabalho de equipe, ao qual se acrescenta a perspectiva de “uma forte articulação com os organismos eclesiais, com a REPAM, com o Celam, dado que a própria CEAMA nidifica no Celam, embora tenha a sua autonomia, também com a CLAR, com a Caritas, com as conferências episcopais, com as jurisdições eclesiásticas”. Na opinião do secretário executivo da CEAMA, “há um interesse muito grande em tecer estas relações dentro da Igreja“, salientando o clima favorável, de abertura, de busca comum, nesta proposta de sinodalidade, de caminhar juntos como Igreja, “quebrando fronteiras e, ao mesmo tempo, procurando uma ligação e uma articulação muito forte”. Uma das grandes expectativas, que ele assume como trabalho do secretario executivo, é “formular um plano pastoral conjunto para a Igreja na Amazónia“, que ele vê como “o foco da tarefa e da missão”. Para o tornar concreto, “o Sínodo apresenta-nos algumas pistas, especialmente na busca desse rosto amazónico, de uma Igreja inculturada e em diálogo intercultural, uma Igreja muito próxima dos povos amazónicos”. Sobre este ponto, o Padre Ferro vê como um dos desafios da CEAMA, “ver de que forma todos os níveis eclesiásticos estão envolvidos, mas não só isso, as comunidades, os territórios, os povos em geral, e sobretudo a nível local, as jurisdições eclesiásticas, que na Amazónia são mais de 100″. Nestes meses foram dados passos importantes, “definindo a partir dos sonhos da Querida Amazônia e do Documento Final do Sínodo, uma série de pontos, a que chamamos núcleos temáticos, que é onde queremos nos concentrar”, diz Alfredo Ferro. Segundo ele, “alguns são mais específicos da CEAMA, em geral são aqueles que surgem do sonho eclesial, mas outros são mais específicos da REPAM”. Há também pontos a serem retomados em comissões conjuntas, insistindo no trabalho comum que está sendo realizado entre a CEAMA e a REPAM, especialmente com o seu secretário executivo, o irmão João Gutemberg Sampaio. “O Sínodo deu-nos a base para construir coisas novas, para trabalhar nelas, para assumir estes compromissos“, diz o jesuíta colombiano. Na sua opinião, é necessário compreender a CEAMA como parte de um processo de vários anos, “que é consolidado e reforçado por todo o processo preparatório do Sínodo, onde a REPAM desempenhou um papel muito importante e significativo”. Há um grande desafio, “em torno da prática concreta da sinodalidade, que significa participação, escuta, participação ativa dos leigos, das mulheres, dando voz ao local, aos territórios, aos povos, aos espaços de diálogo, de abertura aos grandes desafios que a Igreja na Amazónia tem”. Ferro dá alguns exemplos em que podemos ver novidade, onde novas questões podem ser levantadas, que já foram formuladas neste processo. Em primeiro lugar, fala da “rejeição das práticas colonialistas, do esforço de uma Igreja que não só deve inculturar-se a si própria, como deve entrar num forte diálogo intercultural com os povos amazónicos”. Isto é visto como “uma questão de novas formas de evangelização, de novas propostas, que devem partir de um diálogo respeitoso com as culturas e de um encontro produtivo e que, de alguma forma, confirma esta missão, este anúncio, mas construído coletivamente”. Um segundo elemento-chave, “é o tema da ministerialidade, uma Igreja ministerial, uma Igreja onde os serviços já prestados pelos líderes da Igreja a nível local são reconhecidos”. Sobre este ponto cita o ministério do cuidado da Casa Comum, do acolhimento dos deslocados, o ministério das mulheres, “outros tipos de ministérios que surgem das necessidades que as comunidades vivem, e em particular os serviços que muitos homens e mulheres já prestam no território amazónico”. É uma Igreja servidora, que formaliza o que as comunidades já estão vivendo. Outro elemento que é destacado pelo secretário executivo da CEAMA tem a ver com o rito amazónico, ou melhor dito, com os ritos amazónicos, dada a diversidade de culturas, afirmando que “a partir da liturgia, dos sacramentos, da celebração, a Igreja também se faz algumas perguntas e também poderia haver uma novidade”. Juntamente com isto, tudo o que tem a ver com a Universidade Amazónica, “como proposta de ensino superior para a Amazónia”, para a qual foi criada uma comissão que já está começando a trabalhar e a provocar reflexões sobre o significado e a contribuição da Igreja neste campo da educação. Também neste mesmo campo, menciona as propostas de educação bilingue, algo levantado no Sínodo, e do qual já estão sendo realizadas experiências, algo muito importante no processo de inculturação e diálogo intercultural. O tema do diaconato e do sacerdócio é outro elemento em que, segundo o padre Ferro, “pouco progresso foi feito”. Isto é algo que tem a ver com a formação, perguntando “qual deve ser a formação dos nossos seminários de presbíteros para trabalhar na Amazônia”. Isto deverá levar à revisão dos currículos, procurando propostas alternativas, que deverão estar ligadas à questão das vocações sacerdotais. Juntamente com isto a questão do diaconato permanente, afirmando que “de forma alguma podemos escapar às questões sobre os viri probati, sobre as possibilidades de tornar realidade a ordenação dos homens casados”, algo sobre o qual, apesar do fato de não haver avanços concretos por parte do Papa Francisco, “o Sínodo apontou para pensar…
Leia mais

Padre Alfredo Ferro novo Secretário Executivo da CEAMA

Neste 14 de maio, a Conferência Eclesial da Amazónia – CEAMA, num comunicado assinado pelo seu presidente, Cardeal Claudio Hummes, e pelo seu vice-presidente, Dom David Martínez de Aguirre Guinea, anunciou a nomeação do seu novo Secretário Executivo, que até agora assumiu interinamente Mauricio López. O novo Secretário Executivo será Alfredo Ferro Medina SJ, cuja “nomeação foi ratificada pela Assembleia Ordinária realizada virtualmente em 7 de maio deste ano”. O jesuíta colombiano, 68 anos, tem sido o coordenador do Serviço Jesuíta Pan-Amazônico – SJPAM nos últimos sete anos, vivendo em Leticia, Colômbia, na tríplice fronteira com o Brasil e Peru. Ligado à Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, padre Ferro vem “apoiando o caminho de alguns de seus eixos e em todo o processo de preparação do Sínodo Amazônico, no qual participou como padre sinodal“, diz o comunicado, afirmando que a secretaria executiva terá sede em Bogotá, na sede do Celam, “que generosamente aninhou no seu seio a CEAMA”. O comunicado reconhece que “os desafios para a CEAMA são diversos”, sublinhando que “o foco de sua ação institucional está centrado no processo de aplicação do Sínodo Especial para a Amazônia no território“. Esta missão será concretizada na formulação de “um Plano Pastoral de Conjunto para a Igreja Pan-Amazônica“, algo sonhado desde Aparecida e que tem o apoio do Papa Francisco, “ que tem acompanhado o nascimento desta nova instituição eclesial“. De fato, foi o Santo Padre que insistiu que a conferência fosse eclesial e não apenas episcopal. Este é um novo passo, que traz alegria aos signatários do comunicado, que esperam “que todos os esforços que serão feitos pela Igreja Amazônica em sua articulação, repercutam em um maior serviço aos territórios e seus povos“. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Abuso e exploração de crianças e adolescentes, tomar postura é decisivo

O abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes é uma realidade muito presente na sociedade brasileira, inclusive naturalizada. 18 de maio é a data em que acontece o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, que há mais de 20 anos pretende ser um incentivo na mobilização, sensibilização, informação e convocação de toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Não podemos esquecer que o desenvolvimento de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual, é um direito de toda criança e adolescente. Como sociedade somos chamados a tomar consciência disso, pois na medida em que essas atitudes são assumidas pela maioria, se faz realidade um mundo melhor para todos, especialmente para os mais vulneráveis. O abuso de crianças e adolescentes é uma realidade que acontece de múltiplas formas, inclusive dentro do âmbito familiar. Estamos diante de uma realidade que tem aumentado durante a pandemia da Covid-19, o que deve nos levar a reforçar os esforços para desterrar esse crime das instituições que deveriam ser espaço de proteção. Não podemos esquecer que um dos fatores que motivam o abuso sexual de crianças e adolescentes são as relações de poder, um elemento que é utilizado como instrumento de submissão, que impede a defesa das vítimas, que aos poucos vão se sentindo silenciadas, se tornando alguém despossuído de humanidade e de proteção. Diante disso, se faz necessário exigir do poder público a implementação de instrumentos que garantam essa proteção, algo que no Brasil se concretiza na implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Nesse sentido, a Igreja católica está realizando esforços para desterrar o abuso de crianças e adolescentes, uma realidade que infelizmente está presente e que, como insiste o Papa Francisco, deve ser punida. Após publicar dois anos atrás o Documento “Vos estis Lux Mundi” (Vós sois a Luz do Mundo), o Santo Padre tem insistido em que seja assumido a proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis nas estruturas pastorais da Igreja Católica. Nesse sentido, o Núcleo Lux Mundi da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, quer ser um instrumento para colaborar na implementação que as dioceses devem fazer, para prevenir e combater as violências sexuais cometidas por membros da Igreja. Mais uma vez estamos diante duma oportunidade para tomar consciência de situações que muitas vezes permanecem ocultas. Diante do crime do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes não podemos ficar calados, nos fazermos de desentendidos, como se a coisa não fosse com a gente. Nosso silêncio provoca dor e na medida em que isso acontece, a gente vai perdendo em humanidade, em fraternidade e deixando que os criminosos imponham aquilo do qual nos tornamos cúmplices. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar