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“Não podemos nos calar quando a vida está ameaçada”. Mensagem ao povo brasileiro da 58ª AG da CNBB

Numa mensagem onde se destaca o grave momento que o Brasil está vivendo, os bispos do Brasil, reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tem enviado sua palavra ao povo brasileiro. Os bispos expressam “a nossa oração e a nossa solidariedade aos enfermos, às famílias que perderam seus entes queridos e a todos os que mais sofrem as consequências da Covid-19”, destacando sua “profunda gratidão aos profissionais de saúde e a todas as pessoas que têm doado a sua vida em favor dos doentes”. A crise que o Brasil enfrenta nos desafia, segundo a CNBB, destacando que “embora todos sofram com a pandemia, suas consequências são mais devastadoras na vida dos pobres e fragilizados”. Os bispos chamam os discípulos de Cristo a assumir posicionamentos, que “nós o fazemos por exigência do Evangelho”, insistindo em que “não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”. O texto louva o esforço das comunidades “por amenizar as consequências da pandemia”, tantas pessoas que “movidos pelo autêntico espírito cristão, expõem suas vidas no socorro aos mais vulneráveis”. Os bispos reconhecem que mesmo sofrendo com “a restrita participação do Povo de Deus nos templos. Contudo, a sacralidade da vida humana exige de nós sensatez e responsabilidade”, fazendo um chamado “a observar as medidas sanitárias que dizem respeito às celebrações presenciais”, e destacando o papel da Igreja doméstica. Os bispos pedem “competência e lucidez” em defesa da saúde, afirmando que “são inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de Direito”. Também reclamam “atenção à ciência, incentivar o uso de máscara, o distanciamento social e garantir a vacinação para todos, o mais breve possível”, assim como auxílio emergencial. Diante das consequências da pandemia, a CNBB pede “maiores investimentos em saúde pública”, considerando “inadmissíveis as tentativas sistemáticas de desmonte da estrutura de proteção social no país”. A mesma coisa se afirma da educação, afirmando que “é fundamental o engajamento no Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco”. A mensagem denuncia a violência, criticando o acesso às armas, favorecido pelo Governo Federal, fazendo referência ao discurso de ódio, instalado nas redes sociais, e ao “uso da religião como instrumento de disputa política”. Junto com isso, a CNBB não esquece “o cuidado com a casa comum”, insistindo na necessidade de “superar a desigualdade social no país”, y de “promover a melhor política”. Finalmente se faz um apelo à unidade, a promover a solidariedade e a partilha, a reconstruir a “sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça e da paz, trilhando o caminho da fraternidade e do diálogo”.

Momento de espiritualidade e pandemia marcam o 4º dia da AG da CNBB segundo Dom Marcos e Dom José

A manhã do quarto dia da 58ª Assembleia Geral virtual da CNBB foi dedicado à espiritualidade. Dom Marcos Piatek nos conta que o dia começou com a Eucaristia na sede da CNBB, em Brasília, presidida por Dom Joel, Secretário Geral. O bispo de Coari destaca que no início do retiro espiritual, Dom Walmor lembrou a frase de Santo Inácio de Antioquia: “Convém, pois, não se chamar apenas cristão, mas o ser também”.  A manhã de espiritualidade foi conduzida pelo Cardeal Seán Patrick O’Malley, OFM Cap., arcebispo de Boston – USA, que falou em português fluente e contou com 396 participantes. A primeira Palestra começou com a leitura do Evangelho de Lucas (Lc 4, 14-30). Segundo Dom Marcos, “o pregador nos levou à Terra Santa, o 5º Evangelho, e a visitar as duas cidades importantes na vida de Jesus”. Recordando as palavras do pregador, o bispo nos diz que “a vida de Jesus começa em Belém e termina em Jerusalém. Porém, a maior parte da sua vida Jesus passou em Nazaré (30 anos) e em Cafarnaum (3 anos)”. Partindo destas duas cidades “o pregador apresentou o nosso ministério episcopal e os seus elementos fundamentais”. Dom Marcos lembra que, segundo o cardeal de Boston, “existe uma tensão entre Nazaré e Cafarnaum: estar em casa, rezar, estudar, trabalhar, contemplar, vida cotidiana (Nazaré) e o nosso agir pastoral, o nosso fazer (Cafarnaum). São duas realidades que se complementam. Sem Nazaré não se consegue viver bem em Cafarnaum”. Dom Marcos Piatek diz que “após a rica partilha os bispos rezamos pelas vítimas da pandemia, que ultrapassaram 360 mil mortos”. Ele lembra que na segunda palestra, o Cardeal O’Malley “recorreu ao Evangelho de Lucas (Lc 15, 1-7) que fala da ovelha perdida”. Segundo o bispo, “a primeira prioridade de Jesus não era a pregação, mas assistir aos doentes, pobres, pecadores, realizar a misericórdia”. Na sua reflexão, “o pregador lembrou os mártires da América Latina: São Oscar Romero e Juan José, que doaram a vida defendendo os direitos humanos”, nos diz o bispo de Coari, que afirma que “depois da misericórdia de Jesus vem a sua pregação”. A palestra, afirma o bispo, “foi dedicada à misericórdia de Deus, à libertação do pecado e ao Sacramento da Reconciliação”. Dom Marcos insiste em que “nós bispos experimentamos a misericórdia de Deus e devemos ser misericordiosos no nosso ministério. Somos penitentes e confessores!”.  Após a reflexão, houve uma rica partilha entre os bispos e o Card. O’Malley. A manhã foi encerrada com “o vídeo-mensagem com as palavras muito profundas do Papa Francisco dirigidas não só aos bispos, mas a toda a nossa nação brasileira”, finaliza Dom Marcos Piatek. Na parte da tarde, como está acontecendo ao longo dos dias, teve uma pauta bem extensa, segundo Dom José Albuquerque. Depois da oração inicial, que acompanha as sessões da Assembleia, Laudes de manhã e Hora Média de tarde, “os trabalhos começaram com algumas comunicações, e o ponto alto foi a partilha de Dom Leonardo, nosso arcebispo, e de Dom Wilson, bispo de Florianópolis, que nos colocaram diante deste quadro da pandemia e da pós pandemia, como é que as nossas dioceses, como os nossos padres, como os nossos bispos, estão enfrentando, ainda em várias partes do Brasil, as consequências dessa terrível pandemia”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “Dom Leonardo partilhou sua experiência a partir daqui de Manaus, de tudo o que ele tem vivido desde quando chegou, e Dom Wilson também nos ajudou a refletir sobre a dedicação do clero, das dioceses de um modo geral, assim como Dom Leonardo fez, relembrando alguns fatos importantes, necessários, para que pudéssemos dar esse testemunho de ser uma presença solidária e misericordiosa entre aqueles que mais sofreram e estão sofrendo ainda”. A segunda parte da tarde desta quinta-feira, tem sido momento para o encontro dos regionais. Dom José lembra que os bispos do Regional se encontraram presencialmente no mês de novembro, naquele período em que a situação não estava tão grave. Foi um momento de partilha entre os bispos do nosso Regional Norte 1, de encaminhar algumas datas no calendário deste ano. Aproveitando o encontro dos bispos da Amazônia, que deve acontecer nos dias 18 e 19 de maio, os bispos irão se reencontrar, segundo Dom José Albuquerque, após o dia 20 de maio. O bispo vê esse momento como oportunidade “da gente partilhar nossas alegrias, nossas preocupações”. Segundo Dom José, “o nosso Regional ele é muito coeso, é muito unido, a gente percebe que cada bispo no seu lugar procura ser um pastor, um elo de unidade e também de uma voz profética, porque a gente também escutou isso, tanto na voz de Dom Leonardo, como na voz de Dom Wilson, a realidade que nós estamos enfrentando, que de algum modo nos solicita a termos um profetismo”. O bispo auxiliar de Manaus insiste em que “não simplesmente no que diz respeito a denúncia, porque isso já a sociedade civil já está fazendo, a sociedade civil, o Ministério Público, os políticos mais sérios”. Dom José afirma que “o que nós queremos é ser uma voz profética de anunciar a esperança e de que a certeza de que neste tempo da pandemia, Deus não nos abandonou, e a caridade foi grande, aconteceram muitas iniciativas de solidariedade, dentro e fora das nossas comunidades eclesiais”. Finalmente, ele salienta, que hoje à tarde “foi um momento muito rico de partilha e de encontro”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Leonardo: “Mostrar a presença de Jesus, que não aparece somente no momento celebrativo, mas também no momento da solidariedade e da caridade”

A pandemia da Covid-19 está tendo consequências muitos graves para o Brasil. Os números oficiais dizem que já são mais de 13,6 milhões de casos e mais de 362 mil falecidos. Se trata de um momento complicado, que segundo o Papa Francisco, em sua mensagem ao povo brasileiro, através dos seus bispos, reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “este amado país enfrenta uma das provações mais difíceis da sua história”. A pandemia no Brasil tem atingido a todos, “não ter sido contaminado, não significa estar ileso, porque de uma ou outra forma todos nós já fomos afetados profundamente”, dizia Dom Joaquim Mol na coletiva de imprensa desta quinta-feira. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB vê o momento atual como “um grande drama”. Isso tem despertado inúmeras mostras de solidariedade da parte da Igreja católica no Brasil, que vê como o desemprego vai aumentando, as pessoas vão se empobrecendo cada vez mais. Nesse contexto, a Igreja, renovando seu compromisso com a pessoa humana e a defesa da vida, tem ficado do lado daqueles que sofrem as consequências sociais da pandemia. Tem sido muitas as iniciativas de socorro às pessoas. Desde um ano atrás, a Igreja brasileira lanço a Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, que no último domingo lançava sua segunda fase. Uma das cidades mais atingidas pela pandemia da Covid-19 no mundo tem sido Manaus, onde já faleceram, segundo números oficiais, quase 4.000 pessoas por milhão de habitantes. O último ano tem sido um tempo extremamente difícil, segundo Dom Leonardo Steiner, quem relatava os fatos acontecidos numa arquidiocese onde ele chegou poucas semanas antes do início da pandemia, um lugar onde ele diz gostar muito de estar, mas que a pandemia não o deixou conhecer. Na primeira onda existiu muita falta de informação por parte do poder público, o que motivou que o povo não levasse a sério a gravidade da situação. Neste tempo muitas pessoas morreram em casa, diante da falta de leitos hospitalares. Mas o momento mais grave foi vivido na segunda onda, onde a falta de oxigênio se tornou notícia mundial. Dom Leonardo lembrava do vídeo gravado no dia 15 de janeiro, que viralizou nas redes sociais, ultrapassando as fronteiras do Brasil, onde o arcebispo implorava, “pelo amor de Deus, nos enviem oxigênio”. A Campanha da Arquidiocese e do Regional Norte 1 da CNBB fez possível uma corrente de solidariedade que fez chegar no Estado do Amazonas, grande quantidade de cilindros de oxigênio, BIPAPS, concentradores, mini ursinas, cestas básicas, tendo a possibilidade de ajudar mais de 80 mil pessoas. Foram ajudas que chegaram do Brasil e do exterior, muitas vezes o óbolo da viúva. Isso fez possível que a Igreja de Manaus chegasse em muitas comunidades indígenas, acompanhasse o povo da rua, a quem ainda hoje distribui 300 quentinhas por dia, os migrantes, os catadores, dando assim um grande testemunho de caridade, de solidariedade, escuta, sem importar a religião, segundo Dom Leonardo. No outro extremo do país, em Florianópolis, a primeira onda, segundo seu arcebispo, não teve efeitos muito graves, especialmente no interior do Estado de Santa Catarina. As consequências mais graves têm chegado com a segunda onda, que triplicou o número de contágios e óbitos. Isso tem mostrado, segundo Dom Wilson Tadeu Jönck, a precariedade do sistema de saúde. O arcebispo também destaca o envolvimento da Igreja diante da pandemia, indo ao encontro dos necessitados, querendo se irmanar com todas as situações de dor. Ele destaca a grande solidariedade do povo e o trabalho da ação social e da Caritas. A Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, iniciada no Domingo de Páscoa, 12 de abril de 2020 é “uma página Pascal”, segundo Dom Mário Antônio da Silva. O presidente da Caritas Brasileira destaca essa Ação quer “ouvir o clamor das famílias necessitadas, o clamor das famílias que não tem alimento, que não tem trabalho, que não tem moradia boa, o clamor das famílias que estão em luto, que estão em pranto, que estão em sofrimento, que estão com seus pacientes nos hospitais”. Se quer socorrer as pessoas vulneráveis, moradores de rua, desempregados, migrantes. São pessoas que como recolhem os números, tem sido atendidas a través das comunidades, dioceses, paróquias, Caritas… Uma ação conjunta de toda a Igreja do Brasil, que também deve contar com o apoio dos jornalistas, como pedia o segundo vice-presidente da CNBB àqueles que acompanhavam a coletiva de imprensa. Ele lembrava que em 2021 a Ação Solidária Emergencial quer ajudar no enfrentamento da fome, num país onde 15% das famílias do Norte e Nordeste passam fome, 6% no Sul e Sudeste. Dom Mário enfatizava que “a fome mata, a fome doe”. No agir da Igreja do Brasil neste tempo de pandemia, afirmava Dom Leonardo Steiner, tem estado presente o incentivo da Leitura da Palavra de Deus, o incentivo da oração do terço, a presença nos cemitérios, a plantação de árvores no Dia dos Finados, a Escuta das pessoas a través do telefone, as cestas básicas. Se trata de mostrar “a presença de Jesus, que não aparece somente no momento celebrativo, mas também no momento da solidariedade e da caridade”, segundo o arcebispo de Manaus. O respeito e reconhecimento aos dados da ciência tem pautado a Ação Solidária da Igreja no Brasil, segundo Dom Mário Antônio. Junto com isso, a Ação tem procurado despertar nas pessoas a necessidade de cuidados, importantíssimos e indispensáveis para evitar a expansão do vírus. O presidente da Caritas pedia que os políticos eleitos “se empenhassem de braços abertos, à luz da ciência, no reconhecimento daquilo que é eficaz e funciona para o bem da população”. Junto com isso, o Brasil se enfrenta ao problema do negacionismo, que faz parte da polaridade cada vez mais presente na sociedade e que não ajuda ninguém, segundo Dom Wilson Tadeu Jönck. Diante disso, o arcebispo de Florianópolis fazia um chamado à Igreja a que “procure esclarecer quanto é possível e sobretudo levar a sério que essa doença…
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O Papa Francisco chama a Igreja brasileira a “ser um instrumento de reconciliação”

  Uma mensagem, onde o Papa Francisco começa brincando sobre o “portunhol”, enviou esta quinta-feira, 15 de abril, o Santo Padre ao povo brasileiro através dos seus bispos, reunidos na sua 58ª Assembleia Plenária, de 12 a 16 de abril, de uma forma completamente virtual. Nas suas palavras, o Papa reconhece que “este amado país enfrenta uma das provações mais difíceis da sua história”. Por esta razão, quer “expressar a minha proximidade às centenas de milhares de famílias que choram a perda de um ente querido”. Ele lembra da grande variedade dos que morreram, e “em particular dos Bispos que morreram vítimas de Covid”. Para os falecidos ele pede “descanso eterno e que possa dar conforto aos corações tristes dos familiares, que muitas vezes nem sequer foram capazes de dizer adeus aos seus entes queridos”, algo que ele vê como “uma das maiores tristezas”. À luz da proclamação da Páscoa, o Papa Francisco faz um apelo à esperança, insistindo que “não podemos desistir!”, recordando as palavras da Sequência do Domingo de Páscoa. “A nossa fé em Cristo Ressuscitado mostra-nos que podemos superar este momento trágico”, diz o Papa, que chama, da esperança, a “erguer-se’, da caridade, “a chorar com aqueles que choram e a dar uma mão, especialmente aos mais necessitados, para que possam voltar a sorrir”, a “despojar-nos”, um convite que ele fazia especialmente aos bispos. Uma vez mais, como tem sido o tom durante toda a pandemia, ele apela à unidade como forma de supera-la. Por esta razão, insiste que “a Conferência Episcopal deve ser uma neste momento, porque o povo sofredor é um só”. Referindo-se à imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi encontrada quebrada, recordou o seu discurso ao Episcopado brasileiro a 27 de julho de 2013, e daí fez um apelo para “ser um instrumento de reconciliação, ser um instrumento de unidade” como “a missão da Igreja no Brasil”. Para tal, é necessário, segundo o Papa Francisco, “pôr de lado divisões, desacordos” e encontrar-se naquilo que é essencial: Cristo. Esta unidade é vista pelo Santo Padre como uma forma de “inspirar não só os fiéis católicos, mas também outros cristãos, e outros homens e mulheres de boa vontade, a todos os níveis da sociedade, mesmo a nível institucional e governamental, podem inspirá-los a trabalhar em conjunto para superar não só o coronavírus, mas também outro vírus, que há muito infecta a humanidade: o vírus da indiferença, que nasce do egoísmo e gera injustiça social”. Recordando através de diferentes citações bíblicas que o Senhor acompanha a Igreja e é a fonte da unidade, expressou o seu desejo de que “esta Assembleia Geral possa dar frutos de unidade e reconciliação para todo o povo brasileiro, e na Conferência Episcopal. Unidade não é uniformidade, mas é harmonia, essa unidade harmoniosa que só o Espírito Santo dá”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Assembleia da CNBB: estar on-line para enxergar o sofrimento do povo

Uma Igreja atenta a tudo o que acontece na vida do povo, que tenta ter uma palavra que ajuda a superar o sofrimento e construir novos caminhos de vida para o futuro. Nesta semana, de 12 a 16 de abril, está acontecendo a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Desta vez, a grande novidade é que está sendo 100% virtual. O grande desafio da nossa Igreja é estar on-line, atentos a tantas situações que provocam dor e sofrimento, especialmente nos mais pobres, naqueles que a sociedade descarta. A pandemia da Covid-19, tem mostrado que no Brasil existem muitas pandemias, muitas situações de morte, que devem ser superadas. O empenho daqueles que nos dizemos cristãos tem que ser decisivo nessa luta para fazer realidade o Reino de Deus, um mundo melhor para todos e todas. Somos desafiados a nos envolvermos na construção da sociedade do futuro, que de modo nenhum pode voltar àquilo que é chamado de normalidade, de velha normalidade. O futuro tem que ser construído a partir de novas visões, sustentadas em sentimentos de fraternidade, que não compactuam com tudo aquilo que é sinal de morte, de falta de respeito pela Vida, pelos ser humano, pela Natureza, por tudo o que habita nosso planeta Terra. Como falava Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, aqui no Amazonas, na coletiva de imprensa desta terça-feira, com motivo da Assembleia Geral da CNBB, seguindo as palavras do Papa Francisco, “a humanidade é pisoteada por esse vírus e por tantos outros vírus que nós ajudamos a crescer”. Ele relatava elementos que mostram a situação que o Brasil e a Amazônia vivem em consequência da pandemia. Não podemos esquecer que estamos vivendo nos últimos meses o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil. Isso não pode nos deixar indiferentes, agora é momento de solidariedade, mas depois deve ser tempo de manifestação de indignação, dizia Dom Ionilton, lembrando que o Papa Francisco nos chama a não nos deixar anestesiar nossa consciência social. A fé é compromisso, nos diz uma música que a gente canta nas celebrações, o que tem que nos levar a cuidar dos direitos humanos, das políticas públicas, a conhecer, assimilar e praticar a Doutrina Social da Igreja, a ser uma Igreja em saída que vai ao encontro daqueles que estão jogados na beira do caminho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1, Editorial Rádio Rio Mar

Dom Giuliano e Dom Zenildo destacam a importância de uma Assembleia que “reforça a nossa missão, alimenta a nossa esperança”

Seguindo nosso olhar sobre a 58ª Assembleia Geral da CNBB, a través dos bispos do nosso Regional Norte 1, neste terceiro dia, conhecemos as impressões de Dom Giuliano Frigenni, bispo de Parintins, e de Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Eles nos contam o acontecido no encontro virtual dos bispos do Brasil, reunidos de 12 a 16 de abril, nesta quarta-feira. Dom Giuliano Frigenni destacava dos aspectos que ele considera importantíssimos, “a revisão do nosso Estatuto desde o Direito Canônico e a ligação profunda com a nossa vida como CNBB”. Segundo o bispo de Parintins, “tivemos a graça de escutar observações muito oportunas, ligadas à identidade da nossa Conferência Episcopal”. Ele enfatizava “a fidelidade ao mandato que o Papa deu a cada um de nós bispos de trabalhar na nossa diocese sempre em sintonia com os outros bispos, com a própria Conferência Episcopal, neste clima belíssimo de sinodalidade”. O bispo, que já participava há 21 anos da CNBB, diz ver que “este é um caminho de vários anos”. A segunda parte, segundo Dom Giuliano, “foi uma avaliação muito séria, muito bem feita, sobre a Campanha da Fraternidade 2021, que deu tantos problemas a través das redes sociais”. Ele destaca entre as observações que foram feitas, que o Texto Base da Campanha da Fraternidade “não é um documento da CNBB, mas é um instrumento de trabalho”. O bispo de Parintins destaca a importância da caminhada ecumênica, que “começou com uma grande força no Concilio Vaticano II, 55 anos atrás, seria um crime ir contra esta beleza, que é a experiência eclesial da Igreja católica, que tem uma responsabilidade, de um lado com a sociedade, veja a Campanha da Fraternidade, que passa da caridade para uma ação social, seja em relação às outras igrejas com um gesto de conversão, de diálogo e de fraternidade”. Para o bispo trata-se não de teorias e sim de “carne viva, corações sangrando pela unidade da Igreja, pela nossa missão de pastores, bispos”. Ele advertia sobre o aviso realizado por alguns bispos, “que tem forças dentro da Igreja que querem como uma separação, querem criar divisões que não estão nem no coração do Papa, nem no nosso coração”. Segundo Dom Giuliano, “foi uma manhã extremamente rica de colaboração de todos os bispos”. Já Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, começava dizendo que “é diferente, porque se trata de uma assembleia que está sendo virtual, onde não tem a possibilidade da convivência, mas reforça a comunicação, reforça a unidade, reforça a comunhão entre nós”. O bispo da Prelazia de Borba destacava nos trabalhos da tarde deste terceiro dia da 58ª Assembleia Geral da CNBB, três elementos. “O primeiro o retorno ao Tema Central, a Palavra habitou entre nós”, dizia o bispo, que destacava a importância de voltar à Palavra de Deus, “que é a grande Luz para nossa caminhada, para nossas comunidades”. Essa volta, segundo Dom Zenildo, “vem reforçar a formação das lideranças, o dinamismo que as comunidades podem ter a partir da Palavra de Deus”. Para o bispo da Prelazia de Borba, “as comunidades missionárias e as comunidades eclesiais de base, alimentando-se da Palavra de Deus, isso nos lembra os grupos de reflexão, isso nos lembra os círculos bíblicos”. Estamos diante de uma temática, segundo Dom Zenildo, que “está nos envolvendo, nos motivando, que dá continuidade às Diretrizes, e ilumina a caminhada da Igreja, reforçando assim a nossa missão de evangelizar”. Também destacou como ponto importante a ação emergencial “Tempo de Cuidar”, que envolve a CNBB, Caritas e CRB. Se trata de um trabalho, segundo o bispo, “para responder a dor do povo, a necessidade do povo, sobretudo encontrar meios de ajudar os pobres”. Dom Zenildo diz que “isso me fez lembrar uma mística que nos leva à solidariedade, uma Igreja solidária”, destacando a solidariedade do povo do Regional Norte 1 e na Amazônia, algo que vale para a Igreja no Brasil. Outro elemento apresentado, segundo o bispo, são os organismos do Povo de Deus, “instituições que caminham com um olhar voltado para a sinodalidade”.    Dom Zenildo afirma que “enquanto participante desta assembleia, eu fico rejuvenescido e vejo que ela acontece num tempo difícil, num tempo de sofrimento, de pandemia, mas ao mesmo tempo, ela reforça a nossa missão, alimenta a nossa esperança e acontece para iluminar com algumas temáticas os nossos planos, nossas diretrizes”. Ele disse querer deixar uma mensagem de esperança para o Povo de Deus, voltada para o que escreveu o Papa Francisco, “não deixem roubar a vossa esperança”, lembrando também as palavras de São Paulo, que diz, “Nada deve nos separar do Amor de Deus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Não adianta levantar as mãos, eu rezar para Deus, mas eu não colocar as mãos a serviço”, afirma Dom Guilherme Werlang

No dia 7 de abril de 2020, seis entidades brasileiras, dentre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, assinavam o “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, visando, naquelas primeiras semanas da pandemia, amenizar os impactos da pandemia e a defesa do Sistema Único de Saúde – SUS, que garante saúde pública, universal e gratuita para todos os brasileiros. Dom Guilherme Werlang, na coletiva de imprensa da 58ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecia nesta quarta-feira, denunciava que “nos últimos anos as políticas públicas, que foram alcançadas com tanta luta popular brasileira e devagarzinho estão sendo desmanteladas, desacreditadas, estão sendo tirados os recursos básicos, fundamentais, para que eles possam cumprir com a sua função a sua finalidade”. Segundo o presidente do Grupo de Trabalho do Pacto pela Vida e pelo Brasil, a vida deve ser entendida como algo interligado que vai além da vida humana. Desde o Pacto se defende a necessidade de garantir o auxílio emergencial, o atendimento pelo SUS e a segurança alimentar, uma questão fundamental num momento em que o Brasil está voltando ao Mapa Mundial da Fome. Trata-se de defender a vida e as políticas públicas que, segundo o bispo de Lages – SC, “estão sendo desmontadas”, denunciando que existe dinheiro para salvar bancos e a bolsa de valores, mas não para o auxílio emergencial, afirmando que não é possível chamar de auxilio emergencial a quantidade que está sendo destinada pelo governo. Ele fazia um chamado a lutar pelo Brasil, algo que não é possível sem defender os mais pobres. Em 2022, a Campanha da Fraternidade, que acompanha a vida da Igreja do Brasil no tempo da Quaresma desde a década de 60, vai ter como tema “Fraternidade e Educação”. Dom João Justino de Medeiros Silva, ao apresenta-la destacava que ela tem sido pensada em sua relação mais ampla com a sociedade, pensando em todos os atores que fazem parte da educação. O lema da Campanha está inspirado no Livro dos Provérbios: “Fala com sabedoria e ensina com amor”, tendo como objetivo “Promover um diálogo sobre a realidade educativa no Brasil”. Dom Leomar Antônio Brustolin destacava a transversalidade da Campanha da Fraternidade 2022, em torno a três aspectos: pandemia, 20 milhões de brasileiros ficaram sem escola em 2020; as pedagogias de Francisco, a pedagogia da escuta, do diálogo, da proximidade e do encontro; o Pacto Educativo Global, que parte de Laudato Si´ 215, mostrando necessidade de difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação coma natureza. O bispo auxiliar de Porto Alegre – RS fazia um chamado a se questionar sobre “a cultura e a civilização que está sendo construída neste momento de pandemia, onde até usar a máscara se torna motivo de polémica”. Ele insistia, desde a proposta do Pacto Educativo Global, em promover “uma educação mais aberta, inclusive, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mutua compreensão”. Tudo isso, segundo o bispo, precisa “coragem de colocar no centro a pessoa humana, num estilo de vida que rejeita a cultura do descarte”, seguindo a proposta do Papa Francisco. Ele denunciava que o mercado tem sido o critério principal para educar em muitos ambientes. Também fazia um chamado a “investir nos muitos talentos que temos”, denunciando que muito talento brasileiro é acolhido no exterior e ignorado no Brasil. Ao mesmo tempo destacava a necessidade de “uma educação ao serviço da comunidade, que leve a preparar não apenas para o trabalho e sim para a vida comunitária, social, com senso de comunhão e comprometimento com a realidade”. Por isso, ele espera que a Campanha da Fraternidade de 2022 seja “uma contribuição que possa ajudar a transformar a realidade”. Nas perguntas dos jornalistas, os bispos abordaram algumas questões importantes como a evasão escolar, o modo de trabalho do Pacto pela Vida, que tenta ser antenas de onde a vida está sendo ameaçada. Também foi refletido sobre questões presentes na sociedade brasileira, sobre a relação entre educação e cultura, que levava Dom Leomar a afirmar que existe um jeitinho brasileiro de ser, uma vontade de querer levar vantagem em tudo, o que “não nos levou a grandes progressos”. Ele denunciava a falta de lei no Brasil, a existência de uma sociedade polarizada, onde o contraponto se torno um inimigo a ser destruído, o uso da violência, que tem se fortalecido muito, a questão do feminicídio, insistindo em que “estamos anestesiados frente a tudo e as nossas iniquidades”, até o ponto de que “estamos nos acostumando com a violência, a corrupção, uma situação de morte”, o que demanda uma educação que defenda a vida e mude a cultura brasileira. O bispo insistia em que a cultura não está promovendo a vida, diante de tanta morte e descarte, insistindo em que a começa na família, onde se aprende o agradecimento, o respeito e a justiça social. Se faz necessário resgatar a capilaridade da Igreja, em palavras de Dom Guilherme, que fazia um chamado a recuperar o profetismo na Igreja, pois o Brasil está polarizado dentro das igrejas. O bispo de Lages denunciava que os que assumem a verdade do Evangelho, que está fundamentada na justiça, no amor aos pobres, quando assume a Palavra de Deus, são chamados de comunistas, como acontece com o Papa Francisco, que neste domingo lembrava que a defesa dos pobres, isso é puro cristianismo. Segundo o bispo somos desafiados a retomar com radicalidade o seguimento do Jesus histórico, que nasceu na periferia do mundo. Recuperar o espírito do Pacto das Catacumbas, e no Pacto pela Vida, recuperar o direito à segurança alimentar, ao auxilio emergencial. Em relação com a Campanha da Fraternidade, Dom João Justino, insistia em que “as desigualdades sociais afrontam a própria dignidade da pessoa humana”, e por isso “supera-las, para nós que somos cristãos, passa pela conversão”. O arcebispo de Montes Claros vê a Campanha da Fraternidade, celebrada na quaresma, como um “apelo a construir um mundo mais humano, de fraternidade”. O desafio está em pensar ações, propor atividades, desencadear processos para contribuir na…
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Momento de “proximidade, fraternidade, partilha e colegialidade episcopal”. Nossos bispos participam virtualmente da 58ª AG da CNBB

Uma assembleia diferente, em modo virtual, algo que está sendo uma novidade para os bispos. A Assessoria de Imprensa da CNBB tem recolhidos os testemunhos e as fotos dos bispos do Brasil, dentre eles alguns do nosso Regional Norte 1.  Recolhemos as aportações de Dom Marcos Piatek, bispo de Coari, e de Dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira e presidente do Regional Norte 1 da CNBB. A matéria completa pode ser conferida aqui. O bispo da diocese de Coari (AM), do Regional Norte 1, dom Marcos Piatek, afirmou que apesar das suas limitações, a 58ª AG CNBB se tornou muito importante e em certo sentido ficou “real”. “Sentimo-nos mais perto dos irmãos bispos, dos diversos organismos da CNBB e em comunhão com o Papa Francisco. Graças aos meios de comunicação podemos renovar a nossa proximidade, fraternidade, partilha e a colegialidade episcopal. Esta nova experiência se tornou muito frutífera para animar a nossa comunhão eclesial e ação pastoral”, avaliou. O caráter inovador da experiência de participação em uma assembleia on-line foi destacado pelo bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM) e presidente do Regional Norte 1, dom Edson Damian. Ele ressalta que esta assembleia, no formato remoto, não tem o calor humano, a conversa fraterna com os irmãos no episcopado, a partilha dos sonhos e esperanças que acontecia no formato presencial na casa da Mãe Aparecida, mas nem por isto deixará de contribuir com a caminhada da Igreja no Brasil.  Ele ressalta que graças à presidência da CNBB, aos secretários-executivos, e a todos os assessores, tudo está transcorrendo muito bem e com muito proveito e a assembleia está sendo muito bem organizada, planejada e programada.  “Sem dúvidas, a maneira presencial traz saudades, o encontro com todos os irmãos bispos, a santa missa de todas as manhãs na casa da Mãe Aparecida, a troca de experiências e a convivência fraterna, mas para este ano é esta a modalidade que temos e está sendo muito eficiente e de grande proveito. Vamos torcer e pedir a Deus que o médico dos médicos, Jesus, nos livre dessa pandemia e, em breve, possamos realizar todos os nossos encontros presencialmente e nos abraçando fraternalmente”, disse.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Adolfo Zon destaca “as temáticas preciosas da 6ª SSB” e o ambiente fraterno da 58ª AG da CNBB

  Na análise que estamos fazendo ao longo desta semana com os bispos do Regional Norte 1 da CNBB sobre o decorrer da 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, hoje partilhamos com Dom Adolfo Zon, bispo de Alto Solimões, que mostra o que tem sido o segundo dia da Assembleia. Uma Assembleia com uma pauta muito ampla, segundo Dom Adolfo Zon, está se desenvolvendo ao longo dos dois primeiros dias. Na manhã desta terça-feira foram abordadas questões referentes ao Pio Colégio Brasileiro em Roma, dois subsídios da Comissão da Doutrina da Fé, o Projeto Comunhão e Partilha que já vem sendo realizado desde há oito anos e ajuda na formação dos seminaristas das dioceses mais pobres, que atualmente beneficia mais ou menos 400 seminaristas. Também foi abordado o Ano Vocacional em 2023, comemorando os 40 e 20 anos dos Anos Vocacionais já celebrados, o Fundo de Solidariedade e a 6ª Semana Social Brasileira. O bispo, que acompanha as Pastorais Sociais no Regional Norte 1, relatava algumas das atividades desenvolvidas pela 6ª Semana Social Brasileira e os matérias que já estão postados no site. Desde uma perspectiva amazônica, tendo em conta as dificuldades de comunicação em muitas regiões do interior da Amaônia, Dom Adolfo colocava que as atividades, “todas acontecem virtualmente, o que faz com que em muitas dioceses fiquem alheios”. O motivo é que a internet não possibilita “acompanhar tanta riqueza que se está produzindo e se está realizando”. Por isso, o bispo de Alto Solimões sugere a possibilidade de “realizar uma sistematização que possa ser partilhada com as diferentes igrejas, compartilhando as coisas melhores que estão sendo realizadas nos mutirões que acontecem de forma virtual”. Segundo Dom Adolfo, “isso ajudaria a criar conteúdos e partilhar experiências”. Ele mesmo diz se ver “um pouco fora de tanta coisa que está acontecendo, por não termos uma internet que possa nos ajudar para acompanhar”. Dom Adolfo entende que diante da situação da pandemia, “a única forma de realizar as diferentes programações é virtualmente”, mas espera que a chegada de cartilhas escritas nas dioceses “ajude a socializar e que o nosso povo possa ir sensibilizando-se e refletindo um pouco sobre as temáticas preciosas desta 6ª Semana Social Brasileira”. Dom Adolfo destaca o momento de encontro com o presidente do CELAM o secretário geral adjunto e os diretores dos centros em que se divide o Conselho Episcopal Latino-americano, realizado na tarde desta terça-feira. Segundo o bispo, Dom Miguel Cabrejos destacou os grandes aportes da CNBB no caminho da sinodalidade e sua capacidade propositiva. O bispo de Alto Solimões destaca o ambiente fraterno ao longo do encontro com o CELAM e ao longo da Assembleia, mesmo em modo virtual. Ele ressalta a possibilidade de todos se manifestar e o respeito a todas as opiniões, o que facilita que todos os participantes possam se expressar com plena liberdade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1  

“Defender ditadura, isso está fora de qualquer possibilidade de quem quer ser discípulo de Jesus”, afirma Dom Mol

Nesta terça-feira, a coletiva de imprensa da 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece de 12 a 16 de abril, abordou a Análise de Conjuntura e a 6ª Semana Social Brasileira. Ao longo da semana, esses momentos são mediados por Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte – MG e presidente da Comissão Episcopal para a comunicação da CNBB. Diante de uma pergunta em referência à democracia, num contexto social em que muitos cristãos pedem a volta da ditadura e pregam a violência como mudança para o país, Dom Joaquim Mol, afirmava que “de maneira completamente inesperada começaram aparecer pessoas no Brasil, inclusive governantes brasileiros, apoiando a ditadura em detrimento da democracia”. Segundo o presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, “só consegue apoiar e pedir a volta da ditadura quem nunca passou por isso”. Ele dizia que “querer a ditadura de volta, qualquer tipo de ditadura em nosso país, significa apontar uma espécie de anomalia na cabeça da pessoa, ela não pensa adequadamente, como também não sente adequadamente”. O bispo auxiliar de Belo Horizonte definia a ditadura como “a intolerância total a tudo o que é diferente, a toda e qualquer diferença, de qualquer tipo. A ditadura e a imposição de um modo de governar, de envolver a cultura, a economia, de fazer política com um máximo de intolerância a quem faz, sente e pensa diferente”. O bispo insistia em que “é por isso que a ditadura mata. Por isso a ditadura não tem nenhum escrúpulo em matar quem quer que seja, se estiver pensando diferente”. “Pedir a ditadura de volta é uma insanidade mental, uma insanidade dos sentimentos, é um total embrutecimento do ser desejar a ditadura”, enfatizava o bispo. Frente a isso, definia a democracia como a alegria, a importância, a valorização da diversidade pacífica entre nós”. Junto com isso, Dom Mol definia a democracia como “a expansão de direitos individuais e coletivos a todos, não só a um pedacinho”. Ele fazia referência à profunda desigualdade social no Brasil, uma das maiores do mundo, o que ele vê como “falta de democracia, porque democracia significa escola de qualidade para todo mundo, alimentação para todo mundo, teto para todo mundo, trabalho para todo mundo, terra para todos os que precisam de terra”. Segundo Dom Mol, não há como entender “a busca, a propaganda, a defesa de toda e qualquer ditadura”. Ele diz que não podemos permitir que a ditadura que aconteceu no Brasil durante 20 anos “seja chamado com outro nome que não ditadura militar e civil”, quando “alguém sem voto, foi e tomou o poder a passou a exercer esse poder com mão de ferro, quem pensa diferente, morre, inclusive com tortura”. Ele dizia que “um cristão, jamais pode, nem pensar em defender ditadura, isso está fora de qualquer possibilidade de quem quer ser discípulo de Jesus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1