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Dom Mário Antônio da Silva: “A Boa Notícia para uns é o uma má notícia para quem deseja continuar vivendo à custa dos pobres”

A Diocese de Roraima celebrava na terça-feira, 30 de março, a Missa dos Santos Óleos, a Missa da Unidade. Na ocasião, o bispo diocesano, Dom Mário Antônio da Silva, agradecia a presença dos padres, da vida religiosa e dos leigos e leigas, mas também daqueles que participavam através das redes sociais da diocese. Na sua homilia, ele convidava a “olhar para Jesus, mesmo Crucificado, que é o mesmo Encarnado e Ressuscitado, que veio para proclamar o Ano da Graça do Senhor”, como recolhe o Evangelho de Lucas, escutado na Liturgia da Palavra da Missa Crismal. O bispo fazia uma analise da passagem do Evangelho à luz do profeta Isaias, destacando a importância de proclamar um ano do agrado do Senhor, “uma urgência da graça, mesmo em meio a tantas desgraças, lá na época do profeta, na época de Jesus e hoje neste tempo de pandemia”. Dom Mário Antônio insistia em “quão necessária anunciar a graça em meio a tantas angustias, tantas desgraças, tanta pandemia, tantas situações que nos desarticulam”. Segundo o Bispo de Roraima, “o que não é possível é ficar indiferente”, insistindo em que “a Boa Notícia para uns é o uma má notícia para quem deseja continuar vivendo à custa dos pobres, dos marginalizados”. Dom Mário Antônio da Silva afirmava que “como ontem, ainda hoje se repete a mesma situação, quando uma pessoa assume a promoção dos mais pobres, de modo que possam comer e viver com dignidade, continua sendo caluniada, perseguida, injustamente condenada e até detida”, algo que é feito “a serviço dos donos do poder”. Ele criticava os serviçais ao serviço do poder, “a grande mídia, os setores de Igreja, inclusive da nossa, boa parte dos políticos, dos juízes, dos generais, e a lista vai, dos padres, até dos bispos”. “Que a graça de Deus nos ajude a nos colocarmos no mesmo caminho da profecia”, pedia o bispo, que fazia um chamado a amar e servir, algo que recorda nosso serviço a todos, sacerdotes, vida religiosa e leigos e leigas. Dom Mário Antônio dizia que a Diocese de Roraima está retomando o caminho do diaconato permanente, uma experiencia da qual vão participar 18 homens, junto com suas famílias, e que ele vê como “um dom, uma graça”. Isso é algo que é fruto do Sínodo para a Amazônia, da Querida Amazônia e que o bispo considera expressão “do amor e do serviço à Igreja, especialmente aos mais pobres e necessitados”. O bispo diocesano, após explicar o que significava no tempo de Jesus proclamar o Ano da Graça do Senhor, se perguntava o que é hoje, em 2021, o Ano da Graça, afirmando que isso se traduz em “afirmação da dignidade humana, defesa incondicional da vida, promoção do bem comum, justa distribuição de renda, inclusão social, incidência política, defesa dos direitos humanos, salário justo, segurança alimentar”, lembrando o Documento de Aparecida e o Magistério do Papa Francisco. Falando da pandemia, o bispo insistia em que “é preciso compromisso, é preciso olhar com gratidão e continuar anunciando a graça do Senhor”, o que deve nos levar a “rezar com confiança em Deus pelo fim da pandemia, é ser solidário com os pobres e necessitados, com os vulneráveis e famintos, é cuidar dos desanimados e doentes, é criar proximidade e afeto comas pessoas e famílias enlutadas, é rezar pelos falecidos”. Ele insistia em que os falecidos é algo que “vai além do número, pois são pessoas do nosso convívio, do nosso conhecimento”, citando muitos exemplos que tem feito presente o Ano da Graça do Senhor. Dom Mário Antônio pedia a vacina, “que chegue logo e para todos, que seja um sinal do Ano da Graça, com colaboração de toda a população e dos governantes e responsáveis pela questão farmacêutica”.

“Nenhum católico, nenhuma católica pode dizer eu vou ficar longe dos pobres”, afirma Dom Ionilton na Missa dos Santos Óleos

A Prelazia de Itacoatiara celebrava na noite desta terça-feira, 30 de março, a Missa dos Santos Óleos, onde foram abençoados os óleos que serão usados nos sacramentos ao longo do ano, como lembrava ao povo da prelazia seu bispo, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira. Segundo o bispo, essa missa também é conhecida como Missa da Unidade, onde “os padres são convidados a virem participar para fazer essa unidade, essa comunhão com seu bispo e nesta celebração os padres também renovam aquelas suas promessas feitas no dia da ordenação”. Dom José Ionilton lembrava que “a unidade que é feita entre o clero e o bispo, se amplia com a vida consagrada e com os leigos e leigas, que também participam da celebração e que também fazem parte da Igreja”. Em suas palavras na homilia, o Bispo de Itacoatiara refletia sobre a opção pelos pobres, algo que esteve presente no encontro do clero que aconteceu durante a terça-feira. Seguindo aquilo que o Papa Francisco diz no número 201 da Evangelii Gaudium, onde ele afirma que “ninguém deveria dizer que se mantem longe dos pobres porque as suas opções de vida precisam prestar mais atenção a outras incumbências”, Dom José Ionilton destacava que “a liderança da nossa Igreja afirma categoricamente que ninguém de nós que seguimos a Jesus e somos católicos e católicas poderá dizer que da opção pelos pobres, eu não gosto”. Dom José Ionilton, seguindo as palavras do Papa Francisco, deixava claro que “nenhum católico, nenhuma católica pode dizer eu vou ficar longe dos pobres, porque eu não gosto dos pobres”, insistindo em que “ninguém pode se sentir exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social”. Por isso, “todos nós, católicos e católicas temos que fazer opção preferencial, evangélica, pelos pobres e pela justiça social”. A missão de Jesus “é a nossa, não tem outro”, afirmava o Bispo de Itacoatiara. Trata-se de agir diante dos irmãos que passam por situações difíceis na vida, de sobrevivência, afirmando que “nós não podemos não podemos relativizar a opção pelos pobres desviando a atenção”. Ele afirmava que para ser cristão, “nós temos que fazer a mesma coisa que Jesus fez”.   O texto de Isaias e do Evangelho de Lucas, presentes na liturgia da Missa dos Santos Óleos, reforçado no Concílio Vaticano II, nas Conferência da América Latina e do Caribe, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, levava o bispo a pedir que “a opção preferencial evangélica pelos pobres não seja causa de divisão entre nós, que ninguém acuse ninguém na Igreja de estar com ideologia, seguindo princípios contrários à doutrina cristã porque faz opção evangélica preferencial pelos pobres”. Ele fazia um chamado a que a Palavra de Deus “nos desinstale, nos provoque, nos ajude a refletir, pensar, a ver, rever a minha vida, como é que eu faço, como é que eu ajo, como é que eu me relaciono com os pobres”. O bispo chamava a se perguntar pela reação diante de quem está passando fome por causa da pandemia, onde não caberá o discurso hipócrita, falso de quem nunca passou necessidade na vida. Um chamado ao compromisso com essas pessoas e a se comprometer para “criar uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraterna, mais igualitária, um mundo de Deus”. Também um chamado como prelazia a não ser uma Igreja isolada, que escuta o que diz o Papa. Finalmente, seguindo as palavras de São João Paulo II, destacava a importância do testemunho, que “é a melhor forma de evangelizar, a primeira e insubstituível forma de missão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Morre vítima da Covid-19 Dom Pedro Zilli, bispo brasileiro do PIME na Guiné-Bissau

Dom Pedro Zilli, bispo brasileiro da diocese de Bafatá, Guiné-Bissau, faleceu a 31 de março. Nascido em Santa Cruz do Rio Pardo – SP, a 7 de outubro de 1954, foi o primeiro bispo dessa diocese desde 2001. Trata-se de uma nova vítima da Covid-19, doença da qual estava sendo tratado num hospital em Cúmura, Guiné-Bissau. Dom Pedro Zilli era membro do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras – PIME, e a sua primeira missão após a sua ordenação a 5 de janeiro de 1985, foi na missão de Bafatá, onde atualmente era bispo. Após um período de missão, regressou ao Brasil em 1998, assumindo o serviço de formação de seminaristas do PIME e sendo vice superior regional para o Brasil-Sul, quando foi eleito bispo a 13 de março de 2001, se tornando o primeiro bispo missionário brasileiro. Em sua ordenação episcopal, um dos bispos co-consagrantes foi Dom Giuliano Frigeni, bispo de Parintins. Na diocese de Bafatá a maioria da população, 60% praticam religiões tradicionais africanas, 30% são muçulmanos e apenas 10% são cristãos. O trabalho da Igreja na região é de primeira evangelização, algo sempre presente no PIME. No seu trabalho missionário, o Pontifício Instituto para Missões Estrangeiras realiza um forte trabalho no campo da educação e da saúde na Diocese de Bafatá. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Investidores católicos pedem ao governo brasileiro melhor proteção para a Amazônia e os direitos dos povos indígenas

  Melhor proteção para a Amazônia e os direitos dos povos indígenas, foi o que cerca de 100 organizações católicas de 18 países solicitaram ao governo brasileiro numa carta (ver aqui) enviada em 29 de março a altos funcionários do governo brasileiro, incluindo o Presidente Jair Bolsonaro e o Vice-Presidente Hamilton Mourão. A carta, liderada pela Comissão Especial sobre Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Movimento Católico Global pelo Clima (GCCM) e o Banco für Kirche und Caritas da Igreja Católica Alemã (BKC), contém quase uma dúzia de pedidos concretos para a proteção da floresta tropical e dos povos indígenas. Ao mesmo tempo, num país com maioria católica, os signatários pedem ao governo brasileiro mais diálogo, para escutar os brasileiros e para cuidar melhor da nossa casa comum. De fato, um estudo de 2019 mostra que sete em cada dez católicos no Brasil pensam que a preservação da Amazônia é “muito importante”, e 85% responderam que consideram atacar a floresta tropical amazônica um pecado. Desde que o atual governo chegou ao poder em 1° de janeiro de 2019, a destruição da floresta tropical amazônica, essencial para a proteção do clima do planeta, aumentou. As consequências do desmatamento indiscriminado e dos incêndios têm ido além de uma destruição ambiental grave, causando a privação de direitos, a deslocação e o assassinato dos povos indígenas que aí vivem. Dom Vicente de Paula Ferreira, secretário da Comissão Especial sobre Ecologia Integral e Minas da Conferência Episcopal Brasileira, salientou a este respeito que “esse modelo de desenvolvimento capitalista que mata a vida humana e o meio ambiente está em total contraste com o ensinamento cristão sobre Integridade da Criação e com encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco“. A carta apela à ação, incluindo a implementação de um plano coerente de combate ao desmatamento, incluindo um orçamento específico e objetivos intermédios mensuráveis. Além disso, pedem um orçamento maior para combater os incêndios e para o trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiental e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) na região amazônica, que foram drasticamente reduzidos nos últimos anos. O direito ao território e o respeito pelos direitos humanos dos povos indígenas, algo que está de acordo com as ideias expressas pelo Papa Francisco em Laudato Si´ e Querida Amazônia, é outro dos pedidos das organizações católicas ao governo brasileiro. Como católicos envolvidos no mercado financeiro, Tommy Piemonte, Chefe da Sustainable Investment Research no BKC, fez um apelo para se manifestar, “iniciando um diálogo de compromisso com o governo brasileiro procurando motivá-lo a finalmente respeitar os direitos humanos e ambientais na Amazônia”. Este é mais um passo para unir a pressão dos investidores, insistindo em “iniciar um diálogo construtivo para pôr em prática as nossas reivindicações“, segundo Piemonte, que ameaça, se o governo brasileiro não tomar as medidas propostas, retirar “as nossas bases como investidores institucionais atuais e potenciais em títulos do governo brasileiro e em empresas de certos sectores”. Na mesma linha, Tomás Insua, Diretor Executivo do Movimento Católico Mundial para o Clima, salientou a importância da carta, porque “como uma aliança católica tão grande, podemos certamente contribuir para o esforço conjunto. Porque num país católico como o Brasil, talvez uma ‘voz católica’ seja ouvida e a pressão sobre o governo aumente”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Juventino Kestering, mais uma vítima da Covid-19, que em 48 horas matou 7.088

7.088, esse é o número de mortes no Brasil nas últimas 48 horas, de acordo com dados oficiais, um verdadeiro massacre, uma Semana da Paixão, onde todos os dias vários milhares são crucificados por um sistema que virou as costas à vida, em nome de uma economia que mata, e que também está morta. Os apelos à ação têm sido feitos por muitas pessoas, incluindo a Igreja Católica, que nos últimos dias perdeu vários padres, irmãs, ministros e ministras das milhares de comunidades espalhadas por todo o país, e hoje, 28 de março, mais um bispo, o sexto. Desta vez foi Dom Juventino Kestering, Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga – MT. Dom Juventino nasceu na cidade de São Ludgero – SC, a 19 de maio de 1946, e desde a sua ordenação como bispo em março de 1998, foi o segundo bispo da diocese que, segundo o Direito Canónico, apresentaria sua renúncia em pouco menos de dois meses. Pelo menos 310.694 pessoas morreram no Brasil vítimas da Covid-19, sufocadas, embora a suspeita seja de que o número seja ainda maior, muitas delas à espera de um leito nos hospitais, de uma vaga na UTI, que em quase todas as regiões do país estão lotados. A Igreja Católica tem-se manifestado repetidamente contra esta situação, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, o Pacto pela Vida e pelo Brasil, do qual a CNBB é membro, e o Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, que na sexta-feira, 26 de março, enviou uma mensagem ao presidente da Conferência Episcopal do Brasil – CNBB, enviaram mensagens repetidas ao governo e à sociedade brasileira para que o cuidado com a vida se torne uma prioridade urgente, para que o processo de vacinação, que por enquanto só atingiu uma pequena parte da população, seja acelerado. O povo brasileiro, que tem um profundo sentimento religioso, está mais do que nunca nas mãos de Deus, que se tornou a última e única esperança. Um Deus que consola e enxuga as lágrimas de tantas famílias, de tantas pessoas, de tantas comunidades eclesiais que choram pela separação dos seus entes queridos. A fé na Ressurreição, que é o fundamento da vida cristã, o Mistério que será celebrado ao longo desta semana que estamos a começar, será o sustento daqueles que veem a morte dos inocentes tornar-se presente entre os seus entes queridos. É um tempo de Paixão, mas sempre com a esperança de alcançar a Ressurreição, a plenitude de vida na casa do Pai. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  28 DE MARÇO:  Domingo de Ramos PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, dizendo: ‘Ide até o povoado que está em frente, e logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui! Se alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas logo o mandará de volta’.’    Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarraram. Alguns dos que estavam ali disseram: ‘O que estais fazendo, desamarrando este jumentinho?’ 6Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram. Trouxeram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou.    Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: ‘Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!’. (Mc 11,1-10)  REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Com a entrada de Jesus em Jerusalém, montado humildemente em um jumentinho, damos início à Semana Santa e encerramos, assim, a nossa preparação quaresmal para celebrar com Ele o mistério da sua paixão, morte e ressurreição. É o momento de cantarmos com os pobres da Terra e da nossa Querida Amazônia: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!”.     Convictos da presença do Cristo cósmico em todas as criaturas, concluamos louvando-o com as palavras finais do Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si’: “Filho de Deus, Jesus, por Vós foram criadas todas as coisas. Fostes formado no seio materno de Maria, fizestes-Vos parte desta terra, e contemplastes este mundo com olhos humanos. Hoje estais vivo em cada criatura com a vossa glória de ressuscitado. Louvado sejais! Espírito Santo, que, com a vossa luz, guiais este mundo para o amor do Pai e acompanhais o gemido da criação, Vós viveis também nos nossos corações a fim de nos impelir para o bem. Louvado sejais! (LS 246).  AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A Amazônia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, o seu drama e o seu mistério. (Querida Amazônia, 1)  Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Caritas Norte 1 realiza sua Assembleia, momento de “parar, refletir, fazer as correções e seguir na perspectiva de bons resultados”

  Caritas Regional Norte 1 celebrava na quinta e sexta-feira, 25 e 26 de março, sua assembleia, que em consequência da pandemia teve formato virtual. Com representação de todas as Igrejas particulares que tem Caritas, foram dias de avaliação, estudo e programação do caminho que vai guiar o trabalho socio caritativo da Igreja do Regional ao longo de 2021. Após as apresentações dos participantes e a oração inicial, inspirada nas palavras do cardeal José Tolentino de Mendonça, Marcela Vieira, ajudava os participantes a entender o que é o PMAS (Planejamento, Monitoramento, Avaliação e Sistematização), que pode ser definido como um “conjunto de procedimentos e instrumentos que auxiliam na gestão integrada dos processos, que orientam a prática realizada pela Rede Caritas no país”. A Assessora Nacional da Caritas Brasileira explicava os componentes dos Sistemas PMAS e os desafios do processo PMAS, que dividia em 9 pontos. A assembleia é um momento que “acontece no início do ano para avaliar o ano anterior e planejar o que se inicia, no meio do ano faz-se o monitoramento no intuito de averiguar as atividades previstas”, segundo Márcia Maria de Souza Miranda. A Articuladora Regional da Caritas afirma que “estas ações tem sua significância e importância para toda Rede Caritas, funciona como um ponto de partida para todas as ações, ajuda na execução das atividades, focando no que realmente importa que são os resultados propostos, além de auxiliar na compreensão das mudanças que podem surgir ao longo do caminho e a identificar oportunidades de melhoria para o serviço”. Segundo Márcia Maria, “o exercício do PMAS, permite reunir esforços que acontecem nas bases, ou seja, dioceses e prelazias, são momentos de olhar para o que foi planejado, o que foi feito e o que precisa ser melhorado”. Para a Articuladora do Regional Norte 1, “nesse processo adquire-se o equilíbrio adequado, as entidades membro, acabam enxergando com maior grau de eficiência, eficácia o grande número de atividades realizadas previstas e outras não previstas, mas que foram adequadas a um plano de trabalho”. Não podemos esquecer que os encontros permitem momentos de conhecimento das ações que cada Caritas desenvolve, a partilha do que deu certo e do que precisou ser ajustado, bem como o encontro e reencontro dos atores envolvidos nas ações, elementos nos quais insiste a Articuladora Regional. Ela destacava a importância das análises de conjuntura, algo que esteve muito presente na Assembleia deste ano, marcado profundamente pela pandemia, que tem determinado o jeito de ser Caritas nas dioceses e prelazias do Regional Norte 1. Todos os presentes destacavam que tem sido e está sendo um tempo para cuidar da vida, onde muitas pessoas, muitos deles voluntários, estão realizando um trabalho que permite ajudar e chegar onde o poder público não chega. Além do enfrentamento da pandemia, especialmente o Projeto Ajuri e outros similares, que tem marcado o trabalho da Caritas, também tem sido realizadas outras ações que buscam a geração de renda, feiras solidarias, formação de novos agentes ou o trabalho com migrantes, uma realidade muito presente no Regional Norte 1. Francisco Lima destacava que a realidade atual “é fruto de todo um processo que nós vivemos desde o nível mundial ao nível local”. O Secretário Executivo do Regional Norte 1, destacava a importância da conjuntura política e de se questionar sobre as políticas públicas nos municípios. Segundo ele, “o contexto político interfere na atuação como Caritas”, enfatizando os “desafios surgidos da falta de políticas públicas”. Isso se manifesta, segundo Francisco Lima na realidade do sistema de saúde que não funcionou nos últimos meses, algo que se manifestou na falta de oxigênio, a falta de estrutura nos hospitais, em definitiva a falta de políticas públicas. Diante dessa realidade, “a Caritas age”, destacava o Secretário Executivo do Regional Norte 1 da CNBB, e o faz em diferentes realidades: grandes e pequenas cidades, ribeirinhos, indígenas, que requerem diferentes ações, segundo Francisco Lima. Falando sobre a pandemia, que no Regional tem números assustadores, mesmo sabendo que nem todos foram recolhidos pelas agências de saúde, como mostram os informes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). Ele afirmava que “não são só números, são pessoas”, e refletia sobre a questão das vacinas, que muitos municípios do interior do Estado do Amazonas ainda não recolheram em Manaus. Estamos diante de uma pandemia que ainda não acabou, segundo Francisco Lima, que ainda vai precisar ser enfrentada com muitos projetos, “seguir sendo esse braço fraterno da Igreja na Amazônia”. Para isso tem sido planejadas as atividades que serão realizadas no ano 2021, um trabalho que contou com a assessoria de Jaime Conrado, assessor nacional da Caritas brasileira e coordenador do projeto Ajuri. Não podemos esquecer, algo que foi enfatizado, que além desse planejamento em nível nacional, também tem aquele que é feito nas dioceses e prelazias, assim como nas paróquias, áreas missionárias e comunidades. Desta forma, “a Caridade organizada é o diferencial nas ações da igreja”, segundo Márcia Maria de Souza Miranda. Ela desataca que “não se faz um trabalho solidário de qualquer jeito ou de forma aleatória, se lidamos com vidas e se queremos atingir o objetivo da Caritas: Testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de vida e participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver, sinal do Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social“. É por isso, que a Articuladora Regional Norte 1 insiste em que “se faz necessário parar, refletir sobre o que está sendo feito, fazer as correções possíveis e seguir na perspectiva de bons resultados”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

O Senhor guarda o seu rebanho e nos chama a sermos guardiões da Amazônia

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  27 DE MARÇO:  Sábado da 5ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Ouvi, nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes: ‘Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, e o guardará qual pastor a seu rebanho!’.  Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor.  Então a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a guerra. (Jr 31, 10. 11-12ab. 13)  REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Percorremos juntos durante a Quaresma um caminho de “conversão ecológica”, que nas palavras do Papa Francisco significa “deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus. Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa” (LS, 217). O fruto desta conversão deve ser, portanto, o de nos tornarmos defensores e guardiões da vida que pulsa na biodiversidade amazônica e nos seus povos.  Percorrer com Cristo o caminho da Cruz alimenta a nossa fé e o nosso compromisso, pois Ele é para nós “fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira” (LS, 236).  AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Tal conversão interior é que nos permitirá chorar pela Amazónia e gritar com ela diante do Senhor. (Querida Amazônia, 56)  Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

A Presidência do Celam mostra a sua preocupação “pelo terrível impacto” da Covid-19 no Brasil

Numa carta dirigida ao Presidente do Episcopado Brasileiro, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a Presidência do Conselho Episcopal Latino-americano e do Caribe – Celam, diz partilhar “a profunda preocupação da Igreja pelo povo brasileiro, face à situação muito grave que está sofrendo devido ao terrível impacto da pandemia de Covid-19, especialmente durante as últimas semanas”. Na quarta-feira passada, 24 de março, como a mensagem afirma, “o Brasil ultrapassou os 300.000 falecidos em consequência da doença, entre elas cinco bispos e dezenas de sacerdotes, religiosas, religiosos e leigas e leigos comprometidos com a missão da Igreja”. Ao mesmo tempo, esta semana registaram-se mais de 3.000 mortes em 24 horas, o que faz do Brasil o país com mais mortes por dia neste momento, ocupando o segundo lugar em número absoluto de mortes. A pandemia afeta todos, “mas principalmente os mais pobres, que sofrem gravemente as consequências de um sistema de saúde que não é suficiente – apesar de a população ter o Sistema Único de Saúde (SUS) -, bem como a ausência de políticas e de ajuda pública que favoreçam os cuidados e a defesa da vida”, diz a carta da presidência do Celam. Os bispos do continente apoiam a coragem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “que denunciaram corajosamente esta delicada situação, ajudando a iluminá-la a partir dos valores do Evangelho e dos princípios da Doutrina Social da Igreja, e encorajando iniciativas de solidariedade como o “Pacto pela Vida e pelo Brasil“, com as quais procuram responder à grave crise sanitária, económica, social e política que o país atravessa”, algumas das quais são recolhidas na mensagem. O Celam apoia a exigência “de avançar rapidamente no processo de vacinação“, e de oferecer auxílio emergencial, pedindo ao Senhor “para consolar os aflitos pela perda dos seus entes queridos e para fortalecer todos, pastores e povo, na fé, esperança e caridade”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Mensagem de Páscoa da CNBB chama a contribuir para vencer a pandemia

No final da reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que aconteceu virtualmente os dias 24 e 25 março, tem sido divulgada uma Mensagem de Páscoa, assinada pela presidência. O texto convida a vivenciar a Semana Santa seguindo os limites que impõe a pandemia da COVID-19, insistindo no cuidado da vida, “como Igreja que celebra, anuncia, ora em família, acolhe e consola”. A CNBB faz um chamado a “contribuir para que o conjunto da sociedade civil, cuidando especialmente dos pobres, enfermos e vulneráveis, vença a pandemia”, pedindo que Cristo Ressuscitado, seja “especial sustento para os profissionais e servidores da saúde, consolação para os enlutados e feridos no coração”.   Confira o texto na íntegra:   “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós “ (Jo 1,14)   Hoje, nosso caminho quaresmal é iluminado pela festa da Anunciação do Senhor, a encarnação do Verbo, início de nossa salvação. Nesta oportunidade, ao concluir a reunião do Conselho Permanente da CNBB, congregando os bispos da Presidência, presidentes e representantes de Conselhos Episcopais Regionais, presidentes de Organismos do Povo de Deus e assessores, compartilhamos nossa mensagem Pascal. Vamos vivenciar a Semana Santa, seguindo os passos de nosso Mestre e Salvador, atentos aos limites das circunstâncias locais, impostos pela pandemia da COVID-19, cuidando da vida de cada irmão e irmã, dom inviolável, como Igreja que celebra, anuncia, ora em família, acolhe e consola. Inspire-nos a palavra do apóstolo Paulo: “Nosso cordeiro pascal, Cristo, foi imolado. Assim, celebremos a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da maldade ou da iniquidade, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade” (1Cor 5, 7b-8). A presença amorosa de Cristo Ressuscitado nos ilumine e, em diálogo e solidariedade, possamos contribuir para que o conjunto da sociedade civil, cuidando especialmente dos pobres, enfermos e vulneráveis, vença a pandemia, na esperança de um tempo novo ao sabor do Evangelho. Cristo Ressuscitado, bálsamo da vitória da vida sobre a morte, seja perseverança em nosso caminhar, especial sustento para os profissionais e servidores da saúde, consolação para os enlutados e feridos no coração. Feliz e Santa Páscoa!   Brasília, 25 de março de 2021 Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo de Belo Horizonte, MG Presidente   Jaime Spengler Arcebispo de Porto Alegre, RS 1º Vice-Presidente   Mário Antônio da Silva Bispo de Roraima, RR 2º Vice-Presidente   Joel Portella Amado Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ Secretário-Geral Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1