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O Senhor livra o pobre e a Amazônia das mãos dos maus

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  26 DE MARÇO:  Sexta-feira da 5ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Jeremias disse: Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: ‘Denunciai-o, denunciemo-lo.’ Todos os amigos observavam minhas falhas: ‘Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele.’ Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga! O Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa. Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus. (Jr 20,10-13) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ O profeta Jeremias não esconde o contexto de perseguição e de injustiça presente na missão do Messias, como também é presente na vida de tantos irmãos e irmãs que se colocam ao lado dos mais fracos na imensa pan-amazônia. Contudo, o profeta reafirma que não estamos sozinhos nesta luta, pois está conosco o Senhor, que nos salva das mãos dos maus. Da mesma forma, nos recorda o Papa Francisco que “no coração deste mundo, permanece presente o Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque Se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos. Que Ele seja louvado!” (LS, 245). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O Senhor, que primeiro cuida de nós, nos ensina a cuidar dos nossos irmãos e irmãs e do ambiente que Ele nos dá de presente a cada dia. (Querida Amazônia, 41) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Diocese de Parintins celebra Missa Crismal e Retiro do Clero, sob o olhar de São José

O clero da Diocese de Parintins encerrou nesta quinta-feira, 25 de março, seu Retiro, que desde o dia 22 reúne os sacerdotes que realizam sua missão na região do Baixo Amazonas. O pregador do Retiro, que aconteceu no Centro de Formação Dom Arcangelo Cerqua, foi Dom José Albuquerque, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus. Ao longo desse tempo de Retiro, neste ano em que a Igreja, por indicação do Papa Francisco, celebra o Ano de São José, os participantes tem rezado sobre a Paternidade Ministerial, inspirada na Carta Apostólica Patris corde, sendo um momento para aprofundar no ministério sacerdotal a partir da figura daquele que foi o pai de Jesus. Durante o Retiro, aproveitando a presença dos padres vindos dos municípios que fazem parte da Diocese, um costume presente em muitas dioceses e prelazias, a Catedral Nossa Senhora do Carmo acolhia a Missa dos Santos Óleos, momento em que além de ser abençoados os Óleos que serão usados nos sacramentos ao longo do próximo ano, os padres renovavam suas promessas sacerdotais. O bispo diocesano, Dom Giuliano Frigenni, que presidiu a celebração, na sua homilia, partindo da figura de São José, destacava a dimensão sagrada das diferentes ações do sacerdote, fazendo um chamado aos padres a que “façamos da nossa vida uma resposta de gratidão ao Amor de Deus que Cristo nos revelou”, ajudando o povo entender que ele “tem sido alcançado não pelo poder de Deus, mas pela ternura de Deus, pela humildade de Deus, pela paciência de Deus”.  O desafio para os sacerdotes, segundo o bispo, é “poder ter a mesma compaixão, a mesma ternura, através do dom do Espírito Santo”. Segundo Dom Giuliano, é importante destacar a unidade, que se faz presente na diversidade de cada um, que “não é um problema, é a grande riqueza da Igreja que deseja ser cada vez mais como uma mãe, que recebe as pessoas e as fortalece”. O bispo insistia ao clero sob a necessidade de ser servidores do povo de Deus, e ao povo sob a necessidade de entender que “a nossa fé cristã católica não divide a vida da religião, mas a religião entra na nossa vida e nos torna homens e mulheres não que falam de Deus, mas que falam com Deus, de um Deus que veio ao nosso encontro e entrou na história”. O bispo lembrava a importância do Papa Francisco, que “nos empurra o tempo todo a ir ao encontro das pessoas que perderam a alegria de ser cristão, a alegria do Evangelho, e nos empurra a reconhecer nos outros, mesmo aqueles que não são da nossa comunidade, irmãos da gente, até que tenham religiões diferentes, antes de condenar, ama-los e oferecer a alegria daquele que veio para reunir os dispersos filhos de Deus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Na Missa do Crisma, Dom Zenildo afirma que a missão “não é fácil, porém é gratificante realizar”

A paróquia Nossa Senhora de Nazaré e São José, na cidade de Nova Olinda, acolheu nesta quinta-feira, 25 de março, a Missa dos Santos Óleos da Prelazia de Borba, uma celebração que, segundo seu bispo, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, “reúne o presbitério, trata-se da unidade, da comunhão, momento significativo para a Igreja local”. Seguindo as leituras que a Liturgia da Palavra apresenta para a celebração da Missa do Crisma, o bispo local destacava que “a saída à situação do exilio está na comunidade que se reúne, louva, agradece e encontra esperança para lutar”. Dom Zenildo, diante do momento tão difícil na sociedade, no mundo inteiro, que estamos vivendo, fazia um chamado a “não perder a esperança, a confiança, o dinamismo missionário, o profetismo da evangelização”. O bispo da Prelazia de Borba, dizia para os sacerdotes presentes na celebração que “abraçamos a causa e a Cruz do sacerdócio, trazendo ao povo, oferecendo, o que vem do povo a Deus, testemunhando a esperança no meio do povo do Senhor”. Não podemos esquecer, seguindo o Evangelho de Lucas, que “Jesus traz para nós esse Espírito que dinamiza as comunidades”, insistia Dom Zenildo, para quem “os destinatários da evangelização são os pobres, os últimos, os esquecidos, algo que nos faz mais missionários e missionárias”. Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva destacava três elementos que se fazem presentes na celebração da Missa dos Santos Óleos: o cristológico, o eclesiológico e o sinodal. A cristologia, segundo o bispo “cristifica a evangelização, a nossa caminhada”, destacando que “Ele envia para anunciar que o Reino de Deus está próximo”, pois enquanto “o Evangelho fala da proximidade, o diabo da pandemia fala da distância, vai isolando as pessoas, machucando as pessoas”. Na celebração da Missa do Crisma, “a Igreja de Cristo que se faz presente na celebração, Igreja que tem a missão de evangelizar, que tem a missão de testemunhar, que tem a missão de planejar para depois avaliar”, em palavras de Dom Zenildo. Trata-se de uma “eclesiologia que tem que colocar em nosso coração a simplicidade, a humildade, mas a garra missionária, o dinamismo missionário, uma eclesiologia que nos fala de uma Igreja ministerial”. Numa Prelazia onde as dificuldades fazem parte da missão do dia a dia, o bispo dizia que “nosso trabalho é difícil, chegar nas últimas comunidades, visitar o povão tão isolado e abandonado em nossos interiores, lagos e igarapés, isso não é fácil, porém é gratificante realizar”. Ao refletir sobre a sinodalidade, Dom Zenildo afirmava que isso se traduz “numa Igreja que escuta, que conversa, que faz planejamento”. Segundo ele, “uma Igreja que, se é sinodal, ela vai ter um olhar para escutar as comunidades, as pastorais, os movimentos, vai dar prioridade aos conselhos pastorais, administrativos”. O bispo, que foi um dos padres sinodais no Sínodo para a Amazônia, lembrava que uma Igreja sinodal, é “uma Igreja que vai pensar naquilo que o Sínodo apontou, novos rumos, novos caminhos”. Segundo o bispo local, “a sinodalidade nos coloca nessa perspectiva do novo, novos ministérios, novos caminhos, novo jeito de evangelizar, temos que encontrar, sobretudo na Amazônia”. Junto com isso, ele destacava que “essa sinodalidade, ela vem valorizar muitos as comunidades, faz um chamado a fomentar em nossas comunidades o espírito que tinha nas primeiras comunidades, a partilha, a sede por aprender o novo”, trata-se de uma Igreja que tem que “acreditar no protagonismo dos leigos”. Depois do agradecimento do pároco local pela oportunidade de poder celebrar a Missa dos Santos Óleos na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré e São José, Dom Zenildo agradecia aos padres pela dedicação à missão na Prelazia de Borba, às irmãs da Vida Consagrada, às paróquias e comunidades que acompanhavam pelo rádio e pelas redes sociais, pedindo que o povo tenha cuidado com a saúde, e agradecendo à paróquia que acolheu a Missa do Crisma pelo empenho na preparação. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

300.000, será que só é um número?

  Cuidar da vida é cada mais urgente num tempo em que a morte tem se instalado no nosso cotidiano como algo que não nos questiona mais. Chegar nas 300.000 vítimas da pandemia da Covid-19 no Brasil, delas quase 8.400 em Manaus, o que faz da capital amazonense um dos locais mais gravemente atingido no Brasil e no mundo, com 4.000 óbitos por milhão de habitantes, tem que nos levar a nos perguntarmos muitas coisas. Não podemos esquecer que atrás de cada número se esconde um rosto, uma história, uma vida.   Não podemos esquecer aqueles e aquelas com quem a gente se encontrava no dia a dia, gente com quem a gente ria, chorava, disfrutava, se apoiava, partilhava a vida, gente da gente. Ao escrever passam na memória da gente rostos concretos de quem se foi, mas também de quem despedia aos que eram parte decisiva de sua vida. O sentimento é de dor, mas também de indignação, por ter chegado nesse ponto. Aos poucos fomos nos acostumando com uma realidade que tem nos conduzido a uma situação de sofrimento e morte. As decisões erradas foram se somando, provocando consequências cada vez mais graves. O que a gente tem feito para evitar tudo isso? Como temos nos posicionado e atuado diante de tudo o que temos vivenciado no último ano? Quase um ano atrás, no dia 27 de março de 2020, o Papa Francisco, na oração na Praça de São Pedro vazia, fazia um chamado a entender e assumir que todos estamos no mesmo barco, pedindo a união diante de uma pandemia que só estava começando. Mas muitos tem preferido olhar para o outro lado, colocar posicionamentos políticos acima do cuidado com a vida, ignorar a ciência e seguir ideias que poco se preocupavam com o cuidado da vida. O que a mais tem que acontecer para a gente agir firmemente diante de uma pandemia que está massacrando a vida de tantas pessoas, de tantas famílias? Como ajudar o povo entender que atrás dos números está a vida de pessoas? Como tomar consciência de que atrás dessa situação está um sistema social, político e econômico completamente falidos, que não se preocupa com o sofrimento do povo, sobretudo dos mais pobres? Dominados pelas mentiras, pela informação que muitas vezes mostra aquilo que é do interesse dos diferentes poderes, somos chamados a olhar para frente e juntos encontrarmos possíveis caminhos de solução. Diante da falta de atitude daqueles a quem foi confiado a toma de decisões no país, os diferentes atores sociais são desafiados a oferecer alternativas que façam possível uma reviravolta numa realidade de morte. Não podemos deixar que a falta de esperança tome conta da nossa sociedade, não podemos entrar numa dinâmica de morte que nos leve a aceitar essa realidade como algo que não tem mais jeito. A solução depende de todos nós, do nosso compromisso com a vida, do nosso empenho em buscar alternativas que ajudem a cuidar da vida, a providenciar vacina para todos, de maneira urgente. É tempo de nos unirmos, de superar as diferenças, de ter um sentimento de humanidade, de deixar para trás toda falta de empatia, tão presente no meio da gente nos últimos tempos. Nossa indiferença e falta de compromisso pelo cuidado se tornam as melhores aliadas de uma pandemia que já trouxe muita dor, sofrimento e morte. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

“Eis aqui a serva do Senhor”

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  25 DE MARÇO:  Anunciação do Senhor PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’ Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus”. (…) Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se. (Lc 1,26-31.38) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Palavra de Deus que acabamos de ler nos recorda “uma Pessoa da Santíssima Trindade inseriu-Se no universo criado, partilhando a própria sorte com ele até à cruz” (LS, 99). Por isso é que podemos dizer que desde o início do mundo, mas de modo peculiar a partir da encarnação de Cristo, Deus está presente em cada criatura, assumindo suas dores e cuidando de cada um, como também somos chamados a fazer. Em sintonia com a festa litúrgica de hoje, na qual recordamos o “sim” de Maria diante do anúncio do anjo Gabriel de que seria a mãe do Salvador, evocamos as mesmas palavras e desejos expressados pelos padres sinodais ao final do Sínodo sobre a Amazônia, enquanto caminhamos para a conclusão deste tempo quaresmal de preparação para a Páscoa: “Concluímos sob a proteção de Maria, Mãe da Amazônia, venerada com várias advogadas em toda a região. (…) Que Maria, Mãe da Amazônia, acompanhe nossa caminhada” (DF, 120). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A meta do caminho do universo situa-se na plenitude de Deus, que já foi alcançada por Cristo ressuscitado, fulcro da maturação universal. (Laudato Si’, 83) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Em busca da verdade que liberta e pensa nas futuras gerações

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  24 DE MARÇO: Quarta-feira da 5ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: ‘Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ Responderam eles: ‘Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: `Vós vos tornareis livres’?’ Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. (Jo 8,31-36) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Caminhado para o final da quaresma, tempo forte de conversão, não podemos esquecer que esta deve se refletir nas estruturas políticas, econômicas e sociais do nosso mundo, se queremos realmente assegurar uma nova civilização de justiça e dignidade para as futuras gerações. Em Laudato Si’, o Papa Francisco alerta para não nos deixarmos enganar por “uma concepção mágica do mercado, que tende a pensar que os problemas se resolvem apenas com o crescimento dos lucros das empresas ou dos indivíduos” (LS, 190). Na mesma linha evangélica da busca pela verdade que liberta, o Papa se pergunta: “Será realista esperar que quem está obcecado com a maximização dos lucros se detenha a considerar os efeitos ambientais que deixará às próximas gerações?” (LS, 190). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres. (Laudato Si’, 49) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Arquidiocese de Manaus apresenta o programa do Ano de São José

A Arquidiocese de Manaus, através do seu coordenador de Pastoral, padre Geraldo Bendaham apresentou no dia 23 de março a programação do Ano de São José 2021-2022, que pretende “aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo”, segundo afirma o Papa Francisco na Patris corde. O programa pretende oferecer “um caminho, no qual todas as comunidades, paróquias, áreas missionárias, pastorais, movimentos, setores e organismos são chamados e chamadas a envolverem-se, colaborar e vivenciar, de modo particular nas famílias“. Serão elaborados sete subsídios para encontro nas famílias e subsídios virtuais que serão realizados pela Rádio Rio Mar. Também serão promovidos atividades solidárias, fóruns, seminários, lives e um encontrão para a Juventude. A Arquidiocese de Manaus incentiva “a todos e todas a envolverem-se com estas atividades segundo suas possibilidades e o contexto em que vivemos”, procurando a intercessão de São José, que seja “um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade”.

Dom Leonardo inaugura Casa do Migrante, “sinal da presença do Reino de Deus no meio de nós”

Acolher os migrantes e refugiados tem sido uma prioridade para a Igreja de Manaus, que neste dia 23 de março, dava um passo a mais com a inauguração da Casa de Acolhida Beato João Batista Scalabrini, um espaço que tem sido reformado no último ano e que será coordenado padre Marco Antônio Alves Ribeiro, religioso scalabriniano, junto com a Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Manaus. O espaço, que foi abençoado por Dom Leonardo Ulrich Steiner, é fruto de um projeto do Consulado do Japão em Manaus, que contou com a mediação da Caritas Arquidiocesana. O padre José Alcimar Souza de Araújo, destacava a importância de ter uma casa com mais cómodos e com maior aconchego de acolhida daqueles que estão chegando, algo que também era enfatizado pelo diácono Afonso de Oliveira Brito. O espaço hoje inaugurado está destinado principalmente a migrantes venezuelanos em trânsito. Manaus é um dos lugares com maior número de migrantes venezuelanos no Brasil, que na maioria entram no país através da fronteira de Pacaraima. Muitos deles estão a caminho para outros lugares do Brasil. Tanto o Diretor Vice-presidente como o Diretor Executivo da Caritas Arquidiocesana de Manaus, agradeciam ao governo japonês pela ajuda, que oferece a possibilidade de acolher os migrantes e refugiados. “A Igreja católica tem sido a instituição religiosa mais preocupada e atuante na questão da migração em Manaus”, afirmava o padre Alcimar Araújo, algo que começou com a chegada dos haitianos, mais de dez anos atrás, a quem só a Igreja católica ajudou. Nos últimos anos tem acontecido a chegada dos venezuelanos, com um número muito maior, que tem contado com a parceria de outras instituições. O Vice-presidente da Caritas insistia em que “é muito importante que estejamos unidos nesse trabalho”, o que faz possível “que os migrantes que chegam no Brasil tenham a possibilidade de serem acolhidos e também serem encaminhados para soluções duradouras”. Dom Leonardo Steiner afirmava que “essa casa é uma casa muito importante, uma casa desejada”. O arcebispo de Manaus, ao abençoar o espaço, destacou que a benção pretende fazer possível “que esse espaço seja um espaço de acolhimento, mas também o espaço da inserção social”. O arcebispo insistia em não esquecer de dizer “aos nossos irmãos, que estão peregrinando em busca de casas de inserção social, não esqueçamos de dizer a eles que o Reino de Deus está próximo”. Para Dom Leonardo, “esta casa é um pouco sinal da presença do Reino de Deus no meio de nós. Quando nós nos colocamos sempre ao serviço do acolhimento, somos sempre sinais do Reino de Deus”. Em representação do Consulado do Japão se fez presente Heiko Nakamura, Consul Geral Adjunta em Manaus. Ela destacava a parceria de várias instituições para poder minimizar os sofrimentos dos migrantes. Segundo a diplomata, “o apoio aos refugiados venezuelanos é uma questão importante, pela qual as diversas entidades devem unir suas forças”. O projeto, financiado pelo governo japonês, responde, segundo Nakamura, “ao desejo do povo japonês de participar do esforço de solucionar as necessidades básicas em países amigos”. Ela disse esperar que “a Casa do Migrante continue apoiando por longos anos famílias, mulheres, homens e crianças, que necessitem proteção, dando-lhes apoio para que possam estabelecer uma vida digna e estável”. Catarina Sampaio, que representou o escritório da ACNHUR em Manaus, que é uma das entidades parceiras do projeto, agradecia às instituições que tem ajudado para fazer realidade a Casa do Migrante, destacando que “seu trabalho com a comunidade refugiada e migrante é extremamente importante para que essas pessoas acertem direitos e serviços aqui no Brasil, um país modelo na recepção de pessoas que precisam urgentemente de proteção internacional”. Padre Marco Antônio Alves Ribeiro, também agradeceu às instituições parceiras da Casa, sobretudo porque permite aos religiosos sclabrinianos “poder estarmos aqui exercendo nosso carisma, que é o cuidado do migrante”. A través de uma mensagem, o padre Valdecir Molinari, que foi um dos grandes impulsores da casa e que recentemente foi destinado a uma nova missão, pedia “que Deus abençoe todos aqueles que acreditam na importância de continuar lutando para que todos os migrantes tenham a oportunidade de ser bem acolhidos”. O religioso scalabriniano disse ter “certeza de que essa obra, ela vai proporcionar alegria para muitos que passarão por essa casa e sentirão o quanto são queridos e amados”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Da Amazônia vem o clamor das novas e futuras gerações

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  23 DE MARÇO: Terça-feira da 5ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, e chegue até vós o meu clamor! De mim não oculteis a vossa face no dia em que estou angustiado! Inclinai o vosso ouvido para mim, ao invocar-vos atendei-me sem demora! As nações respeitarão o vosso nome, e os reis de toda a terra, a vossa glória; quando o Senhor reconstruir Jerusalém e aparecer com gloriosa majestade, ele ouvirá a oração dos oprimidos e não desprezará a sua prece. Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados. (Sl 101,2-3.16-21) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Para o salmista, devemos deixar para as futuras gerações o ensinamento de que o Senhor olhou a terra do alto do céu e escutou o gemido dos cativos e dos condenados à morte. Da mesma forma, ensina o Papa Francisco, temos um compromisso para os que vierem depois de nós, com relação ao uso dos bens naturais: “Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras” (LS, 67). O meio ambiente, portanto, deve ser “patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos” (LS, 95). Negar isso seria negar a possiblidade de existência aos outros, ensina a Laudato Si’.  AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O desmatamento amazônico impedirá que se conte com tais riquezas, empobrecendo as próximas gerações. (Instrumentum laboris do Sínodo para a Amazônia, 86) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“Nós estamos privatizando a água, nós estamos roubando a água, nós estamos matando a água”, denuncia Dom Leonardo Steiner no Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água tem se tornado uma oportunidade para “refletir sobre o valor deste maravilhoso e insubstituível dom de Deus”, como nos lembrava o Papa Francisco no Angelus deste domingo, 21 de março. Ele afirmava que “para nós crentes, a ‘irmã água’ não é uma mercadoria: é um símbolo universal e uma fonte de vida e saúde“. Organizado pelo Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES, acontecia na manhã do dia 22 de março um Ato Ecumênico com motivo do Dia Mundial da Água, conduzido pelo padre Sandoval Rocha, SJ, que contou com representantes das espiritualidades indígenas, Celina Baré e Marcivana Sateré, e do mundo cristão, com a presença da Igreja luterana, pastor Marcos Antônio Rodrigues, e da Igreja católica, padre Paulo Tadeu Barausse, SJ, e dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus. A doença impediu a presença da representante das religiões de matriz africana, Nonata Corrêa. O ato tem sido uma oportunidade para rezar ecumenicamente e inter religiosamente a partir da questão da água, algo que está em relação com a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem uma dimensão ecumênica. Rezar tendo a água como pretexto, desde a experiência religiosa de cada um, como lembrava o padre Sandoval Rocha no início da celebração, que começava com uma oração de benção, em língua nheengatu, conduzida por Celina Baré. A água está em tudo, uma afirmação que cobra especial importância na vida dos povos indígenas. Segundo Marcivana Sateré, seus ancestrais, que habitaram a região amazônica durante milênios, deixaram rastos de vida, enquanto em 521 anos, o homem branco tem deixado um rasto de morte. Os povos originários descobrem na natureza os elementos sagrados que se são fonte de vida, lembrando a época em que sendo criança, Manaus era um cúmulo de fontes de água, que mostravam a presença de Deus, insistindo em que “ferir a natureza afeta diretamente o corpo de Deus”. A pandemia da Covid-19, onde a água cobrou um valor decisivo para poder combater a doença, mostrou que em Manaus, mesmo cercados de grandes rios, “muitas pessoas sofrem a falta de água”, lembrava a indígena do povo Sateré. Segundo ela, “quando não temos acesso a esse elemento sagrado, a morte nos ronda”. Marcivana destacava a visão da água como remédio, como cura, como sinal de espiritualidade. Frente a isso, em Manaus a água poluída, algo em que insistia o Papa Francisco no Angelus do dia 21 de março, afirmando que a água poluída provoca doenças. Cada vez é mais evidente que a ação do ser humano está modificando o Planeta, o que demanda, segundo Celina Baré, medidas para preservar a água, e com isso a vida. A indígena insistia na necessidade de respeitar a mãe terra, ainda mais numa sociedade onde o dinheiro, o lucro, tem sido colocado acima da vida, algo que está tendo graves consequências, especialmente na Amazônia, onde a salubridade das águas foi se perdendo como consequência da poluição, fruto da ganância. A água faz referência a Deus, que já no início do universo, a primeira coisa que Ele faz é separar as águas. “Deus organiza a vida a partir da água”, destacava o pastor Marcos Antônio Rodrigues, lembrando que nós somos mais de 70 % de água. A partir daí, ele fazia uma leitura bíblica do significado da água, partindo da ideia de que Deus juntou o barro com a água para nos criar, “somos fruto da ação amorosa de Deus”. Essa água se faz presente no caminhar de Abraham e Sara desde Ur até Canaã, um caminho marcado por poços, onde o pastor luterano vê “Deus que acompanha e dá sustento até a terra da promessa”. Essa água vai acompanhando a vida do povo de Israel, para quem Deus abre as águas para eles passar a pé enxuto, águas que são leves para quem escolhe a paz, mas pesadas para quem escolhe a guerra, a dominação, algo que também pode ser visto na passagem do Rio Jordão antes de entrar na Terra Prometida, onde o povo passa lavando a poeira do deserto. O pastor Marcos Antônio Rodrigues destacava que “Deus veio provendo a água da vida para seu povo”. É a água que está presente na vida de Jesus, no batismo no Rio Jordão, no poço onde se encontra com a samaritana, a quem oferece a água da vida. Uma água que nos faz viver a comunhão do Amor de Deus, que nos mistura no mar do amor, do perdão, da misericórdia, da compaixão. Os rios tem sido definidos pelo padre Paulo Tadeu Barausse como “santuários da vida”, algo que tem que nos levar a refletir sobre a situação dos igarapés em Manaus. O diretor do SARES se perguntava por que e como matamos os igarapés, denunciando a relação muito danosa de Manaus com os igarapés e defendendo que é possível despoluir os rios e os igarapés, algo que tem sido realizado em outros lugares do mundo. Frente a isso, Manaus se vê ameaçado pelo projeto do Porto das Lajes, que coloca em risco o Encontro das Águas, algo que era denunciado no local no último dia 20, e mostra a primazia dos grandes projetos. Celebrar o Dia Mundial da Água é motivo de esperança, segundo Dom Leonardo Steiner, recordando a importância da convivialidade com a água. O Arcebispo de Manaus relatava a experiência vivida com o povo Xavante, sendo bispo de São Félix do Araguaia, onde contemplou o rito da passagem de um grupo de adolescentes. Isso lhe fez refletir sobre a água como passagem na Sagrada Escritura, do Batismo como passagem, como a água como aquilo que faz caminhar. Dom Leonardo afirmava que “a água pede passagem, quando fica parada, ela morre”. Lembrando a Francisco de Assis, ele falava da irmã água, pois “ela faz parte da minha irmandade, é uma irradiação do Amor de Deus”. Frente a isso, o arcebispo denunciava que “nós estamos privatizando a água, nós estamos roubando a água, nós estamos matando a água, a água que é irmã, a água…
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