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Chamados a anunciar uma boa nova aos povos da Amazônia

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  15 DE MARÇO: Segunda-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Assim fala o Senhor: Eis que eu criarei novos céus e nova terra,  coisas passadas serão esquecidas, não voltarão mais à memória. Ao contrário, haverá alegria e exultação sem fim em razão das coisas que eu vou criar; farei de Jerusalém a cidade da exultação e um povo cheio de alegria.  Eu também exulto com Jerusalém e alegro-me com o meu povo; ali nunca mais se ouvirá a voz do pranto e o grito de dor. Ali não haverá crianças condenadas a poucos dias de vida nem anciãos que não completem seus dias. Será considerado jovem quem morrer aos cem anos; e quem não alcançar cem anos, passará por maldito. Construirão casas para nelas morar, plantarão vinhas para comer seus frutos.(Is 65,17-21)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ “A crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Entretanto temos de reconhecer também que alguns cristãos, até comprometidos e piedosos, com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se burlam das preocupações pelo meio ambiente. Outros são passivos, não se decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Falta-lhes, pois, uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus” (LS 217). O profeta Isaías anunciava novos céus e novas terras com a chegada do Messias. “Perante tantas necessidades e angústias que clamam do coração da Amazônia” (QA, 62), somos chamados a ser continuadores deste anúncio profético de uma boa notícia para os seus povos e para toda a sua biodiversidade.   AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O querigma e o amor fraterno constituem a grande síntese de todo o conteúdo do Evangelho, que não se pode deixar de propor na Amazônia. (Querida Amazônia, 65) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Prelazia de Itacoatiara retoma as Eucaristias com o povo e pede Vacina já, para todos

Em comunicado assinado pelo bispo, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, após consultar o clero e “considerando os decretos das maiorias do Municípios que compõem a nossa Prelazia”, decidiu-se “retornar, por tempo indeterminado, as Celebrações presenciais da Eucaristia nas 13 Paróquias de nossa Prelazia, a partir de sábado, dia 13 de março”. A nota determina “observar todas as decisões da Secretaria de Saúde de cada Município”, e onde for possível retornar, observar as pautas a seguir: 30% da lotação, começar pela Igreja Matriz e depois ampliar para as comunidades, uso obrigatório de máscara, medir a temperatura, álcool em gel, suspender as procissões na celebração, manter distanciamento nos bancos, fazer higienização do espaço e evitar aglomerações. O bispo da Prelazia tem insistido no comunicado na adesão à Campanha Vacina já, para todos, algo que se sustenta no Artigo 196 da Constituição Federal. “Vacinar-se e cuidar da nossa saúde, da saúde de nossa família, da saúde das pessoas com quem temos contato diariamente”, enfatiza o texto, que conclui pedindo fazer o possível para continuar transmitindo as celebrações. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Em Cristo fomos criados para viver uma nova Ecologia Integral

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  14 DE MARÇO: 4º Domingo da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Irmãos: Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos! Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus em virtude de nossa união com Jesus Cristo. Assim, pela bondade, que nos demonstrou em Jesus Cristo Deus quis mostrar, através dos séculos futuros, a incomparável riqueza da sua graça. Com efeito, é pela graça que sois salvos, mediante a fé. E isso não vem de vós; é dom de Deus! Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe. Pois é ele quem nos fez; nós fomos criados em Jesus Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos. (Ef 2,4-10)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Falar de Ecologia Integral em nada contradiz a nossa fé, nos tornando mais “pagãos” que cristãos. Ao contrário, o nosso compromisso pelo cuidado da casa comum parte da certeza de que Jesus é “o Ressuscitado que penetra todas as coisas” (QA 74), por quem fomos criados para a prática de boas obras, como diz o apóstolo Paulo. Na Exortação Apostólica Querida Amazônia, o Papa Francisco, de fato, retoma o seu ensinamento cristológico da Laudato Si’, recordando que “segundo a experiência cristã, ‘todas as criaturas do universo material encontram o seu verdadeiro sentido no Verbo encarnado, porque o Filho de Deus incorporou na sua pessoa parte do universo material, onde introduziu um gérmen de transformação definitiva’. Ele está, gloriosa e misteriosamente, presente no rio, nas árvores, nos peixes, no vento, enquanto é o Senhor que reina sobre a Criação” (QA 74).   AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O destino da Criação inteira passa pelo mistério de Cristo, que nela está presente desde a origem. (Laudato Si’, 99) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

A conversão me leva a viver com humildade uma nova Ecologia Integral

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  13 DE MARÇO: Sábado da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: `Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.’ (Lc 18,9-14)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Quaresma nos possibilita rever nossas atitudes e corrigir o que pode estar prejudicando a nossa relação com Deus, com os outros, com o mundo e conosco mesmo. Contudo, isso requer da nossa parte suficiente humildade para não nos tornarmos cegos diante dos nossos erros. Infelizmente, em relação à nossa casa comum, “o desaparecimento da humildade, num ser humano excessivamente entusiasmado com a possibilidade de dominar tudo sem limite algum, só pode acabar por prejudicar a sociedade e o meio ambiente” (LS 224).  Talvez por isso custamos a reconhecer a nossa necessidade de conversão e de compromisso em favor de uma Ecologia Integral, pois, “não é fácil desenvolver esta humildade sadia e uma sobriedade feliz, se nos tornamos autônomos, se excluímos Deus da nossa vida fazendo o nosso eu ocupar o seu lugar” (LS, 224).  AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Espera-se que suscite o interesse e a participação dos fiéis e tenha presente a cosmovisão integral indígena, motivando uma conversão pastoral em vista de uma Ecologia Integral. (Instrumentum laboris do Sínodo para a Amazônia, 123) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“Com uma atenção redobrada aos cuidados sanitários”, Arquidiocese de Manaus retoma as celebrações com o povo

  A Arquidiocese de Manaus publicou nesta sexta-feira, 12 de março, orientações para a participação do povo nas celebrações comunitárias no contexto de pandemia da Covid-19. A partir do dia 13 de março, véspera do IV Domingo da Quaresma, Domingo da Alegria, “um convite para superarmos as tristezas da separação e permanecermos sob o olhar de Deus”, será permitida as celebrações com o povo, “com uma atenção redobrada aos cuidados sanitários de higienização e distanciamento”. Desde o dia 5 de janeiro, as celebrações estavam acontecendo sem a participação do povo. Tem sido um tempo de dor, com “um elevado número de mortes, a crise de oxigênio, o colapso no sistema de saúde, o alto índice de ocupação das UTI’s e as filas de espera para internação”. Está se dando “uma lenta queda no número de óbitos, mas ainda alta taxa de contaminação”, afirma a nota assinada por Dom Leonardo Steiner, que denuncia a demora no processo de vacinação, pois “a perversidade da omissão dos governos não agiliza a compra das doses necessárias para imunização da população e as aplicações vem acontecendo num ritmo vergonhoso”. Diante dessa situação, tendo refletido com o Conselho Presbiteral, o Arcebispo orienta sobre os passos a serem dados, algo que deve ser refletido pelo Conselho Pastoral de cada Paróquia e Área Missionária a partir da especificidade de sua realidade. Tem sido elaborados 15 pontos, onde se diz que as celebrações tenham “um número limitado de participantes, respeitados os horários do decreto do Governo do Estado”, que “mais do que incentivar a presença”, sejam acolhidos aqueles que puderem participar na celebração, que “não deve ultrapassar 1 hora e 30 minutos”, com um intervalo de 5 horas entre uma e outra. Se exige a utilizando de máscara e álcool em gel. As celebrações presenciais durante a semana valem como preceito dominical enquanto durar este período de pandemia. Se incentiva distribuir a comunhão após participar das missas pela rádio, televisão e internet. A lotação máxima será de 30%, pedindo que nas capelas pequenas as celebrações sejam feitas em espaços mais amplos. “A comunhão será distribuída exclusivamente nas mãos”, e os fiéis devem “deixar o espaço celebrativo, segundo uma ordem”. As exéquias “podem ser celebradas nas casas ou funerárias com a presença dos familiares, tendo em conta as normas de segurança e um tempo mais abreviado no rito”. Em quanto aos sacramentos, “podem ser celebrados os Sacramentos da Unção dos Enfermos e da Reconciliação e, em casos excepcionais, do Batismo e do Matrimônio”. As orientações dizem que “continuam suspensas as reuniões de pastorais, catequese”, afirmando que “novas orientações, particularmente sobre a Semana Santa, serão publicadas para animação da vida das nossas comunidades, sempre de acordo com o contexto da situação de saúde pública”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Comissão contra o Tráfico Humano da CNBB pede compromisso político e eclesial para enfrentar esse crime na pandemia

Lembrando as palavras do Papa Francisco, que faz um chamado a não afastar “o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e irmãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade”, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB e demais entidades que compõe o Fórum Ampliado, tem publicado uma carta pastoral onde denuncia o agravamento do Tráfico Humano neste tempo de pandemia. O texto analisa a realidade do Tráfico de Pessoas, “que atinge prioritariamente as pessoas mais vulneráveis”, uma realidade que tem aumentado com a pandemia da Covid-19, que “exacerbou e trouxe à tona as escandalosas desigualdades econômicas e sociais sistêmicas que estão entre as principais causas do tráfico humano”. A carta, assinada pelos bispos da Comissão, dentre eles Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo de Itacoatiara – AM, denuncia os novos modelos que os aliciadores/as criaram “neste contexto de isolamento social… especialmente por meio das modernas tecnologias de comunicação”. Também tem se dado conflitos nas fronteiras entre polícia e imigrantes, e também tem aumentado os casos de trabalho escravo, segundo o escrito. A Comissão solicita “que as autoridades brasileiras do campo político e eclesial se comprometam”, colocando uma série de pedidos. Tem sido pedido “fortalecer e/ou aprimorar os instrumentos legais… para impedir que traficantes de pessoas e aliciadores ajam impunemente durante a pandemia”; que a Igreja assuma “com prioridade o enfrentamento a estes crimes contra a vida humana”; vacina e Auxilio Emergencial “para reduzir as desigualdades sociais que lançam as pessoas na roda viva do tráfico de pessoas”.  

Oito anos de pontificado de Francisco, o Papa da Amazônia

Alguns podem considerar ousado o fato de considerar Francisco como o Papa da Amazônia, mas se torna algo evidente que a Amazônia sempre esteve presente no pensamento do atual pontífice, que neste sábado, 13 de março, completa 8 anos na Cátedra de Pedro. Nos primeiros meses do seu pontificado, no encontro que teve com o episcopado brasileiro no dia 27 de julho de 2013, com motivo da Jornada Mundial da Juventude, celebrada no Rio de Janeiro, ele falou sobre um ponto “que considero relevante para o caminho atual e futuro não só da Igreja no Brasil, mas também de toda a estrutura social: a Amazônia”. Em suas palavras destacava a importante presença da Igreja na Amazônia, que está “não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam”. O Papa Francisco sempre olhou para a Amazônia desde uma espiritualidade do cuidado, e daí ele destacava a presença “determinante no futuro daquela área” que a Igreja tem. No mesmo discurso, ele abordava outra questão muito presente no seu pensamento, os migrantes, dizendo que “penso no acolhimento que a Igreja na Amazônia oferece hoje aos imigrantes haitianos depois do terrível terremoto que devastou o seu país”. Ele lembrava do Documento de Aparecida, onde ele foi seu relator geral, coordenando assim os trabalhos de redação do documento, que incluía “o forte apelo ao respeito e à salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem, não para que a explorasse rudemente, mas para que tornasse ela um jardim”. Esses elementos serão recolhidos na encíclica Laudato Si´, publicada em 2015, que nos fala sobre o cuidado da casa comum. Trata-se de um texto onde a Amazônia aparece explicitamente só uma vez, mas onde o espírito amazônico perpassa todo o escrito. Foram os primeiros passos de algo que se concretizou naquilo que o próprio Papa Francisco definiu como o filho da Laudato Si´: o Sínodo para a Amazônia. O impacto do Sínodo para a Amazônia, que começou na sua única presença como Papa na Amazônia, na visita que ele fez a Puerto Maldonado, Peru, foi algo que ultrapassou as fronteiras da Igreja, colocando a Amazônia e a defesa do seu bioma e dos povos que a habitam, sobretudo os povos originários, no foco midiático mundial. De fato, estamos falando de um Sínodo que teve a cobertura integral de alguns dos meios de comunicação mais destacados do mundo. Isso provocou a reação daqueles que só enxergam a Amazônia como fonte de recursos, passando o trator por cima de tudo o que encontram pela frente, inclusive os povos que habitam a região. Alguns governos, dentre eles o brasileiro, fizeram de tudo para tentar impossibilitar a celebração do Sínodo e tirar o foco daquilo que sempre esteve no pensamento do Papa Francisco, o cuidado da Amazônia e de seus povos. Comemorar 8 anos de pontificado do Papa Francisco é motivo de alegria para muita gente, também para muitos que vivemos na Amazônia. Nele descobrimos a voz profética que denuncia uma economia que mata e que cada dia ameaça em maior medida a Amazônia e seus povos. Sejamos gratos com aquele que tem a Amazônia no seu pensamento, nas suas palavras e sobretudo no seu coração. Luis Miguel Modino – Editorial Rádio Rio Mar

Escutar a voz de Deus clamando por Ecologia Integral

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  12 DE MARÇO: Sexta-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Eis que ouço uma voz que não conheço, Aliviei as tuas costas de seu fardo. cestos pesados eu tirei de tuas mãos, Na angústia a mim clamaste, e te salvei. de uma nuvem trovejante te falei, e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! Israel, ah! se quisesses me escutar. Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei. Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos. eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria’. (Sl 80, 6-11.14.17)    REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Seguir a voz e o projeto de Deus é certeza de fartura e de alívio do peso do fardo que carregamos, lembra o salmista. Mas, assim como o povo de Israel tantas vezes voltou as costas e não escutou o Senhor, também o nosso mundo de hoje, escravo do “consumo exacerbado”, como diz Francisco, “é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas” (LS 230), negando-se a viver uma nova ecologia integral. Diante disso, o Papa na Laudato Si’ nos apresenta o exemplo de santos como Teresa de Lisieux, que nos inspira a “por em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade”, uma vez que a Ecologia Integral “é feita também de simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo” (LS 230). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A Ecologia Integral conecta o exercício do cuidado da natureza com o da justiça para os mais pobres e desfavorecidos da terra, que são a opção preferida de Deus na história revelada. (Documento final do Sínodo para a Amazônia, 66) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“O povo não pode pagar com a própria vida!”, denuncia o Pacto pela Vida e pelo Brasil

  As entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, diante do agravamento da pandemia e das suas consequências, tem se pronunciado novamente numa nota. As entidades mostram “solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos”, e reconhecem a difícil situação que o Brasil está passando, afirmando que “não há tempo a perder”. A nota denuncia os “obscurantismos, discursos raivosos ou frases ofensivas. Basta de insensatez e irresponsabilidade”. Além disso afirma que “a ineficiência do Governo Federal, primeiro responsável pela tragédia que vivemos, é notória”, pedindo medidas aos governadores e prefeitos, ao Congresso Nacional e ao sistema judiciário, que garanta atendimento, vacinas, auxilio emergencial digno e direitos para a população. Os signatários do Pacto pela Vida e pelo Brasil, também se dirigem à imprensa, pedindo “atue livre e vigorosamente, de forma ética, cumprindo sua missão de transmitir informações confiáveis”. Também fazem “um apelo particular à juventude”, pedindo que “assuma o seu protagonismo histórico na defesa da vida e do país, desconstruindo o negacionismo que agencia a morte”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Morre vítima da Covid-19, aos 66 anos, dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo de Cascavel – PR

Faleceu nesta quinta-feira, 11 de março, vítima da Covid-19, dom Mauro Aparecido dos Santos, arcebispo de Cascavel – PR. Ele estava internado desde o dia 16 de fevereiro. Foi intubado no dia 19 de fevereiro, se recuperando bem, razão pela qual, os médicos retiraram a sedação no dia 27 de fevereiro. Na última terça-feira, 9 de março, seu estado de saúde se agravou, o que fez com que ele fosse novamente intubado, mas não resistiu.   Nascido em 9 de novembro de 1954 em Fartura – SP, foi ordenado sacerdote em 13 de maio de 1984, na diocese de Jacarezinho – PR. Em 14 de agosto de 1998, foi nomeado bispo Coadjutor de Campo Mourão (PR) pelo Papa João Paulo II tornando-se bispo titular em 21 de fevereiro de 1999, onde permaneceu até 31 de outubro de 2007, quando foi nomeado Arcebispo de Cascavel pelo papa Bento XVI. Dom Mauro é o quarto bispo brasileiro vítima da Covid-19, dois eméritos, o cardeal Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, que faleceu no dia 13 de janeiro, e dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba, que faleceu no dia 14 de abril. Também faleceu dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares – PE, no dia 18 de julho. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, emitiu uma nota de pesar, onde manifesta seus “sentimentos à família de dom Mauro, à arquidiocese de Cascavel e aos seus amigos”. O texto afirma que “em preces, suplicamos ao Pai Misericordioso que acolha este nosso irmão e faça brilhar para ele a luz eterna”. Fonte: CNBB