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Na Ecologia Integral, o caminho indicado por Deus pela voz profética de Francisco

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  11 DE MARÇO: Quinta-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Assim fala o Senhor: Dei esta ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes. Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até ao dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; mas não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda pior que seus pais.  (Jr 7,23-26)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Como sempre aconteceu na história da salvação, aqueles que mais precisam de conversão são os que mais resistem a seguir a voz de Deus, transmitida pelos profetas. Hoje também vemos o Papa Francisco ser atacado dentro e fora da Igreja, acusado de ser um papa ecologista, por querer defender a vida de cada criatura e, em última análise, a sobrevivência de todos nós e da nossa “casa comum”. Ignoram os que criticam o Papa, que a sua concepção é de uma “Ecologia Integral”, que “não se dá por satisfeita com ajustar questões técnicas ou com decisões políticas, jurídicas e sociais”, mas recorda a necessidade de uma conversão também integral, que implique na mudança pessoal de cada um e cada uma, sob as bases da nova relação que Jesus vem estabelecer com o mundo. Pois, “não haverá uma ecologia sã e sustentável, capaz de transformar seja o que for, se não mudarem as pessoas, se não forem incentivadas a adotar outro estilo de vida, menos voraz, mais sereno, mais respeitador, menos ansioso, mais fraterno” (QA, 58). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Uma Ecologia Integral é feita também de simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. (Laudato Si’, 230) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Dom Leonardo Steiner convoca Assembleia Sinodal na Arquidiocese de Manaus

Responder aos sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia, que diz “sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e de se encarnar na Amazônia, a tal ponto que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos”, é a inspiração da Assembleia Sinodal Arquidiocesana de Manaus, convocada pelo Arcebispo, Dom Leonardo Ulrich Steiner, que tem como fundamento “as Assembleias Pastorais Arquidiocesanas, o magistério de Papa Francisco, o legado pastoral de dom Sérgio Eduardo Castriani, [e] o tempo da pandemia” . Movida pela Palavra, a Arquidiocese de Manaus “sente a necessidade de partilhar, refletir, discernir e assumir a dinâmica evangelizadora de modo sinodal”. Esse apelo é fruto dos desafios da realidade atual, “marcados por novas exigências e apelos aos nossos modelos evangelizadores, impulsionada pelas orientações do Sínodo para a Amazônia cujos caminhos apontados devem ser assimilados e aprofundados em nossa caminhada eclesial”. A proposta sinodal também está fundamentada nas 10 Assembleias Pastorais Arquidiocesanas celebradas até o momento, “buscando responder aos desafios à Evangelização”. Mas também lembra a necessidade de entender que hoje a missão evangelizadora “só pode ser compreendida numa perspectiva de ecologia integral”, uma ideia recolhida na Laudato Si´. Falando sobre a enculturação e a interculturalidade, o decreto de convocatória da Assembleia Sinodal afirma que a pandemia “tem levantado questionamentos sobre nossos modelos de evangelização e sobre nossas estruturas e organização”, enfatizando o crescimento e complexidade na Arquidiocese de Manaus. Nessa conjuntura, é retomado o chamado da última Assembleia de Pastoral a ser uma Igreja Sinodal, e a viver uma articulada e dinâmica comunhão. O desafio é entrar numa dinâmica de conversão sinodal, que leve a “novos caminhos eclesiais, sobretudo na ministerialidade e sacramentalidade da Igreja com rosto amazônico”, seguindo a proposta do Documento Final do Sínodo para a Amazônia. Estamos diante de um processo de busca da fraternidade, impulsionado pela “memória pascal de Jesus e de muitos dos nossos agentes de evangelização que nos deixaram nestes tempos de pandemia, particularmente a memória missionária de Dom Sérgio Castriani”. A Assembleia será realizada “segundo um itinerário de preparação partindo das comunidades, setores, Regiões Episcopais, com os devidos encaminhamentos”, e será nomeada “uma Comissão de Coordenação que oferecerá as necessárias orientações quanto a dinâmica de participação, etapas do processo sinodal desta assembleia e conteúdos orientadores”. Ainda não se conhece a data, que “será oportunamente divulgada juntamente com todos os passos do processo sinodal”.

Igreja no Brasil participa da mobilização em defesa da vida das mulheres organizada pelo CELAM

  A Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência e a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um conjunto de organizações da Igreja no Brasil se somam à Campanha Continental da Igreja Católica Latino-americana contra o tráfico de pessoas e se comprometem na defesa da vida das mulheres. Num mundo onde há quem pense que tudo é comprado e vendido, a Igreja da América Latina e do Caribe, através da Rede CLAMOR, lançou, no Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas 2021,  a Campanha Continental contra o Tráfico de Pessoas 2021, que tem como lema “A vida não é uma mercadoria, trata-se de pessoas”. O arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem divulgada no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, chamou a atenção  para as graves violências e o feminicídio que fazem vítimas as mulheres e devem ser enfrentadas com urgência e determinação. Mobilização pela vida das mulheres Participam também desta mobilização a Cáritas Brasileira, o Serviço Pastoral dos Migrantes, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, o Instituto de Migrações e Direitos Humanos, a Pastoral da Mulher Marginalizada e a Pastoral Carcerária. A mobilização alerta para as várias formas de violência contra as mulheres que se agravam com a pandemia de Covid-19. Segundo a campanha, as mulheres continuam migrando forçadamente em busca de melhores condições de vida para suas famílias e são as maiores vitimas do tráfico humano. No compromisso de proteger as mulheres vítimas,  a campanha reafirma o acompanhamento às sobreviventes das diversas violências. Na página do Facebook, no endereço abaixo, é possível ter acesso aos materiais para disseminar as mensagens da campanha. Fonte: https://www.cnbb.org.br/igreja-no-brasil-se-soma-a-mobilizacao-puxada-pelo-celam-na-defesa-da-vida-das-mulheres/

A criação nos revela o carinho de Deus pelo seu povo.

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  10 DE MARÇO: Quarta-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.   Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. ele faz cair a neve como a lã e espalha a geada como cinza.   Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos. (Sl 147,12-13.15-16.19-20)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Na Laudato Si’ lemos que “o divino e o humano se encontram no menor detalhe da túnica sem costura da criação de Deus, mesmo no último grão de poeira do nosso planeta” (LS, 9). Por isso rendemos louvores ao Criador, que tudo fez por amor, já que nenhum outro povo recebeu Dele tanto carinho, como reza o salmista. Eis por que toda a Criação nos remete a Deus e, por sua vez, os sacramentos que Ele nos deixou “são uma plenificação da Criação, na qual a natureza é elevada para ser lugar e instrumento da graça, para ‘abraçar o mundo num plano diferente’” (Querida Amazônia, 81).  Somos capazes de encontrar Deus em cada criatura, nos tornando defensores e cuidadores da vida em todos os sentidos, pois que cada uma delas é sacramento vivo do Criador? AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA O rosto amazônico é o de uma Igreja com uma clara opção pelos (e com os) pobres e pelo cuidado da criação. (Instrumetum laboris do Sínodo para a Amazônia, 109) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Missa de 7º Dia de Dom Sérgio Castriani, “testemunha da Palavra sem som, sem voz”

  A Igreja de Manaus se encontrou na noite desta terça-feira, 9 de março, para celebrar a Missa de Sétimo Dia do seu Arcebispo Emérito, Dom Sérgio Eduardo Castriani, uma “celebração de ação de graças”, segundo Dom Leonardo Steiner, que comentando o Evangelho de João e o Livro do Profeta Isaias, tendo também como referência o lema episcopal de Dom Sérgio, centrou sua homilia na Palavra. Dom Leonardo afirmava que “Dom Sérgio recebeu a Palavra, e ela o enviou, o enviou como pai e pastor”, refletindo sobre como através da Palavra, Dom Sérgio aproximou Deus ao povo nos sacramentos, insistindo em que “a Palavra o fez e deixou ser pastor”. O arcebispo definia seu predecessor como “o missionário tomado pela Palavra”, e dizia que “a Palavra nele se fez carne, e se tornou com o passar dos anos, especialmente na doença visível, testemunha da palavra sem som, sem voz”. Dom Leonardo dizia que “sumiu o som, sumiu a voz, mas permaneceu a Palavra, percutia e ensinava a Palavra com seus gestos, com a sua presença”. O Arcebispo de Manaus lembrava as palavras do Profeta Isaías, “fiz dele uma testemunha para os povos, um guia e mestre para as nações”. Também lembrava que “Dom Sérgio aprendeu a duras penas que os pensamentos de Deus não eram os seus, que os seus caminhos, não eram o caminho de Deus”, fazendo assim referência à limitude que Dom Sérgio teve que aceitar diante da doença, que o fez renunciar com 65 anos de idade ao seu ministério episcopal. Dom Leonardo insistia em que “a Palavra falava nele sem palavras”, em que “ele foi missionário da Palavra e a Palavra o missionava”, pedindo que “possamos também nós ser Palavra anuncio, Palavra testemunho, e em tudo realizar a vontade do nosso Pai Celeste”. O final da celebração foi momento para que diferentes representantes da Igreja e da sociedade de Manaus fizessem sua homenagem e mostrassem sua gratidão àquele que foi seu Arcebispo ao longo de quase sete anos. O laicato o definia como “alguém incansável em sua missionariedade, sempre estava junto do seu povo”, como aquele que estava “ajudando, motivando, orientando ao caminho do seguimento de Jesus Cristo”. A Vida Religiosa destacava que “sua vida de Pastor é um testemunho para todas aquelas e aqueles que abraçam a consagração como vocação e entrega de vida na missão”, afirmando que em função da missão, Dom Sérgio foi “presença misericordiosa nos lugares mais distantes e no meio aos mais vulneráveis”. Uma jurista, que faz parte do grupo que todos os meses se encontrava com Dom Sérgio Castriani em sua casa, um momento que definia como “um diálogo fraterno”, destacava “a sua acolhida e sabedoria, que mesmo não tendo formação jurídica, suas ponderações eram frutos do grande conhecimento intelectual e de sua intensa comunhão com Deus”. Os povos indígenas agradeciam que ele “nos disse que precisamos falar de fato aquilo que nós vivemos, falar aquilo que nós sentimos”, fazendo referência ao momento de escuta do Sínodo em que “ele ficou do nosso lado”. Algo que ele também fez quando chegou em Manaus, “no momento em que nós estávamos fortalecendo o movimento indígena”, sempre ajudando “a chamar a atenção a uma realidade presente aqui”. Os indígenas agradeciam sua sensibilidade e escuta, “por caminhar conosco lado a lado, por ficar feliz com as conquistas, por estar junto na luta por direitos”. Na homenagem dos diáconos permanentes era destacado sua presença na sua missão e na vida das suas famílias, enfatizando “seu apoio, confiança e respeito, sempre dispensados a cada um de nós a às nossas famílias”. Também os padres expressavam seu “sentimento de estima e de gratidão a Deus por ter dado Dom Sérgio Castriani como pastor e guia de nossa Igreja particular”. Ele era definido como “homem simples e de grande saber, destacou-se como grande expoente missionário da Amazônia, aonde escolheu viver seus dias, doando-se e defendendo seus povos e nossa cultura com apropriados e convincentes posicionamentos”. Quem foi seu arcebispo é visto pelos padres de Manaus como “alguém sempre disposto a escutar e acolher a todos”, e também como “alguém que participava de maneira particular de nossos sofrimentos pessoais e nunca deixava que nos sentíssemos sós”. Também foram lidas as mensagens do Bispo da Prelazia de Tefé, Dom Fernando Barbosa, ausente por rações de saúde. Uma Igreja que Dom Sérgio “sempre tanto amou”, e onde “sempre se fez presente, mesmo na distância geográfica, através do carinho que todos tinham por ele”, e aproveitava a menor oportunidade para regressar. Uma Igreja onde, segundo a mensagem, “Dom Sérgio aprendeu a viver de forma tão singela e doada, e despiu-se de sua cultura”, assumindo seu ser missionário que vai ao encontro do irmão que necessita. Do mesmo modo, a comunidade judaica do Amazonas enviou sua mensagem, onde rogava ao Altíssimo “que receba a sua bondosa alma no Jardim do Eden, ao lado dos justos, na morada dos bem-aventurados”. Finalmente, era lida a mensagem do Papa Francisco, onde afirmava que Dom Sérgio Castriani deixou “recordação de uma existência de vida, adesão coerente e generosa a sua vocação como pai atento às necessidades do próximo e pastor fiel ao Evangelho e à Igreja”.   Também no final da celebração, acontecia um gesto bonito da parte da Arquidiocese de Manaus e de seu arcebispo, Dom Leonardo Steiner. Foi no momento em que o Arcebispo de Manaus entregava ao Pe. Mellon, coordenador de pastoral da Prelazia de Tefé, que representava seu bispo, o báculo, a mitra e a cruz pectoral de Dom Sérgio, que vão ficar naquela Igreja onde Dom Sérgio deixou seu coração, lá onde ele foi bispo durante 14 anos. Mais uma lembrança para uma Igreja que caminhou com alguém que sempre foi ao encontro do seu povo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1  

Diocese de Roraima acolhe abertura do processo de canonização do Bem-aventurado José Allamano

A Diocese de Roraima deu início neste domingo, 7 de março, o inquérito de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários e das missionárias da Consolata, presentes em Roraima desde há mais de 70 anos. A ele é atribuída a cura milagrosa do indígena Sorino, da etnia Yanomami. Ao longo de mais de uma semana, de 7 a 15 de março, a diocese de Roraima tem elaborado uma programação da fase diocesana do processo de canonização. Na abertura, que contou com a presença do bispo diocesano, Dom Mário Antônio da Silva, foi composta a comissão do tribunal. Além do bispo, fazem parte dela o padre Lúcio Nicoletto, vigário geral da diocese de Roraima, padre Raimundo Vantuy Neto, chanceler da Cúria da Diocese de Roraima, padre Michelangelo Piovano, missionário da Consolata e notário, Elizabete Sales de Lucena Vida, secretária da Cúria diocesana e doutor Augusto Affonso Botelho Neto, médico. Além da comissão, também estiveram presentes o padre Giacomo Mazzotti, missionário da Consolata, o diácono Augusto Monteiro, as irmãs missionárias da Consolata Renata Conti e Maria José. A abertura do inquérito acontece, segundo Dom Mário Antônio, em tempo de pandemia, mas também no tempo quaresmal que nos faz recordar que “é tempo de graça, tempo favorável, tempo de conversão e de santidade, é oportuno para progredir no conhecimento de Jesus Cristo correspondendo no Seu amor por uma vida santa”. O bispo lembrava que “José Allamano, o nosso querido beato, ele que ensinava os que desejam tornar-se verdadeiramente santos, Deus os ajuda e santifica. Deixou um testemunho de santidade vivendo de maneira heroica as virtudes cristãs”. Na solenidade, o postulador da causa de canonização, padre Giacomo Mazzotti, missionário da Consolata, apresentou oficialmente a petição para o presumido milagre. O pedido foi acolhido por Dom Mário Antônio, que após relembrar alguns pontos da história da vida e santidade do Bem-aventurado José Allamano, diz esperar a oração e apoio de todos que acompanharão este processo durante estes dias. Fonte: http://imc.consolata.org.br/abertura-do-inquerito-bem-aventurado-jose-allamano-a-caminho-da-canonizacao/

Núcleo de Mulheres da REPAM é espaço de encontro, de confiança e de escuta das mulheres amazônicas

O Dia Internacional da Mulher tem sido oportunidade para o Núcleo de Mulheres da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, apresentar um calendário (abaixe aqui) elaborado em conjunto entre as mulheres da Pan-Amazônia. O grupo, que vem refletindo sobre o papel e a importância da presença da mulher na Igreja, está formado por mulheres que tem “a consciência de um território onde estamos pisando, um território específico onde realizamos as ações, e isso nos leva a um caminho sinodal”, segundo Dorismeire Almeida de Vasconcelos. Tendo como fundamento sua identidade, conhecimento e liderança, as mulheres, que na Pan-Amazônia, segundo a auditora sinodal, assumem 70% do trabalho social e missionário, tem encontrado no grupo, um espaço de encontro, de confiança e de escuta, garantindo a presença para todas as mulheres da Pan-Amazônia. Não podemos esquecer que “elas são vítimas de uma alta taxa de violência, de sobrecarga laboral e afetiva, são vitimadas com a violação de seus direitos”. O grupo surgiu dentro do processo sinodal, “a partir da nossa diversidade cultural, da nossa organização social e da nossa experiência de Igreja, tanto como leigas quanto consagradas”, afirma Dorismeire. Ela destaca entre as propostas realizadas, refletir as realidades e experiências concretas das mulheres na Pan-Amazônia e projetar uma leitura teológica contextual, do modo que foi feito no Sínodo, que permita resgatar as vozes, propostas e apostas das mulheres neste território. O núcleo está dividido em cinco subcomissões internas, pós-pandemia e pós-sínodo, mulheres e violências, teologia e espiritualidade, formação sociopolítica pastoral, diaconato e ministérios, para estudar os documentos da Igreja buscando elaborar linhas de ação para o trabalho em diferentes áreas, descobrindo as ações das mulheres nos territórios em defesa da vida, no anúncio da Boa Nova, no acompanhamento e enfretamento dos desafios da realidade nos diferentes contextos, semeando sempre sinais de esperança. Trata-se, segundo Dorismeire, “de consolidar um espaço de reflexão, articulação e ação das mulheres da Pan-Amazônia, que ofereça respostas às principais preocupações que ameaçam a vida e subsistência das mulheres”. Junto com isso, “buscar encarnar os diferentes rostos ancestrais e construir um sentimento e pensamento coletivo desde seu ser mulheres, conectado à Criação, fortalecendo a missão social e eclesial das mulheres, prevenindo a violência e garantindo os direitos, aportando uma mudança de paradigma desde a lógica do cuidado”. O dia 8 de março é momento de “fazer memória” segundo Tania Ávila. A teóloga boliviana, que foi perita no Sínodo para a Amazônia, vê essa data como “um dia que nos toca seguir resistindo e reclamando para que tenha vida digna para as mulheres”. Ela destacava a importância das vozes de mulheres da Amazônia, recolhidas num vídeo. São mulheres que vão “somando, nos dando força, fluindo”. O Núcleo de Mulheres da REPAM também conta com a presença de mulheres indígenas. Uma delas, Anitalia Pijachi, relatava as dificuldades vividas na Amazônia colombiana durante a pandemia, mostrando as dificuldades de acesso aos direitos básicos. Tem sido um tempo para “aprender a saber resistir na nossa selva”. Estamos diante de um momento que mostra a “necessidade de estarmos mais unidos em comunidade, de procurar a sabedoria dos anciãos”. Ela denunciava o governo, “que não escuta o que acontece na Amazônia colombiana”, enfatizando que estamos vivendo “um tempo de incerteza”. “Esta pandemia tem mostrado, mais uma, vez que somos os mais esquecidos pelo Estado”, afirmava Yessica Patiachi desde a Amazônia peruana, denunciando a “falta de política clara de saúde para as comunidades indígenas”. Ela lembrava que os povos originários “temos levantado nossa voz de protesta e denunciamos quando nossos direitos são vulnerados”. Ao mesmo tempo denunciava as ameaças e perseguições, “só por defender e proteger a floresta”, o que tem provocado a morte de muitos indígenas no Peru. A líder indígena faz um chamado à luta, a não se deixar enganar pelas falsas promessas das grandes empresas, que só deixam consequências fatais. Yessica Patiachi destaca a grande capacidade de resiliência, o que a leva afirmar que “vamos continuar defendo nossa floresta diante de grandes interesses, mesmo que o Estado faça a vista grossa diante de grandes concessões extrativistas, reclamando a necessidade de consulta prévia aos povos indígenas”. No tempo de pandemia, as comunidades têm voltado à medicina tradicional, destacando “a participação da mulher indígena, que junto com os anciãos são a parte vital da transmissão de conhecimentos ancestrais”. Ela, que tem sido escolhida como conselheira, querendo “ser uma voz importante para mostrar o sentir e as demandas das mulheres indígenas”, destaca a importância da REPAM como aliado importante para a resistência indígena. 8 de março é momento de “fazer memória das lutas”, segundo Rose Bertoldo, que apresentava e compartilhava o calendário, “que as mulheres da Pan-Amazônia têm construindo coletivamente”. Segundo a auditora sinodal, estamos diante de “um material de formação e informação que nos inspira passar por todo o ano como uma presença criativa e propositiva”. O calendário tem sido construído a partir de palavras, mandalas, frases, cores e fotos, tendo a terra, o fogo, a água e o ar “como elementos que nos sustentam nessa caminhada, nessa construção”, segundo a religiosa. “O calendário recolhe a inspiração que cada mulher teve nessa construção coletiva, recolhe muitos sinais dos povos da Amazônia, que tem grande diversidade”, afirma Rose Bertoldo. Estamos diante de um instrumento que teve a capacidade de “incluir muitos olhares da Pan-Amazônia, que nos possibilita ampliar para outras mulheres”. Por isso, ela ressalta que “o que aprece no calendário é expressão dessa presença do Espírito que habita na Amazônia e está presente e ativa em cada ser”. Daí a religiosa coloca como objetivo “que está rica diversidade nos impulsione a continuar a cuidar de todas as formas de vida na nossa casa comum”. O Núcleo de Mulheres REPAM é “um espaço que tem a fortaleza de nos permitir pensar juntas, sonhar juntas e construir juntas”, afirma Maria Eugenia Carrizo. Ela define o futuro “como tempo para pensar juntas que Igreja sonhamos, o que pensamos como futuro de nossa Igreja, qual o rosto amazônico que desejamos que ela tenha e em função disso a mirada ministerial, numa…
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Buscando uma vida em harmonia com a criação

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  9 DE MARÇO: Terça-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor’. (Dn 3,37-43)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Falando do santo que sempre o inspirou e do qual tomou o mesmo nome, o Papa Francisco recorda que Francisco de Assis “manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo” (LS 10). A Quaresma é um tempo propício para que, também nós, nos perguntemos como vai a nossa relação com Deus, com os outros, com a natureza e conosco mesmo. Que o exemplo do “pobre irmão de Assis” também nos contagie a buscar viver em harmonia com toda a criação. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Queremos abraçar uma espiritualidade de ecologia integral, a fim de promover o cuidado da criação”. (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 81) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Louvando a Deus pelo rosto feminino da criação

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  8 DE MARÇO: Segunda-feira da 3ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus!   A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?   Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada!   Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!   (Sl 41,2.3; Sl 42,3.4 REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Neste Dia Internacional da Mulher, queremos louvar o “Deus da minha alegria”, como diz o salmo, pela força e o dom que são as mulheres na sociedade e na Igreja, como recorda o Papa Francisco, destacando o papel delas na evangelização da Amazónia, onde “há comunidades que se mantiveram e transmitiram a fé durante longo tempo, mesmo decênios, sem que algum sacerdote passasse por lá. Isto foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo. Durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente” (QA, 99).   Que Maria, “a mãe que cuidou de Jesus” e que agora “cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido” interceda por todas as mulheres, vítimas de tantas formas de violência e preconceito, nos ajudando “a contemplar este mundo com um olhar mais sapiente” (LS, 241). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A sabedoria dos povos ancestrais afirma que a Mãe Terra tem um rosto feminino. (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 101) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Mulheres que ajudam a construir o Reino de Deus na Igreja e nas periferias do mundo

No dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, somos chamados a refletir sobre o papel das mulheres na sociedade e na Igreja. Olhar para o passado para poder analisar o presente e poder construir o futuro, um futuro melhor, sustentado em princípios que mostram aquilo que Deus quer. Falar de mulheres nos leva a pensar em rostos concretos, que simbolizam lutas comuns, que ajudam a construir o Reino de Deus. A Igreja brasileira, a Igreja da Amazônia tem dado passos ao longo dos últimos anos, nem sempre para frente, mas mesmo aqueles que pontualmente representaram um retrocesso, a longo prazo, ajudaram a construir o futuro evitando cair nos erros do passado. Laura, Joelma, Rosita, Roselei, são nomes atrás dos quais aparecem representadas as lutas de muitas mulheres para que a Igreja e a sociedade sejam cada mais imagem do Deus da Vida, sinal de Boa Notícia, de Evangelho, sinal do Reino de Deus. Elas são presença feminina no meio dos povos indígenas, no mundo da comunicação, entre os migrantes e refugiados, ao lado das vítimas do abuso e exploração sexual. Fruto do seu trabalho como agente do Conselho Indigenista Missionário, a Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, tem dedicado os últimos anos a acompanhar a vida do povo Karipuna, no estado de Rondônia. Ela, que também é indígena, foi escolhida como representante dos povos originários na Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, onde “nós mulheres, temos muito a contribuir”, pois segundo a religiosa “nós somos chamadas a ser essa presença e essa voz de mulher na Conferência Eclesial da Amazônia”, da qual fazem parte as Igrejas do nosso Regional Norte 1. A religiosa Catequista Franciscana vê essa presença como “uma grande responsabilidade, pois estar presente numa instituição como esta, é uma responsabilidade no sentido de que a gente está levando a presença e a voz de muitas outras mulheres que habitam o território amazônico. São avós, mães, filhas e da Vida Consagrada, que estão presentes vivendo nesse imenso bioma, nessa imensa região amazônica”. Trata-se de “mulheres que lideram famílias e comunidades inteiras, que promovem a defesa da vida e que aspiram a um espaço também maior nos espaços da Igreja”. A Ir. Laura insiste em que “nós mulheres merecemos isso, precisamos agir, falar, e não devemos permanecer invisibilizadas nesses espaços”. Daí, ela espera “que isso nos ajude a abrir nossa mente, nosso coração, e estejamos abertas e abertos às transformações que estão ocorrendo no mundo e na Igreja”. Como indígena, destaca a importância da presença dos povos originários na CEAMA, como algo que pode “ajudar a oferecer uma visão de vida, de luta, das cosmovisões, a partir de dentro dos povos originários e das comunidades amazônicas”. Estar na CEAMA é oportunidade para “trazer presente tudo aquilo que nos faz sofrer e que ameaça a vida das pessoas e desse bioma”, para “defender os seus territórios, defender a Amazônia, o ecossistema e os povos que aqui habitam, defender a nossa casa comum para que as gerações futuras possam ter vida”. Por isso insiste em que “a Igreja seja amiga e aliada dos povos da Amazônia e da Amazônia como um todo, para que dessa forma nos comprometamos com o cuidado da casa comum”. Fazer comunicação na Amazônia é “um desafio muito grande, porque quando a gente pensa essa região, ela é enorme, as distâncias são uma dificuldade que nós encontramos para poder chegar onde as coisas acontecem”. As palavras de Joelma Viana nos ajudam a descobrir que na comunicação amazônica, “a gente consegue estar mais próximo das pessoas, ouvindo, pisando o chão que eles pisam, compartilhando as suas vivências”, sempre na busca de uma comunicação diferenciada. A radialista insiste em que “quando a gente faz a comunicação a partir da Igreja, nessa região amazônica, a gente não está só para ouvir, só para recolher os depoimentos. É necessário estar próximo, compartilhando esses momentos, vivenciando esses momentos, partilhando cada um desses momentos e aprendendo juntos”. Na Amazônia, “essa comunicação acaba tendo um sentido muito maior, um sentido de comungar da vida do outro”, comungar com a vida dos povos da região. Esses desafios próprios da comunicação amazônica, aumentam quando ela é feita pelas mulheres, segundo Joelma Viana. Ela insiste em que o trabalho que é feito por mulheres, ele é diferente, pois as mulheres, “elas são sensíveis e conseguem fazer um acolhimento. E nós tentamos fazer isso, um acolhimento das pessoas que estão próximas da gente”. Na Igreja da Amazônia, as mulheres que fazem comunicação ainda se deparam com que “muita gente não acredita no trabalho que é feito por mulheres” afirma Joelma. Ela que tem um papel destacado na Rede de Notícias da Amazônia, que desde Santarém, no Estado do Pará, engloba várias rádios católicas da região, dentre elas várias no Regional Norte 1, afirma que “quando a gente olha o cenário da própria região e do próprio Brasil, a gente vai ter poucas mulheres à frente desse ramo dentro da Igreja. A gente vê mais homens no processo do que mulheres”. Diante disso, ela insiste na necessidade de ter maior presença das mulheres. Nesse avanço, Joelma destaca a importância do Papa Francisco, que “a partir do Sínodo da Amazônia, e agora também do próximo sínodo, que tem mulheres sendo representadas, acaba fortalecendo ainda mais esse trabalho que a gente vem desenvolvendo nessa região, que é tão desafiadora, mas ao mesmo tempo é tão instigante”. Isso faz com as mulheres, insiste a radialista, “nós nos sentimos o tempo todo motivadas a estar presente, a estar compartilhando aquilo que aprendemos no nosso dia a dia”. As mulheres refugiadas, as mulheres migrantes, as mulheres apátridas, “elas são mulheres persistentes, são resilientes, são de uma devoção à sua vocação de mulher e mãe, que impressiona”. Quem assim fala é a irmã Rosita Milesi, alguém que dedica sua vida a cuidar daqueles e daquelas que a sociedade despreza e explora. Nessas mulheres, a religiosa scalabriniana vê a presença de alguém que supera “com esforço, com dedicação, com carinho, com amor imensurável, todas…
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