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A conversão leva ao cuidado da criação

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  7 DE MARÇO: 3º Domingo da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias e farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é sábado dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu gado, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades. Porque o Senhor fez em seis dias o céu e a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso o Senhor abençoou o dia do sábado e o santificou. (Ex 20, 8-11) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A criação é, na tradição bíblica, algo tão importante, que ao concluí-la Deus quis santificar e abençoar um dia da semana para indicar com quanto amor e perfeição tudo o que existe foi feito por Ele. Neste tempo quaresmal, Laudato Si’ nos ajuda a reconhecer os pecados contra a criação, contra os quais devemos lutar: “Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar… tudo isso é pecado” (LS 8).   Necessitamos todos e todas de “uma conversão pessoal e comunitária que nos compromete a relacionar-se harmoniosamente com a obra criativa de Deus, que é a ‘casa comum’; uma conversão que promove a criação de estruturas em harmonia com o cuidado da criação” (DF, 18). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA A sabedoria dos povos nativos da Amazônia inspira o cuidado e o respeito pela criação.(Querida Amazônia, 42) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Papa Francisco envia mensagem de condolências pelo falecimento de Dom Sérgio Castriani

  Em nota assinada pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado de Sua Santidade, enviada através do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambatistta Diquattro, o Papa Francisco tem mostrado a Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, suas condolências pelo falecimento de Dom Sérgio Eduardo Castriani, acontecido no dia 03 de março de 2021, onde expressa seus sentimentos de tristeza e pesar. Na mensagem, o Papa Francisco, informado do falecimento do Arcebispo Emérito de Manaus, “implora para ele o prémio eterno e exprime sentidas condolências a quantos se beneficiaram da sua solicitude pastoral, na Prelazia de Tefé e nessa Querida Arquidiocese de Manaus”. O texto destaca uma “existência vivida na adesão coerente e generosa à sua vocação como pai atento às necessidades do próximo e pastor fiel ao Evangelho e à Igreja”, palavras que mostram atitudes presentes na vida e missão de Dom Sérgio Castriani. No escrito, o Santo Padre concede ao clero, religiosos e fieis leigos das Igrejas de Tefé e Manaus a Benção Apostólica. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Para você, que é mulher, gratidão pelo que você é

  Como é que a gente olha para as mulheres? Numa sociedade onde o preconceito contra a mulher ainda faz parte da vida cotidiana, cada um de nós, também as mulheres, deveria se fazer essa pergunta. Na próxima segunda-feira, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data que alguns questionam, mas que sempre foi e continua sendo muito necessária. O Dia Internacional da Mulher é momento para reivindicar, para refletir sobre a necessidade de tirar da nossa vida todo sentimento e atitude de preconceito, é um dia para agradecer a cada mulher, por tudo o que ela é, por tudo o que tem aportado e aporta à humanidade. 8 de março é dia para mostrar que sem o aporte das mulheres o nosso mundo seria bem pior, ele não seria possível. Não podemos querer tampar o sol com a peneira, não podemos pretender esconder ou disfarçar situações que estão presentes no meio de nós, bem perto da gente. O sofrimento de muitas mulheres, em diferentes âmbitos, simplesmente pelo fato de ser mulher, é uma realidade muito presente na sociedade atual. Também no Brasil, onde a misoginia está instalada em muita gente, inclusive em algumas mulheres, onde a máxima autoridade do país não disfarça esses preconceitos, muitas vezes estúpidos, que mostra inclusive em suas manifestações públicas. Quando a gente olha para a própria vida, cada um de nós descobre o papel decisivo que as mulheres têm em nosso dia a dia, algo insubstituível, que deve ser valorizado e defendido por todos. É urgente superar toda situação de violência contra as mulheres, de feminicídio, de exploração em qualquer âmbito, de falta de direitos, inclusive de menos direitos do que os homens. Essa tem que ser uma luta de todos e todas, uma necessidade inadiável, que tem que estar presente cada dia, mas especialmente no Dia Internacional da Mulher. A Igreja católica, que nem sempre tem reconhecido adequadamente a importância da mulher em seu dia a dia, vai dando passos nesse sentido, sobretudo nesse reconhecimento. Na Amazônia, como nos diz o Papa Francisco na exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazônia, Querida Amazônia, “durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente”. Essa presença decisiva das mulheres também se fez presente na assembleia sinodal, celebrada em Roma de 6 a 27 de outubro de 2019, onde em palavras do Santo Padre, “elas mesmas nos comoveram a todos com o seu testemunho”. O Papa Francisco enfatiza que a Igreja, “sem as mulheres, ela se desmorona, como teriam caído aos pedaços muitas comunidades da Amazónia se não estivessem lá as mulheres, sustentando-as, conservando-as e cuidando delas. Isto mostra qual é o seu poder caraterístico”. Por isso, ele faz um chamado a “incentivar os talentos populares que deram às mulheres tanto protagonismo na Amazónia, embora hoje as comunidades estejam sujeitas a novos riscos que outrora não existiam. A situação atual exige que estimulemos o aparecimento doutros serviços e carismas femininos que deem resposta às necessidades específicas dos povos amazónicos neste momento histórico”. É tempo de entender a necessidade de caminhar em igualdade, de reconhecer a riqueza que a gente descobre quando caminha unido, em condição de igualdade, quando supera preconceitos que nos impedem reconhecer e agradecer às mulheres pelo que elas são. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Regional Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Pedindo perdão com o Papa Francisco

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  6 DE MARÇO: Sábado da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão; Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas. Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes. (Sl 102, 1-4.9-12) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Em “Querida Amazônia” o Papa Francisco recordou os crimes praticados contra os povos originários na chegada dos primeiros colonizadores e missionários, pedindo perdão por esses e também “pelos crimes atrozes que se seguiram ao longo de toda a história da Amazônia” (QA, 19). O exemplo de Francisco deve nos animar a, neste tempo de Quaresma, fazermos o nosso ato de contrição ou pedido de perdão, confiantes na misericórdia de Deus, que perdoa toda culpa e cura toda enfermidade, como diz o salmo.   De fato, “a liberdade humana pode prestar a sua contribuição inteligente para uma evolução positiva, como pode também acrescentar novos males, novas causas de sofrimento” (LS, 79) não só ao ser humano, mas a toda a criação. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Criação” é mais do que dizer natureza, porque tem a ver com um projeto do amor de Deus, onde cada criatura tem um valor e um significado. (Laudato Si’, 76) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Ir. Carmelita Conceição entra fazer parte da Presidência da REPAM

A Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, comunicou nesta sexta-feira, 05 de março, a ampliação da sua Presidência, que agora vai contar com mais três pessoas, Rodrigo Fadul Andrade – secretário adjunto, e duas mulheres, a Ir. Maria Carmelita de Lima Conceição, FMA – conselheira, e Yesica Patiachi Tayori, indígena do povo Harakbut – conselheira. Eles se unem ao presidente, cardeal Pedro Barreto, vice-presidente, Dom Rafael Cob, e o secretário executivo, Ir. João Gutemberg Sampaio. Trata-se de um passo a mais no caminho da sinodalidade, que como recolhe o Documento Final do Sínodo para a Amazônia, está “caracterizado pelo respeito à dignidade e igualdade de todos os batizados, pelo complemento de carismas e ministérios, pelo prazer de se reunir em assembleias para discernir juntos a voz do Espírito”. Os novos conselheiros são nascidos na Amazônia, o que deve ajudar, seguindo as propostas do Sínodo, a fazer realidade “uma Igreja de rosto amazônico” que caminha “prestando atenção especial à participação efetiva dos leigos no discernimento e na tomada de decisões, potencializando a participação das mulheres“. Escutar a voz das mulheres foi uma das insistências do último sínodo, “que elas sejam consultadas, participem da tomada de decisões”, como afirma o Documento Final, e possam “ter acesso à funções e inclusive serviços eclesiais que não requeiram a Ordem sacra e permitam expressar melhor o seu lugar próprio…”, que recolhe Querida Amazônia. Um passo a mais para fazer realidade uma Igreja encarnada, profética e atenta “para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres”, que afirma Laudato Si´, e dar respostas a estes clamores. A Ir. Maria Carmelita de Lima Conceição, que depois de tomar um pouco de susto, acolhe seu novo serviço com “um sentimento de gratidão por essa continuidade à proposta do Papa Francisco, que a Igreja seja sempre mais sinodal e todas as vozes possam ser ouvidas”. Ela reconhece que “quando se propôs a presença de mulheres nascidas na Pan-Amazônia, representantes dos grupos, da vida religiosa, das comunidades tradicionais, me deu uma grande alegria em ver que realmente as coisas vão acontecendo e que é possível essa Igreja sinodal, esse sonho que o Papa Francisco coloca na Querida Amazônia, que todos tenham seu lugar, que todos tenham seu espaço”. A superiora das salesianas na Amazônia brasileira “sonha que muitos outros grupos venham sendo representados na REPAM, nas várias instâncias, nas várias comissões de reflexão, trazendo a voz da Amazônia”. Segundo a religiosa, “como pessoa daqui da Amazônia, eu sinto uma grande alegria em poder participar e também poder trazer a voz daqueles que nem sempre tem a possibilidade de ser ouvidos”. Ela diz que os novos membros da presidência, irão participar “das reuniões, dos encontros, das instâncias de reflexão, de consulta, procurando dar a nossa contribuição, na medida das nossas possibilidades, para que a Igreja seja sempre mais sinodal, sempre mais amazônica, com rosto amazônico, que esse é o nosso desejo”. A Ir. Maria Carmelita, que insiste em seu sentimento de gratidão, afirma querer “estar ligada aos outros religiosos e religiosas da Amazônia para que nós possamos também estar inseridos nessa grande luta, nessa grande proposta sinodal de que a Amazônia caminhe unida”. A religiosa, que vê esse como “um dos tantos desafios que se apresentam no meio de nós”, reconhece que junto com a alegria que traz sua nova missão, experimenta se encontrar diante de “um grande desafio para o qual peço muita ajuda de Deus”.   

O seguimento a Jesus e a “conversão ecológica”: Tudo está interligado

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  5 DE MARÇO: Sexta-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”. Os sumos sacerdotes e fariseus ouviram as parábolas de Jesus, e compreenderam que estava falando deles. Procuraram prendê-lo, mas ficaram com medo das multidões, pois elas consideravam Jesus um profeta. (Mt 21, 42-46) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Palavra de Deus nos conta que Jesus foi criticado e perseguido pelos sumos sacerdotes e fariseus por não aceitarem a sua Boa Nova. Provavelmente, hoje também alguns grupos e pessoas que se julgam muito “religiosas” e “de bem”, perseguiriam a condenariam o Filho de Deus novamente, por não aceitarem o seu ideal de harmonia, justiça, fraternidade e paz, que se situa no lado oposto a determinados modelos econômicos e políticos, que consideram “a natureza unicamente como objeto de lucro e interesse”, trazendo “graves consequências também para a sociedade”, como recorda o Papa Francisco (LS, 82).  Jesus mesmo deixou claro a sua postura diante dos poderes do seu tempo com essas palavras: “Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo” (Mt 20, 25-26). Por isso, os cristãos devem “deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus”, vivendo uma verdadeira “conversão ecológica” (LS, 217). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Jesus vivia em plena harmonia com a criação. (Laudato Si’, 98) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

A Igreja de Manaus despede Dom Sérgio Castriani, que “veio para ficar, habitar”

  A Arquidiocese de Manaus despedia na tarde-noite do dia 04 de março àquele que foi seu Arcebispo por quase sete anos, Dom Sérgio Eduardo Castriani, falecido no dia 03 de março. A pandemia impossibilitou a presença física do Povo de Deus, que foi restrita ao clero, seminaristas, representantes da Vida Religiosa, o Conselho de Pastoral Arquidiocesano e algumas autoridades. Mas os milhares de pessoas que acompanharam através dos meios de comunicação e das redes sociais, se fizeram presentes ao lado daquele que seguindo seu lema episcopal, habitou entre nós, em nós, como enfatizava Dom Leonardo Steiner no início da sua homilia. Falando do Verbo Encarnado, usava palavras que bem poderiam ser aplicadas a Dom Sérgio Castriani: “experimentou nossas dores e alegrias, os dissabores e realizações, as injustiças e a misericórdia; compartilhou nossos sonhos, devolveu vida, consolou órfãos e viúvas, abriu olhos e concedeu ouvidos, transformou corpos purificando-os; trilhou os nossos caminhos, indicou a fragilidade humana como transformação, salvação, redenção”.  Dom Leonardo Steiner dizia que “hoje nos despedimos deste nosso irmão e pai. Irmão porque conosco em Cristo Jesus. Pai porque pastor, pai porque paternal, pai porque maternal. Pai porque não suportava deixar ninguém sem casa, nem guarida. Irmão porque próximo de todos, especialmente dos pequenos e desprotegidos”. O Arcebispo de Manaus lembrava que na pandemia que estamos e vivendo, e que tem atingido Manaus com tanta gravidade, “a preocupação que manifestava era especialmente com os nossos irmãos e irmãs que vivem nas nossas ruas, com imigrantes, os pobres”. Dom Sérgio Castriani, que aos poucos foi perdendo sua voz, Dom Leonardo lembrava que “com o fio de voz que lhe restava, desejava recordar-nos onde, como e com quem deveríamos estar”.  O Arcebispo de Manaus, definia seu predecessor como alguém que depois de passar pelo Acre na sua juventude, “voltou para a Amazônia”. Mas, ele “não veio passear, não veio olhar, não foi turista, missionário de um dia, de alguns anos. Aqui permaneceu, aqui habitou; fez da Amazônia o ser em casa. Veio habitar entre nós. Veio para ficar, não como alguém que toma posse, mas como aquele que vem para experimentar com seu povo a fé, para partilhar os dias e as horas, para levar esperança, para consolar, para apreender, para partilhar, compartilhar, para clamar pela justiça, para despertar para a ética”, insistia Dom Leonardo, que vê Dom Sérgio como “coração manso com gestos de profeta. Era escuta que discernia e propunha caminhos. Veio habitar entre nós”. Em suas palavras, Dom Leonardo lembrava de uma anedota vivida em Brasília que mostra que Dom Sérgio “veio para ficar, habitar”. Ainda era bispo da Prelazia de Tefé, e lhe perguntou se aceitaria uma arquidiocese no Sul. Ele respondeu “com aquele sorriso suave e cativante: aceito transferência para qualquer diocese, mas no Amazonas”. Nesse ponto, o Arcebispo de Manaus lembrava do carisma espiritano, que fez com que Dom Sérgio, “com a força do Espírito tinha preferência para estar entre os pobres, com os ribeirinhos, com os indígenas, sem deixar de alentar os que mais tem”. Seu carisma lhe fez viver “pobre, despojado, desapegado. Não teve ostentação, mas simplicidade. Às vezes parecia ingenuidade, mas era a sabedoria do Espírito, a singeleza e esperteza da pomba”. Dom Sérgio foi alguém que “nos atraiu com o seu modo, com sua espiritualidade, com sua palavra, com seu silêncio”, segundo Dom Leonardo Steiner. Ele lembrava que “a sua dor, o seu sofrer, sem queixumes, mas sempre no desejo de servir, permanece em nós e animará a vida da nossa Igreja”. O arcebispo destacava o sofrimento que purificou “um homem que no auge de sua vida sente diminuírem as forças, desaparecer a voz, cercear os passos, permanecendo o coração desejoso de sair, sair e sair…, encontrar, acalentar, animar”. Um homem que “a sua pena era ágil, sábia, contundente, perspicaz, animadora”, que “sabia ler a realidade, social, política, religiosa. Sabia discernir os caminhos do Espírito”. À imagem do Bom Pastor, “Dom Sérgio não se resguardou, se doou”, enfatizava Dom Leonardo. Ele viu a celebração como momento de gratidão a todos os que cuidaram da saúde de Dom Sérgio, aos espiritanos, “gratidão por terem dado um tão grande irmão”, aos familiares, à Prelazia de Tefé, onde deixou “um pedaço do coração”, agradecimento a Deus, “por nos ter dado um irmão, pai e pastor que veio habitar em nós”. Daí, Dom Leonardo animava a ser, “como dom Sérgio, testemunhas de que Deus veio habitar entre nós e em nós”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Francisco Lima: “’Habitou entre nós’ e continuará a habitar!” Um testemunho sobre Dom Sérgio

  Dom Sérgio Eduardo Castriani, um missionário que Deus nos enviou, homem da Palavra e de palavra. Já nos idos da década de 70, em sua primeira nomeação para Amazônia, tornou-se um de nós, amazônida, ribeirinho, indígena, foi adentrando nos rios, florestas e em nossos corações. Exerceu várias funções na Congregação do Espírito Santo, ou simplesmente Espiritanos, como conhecemos. Sendo Conselheiro Geral da Congregação, no ano de 1997, tive a oportunidade de conhecer este Missionário, Pe. Sérgio, em uma celebração na Comunidade de Santo Antônio, em Tefé. Não imaginava que depois iria ter uma convivência tão próxima, relação filial, pois logo ele chegaria como Bispo da Prelazia de Tefé, para suceder outro grande Missionário, Dom Mário Clemente Neto, e eu estava na equipe de Coordenação de Pastoral da Prelazia, com Pe. Domingos. Desde que Dom Sérgio chegou à Prelazia de Tefé, quando foi ordenado em 08 de agosto de 1998, ele permaneceu conosco como o Bom Pastor daquela Igreja até sua transferência para Arquidiocese de Manaus. Foram muitas as conversas, as partilhas, as gargalhadas, os almoços, as celebrações, os encontros, os retiros, as assembleias, as viagens pelos rios da Prelazia… uma vida partilhada. Depois, com a transferência para Manaus, pensávamos que a distância nos separaria, os contatos seriam menos frequentes, mais Dom Sérgio nunca esqueceu as missões por onde passou. Até mesmo a primeira missão na década de 70 como padre jovem, Dom Sérgio nunca esqueceu, era referência para ele, seja em suas homilias, entrevistas, cartas, formações, retiros… onde quer que fosse, Dom Sérgio nunca esquecia, era referência para ele os lugares por onde passou. Era um homem que anunciava a Palavra com clareza, seja para a pequena comunidade ou para os centros urbanos, era como nos Atos dos Apóstolos “… e todos ouviam e entendiam em sua própria língua”. Foram muitas as experiências com este homem, que nos ensinou a amar a Igreja com todas as suas limitações, seus pecados, e enxergar com misericórdia o irmão, a irmã. Experiências pastorais, experiências pessoais. Destaco aqui a primeira experiência missionária com Dom Sérgio, quando em 1999 fez sua primeira visita a Comunidade de Nossa Senhora Aparecida, Município de Japurá, que na época pertencia a Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Município de Maraã. A viagem no Barco Zé Bezerra até Japurá, juntamente com um grupo de Casais e outro jovem chamado Antônio da Pastoral da Juventude, uma longa viagem de 3 dias, foram dias de observação, de aproximação, de aprofundamento das relações, de conhecer melhor este novo Bispo. Uma convivência muito fraterna, de oração, de partilha, de sonhos, ouvir Dom Sérgio naquela viagem iniciava uma relação de profunda confiança, amizade, carinho paterno de pai e filho. No retorno no Barco Recreio Nossa Senhora da Vitória, junto com o povo que viaja para Tefé, outra experiência, outra oportunidade de melhor conhece-lo. Dom Sérgio e Francisco em Japurá, Prelazia de Tefé (1999) Depois destas experiências vieram tantas outras naquela Igreja de Tefé, foram 14 anos convivendo quase que diariamente com Dom Sérgio, mesmo quando estava em suas longas visitas Pastorais nos rios da Prelazia, ele sempre dava um jeito de se comunicar conosco. A saída de Dom Sergio se deu em 12 de dezembro de 2012, quando foi nomeado para Manaus. Todos nós já imaginávamos que ele não ficaria muito tempo na Prelazia. Apesar de na Igreja haver o sigilo na escolha dos bispos, sempre haviam rumores. Apesar de Dom Sérgio dizer “fui nomeado Bispo da Prelazia de Tefé, esta é a minha casa, é aqui que concluirei missão”, sabíamos que não é bem assim, a ação do Espírito Santo não podemos prever, e veio a transferência no dia da festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Dom Sérgio recebeu de forma oficial a nomeação em uma Comunidade chamada Gumo do Facão, no Rio Juruá, Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Município de Carauari. Momento difícil para todos nós, que ficávamos “órfãos”, mais a Igreja nos proporcionou o envio de outro Missionário, Dom Fernando. Mais minha experiência com Dom Sérgio não terminou com sua transferência, quis o Espírito que eu viesse exercer a missão na Secretaria do Regional Norte 1 da CNBB, e pude continuar a convivência próxima com Dom Sérgio, já em uma outra fase da vida dele. Agora que o Homem da Palavra já tinha dificuldade na voz, se revela o homem de palavra, que se revela sobretudo pelo testemunho. Destaco duas experiências com Dom Sérgio nesta fase da vida dele, a celebração dos 60 anos da Paróquia de São Benedito em Itamarati, na Prelazia de Tefé, que Dom Sérgio fez questão de estar presente, juntamente com Dom Fernando Barbosa, Bispo da Prelazia de Tefé. Tive a oportunidade de ficar com Dom Sérgio, ajudando no que era necessário. Já na chegada o povo daquela cidade estava esperando no aeroporto, a sensação era que as pessoas iriam “aparar” o pequeno avião, pois quando aterrizou, avistamos uma pequena multidão na pista do pequeno aeroporto. Depois em carreata, alguns carros, muitas motos, seguiam o carro que Dom Sérgio era transportado.  Isso revela o quanto ele foi querido por onde passou. E a última experiência que compartilho foi a participação dele no Encontro de preparação para Sínodo em agosto de 2019 em Belém. A simples presença dele, o seu testemunho, falava mais que qualquer coisa. Com o olhar e ouvidos atentos, ele participava de todo o encontro.  Em muitos momentos da minha vida pessoal, Dom Sérgio sempre se fez presente, como um pai a cuidar de seu filho. No momento da perda do meu pai, do falecimento de minha mãe, ele possibilitou todo o apoio que precisei, e tantos outros momentos de alegria, como no momento que eu e minha esposa celebramos 20 anos de matrimonio, lá estava ele, se alegrando conosco. Dom Sérgio chorava junto, se alegrava junto, e não foi somente comigo, com minha família, assim foi com todo o povo que pastoreou, que tornaram seus povos, ou como dizemos aqui, Dom Sérgio é nosso parente. Dom Sérgio Eduardo Castriani, homem da…
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Velório de Dom Sérgio, alguém que “habitou entre nós”

  A Catedral Metropolitana de Manaus, que foi sua sede durante quase sete anos, acolhe desde 10 horas da manhã desta quinta-feira, 04 de março de 2021, o velório de seu Arcebispo Emérito, Dom Sérgio Eduardo Castriani, falecido as 19 horas do dia 03 de março, aos 66 anos. O povo de Manaus está se despedindo daquele que sempre quis se fazer presente na vida do povo. Seu lema episcopal era “Habitou entre nós”, algo que Dom Sérgio Castriani em sua vida, em palavras de Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, e do padre Zenildo Lima, reitor do Seminário Arquidiocesano São José. Ele destaca que “uma palavra que podemos dizer sobre a vida e o ministério de Dom Sérgio Eduardo Castriani é justamente a palavra presença”. Para o padre Zenildo, Dom Sérgio foi “presença amorosa de Deus entre as populações mais distantes”, algo que ele mostrou nas “visitas pastorais, visitas nas comunidades, acolhida”. A memória saudosa de Dom Sérgio será, segundo o reitor do Seminário São José, a “de um homem que foi a presença, a habitação de Deus no meio de nós”, afirmando que “agora Dom Sérgio se faz Palavra e habitou entre nós”. A despedida de Dom Sérgio Castriani, “é despedida e não é despedida, despedida porque não o veremos, nós não o ouviremos, mas não é despedida porque permanece conosco na comunhão dos santos”, segundo Dom Leonardo Steiner. O Arcebispo de Manaus afirma que “permanece conosco no seu exemplo, no seu modo de evangelizar, no seu modo de estar aqui na Amazônia”. Ele destaca em seu predecessor “esse modo da simplicidade, esse modo da pobreza, e esse modo de apontar sempre caminhos novos e buscar sempre estar presente no meio do seu povo”. Ao lembrar as virtudes de Dom Sérgio, que segundo Dom Leonardo é aquilo que permanecerá no meio de nós, o Arcebispo de Manaus destaca “esse modo tranquilo de discernir nos momentos mais difíceis qual o caminho a ser tomado. Esse modo no sorriso livre, solto, recatado”. O arcebispo afirma “que nós possamos fazer como ele, vir para a Amazônia e permanecer na Amazônia, vir para a Amazônia e habitar na Amazônia”. Lembrando o lema episcopal de Dom Sérgio, “Habitabit in nobis”, Dom Leonardo faz o convite a “que nós possamos habitar na Amazônia, fazer da Amazônia a nossa casa, nosso campo de evangelização, mas também que deixemos as pessoas vir e habitar em nós, e nós sejamos tão afáveis que possamos habitar nas pessoas, assim como fez Deus em Jesus Cristo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Faz-nos, Senhor, uma comunidade universal de amor, pois tudo está interligado

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  4 DE MARÇO: Quinta-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca de umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos. Em tudo é enganador o coração, e isto é incurável; quem poderá conhecê-lo? Eu sou o Senhor, que perscruto o coração e provo os sentimentos, que dou a cada qual conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras. (Jr 17,8-10) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ “Em um ecossistema como o amazônico, é incontestável a importância de cada parte para a conservação do todo” (QA, 48), por isso não cansamos de repetir que tudo está interligado, como tão bem nos ilustra o salmo acima, ao falar da relação da árvore com as águas dos rios, para poder ter vida e gerar novos frutos.   Assim deve ser o ser humano na sua relação com o Pai, “fonte última de tudo, fundamento amoroso e comunicativo de tudo o que existe”, com o Filho, “que O reflete e por Quem tudo foi criado” e com o “Espírito, vínculo infinito de amor, está intimamente presente no coração do universo, animando e suscitando novos caminhos” (LS, 238). Essa comunhão trinitária nos ajuda a compreender que nascemos para viver sempre em comunidade. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Um dos grandes desafios da Igreja consiste em pensar de que modo se deve situar neste mundo interligado (Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, 140) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ