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Dom Mário Antônio agradece “o esforço e generosidade de todos os bispos do nosso Regional Norte 1”

O bispo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, agradeceu numa nota pelo material recebido no dia 09 de fevereiro de 2021, “08 BIPAPs e 03 concetradores de oxigênio, frutos da ação generosa do Papa Francisco e da Campanha de Solidariedade lançada pelo nosso Regional”. Os equipos foram entregues ao Hospital Geral de Roraima.   Na nota, Dom Mário Antônio agradece “o esforço e generosidade de todos os bispos do nosso Regional Norte 1 e rogamos a Deus que nos mantenha firmes na fé e solícitos na caridade para que possamos responder de forma criativa aos desafios de nosso tempo”.  

Um ano de Querida Amazônia: São atuais os sonhos de Francisco?

O dia 12 de Fevereiro marca um ano desde a apresentação da Querida Amazónia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazónia. Nesta ocasião, o Padre Adelson Araujo dos Santos, S.J., participante na assembleia sinodal como perito e um dos que apresentaram a Querida Amazónia na Sala Stampa do Vaticano a 12 de Fevereiro de 2020, oferece-nos uma reflexão sobre a actualidade dos sonhos do Papa Francisco. Padre Adelson nasceu em Manaus e é actualmente professor de Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.  Eis o texto: Na comemoração do 1º ano de aniversário de lançamento da exortação apostólica pós-sinodal “Querida Amazônia”, escrita pelo Papa Francisco e apresentada oficialmente ao público no dia 12 de fevereiro de 2020, podemos nos perguntar de que modo é possível avaliar o impacto deste documento no interior da Igreja Católica e fora dela, na sociedade em geral. Para responder a esta pergunta, temos que recordar brevemente do que tratou o Santo Padre em sua exortação, na qual estão presentes as suas conclusões pessoais de tudo o que foi discutido e proposto no sínodo especial sobre a Amazônia, por ele mesmo convocado no dia 15 de outubro de 2017 e realizado em Roma de 06 e a 27 de outubro de 2019, sob o título: “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Basicamente, o texto de “Querida Amazônia” nos revela quatro grandes sonhos do Papa em relação àquela vasta região e em relação à Igreja, chamada a ser presença evangelizadora entre os povos amazônicos. Cabe-nos perguntar, portanto, se um ano depois de revelados, estes sonhos se mostram verdadeiramente inspiradores para que possamos ver, julgar e agir corretamente em relação à Amazônia, apontando para o que se precisa mudar e, ao mesmo tempo, confirmando as novas iniciativas e práticas geradas a partir do sínodo. Em resumo, após um ano da sua publicação podemos nos perguntar o que faz desta exortação um indispensável ponto de referência para a construção de um planeta viável e de uma Igreja verdadeiramente evangélica, a partir da Amazônia. Ora, do ponto de vista teológico e espiritual, cremos que se examinarmos cada um dos sonhos compartilhados por Francisco em “Querida Amazônia”, iremos facilmente constatar o caráter profético dos mesmos, bem como o quanto foram eles teologicamente inspirados e bem fundamentados, não obstante alguns insistam em negar isso. De fato, por desinformação ou explícita intenção de atacar o Papa por meio da difusão de notícias falsas – fake news –, tem se usado as redes sociais para propagar que Francisco se preocupa mais com árvores que com vidas humanas, que seu discurso é vazio de Deus e de espiritualidade, pois se concentra só no ecológico, que esquece outras agressões à vida como a do aborto e só recorda a agressão à Amazônia, etc. Ora, antes de mais nada, está claro que tais acusações carecem de qualquer fundamentação teológica e histórica, porquanto está mais do que comprovado que o Papa atual não é o primeiro a se manifestar contra as agressões cometidas, seja ao meio ambiente em geral, seja em relação aos povos e florestas amazônicos. Basta lembrar que já São João Paulo II, quando papa, em visita ao Brasil, declarava com palavras contundentes o compromisso da Igreja para com a luta desses povos e denunciava a violência sofrida pelas populações indígenas: “A história de vossos povos conheceu, e conhece ainda, sombras dolorosas, sinais de morte, muitos sofrimentos e conflitos marcados pelo mal […] A Igreja, queridos irmãos índios, tem estado e continuará a estar sempre a seu lado, para defender a dignidade de seres humanos, para defender o direito a ter uma vida própria e tranquila, no respeito aos valores positivos das suas tradições, costumes e culturas […] Tenho recebido, com grande dor, as notícias que me chegam sobre violações desses direitos, motivadas pela ganância e por interesses escusos, com graves repercussões sobre a vida, a saúde e a sobrevivência de alguns grupos indígenas”[1]. Por outro lado, o papa Bento XVI, ao visitar o Brasil em 2007, citando o hino nacional brasileiro, conclamava: “’Nossos bosques têm mais vida’: não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação que a sociedade vem solicitando”[2]. Portanto, é claríssima a falta de fundamentação das críticas que se fazem às palavras do Papa Francisco em sua exortação “Querida Amazônia”, porquanto as mesmas seguem a mesma linha já assumida antes pelos seus antecessores. Além disso, do ponto de vista teológico, somente a ignorância ou má fé intelectual pode fazer com que alguém não encontre na exortação de Francisco a sua preocupação em falar a partir da Palavra de Deus, deixando claro que a mensagem de “Querida Amazônia” não parte de um puro ecologismo, mas se pauta na pessoa de Cristo, que “redimiu o ser humano inteiro e deseja recompor em cada um a sua capacidade de se relacionar com os outros”[3].  Com palavras profundamente teológicas e espirituais, o Papa ensina que do Coração de Cristo brota a caridade divina e que está no centro da mensagem do Evangelho a “busca da justiça que é inseparavelmente um canto de fraternidade e solidariedade, um estímulo à cultura do encontro”[4]. Contudo, o Papa é muito consciente de que nem todos dentro da Igreja estiveram e estão abertos a este ensinamento, que aliás não vem dele, mas de Cristo. De fato, na sua exortação “Querida Amazônia” ele reconhece que na história da Igreja muitas vezes “o joio se misturou com o trigo”, pois nem sempre os que deveriam levar a Boa Nova aos povos, isto, todos nós batizados, “estiveram do lado dos oprimidos”[5], deixando-se corromper pelo poder. Com muita humildade e coragem, Francisco reconhece o fato de que mesmo dentro da Igreja, alguns “tenham feito parte das redes de corrupção, por vezes chegando ao ponto de aceitar manter silêncio em troca de ajudas econômicas”[6]. Retomando…
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Hospital Geral de Roraima recebe BIPAPs e concentradores de oxigênio da Campanha do Regional Norte1

Na tarde desta quarta-feira (10) foi realizada a entrega de 11 equipamentos para o tratamento de pacientes com Covid-19 que estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR). A entrega de oito BIPAPs, que são equipamentos que funcionam como respiradores, e três concentradores de oxigênio, foi feita por Dom Mário Antônio e representantes da Diocese de Roraima. Ele explicou que esses insumos foram comprados pela Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que representa os estados do Amazonas e Roraima. “Este é o resultado de uma campanha suscitada semanas atrás, onde foram arrecadados recursos para a compra desses aparelhos, com a ajuda do papa Francisco e das dioceses, paróquias e comunidades“, ponderou o Bispo. Dom Mário Antônio ressaltou que o gesto de solidariedade veio neste momento tão necessitado de cuidado com a vida das pessoas. A entrega foi feita à diretora geral do HGR, doutora Débora Maia. Ela destacou que a doação veio em momento apropriado, uma vez que os casos de Covid-19 estão aumentando no Estado. Roraima registra 76.327 casos confirmados de corona vírus e 924 óbitos pela doença, conforme o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) dessa terça-feira (9). “Essa doação chegou em um momento muito importante, pois estamos no auge da onda, onde estão tendo muitas internações e esses equipamentos são extremamente essenciais neste estágio da doença. Os nossos fisioterapeutas ficarão muito felizes, pois vão conseguir atender mais pacientes ao mesmo tempo. Isso muda o destino desses pacientes”, avaliou a doutora. O padre Paulo Motta, que está internado no HGR em recuperação da Covid-19, agradeceu as orações pela sua saúde, bem como a doação dos equipamentos destinados ao tratamento respiratório. “A gente tem acompanhado cada um e cada uma com as nossas orações. Muito obrigado e continuemos nesta sintonia com Deus e com o próximo“, declarou. Fonte(s): Rádio Monte Roraima FMs.

Diante dos problemas, a corda sempre quebra do lado mais fraco

  As consequências da pandemia da Covid-19 é algo que vai além da crise sanitária. Ao alto número de doentes e de mortes, uma situação que nas últimas semanas tem provocado muita dor e sofrimento em Manaus, se unem outras realidades que também estão gerando preocupação em muita gente. Todos nós sabemos que diante dos problemas, a corda sempre quebra do lado mais fraco. Digo isso após ver como nesta semana a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel, formalizava a demissão de 10 mil trabalhadores “devido às medidas restritivas”. O Papa Francisco, na encíclica Fratelli tutti, publicada no último mês de outubro, ele diz que “é indispensável uma política económica ativa, visando ‘promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial’, para ser possível aumentar os postos de trabalho em vez de os reduzir”. Ele faz essa referência no ponto onde aborda a questão do neoliberalismo. O argumento defendido pelo Papa Francisco é que “o mercado, por si só, não resolve tudo, embora às vezes nos queiram fazer crer neste dogma de fé neoliberal”. O texto de Fratelli tutti nos diz que esse é um “pensamento pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas perante qualquer desafio que surja”. O Papa afirma que “a suposta redistribuição não resolve a desigualdade, sendo, esta, fonte de novas formas de violência que ameaçam o tecido social”. Situações como a que está acontecendo com a Abrasel, também presentes em outros setores sociais e econômicos no Brasil, em consequência da pandemia da Covid-19 e das políticas econômicas neoliberais, cada vez mais impulsionadas pelo poder público, tem que nos levar a refletir. Estamos diante de uma realidade que a cada dia que passa está se complicando e que daqui a pouco pode gerar uma bomba muito maior. As situações que estamos vivenciando mostram as consequências de um sistema político e econômico onde o Estado se desentende, se tornando omisso. Quando isso acontece, quem paga a conta é a camada mais pobre da população, como está acontecendo com os funcionários dos bares e restaurantes. Os empresários reclamam diante dos decretos de lock down, mas nada falam de cobrar soluções do Governo Federal e Estadual, que nada fazem para resolver o problema. Tão importante quanto reivindicar é a forma em que a reivindicação é realizada. Nunca podemos esquecer que o bem comum deve ser prioridade. Nesse sentido, o Papa Francisco, também na Fratelli tutti, nos lembra que “a grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis, se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo. O poder político tem muita dificuldade em assumir este dever num projeto de nação”. É por isso que ele defende “uma economia integrada num projeto político, social, cultural e popular que vise o bem comum” e uma política que “busca o bem comum”. É tempo de pensar em todos, de viver a fraternidade nas relações com os outros, de fazer tudo o que estiver ao alcance de todos para que a corda não quebre do lado mais fraco. Luis Miguel Modino, assessor de Comunicação CNBB Regional Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Presidência da CNBB emite nota diante dos ataques contra a Campanha da Fraternidade

 “Responder com tranquilidade e esperança”, poderíamos dizer que é o propósito da nota que a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB tem lançado neste 9 de fevereiro. O texto começa analisando a atual realidade brasileira: “um tempo entristecedor, com tantas mortes causadas pela covid-19, um processo de vacinação que gostaríamos fosse mais rápido e uma população que se cansou de seguir as medidas de proteção sanitária”. Logo depois se centra na Campanha da Fraternidade, “atendendo à solicitação de irmãos bispos”. Os ataques contra a CNBB e a própria Igreja católica têm se tornado comuns nas últimas semanas, “ocasionado insegurança e mesmo perplexidade”. A nota afirma que “a Campanha da Fraternidade é uma riqueza da Igreja no Brasil”, e neste ano 2021 tem como tema o diálogo, sendo uma campanha ecumênica. O tema do diálogo quer responder a “um tempo de polarizações e fanatismos”, atitudes muito presentes naqueles que estão atacando a Campanha, especialmente o Texto Base, que a nota destaca que tem caráter ecumênico. A nota aborda algumas questões específicas que tem despertado polêmica, especialmente nas redes sociais, sobretudo as questões de gênero. Os bispos recomendam o uso da Fratelli tutti, publicada após o Texto Base ficar pronto, como subsídio, pois ela estabelece forte conexão entre o tema de 2020 e o de 2021, cuidado e diálogo. Também são feitos esclarecimentos em referência à Coleta da Solidariedade, dado que existem vozes que pedem “que não se faça a oferta da solidariedade no Domingo de Ramos, uma vez que existiria o risco de aplicação dos recursos em causas que não estariam ligadas à doutrina católica”. Diante disso se clarifica como são distribuídos os fundos arrecadados. As orientações dadas pela presidência da CNBB dizem para não descartar a Campanha da Fraternidade, considerada como uma marca da Igreja do Brasil, expressando as dificuldades que alguns temas geram e que “a Igreja tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela”. A nota deixa claro que os recursos arrecadados “serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, destacando a importância da causa ecumênica e de não quebrar a comunhão. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Regional Norte 1 continua somando quase a metade dos falecidos na Pan-Amzônia por Covid-19 na última semana

  1.973.720 casos confirmados e 48.343 mortes por coronavírus na Panamazônia até o dia 8 de fevereiro de 2021. Os números oficiais, recolhidos pela Rede Eclesial Pan-Amazônica semanalmente, nos mostram um aumento de 60.059 casos e 1.834 mortes na última semana. No Regional Norte 1 da CNBB a situação continua sendo muito preocupante. Segundo os números oficiais já tem 328.000 casos confirmados e 9.576 óbitos, com um aumento de 15.051 casos, o que representa um 25 % do total e 909 mortes, quase a metade de todos os falecidos por Covid-19 na última semana na região pan-amazônica. Diante dessa situação, o Regional Norte 1 da CNBB continua se empenhando em ajudar a cuidar da vida do povo. Nos últimos dias chegaram nas dioceses e prelazias BIPAPs e concentradores de oxigênio e são esperados cilindros de oxigênio nos próximos dias, de possam ajudar a paliar uma situação ainda crítica.

Dom José Albuquerque: “o tráfico humano deveria incomodar mais, deveria ser algo gritante”

  A necessidade de ter consciência do enfrentamento do tráfico humano é algo que cada vez mais está sendo assumido na Igreja católica. A criação do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, que acontece todo 8 de fevereiro, na festa de Santa Bakhita, desde o ano de 2015, tem ajudado nesse caminho. Em 2021, o tema de reflexão tem sido “Economia sem Tráfico de Pessoas”, e tem provocado muitos momentos de oração e reflexão em muitos países de mundo. Uma das instituições que no Brasil assumem esse combate é a Rede um Grito pela Vida, que conta com 28 núcleos no país. Um deles é o núcleo de Manaus, que no dia da festa de Santa Bakhita organizava um encontro virtual de oração e reflexão. Nele estava presente Dom José Albuquerque, que começava dizendo que era “um dia de fazer memória”. Segundo ele, “estamos falando de uma realidade que não deveria existir, mas infelizmente, falar de tráfico humano é falar de uma realidade que acompanha a história da humanidade”. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, definia o tráfico de pessoas como “a maior violação dos direitos humanos”, como algo que “deveria incomodar mais, deveria ser algo gritante”, dado que estamos diante de um fenómeno que faz “reduzir a pessoa a uma mercadoria”. Relacionando suas palavras com o Dia do Enfermo, que acontece no dia 11 de fevereiro, o bispo lembrava as palavras do Papa, onde enfatiza que “o mundo está doente”. Para Dom José Albuquerque, “não é só uma questão do vírus que está maltratando, que está fazendo as pessoas adoecerem, ceifando vidas no mundo inteiro, mas perceber que existem outros vírus que precisam ser vencidos”. Além da forma de vencer a pandemia, de enfrentar a situação do tráfico humano, ele destacava a necessidade de “trabalhar mais para que haja fraternidade e esperança de tempo melhores, esperança de que Deus está conosco, Cristo caminha conosco, Ele está no meio de nós, por isso que a gente não pode perder a esperança, nosso trabalho não é em vão”. Junto com isso, Dom José insistia na necessidade da denúncia, “mostrar ao mundo essa realidade é missão de todos nós”. Isso é algo que vem de Deus, pois “todas as iniciativas que visam levar esta conscientização ao mundo, é inspiração divina, é o Espírito de Deus que está conduzindo a nossa reflexão e as nossas ações”. O bispo auxiliar de Manaus identificava as vítimas do tráfico humano com “os excluídos, vítimas de toda uma ação maléfica, todo um mecanismo diabólico que faz com que as pessoas se sintam quase que sem saídas, sem respostas, sem esperanças”. Em consequência disso, essas pessoas “se tornam presas fáceis de tantas propostas que vão violar a sua dignidade como ser humano”, enfatizava dom José. O grande perigo, segundo o bispo auxiliar, “é que essa realidade do tráfico, ela sempre é escondida, ela não aparece nos noticiários”, fruto da “desinformação, a ignorância, a conivência dos meios de comunicação que não querem abordar esses temas”. Segundo ele, “ainda tem muita gente que se assusta e desconhece uma realidade que está presente no mundo inteiro”. Dom José Albuquerque colocava como objetivo maior da Igreja “que cada pessoa seja amada, respeitada, cuidada”. Cuidar daqueles que estão a mercê do tráfico nos faz lembrar, segundo o bispo, da história da Salvação, onde aparece a realidade da escravidão. Algo que, segundo ele, também está presente na história da América Latina, “onde as nações foram construídas a partir de uma economia que era fundamentada no tráfico, na escravidão, na apropriação indevida de bens, não só de bens naturais, mas também de culturas e povos”. Fazendo memória do relato do livro do Êxodo, Dom José Albuquerque afirmava que “Deus continua ainda nos nossos dias sofrendo com a gente, chorando com a gente, toda vez que cada um dos seus filhos sofre, é excluído, é traficado, morto, por causa deste grande ídolo, que sempre foi a razão de todas as guerras, de toda divisão, de toda exploração”. Por isso, ele afirmava que “mais do que nunca, nós estamos reféns da idolatria, do deus dinheiro”. O bispo denunciava que aqueles que tem dinheiro, “eles têm a pretensão de pensar que podem comprar tudo, até mesmo vidas humanas”. O bispo destacava dois elementos importantes, a falta de informação, a falta de reflexão, e a indiferença, “a gente percebe o silêncio e muitas vezes até a omissão por parte da gente, por parte dos cristãos, por parte das organizações, dos governos”. Dom José pedia que Santa Bakhita “nos ajude a ter a coragem de falar dessas questões”, afirmando que junto com a vacina da Covid, “precisamos também da vacina da fraternidade, a vacina da esperança, a vacina do amor, do respeito às pessoas”. Que seja um dia “que a gente renove nosso compromisso de ajudar a Igreja a cumprir sua missão, anunciar o Evangelho”, insistindo em que Cristo veio para nos libertar “das idolatrias que regem a economia nesses tempos em que o lucro, o mercado, os grandes projetos estão acima das pessoas, especialmente dos mais frágeis”. Por isso, se faz necessário “incentivar outros a abrir os olhos e denunciar”, insistindo em que as denúncias são necessárias, e a presença de mulheres e homens que sejam comprometidos em assumir a causa do tráfico de pessoas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Com a benção de Dom Leonardo, Rede de Escuta Espiritual da Arquidiocese de Manaus inicia sua missão

  A Rede de Escuta Espiritual para as pessoas atingidas pela Covid-19, uma iniciativa da Arquidiocese de Manaus, tem dado um passo a mais com o encontro virtual dos voluntários e voluntárias que realizarão esse trabalho de escuta. Os voluntários tem recebido a benção do arcebispo, Dom Leonardo Steiner, que tem agradecido “a disponibilidade de todos e de todas para esse serviço de consolo”.  Trata-se de uma iniciativa do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Manaus, mas que já vinha sendo sugerida por várias pessoas, segundo o arcebispo, que agradecia ao padre Geraldo Bendaham, coordenador de pastoral arquidiocesano, que se empenhou em pôr em ação essa sugestão. A pandemia da Covid-19 tem provocado uma verdadeira catástrofe em Manaus, uma cidade que segundo números oficiais da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas, até 6 de fevereiro, já viu partir 6.208 vítimas da Covid-19, o que representa 2.839 mortes por cada milhão de habitantes, provavelmente a cifra mais alta por milhão de habitantes em todo o planeta.  Dom Leonardo Steiner destacou a importância desta pastoral da escuta, algo que algumas outras dioceses tem feito também, segundo ele, mas que “eu vejo que nós como arquidiocese, diante do momento tão difícil que nós estamos vivendo, com tantas mortes, nós temos que colocar à disposição telefones que as pessoas possam recorrer e dizer como estão se sentindo”, insistia o arcebispo de Manaus.  Ele afirmava que “não será um acompanhamento psicológico”, mas não podemos esquecer que “poder falar é muito importante, cada qual poder externalizar aquilo que está sentindo é quase uma terapia, a pessoa interiormente vai ajustando seus conflitos, vai ajustando também suas dores, na medida em que pode falar, a pessoa traz à fala as suas angustias, as suas preocupações, mas também vai fazendo interiormente uma síntese que vai ajudando a encaminhar o seu momento existencial”.  Reforçando aquilo que é o objetivo da nova Rede de Escuta Espiritual, “acolher com amor, escutar e orientar com misericórdia e paciência os sofrimentos e alegrias das pessoas atingidas pelas consequências da Covid-19”, o arcebispo insistia em que “é um serviço nosso de acolhida, um serviço nosso de consolo”. Ele destacou a importância de ajudar com passagens bíblicas, “que são sempre palavras de esperança, são sempre umas palavras de ânimo, são sempre umas palavras de encorajamento”.  Por isso, falou para os voluntários e voluntárias que vão ajudar na rede que “oferecemos sempre a Palavra de Deus, da nossa parte a necessidade da escuta, e da escuta vão surgir também palavras, mas nunca melhor do que a própria Palavra de Deus que nós possamos oferecer”. Dado que é um serviço aberto a todo mundo, que poderá ser acessado através de um número gratuito, Dom Leonardo dizia que “muitas pessoas que não são da Igreja católica vão procurar e o importante é que nós tenhamos um coração aberto, um ouvido aberto para escutar, e ter, se é possível, uma palavra de alento e de conforto”. O arcebispo de Manaus animava os voluntários a “cada um, cada uma pode ir achando a maneira de ir ajudando”, afirmando que “é mais uma iniciativa junto com outras que estão acontecendo, na tentativa de contribuir com esse momento tão difícil”. Dom Leonardo contava que “nós temos recebido telefonemas que as pessoas não têm onde recorrer, assim saberão onde recorrer e nós poderemos dar uma ajuda”. O arcebispo encerrava sua fala pedindo que Deus abençoe a todos aqueles que tem se disponibilizado para realizar esta missão.  Segundo o padre Geraldo Bendaham, “é um grupo que já nasce com muitas experiências de escuta ativa das pessoas que tem sofrimentos, alegrias, tristezas, sonhos, talvez frustrados devido à vida ter sido interrompida repentinamente”. Isso vai ajudar para fazer realidade o objetivo da rede, que “é acolher com amor, escutar e orientar com misericórdia e paciência os sofrimentos e alegrias das pessoas atingidas pelas consequências da Covid-19”. Estamos diante de uma oportunidade para “estender a mão à pessoa, como Jesus diz”, segundo o coordenador de pastoral da Arquidiocese de Manaus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ir. Valmi Bohn: “Na pandemia, as vulnerabilidades sociais aumentaram imensamente”

  No dia 8 de fevereiro, festa de Santa Bakhita, é celebrado o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, que neste ano tem como tema “Economia sem Tráfico de Pessoas”. Com motivo dessa data, Adriana Ribeiro no programa “Arquidiocese em Notícias”, da Rádio Rio Mar, entrevistava a irmã Valmi Bohn, coordenadora nacional da Rede um Grito pela Vida. Segundo a irmã Valmi, a Rede um Grito pela Vida é um grupo de mulheres e homens que trabalham na prevenção do tráfico humano. O início dos trabalhos no Brasil aconteceu em 2007, a partir do pedido da assembleia da União Internacional das Superioras Gerais – UISG, acontecida em 2006. No início, a rede estava formada por um grupo de religiosas e religiosos e depois foram chegando as leigas e os leigos, segundo sua coordenadora nacional. A religiosa da Divina Providência, afirma que “o principal objetivo da rede é conscientizar, sensibilizar, prevenir as pessoas sobre os graves problemas do tráfico humano, em especial os jovens e crianças, as mulheres, também os homens, no que faz referência ao trabalho escravo”, insistindo em que “nosso compromisso é enfrentar o tráfico humano através dessa prevenção”. Trata-se de uma rede da qual podem participar todas as pessoas, que tem muitos parceiros na sociedade civil e no âmbito governamental. A Rede um Grito pela Vida está em Manaus desde 2010 e atualmente tem extensões do núcleo em Itacoatiara, Tefé, Borba e Anori. Segundo a irmã Valmi Bohn, está sendo estudado a possibilidade de começar em outros lugares depois da pandemia, quando seja possível fazer a formação com o pessoal que quiser participar. A pandemia tem condicionado o trabalho da rede, que agora é mais virtual. “Antes da pandemia a rede tem trabalhado muito com palestras sobre o tráfico humano nas escolas, comunidades católicas e evangélicas, grupos de migrantes, indígenas, mulheres, casais, campanhas nas ruas, nos terminais de ônibus…”, segundo sua coordenadora nacional. No mês de fevereiro a intenção de oração do Papa Francisco é sobre as mulheres vítimas da violência, para que sejam protegidas pela sociedade e seus sofrimentos sejam considerados e escutados. Segundo a irmã Valmi, “uma de cada três mulheres já sofreu violência, infelizmente é uma realidade muito cruel, existe”. Ela insiste em que “diante da pandemia, as vulnerabilidades sociais aumentaram imensamente, e quem mais sofre as consequências são exatamente as crianças, os jovens e as mulheres que estão vivendo em casa, no seu isolamento, e muitas dessas violências não aparecem”. Ao falar sobre o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas e o tema dessa jornada, “Economia sem Tráfico de Pessoas”, a religiosa lembra que Santa Bakhita foi sequestrada aos 9 anos e foi vendida para a escravidão. Segundo ela, “o tema lembra que o modelo económico dominante no mundo é uma das principais causas do trafico humano. Uma economia sem tráfico é um convite que está sendo feito para promover novas experiências de economia que possam ajudar a superar todas as formas de exploração”. A irmã Valmi denuncia que “existem problemas estruturais, como o desemprego, a fome, o recorte dos gastos públicos, que aumentam o risco de tráfico de pessoas, especialmente nas crianças, mulheres e jovens mais vulneráveis a serem sometidos a esses trabalhos desumanos e à escravidão”. Essas realidades tem se enfatizado no tempo da pandemia, em que “está aumentando muito o desemprego, a fome, a miséria, fazendo que os ricos sejam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, aumentando o número de pessoas vulneráveis ao tráfico de pessoas”, insiste a coordenadora nacional da Rede um Grito pela Vida. Para o dia 8 de fevereiro está prevista uma programação a nível nacional e internacional, no Brasil existem 28 núcleos da Rede um Grito pela Vida, afirma a irmã Valmi. O núcleo de Manaus vai organizar uma live de oração, às 16 horas (acesse aqui), que vai contar com a presença de Dom José Albuquerque, bispo auxiliar de Manaus, e uma eucaristia, às 19 horas, no horário de Manaus (acesse aqui). Os dois momentos no formato virtual, que podem ser acompanhadas no facebook. As pessoas também podem acender uma vela ou fazer uma oração especial para que termine o tráfico de pessoas, segundo a irmã Valmi Bohn. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Gota a gota, as Igrejas do Regional Norte 1 continuam lutando para salvar vidas

  Foto: Prelazia de Borba A luta pela vida tem sido assumida como a grande prioridade das dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos. Uma atitude que está sendo abraçada por muitas pessoas que vivem sua fé no Amazonas e Roraima. Os BIPAPs e concentradores de oxigênio que chegaram em Manaus no domingo 31 de janeiro, já estão começando a ser operativos em diferentes hospitais do interior do Amazonas. Já chegaram notícias até a secretaria executiva do Regional do recebimento desses aparelhos nas prelazias de Itacoatiara, Borba, Tefé, na diocese de Coari, além dos que ficaram na arquidiocese de Manaus. Nos próximos dias estarão chegando nas outras dioceses, onde a distância dificulta a logística de entrega. Foto: Diocese de Coari Estão sendo distribuídos 50 BIPAPs e 20 concentradores de oxigênio, assim como máscaras, macacão, oxímetros, termómetros, luvas, toucas… Trata-se de materiais de extrema necessidade diante da grave crise sanitária que está sendo vivida no Estado do Amazonas, que segundo informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas do dia 4 de fevereiro já tem 276.551 casos e 8.716 óbitos no Estado, 9.257 casos e 599 falecidos nos 4 primeiros dias do mês de fevereiro. Os bispos do Regional Norte1 continuam agradecendo a generosidade de tantas pessoas que tem se solidarizado diante da realidade que está sendo vivida, inclusive o Papa Francisco, sempre atento ao que está acontecendo nas últimas semanas.Essas doações tem motivado a solidariedade local, como tem acontecido na Prelazia de Itacoatiara, onde o clero local está doando mais um BIPAP para o Hospital Regional José Mendes da cidade de Itacoatiara, que atende os municípios que fazem parte da prelazia. Foto: Prelazia de Itacoatiara Foto: Prelazia de Tefé  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1