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Em novas orientações, Dom Leonardo pede ao clero de Manaus, “sermos presença consoladora, samaritana, de fé”

O arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, publicava neste domingo, 24 de janeiro, novas orientações diante do Decreto do Governo Estadual N.° 43.303, de 23 de janeiro de 2021, onde “DISPÕE sobre a ampliação da restrição temporária de circulação de pessoas, na forma que especifica, como medida para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional, decorrente do novo coronavírus, e dá outras providências”. Seguindo o Art. 2º do Decreto – “XXV – os deslocamentos para outras atividades de natureza análoga ou por outros motivos de força maior ou necessidade impreterível, desde que devidamente justificados”, o arcebispo pede para continuar com a transmissão das celebrações, buscando “sermos presença consoladora, samaritana, de fé. Nossa palavra seja sempre de ânimo e de esperança!”. Junto com essa determinação, Dom Leonardo Steiner informava que nesta segunda-feira, iniciará “o atendimento do cemitério Nossa Senhora Aparecida (Tarumã)“, pedindo a disponibilidade do clero “para o serviço do consolo”. O comunicado afirma que “as Paróquias de São Sebastião e São Raimundo Nonato se dispuseram a abençoar cortejos fúnebres em passagem”. Respeitando devidamente os protocolos de segurança, o arcebispo pede que “ofereçamos a devida atenção às famílias enlutadas por ocasião das exéquias, dentro das possibilidades“.  Agradecendo “a dedicação e a disponibilidade de cada um no cuidado dos fiéis”, Dom Leonardo faz um chamado à unidade, assim como permanecer “alicerçados na esperança“, insistindo mais uma vez em que “não estamos sozinhos, Deus nunca nos abandonou“.

Nasce a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “um encontro do Povo de Deus”, segundo o Papa Francisco

“Um encontro do Povo de Deus“, foi assim que o Papa Francisco definiu a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, na sua intervenção na apresentação desta novidade, como ele próprio sublinhou, que aconteceu neste 24 de janeiro e terá o seu ponto principal de 21 a 28 de novembro na Cidade do México, onde se encontra Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina e o Caribe, de cuja Basílica teve lugar a apresentação. Queremos fazer memória de Aparecida, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, “da qual ainda temos muito a aprender“, nas palavras do Santo Padre, que continua a apresentar desafios. Um deles é assumir definitivamente as reflexões do Concílio Vaticano II, que queria tornar realidade uma Igreja da qual “todo o Povo de Deus é parte“, segundo o Papa Francisco, onde “rezamos, falamos, pensamos, discutimos, procuramos a vontade de Deus“. Ele alertou para a necessidade de “esta assembleia eclesial não ser uma elite, separada do povo santo e fiel de Deus”, uma vez que “todos fazemos parte do Povo de Deus“, e de oração, “para que o Senhor possa fazer sentir o nosso pedido de estar conosco a partir daí”. Existem muitas instituições da Igreja na América Latina e no Caribe, como foi dado a conhecer na apresentação da Assembleia, através do testemunho de bispos, religiosos e religiosas, sacerdotes, diáconos, leigos e leigas. Aparecida afirma que “somos todos discípulos missionários“, nas palavras do presidente do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, uma Igreja Povo de Deus, na qual “cada batizado é chamado a ser um protagonista da missão“, segundo Dom Miguel Cabrejos. Nas suas palavras, afirmou que esta Assembleia Eclesial sem precedentes está na perspectiva da sinodalidade, reunindo o Magistério Pontifício do Papa Francisco, de Evangelii Gaudium a Fratelli Tutti, e os seus apelos à conversão. Estamos perante uma Assembleia “que pretende acompanhar o profundo e urgente processo de renovação e reestruturação do CELAM, inspirados pelos 4 sonhos do Papa na Querida Amazônia”, segundo o seu presidente. Uma Assembleia que aspira “a ter uma participação plena e ampla de todo o Povo de Deus peregrino na América Latina e no Caribe”, que quer dar relevância “ao nosso ser e estar no meio dos gritos dos empobrecidos e da irmã mãe terra neste tempo de pandemia”. Dom Cabrejos encorajou “todos os homens e mulheres que compõem a Igreja de Cristo na América Latina e Caribe” a participar no processo de escuta numa perspectiva sinodal, que terá início no segundo trimestre deste ano. O tema da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “Todos somos discípulos missionários em saída“, é “um forte apelo aos que professam a fé cristã católica”, nas palavras do Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Ele chamou a ser “mais missionários, cultivando a proximidade que este tempo exige, sendo presença transformadora na vida das pessoas“. O Presidente do Episcopado brasileiro sublinhou a necessidade de corresponsabilidade para com o próximo, de “ser a presença de Jesus no quotidiano das pessoas“, como forma de anunciar o Evangelho, de ser uma Igreja em saída. Ao fazer uma grata memória de Aparecida, o Cardeal Rodriguez Maradiaga, vê a assembleia como “uma proposta restauradora e regeneradora”, que vai além do episcopal para se tornar sinodal, “com uma metodologia representativa, inclusiva e participativa, como foi o Sínodo da Amazónia“, no qual o cardeal hondurenho foi um dos padres sinodais. Nessa memória de Aparecida, o Cardeal Brenes recordou que “ali o Espírito Santo marcou algumas diretrizes, as diretrizes da conversão pastoral e da missão continental“. Esse mesmo Espírito deveria impelir-nos a “fazer das nossas Igrejas uma Igreja em saída, uma Igreja missionária“, insistiu o Segundo Vice-Presidente do CELAM. Não podemos esquecer que Aparecida “elaborou um documento extraordinário, com uma riqueza muito grande, com um apelo de renovação da vida da Igreja em nosso continente, como discípulos missionários”, segundo o Cardeal Odilo Scherer, que vê a assembleia como “uma recordação dos principais pontos da Conferência de Aparecida, que ainda talvez precisam ser destacados mais e ser retomados”. Estamos perante uma assembleia que “o Santo Padre segue de perto e com grande interesse“, segundo o Cardeal Marc Ouellet, algo que também é assumido por ele e pela Comissão para a América Latina, a que preside. O cardeal canadiano salientou que “vemos nesta iniciativa um sinal profético para o futuro da Igreja, porque não só os bispos estão reunidos, mas também todos os participantes do povo de Deus”. Nas suas palavras, convidou “a pensar na cultura vocacional na América Latina”, que toca todas as vocações. O presidente do episcopado mexicano convidou os participantes para a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Segundo Dom Rogelio Cabrera, “queremos recordar, mas também queremos traçar novos caminhos“, ser uma Igreja de discípulos missionários, para alcançar “o sonho da fraternidade universal e da amizade social“. Não podemos esquecer que estamos perante a oportunidade de “discernir os novos desafios, à luz das riquezas que o Documento de Aparecida nos traz“, nas palavras de Dom Jorge Eduardo Lozano. É um encontro de todas as vocações, porque “desde o momento do batismo fazemos parte da vida da comunidade cristã”, de acordo com Dom Lozano. O logotipo mostra o mundo em que o Barco de Pedro navega, onde estamos todos, a grande biodiversidade latino-americana, e a presença e companhia da Virgem Maria simbolizada nesta estrela, de acordo com o Secretário-Geral do CELAM. Ele definiu a preparação para a Assembleia de três maneiras: a espiritual, a escuta e o encontro. Ao falar sobre a forma de realizar a Assembleia, Dom Alfonso G. Miranda Guardiola, partiu da ideia de que “a pandemia detonou a criatividade da Igreja“. Esta assembleia, nas palavras do secretário do episcopado mexicano “será realizada de forma híbrida, ou mista”, com pessoas que estarão presentes na Cidade do México, e outras em locais alternativos em cada um dos países que compõem o CELAM, tentando “envolver toda a Igreja da América Latina e do Caribe, para que possam participar de forma virtual“. É uma Assembleia num local mariano, a Basílica de Guadalupe, Padroeira…
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O CELAM convida à apresentação da “Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe”

  Uma Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe é a nova proposta do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM. Os detalhes deste evento, que pode ser considerado uma grande novidade e um passo em frente no caminho da sinodalidade, uma das grandes apostas do CELAM, que tem como lema “Uma Igreja em saída, missionária e sinodal“, será conhecida este domingo, 24 de janeiro. A apresentação da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe será feita virtualmente, transmitida pelas redes sociais do CELAM, no Facebook: https://www.facebook.com/consejoepiscopallatinoamericano  y YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCemS45MntgzhnruQeLH5csQ, a partir da Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, a partir das 10:45 da manhã (hora local), 12:45 em Manaus, no âmbito do Domingo da Palavra e do 55º Dia Mundial das Comunicações. “Todos somos discípulos missionários em saída” é o lema que, em comunhão com o Papa Francisco, o CELAM escolheu para esta assembleia, que terá lugar de 21 a 28 de Novembro de 2021, na Cidade do México, e que pretende ser uma oportunidade para “empreender um itinerário participativo para discernir os novos caminhos que devemos percorrer para responder aos desafios pastorais da Igreja na América Latina e não Caribe, no contexto atual, enquanto recordamos a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano realizada em Aparecida (Brasil), em 2007″. Com base no seu carácter sinodal, a realização desta primeira Assembleia Eclesial, bem como o seu processo de escuta do Povo de Deus, o seu itinerário espiritual e a sua posterior implementação, marcarão, afirmam do Conselho Episcopal Latino-Americano, “um marco no caminho dos discípulos missionários do nosso continente”. Estamos perante um evento eclesial no qual “leigos e leigas, religiosas e religiosos, diáconos, seminaristas, sacerdotes, bispos, cardeais e pessoas de boa vontade” participarão, que se realizará “sob a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina e do Caribe, à medida que nos aproximamos da celebração dos 500 anos do Evento Guadalupano e do 2000º aniversário da nossa Redenção (2031+2033)”. A Assembleia Eclesial reunirá pessoalmente uma pequena delegação aos pés de Nossa Senhora de Guadalupe, conectada com muitas outras pessoas reunidas em locais físicos e virtuais ao longo de todo o continente e, porque não o dizer, em todo o mundo. Neste novo contexto, o CELAM afirma que “queremos que as telas se tornem pontes e que os meios de comunicação, as redes sociais e as plataformas digitais sejam ruas e avenidas cheias de discípulos missionários construindo juntos, em Jesus Cristo, uma vida plena para todos”. Esta Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “será uma experiência de escuta, diálogo e encontro, à luz da Palavra de Deus, do Documento Aparecida e do Magistério do Papa Francisco, para contemplar a realidade dos nossos povos, para aprofundar os desafios do continente no contexto da pandemia da Covid-19, para reavivar o nosso compromisso pastoral e procurar novos caminhos para que todos tenham vida em abundância”. Para mais detalhes, a citação é este domingo, 24 de janeiro, às 10:45 hora local na Cidade do México, 12:45 em Manaus, 13:45 em Brasília, através das redes sociais do CELAM.  Facebook: https://www.facebook.com/consejoepiscopallatinoamericano  YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCemS45MntgzhnruQeLH5csQ  Horário: 10:45: Costa Rica – El Salvador – Guatemala – Honduras – México – Nicarágua. 11:45: Colômbia – Cuba – Equador – Panamá – Peru. 12:45: Antilhas – Bolívia – Guiana – Haiti – Porto Rico – República Dominicana – Venezuela. 13:45: Argentina – Brasil – Chile – Guiana Francesa – Paraguai – Suriname – Uruguai. 16:45: Portugal 17:45: Alemanha – Bélgica – Espanha – França – Itália – Suíça Para mais informações visite, a partir de 24 de Janeiro, a página da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: www.asambleaeclesia.lat e siga as redes sociais do CELAM: Facebook, Twitter, Instagram y YouTube.

Dom Cláudio Hummes apela para “combater a indiferença, protestar, rezar e ajudar” face à crise sanitária no Amazonas

  Superar a indiferença, essa é a primeira coisa que deve ser feita, nas palavras do Cardeal Cláudio Hummes, ao analisar a situação que tem vindo a ocorrer nos últimos dias em Manaus, onde a falta de oxigénio e de leitos hospitalares está causando uma grande tragédia, muito maior do que aquilo que os números oficiais mostram. Nas suas palavras, o presidente da Conferência Eclesial da Amazónia – CEAMA, organismo que faz parte do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, recorda a primeira visita do Papa Francisco fora do Vaticano, a Lampedusa, onde denunciou “a indiferença do mundo por aquele povo que estava morrendo lá, no mar, tentando procurar uma vida melhor”. Na sua entrevista à “Rede Vida“, insistiu na necessidade de “combater e superar a indiferença“, algo que tem de ser assumido por nós mesmos, porque a gente pensa nos outros, mas somos nós mesmos que em primer lugar devemos nos perguntar: “Eu não estou sendo indiferente demais?”. Face à grande quantidade de informações e coisas que nos são colocadas, o Arcebispo Emérito de São Paulo afirma que “a tendência é ser indiferente, mas eu não tenho nada a ver com isso, eu não posso fazer nada”. Perante isto, o cardeal insiste na necessidade de se envolver, de compreender que “eu tenho que fazer alguma coisa, eu não posso ficar indiferente, são irmãos meus que estão ali morrendo“. O presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, coloca a parábola do Bom Samaritano como uma grande referência para nos mostrar como devemos agir, deixando de lado a atitude do sacerdote e do levita e assumindo a atitude do samaritano, que deixa de lado tudo o que tinha de fazer para cuidar daquele que foi ferido na berma da estrada. Juntamente com a superação da indiferença, o Cardeal Hummes assinala que é preciso “protestar contra a irresponsabilidade das autoridades públicas“, insistindo que “não se pode aceitar isto“. Segundo o presidente do CEAMA, “tem-se a impressão de que as autoridades públicas, neste caso na Amazónia, onde existem autoridades tanto federais como locais, alguém disse que parece que para eles o cheiro da morte não tem nada a ver“. “Nós não podemos aceitar isso”, segundo o cardeal, que diz que “há muitas formas de protestar, certamente não violentas, mas conscientes, e que sejam de fato práticas também, protestos reais, que a gente tem que fazer”. Uma terceira necessidade é rezar, “a oração tem uma força muito grande, temos que rezar por todas as pessoas que estão sofrendo, por todas as pessoas infectadas, os que estão morrendo, mas também pelos que estão se dedicando de corpo e alma para salvar o máximo possível de pessoas“. Nas suas palavras, refletindo sobre a importância das vacinas, uma das grandes controvérsias dos últimos dias no Brasil, o Cardeal Hummes pede também a oração “pelos cientistas, para que as nossas vacinas sejam de fato ao alcance do povo simples”. Neste sentido, ele pergunta: “Quando é que essas vacinas vão chegar ao nosso povo simples, de todos os lados, das periferias?”. A oração é necessária, adverte o cardeal, “para que haja um pouco mais de sensibilidade, um pouco mais de organização também, e também que os cientistas sejam, de fato, iluminados nos seus trabalhos”. Finalmente, todos se devem perguntar: “Como eu posso ajudar? Como o meu grupo, a minha comunidade podemos ajuda-los?“, segundo o Cardeal Hummes, que pede formas de organizar a ajuda material, de enviar materiais, pedindo às comunidades locais que se organizem para que não faltem coisas básicas, especialmente oxigénio, algo de que, nas palavras do presidente da CEAMA, o governo já tinha sido avisado. Isto deixa-nos “revoltado por dentro, de como tudo isso vai sendo levado”, enfatiza o cardeal, para quem estamos perante uma “tragédia enorme que a gente fica sem palavras“.

A pandemia da especulação

Tem gente que só quer ganhar dinheiro, mesmo diante do sofrimento alheio, mesmo diante de uma pandemia que está matando muita gente. O que está acontecendo nos últimos dias e a avareza daqueles que estão se aproveitando da falta de produtos básicos, sobretudo o oxigênio, deveria nos levar a refletir como sociedade. O Papa Francisco sempre nos adverte contra uma economia que mata. Na sua última encíclica, Fratelli tutti, falando sobre uma nova cultura ao serviço dos mais poderosos, ele nos adverte que “disto tiram vantagem o oportunismo da especulação financeira e a exploração, onde aqueles que sempre ficam a perder são os pobres”. Ele nos diz que “a especulação financeira, tendo a ganância de lucro fácil como objetivo fundamental, continua a fazer estragos”. Ver os pobres vender o pouco que eles têm para comprar um cilindro de oxigênio é algo de doer o coração. Gente que se apega à última esperança diante de uma situação de morte presente na vida de muitas famílias da nossa cidade de Manaus nos últimos dias. Diante da escassez do produto, a gente tem visto que o preço tem mais do que triplicado, algo que só pode ser entendido como uma amostra de pouca vergonha da parte de quem está enchendo o bolso diante do sofrimento do povo. A mesma coisa pode ser dita dos remédios, dos alimentos, inclusive os mais básicos. O Papa Francisco, também em Fratelli tutti, ele nos diz que “quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadoria qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome”. Estamos vivendo momentos de grande sofrimento, que podem marcar o futuro da sociedade manauara e mundial. Pobres cada vez mais pobres, e ricos cada vez mais ricos, fruto de uma especulação que pode ser considerada como um gravíssimo pecado social. O pior de tudo é que a gente já acostumou com isso, aceitando que quem não tiver recursos, a única saída é a morte, uma morte cruel, pois morrer sufocado pela falta de oxigênio é uma das maiores crueldades que pode enfrentar o ser humano. Será que não vamos nos indignar diante disso? Será que vamos continuar impassíveis vendo como uns poucos engordam suas contas bancarias enquanto uma multidão está ficando sem nada, inclusive sem a própria vida? O silêncio nos torna cumplices de um sistema que mata os pobres, uma situação que é contrária ao projeto de Deus, que nos chama a fazer realidade na vida de toda pessoa, o pão nosso de cada dia. Não podemos negar, e essa deve ser nossa esperança, que diante daqueles que especulam, também tem gente solidária. Como nos dizia nosso arcebispo Dom Leonardo, diante da resposta à campanha organizada pela Igreja católica do Amazonas e Roraima, “nós ficamos muito surpresos e agradecidos pela solidariedade, existe muita solidariedade em Manaus, existe muita solidariedade no Amazonas, existe muita solidariedade no Brasil, existe muita solidariedade internacional”. Ele destaca “os pequenos gestos, essas pequenas contribuições”, de tantas pessoas anónimas que estão ajudando nos últimos dias. Nessa solidariedade, em palavras do nosso arcebispo, “nós percebemos como nós formamos uma grande fraternidade, e como gostamos de nos ajudar e nos consolar através desses pequenos gestos”. Sejamos conscientes que somos nós quem devemos ajudar a entender a vida desde uma perspectiva diferente. Ser solidários, compassivos, caridosos se torna uma necessidade urgente. Só assim a gente vai acabar com a pandemia da especulação, mostrando que partilhar é bem melhor do que explorar, sobretudo os mais pobres. Luis Miguel Modino Assessor de Comunicação Regional Norte 1 CNBB Editorial Rádio Rio Mar de Manaus

O CELAM é solidário com Manaus e todo o Brasil e apoia o pedido de que as autoridades “não deixem o povo à sua sorte”

A situação que Manaus está passando, uma realidade que se pode estender a muitas partes do Brasil nas próximas semanas, provocou a solidariedade de muitas pessoas e instituições em todo o mundo. Neste 20 de Janeiro, além das palavras do Papa Francisco na sua tradicional audiência de quarta-feira, uma mensagem de “Solidariedade com o povo de Manaus e todo o Brasil face ao avanço do Covid-19” foi enviada pelo Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM. A carta, endereçada a Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, assinada por Dom Miguel Cabrejos, presidente do CELAM e da Conferência Episcopal Peruana, faz eco do “urgente apelo a uma ação imediata por parte das autoridades governamentais do Brasil para agir com a devida diligência, rapidez e eficácia face ao avanço do contágio da Covid-19 no Brasil, especialmente em Manaus”, uma mensagem lançada em vídeo na sexta-feira passada. Dom Cabrejos disse ter ouvido o pedido do Presidente da CNBB e da REPAM-Brasil de que as autoridades “não deixem o povo à sua sorte e atuem prontamente; assim como o seu apelo à ação solidária de todos os atores sociais”, algo em que a Igreja brasileira tem insistido nos últimos dias. Ao mesmo tempo, a nota recorda a importância e apoia o apelo de Dom Walmor “para uma mudança no estilo de vida” e a atenção aos “setores mais desprotegidos”. O Presidente do CELAM, que está empenhado em “uma Igreja em saída, missionária e sinodal“, recordou as palavras do Papa Francisco em Fratelli Tutti, onde somos chamados por Deus a ser uma fraternidade aberta, uma atitude que é mais do que necessária face à grave crise que o Covid-19 provocou em tantos lugares do mundo, incluindo a América Latina, chamada a tornar realidade “um amor sem fronteiras, sem limites, que sai ao encontro e é capaz de ultrapassar todas as distâncias de qualquer tipo”. Eis a nota:  SOLIDARIEDADE COM O POVO DE MANAUS E TODO O BRASIL FACE AO AVANÇO DA COVID-19 Bogotá, D.C., 20 de Janeiro de 2021   A Sua Excelência Reverendíssima Dom Walmor OLIVEIRA DE AZEVEDO Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte Presidente da Conferência Episcopal do Brasil Belo Horizonte   Sua Excelência, Dom Walmor: Receba saudações cordiais no Senhor da Vida, esperando que esteja bem. Queremos fazer eco do seu URGENTE CHAMADO para que as autoridades governamentais do Brasil atuem com a devida diligência, rapidez e eficácia face ao avanço do contágio da COVID-19 no Brasil, especialmente em Manaus, Estado do Amazonas. Ouvimos com grande atenção o seu pedido como Presidente da CNBB e também da REPAM-Brasil, o seu firme apelo às autoridades para não deixar o povo à sua sorte e agir prontamente; bem como a sua invocação da ação de solidariedade de todos os atores sociais no Brasil para enfrentar prontamente o avanço da pandemia no seu amado país. Apoiamo-lo plenamente quando expressa a necessidade de aplicar os protocolos adequados com grande cuidado e responsabilidade para enfrentar a pandemia, bem como o seu apelo a uma mudança no estilo de vida, tal como proposto pelo Papa Francisco em Laudato Si. Sem dúvida, deve ser dada uma atenção preferencial às pessoas mais vulneráveis, aos empobrecidos, aos povos origináios e aos sectores mais desprotegidos de Manaus e da sociedade brasileira. O Papa Francisco em Fratelli Tutti lembra-nos que Deus nos chama a ser uma fraternidade aberta (FT 1), a reconhecer e amar cada pessoa com um amor sem fronteiras, sem limites, que sai ao encontro e é capaz de ultrapassar todas as distâncias de qualquer tipo, de viver um amor fraterno, na sua dimensão universal (FT 6). Este é o amor que devemos mostrar nestes tempos difíceis; com provas concretas de amizade social (FT 6). El Papa Francisco en Fratelli Tutti nos recuerda que Dios nos llama a ser fraternidad abierta (FT 1), a reconocer y amar a cada persona con un amor sin fronteras, sin límites, que vaya al encuentro y sea capaz de superar toda distancia de cualquier tipo, a vivir un amor fraterno, en su dimensión universal (FT 6). Es el amor que debemos demostrar en estos difíciles momentos; con evidencias concretas de amistad social (FT 6). Peço a Nossa Senhora de Aparecida que vos cubra com o seu manto protetor e ao Deus da Vida para vos encher de bênçãos. Paz e Bem, Dom Miguel Cabrejos Vidarte Arcebispo Metropolitano de Trujillo Presidente da Conferência Episcopal Peruana Presidente do CELAM

Dom Leonardo, em nome dos bispos do Regional Norte 1, agradece ao Papa Francisco pela oração e ajuda econômica

  Uma situação dramática, essa é a realidade de Manaus em palavras do Dom Leonardo Steiner. “Nós estamos sem leitos nos hospitais, nós estamos sem leitos nas UTI, nós estamos com falta de oxigênio, a pesar de se dizer que está suprida essa falta de oxigênio”, afirma o arcebispo da capital do Amazonas.  Segundo ele, “nós temos no momento oxigênio, mas não temos ainda uma programação de ajuda de oxigênio”. “Nós ficamos muito surpresos e agradecidos pela solidariedade, existe muita solidariedade em Manaus, existe muita solidariedade no Amazonas, existe muita solidariedade no Brasil, existe muita solidariedade internacional”, afirma Dom Leonardo. O Papa Francisco também tem sido solidário com a Amazônia. É por isso que, em nome da “Arquidiocese de Manaus, mas também nos bispos do Regional Norte 1 da CNBB, os bispos de Roraima e do Amazonas”, Dom Leonardo diz que “somos profundamente agradecidos ao Papa Francisco pela solidariedade dele. Esse amor paterno pela Amazônia, pelos povos da Amazônia”. Na audiência desta quarta-feira, o Papa Francisco, dizia que “nestes dias a minha oração por quantos sofrem com a pandemia, de modo especial em Manaus”. Junto com isso, nesta semana, o Santo Padre enviava uma importante ajuda econômica para as dioceses e prelazias que formam o Regional Norte 1 da CNBB. Em palavras do arcebispo de Manaus, o Papa Francisco, “nesse momento da segunda onda da pandemia, ele está se fazendo presente pela oração, mas também com doação para adquirirmos oxigênio e também podermos atender melhor aos nossos irmãos que vivem nas nossas ruas e os nossos migrantes”. Dom Leonardo, em nome dos seus irmãos bispos, afirma que “nós queremos agradecer ao Santo Padre por esse gesto de solidariedade, eu diria um gesto de consolo”. Para o arcebispo da capital do Estado do Amazonas, “é uma maneira dele estar presente no meio de nós. E essa presença do Santo Padre nos ajuda, nos anima, para continuarmos no atendimento e na presença junto aos nossos irmãos que mais sofrem”. O gesto do Papa Francisco é importante, mas também “os pequenos gestos, essas pequenas contribuições”, de tantas pessoas anónimas que estão ajudando nos últimos dias. Nessa solidariedade, em palavras de Dom Leonardo, “nós percebemos como nós formamos uma grande fraternidade, e como gostamos de nos ajudar e nos consolar através desses pequenos gestos”. Segundo o arcebispo, “não podemos esquecer que não existe na Amazônia apenas Manaus, existem outras cidades”. Em referência a isso, ele afirma que “nós temos noticias recentes, vindas através dos irmãos bispos, que lá também as pessoas estão vindo a óbito por falta de oxigênio”. Nesta terça-feira, na cidade de Coari – AM, faleceram 7 pessoas por falta de oxigênio, uma situação que tem provocado “repúdio e indignação” na Igreja local, que emitia uma “Nota de pesar e de oração”, assinada por Dom Marcos Piatek, onde exigia responsabilidades diante do “descaso com a saúde pública”. O arcebispo de Manaus lembra que “o drama é tão grande que nós temos levado pessoas do Amazonas para outros estados pela falta de UTI, pela falta de oxigênio”. Segundo ele, “a lista de pessoas na espera para ser internadas é grande, e também é grande a lista de pessoas para serem transportadas para outros estados”. A situação que está sendo vivida em Manaus, que “nós esperamos que esse momento possa passar”, em palavras de Dom Leonardo, deve provocar uma reflexão e que sejam tomadas as medidas cabíveis no restante do país, afirmando que “talvez seja bom que outras regiões do Brasil estejam preparadas para uma segunda onda”.

Arquidiocese de Manaus prorroga até 20 de fevereiro a suspensão de encontros e celebrações com a participação do povo

  Numa nota ao Povo de Deus da Arquidiocese de Manaus, com data de 20 de janeiro, seu arcebispo, Dom Leonardo Ulrich Stenier, tem decretado a prorrogação da suspensão de encontros e reuniões de caráter pastoral e das Missas e Celebrações da Palavra, que continuam sem a participação comunitária, sendo transmitidas pelas redes sociais até 20 de fevereiro.  A medida é consequência do “colapso do sistema de saúde em nossa cidade e em todo o Estado”, que Dom Leonardo define como “um quadro dramático que feriu profundamente nosso povo”, denunciando a atuação do poder público, “ineficiente diante de um quadro de tanta gravidade”, o que tem colocado “em jogo a vida de centenas de pessoas e muitas se perderam”. Diante disso, a nota destaca que “a pronta iniciativa da sociedade organizada por meio de diferentes atores amenizou o cenário de caos que se estabelecia”. Dom Leonardo destaca a grande solidariedade “em âmbito local, nacional e internacional”, também dos mais pequeninos, que “participam de partilhas comoventes em prontidão na frente das unidades de saúde oferecendo refeição e atenção!”. Ele destaca a aprovação das vacinas como um alento, exortando “nossos fiéis e toda a sociedade a acompanharmos com atenção os programas de imunização, nos dispondo a sermos vacinados”. Trata-se, segundo a nota, de “uma questão ética, é uma questão de solidariedade, é uma questão de cuidado conosco e com os outros”, que deve nos levar a não se deixar levar por notícias falsas que “já nos causaram perdas dolorosas”. Após colocar as orientações concretas a ser seguidas, a nota pede realizar um “serviço de escuta às pessoas machucadas”. Junto com isso, faz um chamado à união e à solidariedade, a permanecer alicerçados na esperança, tendo consciência de que “não estamos sozinhos, Deus nunca nos abandonou”.

Dom Fernando, bispo de Tefé, celebra 25 anos de padre como “momento de aprofundamento da ligação com o Senhor e com o serviço aos irmãos”

  Dom Fernando Barbosa dos Santos está completando 25 anos de padre neste 20 de janeiro. Nascido em Sertânia – PE, em 5 de março de 1967, ele foi ordenado presbítero na paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de sua cidade natal, em 20 de janeiro de 1996, por Dom Bernardino Marchió, bispo de Pesqueira. Em fevereiro de 1995, o atual bispo da Prelazia de Tefé, fez seus votos na Congregação da Missão, fundada por São Vicente de Paulo. Ele lembra do dia da sua ordenação, em que recebeu “o sacramento da Ordem como sinal de serviço, a minha vida zelada na vida de Cristo”. Dom Fernando recorda as palavras do Santo Cura de Ars, onde diz que “o sacerdócio nunca compreenderemos bem neste mundo, pois se o compreendêssemos, morreríamos, não de medo, mas de amor”. Após 25 anos de ministério sacerdotal, Dom Fernando define seu jubileu de prata “como um momento importante para meu ministério”, lembrando a passagem do Evangelho que diz: “Não fostes vos que me escolhestes, mas foi Ele que me chamou e me associou a sua missão”.  O bispo da Prelazia de Tefé quer se dirigir, “com grande alegria e cordialidade, à comunidade cristã e a todas as comunidades, paróquias, e missão na Congregação da Missão”. Celebrar seus 25 anos como presbítero “é um momento de aprofundamento desta ligação com o Senhor e com o serviço aos irmãos”, segundo o bispo. Tem sido 25 anos onde tem trabalhado em diferentes paróquias, também como provincial, ecónomo, professor, formador de seminários, “tudo aquilo que a Igreja pediu para que eu fizesse”, afirmando que “nunca disse não, sempre tenho esse propósito de estar ao serviço”. Dom Fernando afirma que “é tudo isso que eu quero celebrar, com saúde, esperança, porque é um momento jubilar”, afirmando que “o jubileu é um tempo de orientar a vida, para onde está orientado o meu coração, onde está a minha riqueza, o que eu estou realmente a investir”, citando a passagem evangélica que diz que “onde estiver o teu tesouro, ali estará também o teu coração”. O bispo diz que “a minha mira tem que ser certeira, não desviar do alvo. Todos nós temos esta certeza, de permanecermos sempre unidos, na missão que recebemos”. “Passaram 25 anos de convívio e de entrega ao Senhor, passando para uma nova etapa”, segundo Dom Fernando. Ele destaca que “o segredo é manter a paixão pelo Cristo Ressuscitado e deixar que Ele seja fonte de Vida, acorrer para o novo que se aproxima”, sabendo que “Deus sempre escolhe os mais fracos e chama para o serviço na sua Igreja”. Ao completar 25 anos de ministério sacerdotal, o bispo, “diante de Deus e dos nossos irmãos e irmãs, do clero da Prelazia de Tefé, dos nossos bispos do Regional, dos meus familiares, irmãos, pais, os meus parentes”, quer neste dia, “mais uma vez renovar este compromisso da vida sacerdotal a me conferido e render graças pelo amor com que Deus me amou”. Dom Fernando pede “perdão por todos os erros ou vacilações durante este tempo”, afirmando que “quero também, na alegria do sacerdócio prometer mais uma vez sempre unir-me a Cristo, viver no ser serviço e flui-me do seu espírito do Evangelho, sendo entre os homens um amor permanente do amor de Deus”. O bispo da Prelazia de Tefé pede orações “para que eu seja fiel ao chamado do Senhor”, lembrando de São Vicente, servidor do Evangelho e amante dos pobres, que coloca como exemplo para que “me ajude a ser essa voz no deserto, anunciando a chegada do Messias, não cessando jamais de chamar os homens à conversão”. Ele pede a guia do Espírito Santo para “continuar sendo um anunciador de Cristo em nossa comunidade”. Em suas palavras, o bispo de Tefé vê o sacerdócio como “o Divino Mistério de um Deus que se sujeita a ser nas mãos humanas e limitadas de homens, para alimentar o povo de Deus na Eucaristia”. A missão do padre, segundo Dom Fernando, é “anunciar a Palavra de Deus, santificar, abençoar o povo e distribuir o Pão Eucarístico para alimentar o povo nesta grande travessia da vida”. Ao celebrar seus 25 anos, lembra “as palavras de conselho durante esta caminhada”, e também é momento de “recordar os feitos, não tanto as obras, mas as conquistas que o coração quer alcançar, os bens distribuídos pelo poder divino, a través das minhas mãos”. Também é momento de “render graças a Deus, que mesmo vendo as limitações humanas, realiza grandes coisas, porque o Senhor é Santo”, e de dizer, mais uma vez, “sim Senhor, aqui estou”.

Diocese de Coari emite nota manifestando “repúdio e indignação pelo descaso com a saúde pública”

  A Diocese de Coari acaba de emitir uma “Nota de Pesar e de Oração”, assinada por Dom Marcos Piatek, diante da situação que está sendo vivida na cidade, onde hoje, 19 de janeiro, faleceram 7 pessoas por “falta de oxigênio no Hospital Regional de Coari”, um dia que “vai ficar para a história de Coari, Rainha do Solimões”. A nota manifesta “repúdio e indignação pelo descaso com a saúde pública no nosso país”, denunciando depois de um ano de pandemia da Covid-19, faltam “os insumos básicos para o atendimento dos doentes”, esperando que sejam apuradas as responsabilidades. A diocese anuncia que na festa de São Sebastião, padroeiro da cidade de Coari, será rezado pelos falecidos nos últimos dias e seus familiares. Ao mesmo tempo, a Diocese de Coari agradece a solidariedade do Regional Norte 1 da CNBB.