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Ordenado o primeiro diácono permanente do povo tikuna em Belém do Solimões

Os pequenos passos que estão sendo dados nos ajudam a fazer realidade os novos caminhos para a Igreja, tornar realidade os sonhos e todo o trabalho realizado ao longo de anos. Este 15 de março foi um dia histórico, um momento de imensa alegria na vida da diocese de Alto Solimões, localizada na parte brasileira da tríplice fronteira que o país faz com a Colômbia e o Peru. Texto e fotos: Luis Miguel Modino. O diácono permanente Antelmo Pereira Ângelo, um dos líderes do povo Tikuna, que tradicionalmente habita essa região, foi ordenado diácono permanente nesta diocese, especificamente na paróquia de São Francisco de Assis, em Belém do Solimões. O povo tikuna se espalha atualmente nos três países, sendo um dos povos mais numerosos que atualmente habitam a região amazônica. O novo diácono é pai de nove filhos e professor. Quem o conhece o define como um homem fervoroso, movido por um grande impulso missionário. Mensalmente, junto com sua esposa e outros missionários, visitam as comunidades da região. Nesse sentido, podemos dizer que a vocação diaconal tem sido algo adotado na família, que amadureceu ao longo de 4 anos de formação. No final da celebração, o próprio Antelmo reconheceu que sempre sonhara realizar algo de bom em sua vida. Ele próprio disse que alguém havia lhe dito para ser vereador, o que ele rapidamente percebeu que não era o que ele queria. Somente depois de muitos anos essa possibilidade de ser diácono apareceu e ele abraçou essa vocação como uma maneira de fazer o bem, de se dedicar à vida da Igreja e de seu povo. A ordenação não foi algo isolado na vida da paróquia, que há anos tenta fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico e rosto indígena, uma realidade na qual o Papa Francisco tem insistido tanto em todo o processo sinodal. De fato, a ordenação fez parte da celebração de encerramento de uma formação sobre leitura orante do povo Tikuna, bem como de diferentes ministérios e da Campanha da Fraternidade, que este ano reflete sobre o cuidado da vida, uma urgência nestes tempos difíceis que estamos vivendo em nosso planeta. 130 líderes tikuna participaram desta reunião por 4 dias, e estiveram presentes na ordenação diaconal de seu parente, em quem, sem dúvida, muitos podem ver um exemplo a seguir. Neste encontro de formação, um pequeno grupo foi criado para a inculturação do Evangelho na cultura tikuna. Algumas medidas já foram tomadas nesse sentido, como a tradução da Bíblia para crianças e várias músicas foram criadas pelos cantores das próprias comunidades. Essas não são músicas traduzidas de outros idiomas, mas músicas nas quais a letra e a música são locais, incluindo textos da Bíblia traduzidos para o tikuna. Numa paróquia com rosto indígena, como a de Belém do Solimões, na noite anterior à ordenação foi realizada uma vigília na qual foi introduzida a leitura de um mito tikuna e cada um foi se pintando de acordo com o povoe a que pertence. Junto com isso, a ornamentação da Igreja foi um momento para entender mais uma vez a capacidade que os povos originários têm de trazer para a Igreja toda a beleza da natureza, usando plantas da região e elementos da cultura. local. Na própria ordenação, foi visto que a interculturalidade é algo que pode ser realizado na vida da Igreja. A celebração começou ao lado de um igarapé, ao lado da Igreja, com uma dança tradicional que é realizada na festa da menina moça, em que as adolescentes passam para a idade adulta, acompanhados de instrumentos tradicionais. De lá, a dança os acompanhou até a entrada na Igreja, momento em que o bispo, Dom Adolfo Zon, que tem assumido concretizar tudo o que tem sido vivido durante o processo sinodal, vestiu as roupas litúrgicas para o diácono que ia ser ordenado, estando ele acompanhado por sua esposa e filhos. Esta liturgia inculturada é uma prática habitual nas celebrações da Paróquia de São Francisco de Assis, em Belém do Solimões. De fato, as missas geralmente começam com um ministro da Palavra presidindo, que faz a liturgia da Palavra. Juntamente com o bispo local, alguns padres da diocese, que participaram do processo de formação do novo diácono, estiveram presentes na celebração. No momento da prostração, teve dois gestos indígenas muito significativos. Entrou uma esteira, feita de palha de buriti, tecida pelas mulheres, exatamente como as feitas para a festa da menina moça, na qual ele se prostrou. Junto com isso, outro tapete, em formato circular, típico da mesma festa e símbolo de proteção de todas as forças da natureza. O novo diácono, que trabalha como agente pastoral há muitos anos, segundo Dom Adolfo Zon, assumindo seu novo serviço, “continuará esse trabalho de acompanhamento às comunidades que estão no beiradão”. O bispo local insiste em que “ele ajudará as comunidades a se organizarem e também a criar as condições para que eles possam ter os ministérios do leitorado, acolitado ou líder da comunidade”. De fato, o bispo destaca que os próprios indígenas são os que melhor podem realizar esse trabalho. Nesse sentido, a ordenação de Antelmo possibilitará, segundo Dom Adolfo Zon, uma maior proximidade com as comunidades e uma ajuda ao trabalho que o padre da paróquia já vem realizando. O bispo destaca que o trabalho que o novo diácono deve realizar, em sua própria língua, possibilitará “uma ministerialidade cada vez mais inculturada”.

CIMI do Regional Norte 1 realiza sua 40.a Assembleia em Manaus

Aconteceu entre os dias 14 e 16 de fevereiro, no Centro de Formação Xare, Manaus – Amazonas.  A temática foi ” Terra, água e territórios:  Sínodo da Amazônia e fortalecimento da causa dos povos indígenas. Durante os três dias de atividades, os/as missionários/as das equipes do CIMI das bases, lideranças indígenas, representantes dos movimentos indígenas, convidados/as, aliados e parceiros da causa indígena, estiveram numa só canoa, numa só perspectiva, de refletir, discutir e traçar estratégias de ações em defesa dos direitos dos povos indígenas, espaço ainda para o fortalecimento da espiritualidade militante para o impulsionamento da força do Espírito Santo as missões junto aos irmãos indígenas. Houve a participação expressiva dos Bispos do Regional Norte 1, manifestando apoio à missão junto aos povos indígenas. Por  Fábio  Pereira, agente do CIMI da Prelazia de Tefé.

Bispos manifestam repúdio ao projeto de lei que estabelece condições para pesquisa e lavra de recursos minerais

Os bispos do Regional Norte 1 –  Amazonas e Roraima, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, reunidos em na Prelazia de Itacoatiara – AM, de 10 a 13 de fevereiro de 2020, produziram um manifesto em repúdio ao Projeto Lei que visa estabelecer “condições específicas para a pesquisa e lavra de recursos minerais em terras indígenas”, proposto pelo Poder Executivo Federal, e qualquer outra iniciativa do Executivo Federal que atinge os povos indígenas isolados de recente contato no Brasil.  Nesta, renovam a solidariedade aos povos indígenas e reafirmam o apoio às lutas pelos seus direitos, como brasileiros, destacando a também preocupação do Papa Francisco com estes povos, muito  citada em suas declarações e na recente Exortação Apostólica Querida Amazônia.  Confira na íntegra:   

Regional Norte I realiza retiro das suas pastorais promovendo reflexão e avaliação das atividades de 2019

Aconteceu, nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, o retiro das Coordenações de Pastorais do Regional Norte I – Amazonas e Roraima, realizado na Chácara Dom Luciano Mendes de Almeida, Km 43 da AM 010 (Chácara dos Jesuítas). Contou com a participação da liderança do Regional, sendo cerca de 23 participantes, entre eles o  secretário executivo do regional, o Diácono Francisco Andrade de Lima, que conduziu o retiro durante os três dias de encontro. O encontro iniciou com a reflexão do cuidado de si, assim como também o cuidado do próximo. Na manhã de sábado(14/12) foram trabalhadas três dimensões muito importantes, uma breve reflexão sobre a vida dos mártires como o indígena Humberto Peixoto entre outras  vidas que foram ceifadas devido ao trabalho de evangelização e cuidado do seu povo. Dentro das reflexões e estudo esteve: Serviço – Comunidade:  Casa espaço de encontro (DGAE 132-133); Casa – Lugar da ternura (DGAE 134-137); Casa – Lugar de portas abertas (DGAE141); e Quem é o meu próximo? O Sínodo, realizado no mês de outubro, em Roma, convocado pelo Papa Francisco, foi tema de partilha de experiências através do Padre Paulo Tadeu e da Irmã Rose Bertoldo que estiveram presentes neste importante evento. Em outro momento foram  realizadas reflexão e partilha sobre o serviço como dom da vida, uma pequena dinâmica sobre como partilhar e oferta do dom do serviço de cada pastoral nas suas dimensões. No último momento, houve o estudo e reflexão sobre o tema “Solidariedade – o Amor como êxodo compassivo”,  o Estudo do texto bíblico Lucas 10, 25 -37 – O bom Samaritano, recordando a vida, através da luz de Deus que nos ilumina e ilumina os nossos espaços de evangelização. Ao final, foi realizada a partilha das experiências do caminhar das pastorais e um breve planejamento  para 2020 de todo o processo de formação e perspectivas como será e como serão realizadas as atividades do Regional Norte I. Por Francilma Grana

CNBB emite nota sobre o desrespeito à fé cristã

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota na tarde desta quinta-feira, 12 de dezembro, na qual critica a postura de artistas que, em nome da liberdade de expressão, vilipendiam símbolos sagrados da fé cristã. “Ridicularizar a crença de um grupo, seja ele qual for, além de constituir ilícito previsto na legislação penal, significa desrespeitar todas as pessoas, ferindo a busca por uma sociedade efetivamente democrática, que valoriza todos os seus cidadãos”, diz o texto. Confira abaixo a íntegra do documento. No áudio abaixo, a nota é lida pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Nota ofical da CNBBsobre o desrespeito à fé cristã Examinai tudo e ficai com o que é bom! (1 Ts 5,21) A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudia recentes fatos que, em nome da liberdade de expressão e da criatividade artística, agridem profundamente a fé cristã. Ridicularizar a crença de um grupo, seja ele qual for, além de constituir ilícito previsto na legislação penal, significa desrespeitar todas as pessoas, ferindo a busca por uma sociedade efetivamente democrática, que valoriza todos os seus cidadãos. A Igreja nunca deixou de promover a arte e a liberdade de expressão. Por isso, a CNBB reitera que toda produção artística respeite “os sentimentos de um povo ou de grupos que vivem valores, muitas vezes, revestidos de uma sacralidade inviolável”. Quando há desrespeito em produções midiáticas, os meios de comunicação tornam-se violentos, verdadeiras armas que contribuem para ridicularizar e matar os valores mais profundos de um povo. Vivemos em uma sociedade pluralista. Nem todos têm as mesmas crenças. Devemos, no entanto, como exigência ética e democrática, respeitar todas as pessoas. Nada permite a quem quer que seja o direito de vilipendiar crenças, atingindo vidas. O direito à liberdade de expressão não anula o respeito às pessoas e aos seus valores. Neste tempo de Advento, somos convocados a permanecer firmes na fé, constantes na esperança e assíduos na caridade. Não podemos nos deixar conduzir por atitudes de quem, utilizando a inteligência recebida de Deus, agride esse mesmo Deus. Um dia, haveremos de prestar contas de todos os nossos atos. Diante, pois, dessas agressões, respeitando a autonomia de cada pessoa a reagir conforme sua consciência, a CNBB clama a todos os cidadãos brasileiros a se unirem por um país com mais justiça, paz, respeito e fraternidade. Brasília-DF, 12 de dezembro de 2019Festa de Nossa Senhora de Guadalupe Dom Walmor Oliveira de AzevedoArcebispo de Belo Horizonte – MGPresidente da CNBB Dom Jaime SpenglerArcebispo de Porto Alegre – RS1º Vice-Presidente da CNBB Dom Mário Antônio da SilvaBispo de Roraima – RR2º Vice-Presidente da CNBB Dom Joel Portella AmadoBispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJSecretário-Geral da CNBB

Regional promove Seminário sobre a Campanha da Fraternidade 2020 – Dom e Compromisso

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34)  foi a temática geral trabalhada no Seminário sobre a Campanha da Fraternidade – CF 2020, evento promovido pelo Regional Norte 1- Amazonas e Roraima, no último fim de semana (29 de novembro a 1 de dezembro) e contou com um pouco mais de 100 participantes oriundos das nove prelazias e dioceses do regional, e a participação do bispo da Diocese do Alto Solimões, Dom Adolfo Zon, que apresentou uma introdução sobre a CF 2020, cujo tema será “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e visa despertar para o sentido da vida como dom e compromisso, recriando relações fecundas na família, na comunidade e na sociedade, à luz da palavra de Deus. Também assessorou o encontro a Irmã Eurides Alves, da Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias do Coração Imaculado de Maria e da Rede Um Grito Pela Vida. Ela trabalhou a metodologia VER, na qual apresentou a situação atual das problemáticas levantadas pela CF 2020, mostrando diversos dados preocupantes, que incluem exploração do trabalho infantil, violência e exploração sexual de crianças e adolescentes; assassinatos de crianças; desigualdades sociais enquanto  raiz da pobreza e das exclusões; desigualdade econômica que mata, gerando pobreza, tráfico, roubo e pobreza; desigualdade social que gera falta de assistência médica, de educação, de moradia, de emprego, etc…;  a violência contra povos indígenas e seus territórios e contra as mulheres (estupros, feminicídio, homicídios, etc). Além dos dados, Irmã Eurides promoveu reflexões de como os presentes lidam com as realidades apresentadas e o papel de todos para mudar essa realidade, a começar por cada um e pela educação dada às crianças hoje, incentivando para uma cultura de paz e de amor e cuidado para com o próximo. Já a Irmã Telma Lage, do Centro de Migrações e Direitos Humanos (CMDH) da Diocese de Roraima, conduziu de forma orante e reflexiva a metodologia do JULGAR/DISCERNIR (…, Sentiu  compaixão, …..), conduzindo os presente para a importância da empatia pelo que sofre, “compaixonar-se”, se colocando no lugar do outro.  Ela afirmou que é preciso ter a consciência de que a campanha inicia em nós, que é necessário fazer o que se propõe na própria vida para depois agir na realidade e que sentir compaixão do outro é romper com a indiferença. “É preciso ressignificar a ação do samaritano. Nossas escolhas tem que ser pensadas a partir da necessidade do outro (do que o outro carece). Somos chamados a percorrer o mesmo caminho do samaritano, que é a figura de Cristo. Sintonizar o nosso coração com o coração de Jesus[…]. A CF ao tratar a vida como “dom e compromisso” nos convida a uma conversão pessoal, comunitária, social e conceitual em relação à justiça que nutrimos”, afirmou Irmã Telma. Por fim, na manhã de domingo (1/12), o diácono Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte 1 – AM/RR, trabalhou a terceira parte da metodologia, o AGIR  (…, e cuidou dele), elencando alguns pontos, como: Compromisso com a vida, Compromisso pessoal; Renovação familiar; viver em comunidades eclesiais missionárias; e os gestos concretos propostos (jornada mundial dos pobres e coleta da solidariedade). Também afirmou que para pensar ações que transformem a realidade, é preciso observar quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar. No encerramento, houve o envio dos participantes para que estes, ao retornar para as suas prelazias, dioceses, comunidades, paróquias, etc., assumam o compromisso de serem multiplicadores do que a campanha da fraternidade propõe no tocante do compromisso com a vida.

CEBs realiza estudo de documento final do Sínodo para a Amazônia durante ampliada regional

Nos dias 27 a 29 de novembro de 2019 aconteceu a Ampliada Regional das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Centro de Treinamento Maromba. Representantes da Arquidiocese de Manaus, Prelazia de Borba, Diocese de Parintins e Diocese de Roraima participaram deste encontro que teve como objetivo o estudo do relatório final do Sínodo para Amazônia conduzido pelo Diácono Francisco Lima e o papel do articulador das Cebs pela Irmã Eurides. Também foi realizado a partilha da caminhada das dioceses e prelazias durante o ano de 2019. Foi feito o repasse da ampliada nacional sobre a preparação do 15° Intereclesial das Cebs, em Rondonópolis em 2022, o III Intereclesial Regional das Cebs que acontecerá nos dias 30 e 31 de julho e 1 de agosto de 2021 e o III Nortão das Cebs na Prelazia de Itacoatiara em 2022. Durante a celebração eucarística presidida por Dom Zenildo, bispo referencial das Cebs ele enfatizou a preparação para o novo, repensar o que fizemos e renovar nossos alicerces. Após a celebração ele abençoou a equipe e os enviou a missão. Por Patrícia Cabral

AGRADECIMENTO E ACOLHIDA

Manaus (AM), 27 de novembro de 2019. O Regional Norte 1 da CNBB, agradece a Dom Sergio Eduardo Castriani pelo Episcopado fecundo que exerceu, desde 1998 quando chegou como Bispo Coadjutor da Prelazia de Tefé. Assumindo vários serviços no Regional: Bispo Referencial da Juventude, Secretário Regional, membro da Comissão da Amazônia, Presidente da Comissão Missionária por dois mandatos. Atualmente Dom Sérgio exerce a função de Bispo Referencial para a Comunicação e a Cultura. Foi grande a Contribuição de Dom Sérgio, sabemos que como Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Manaus continuará contribuindo na missão neste chão amazônico. Para suceder Dom Sérgio, o Papa Francisco nomeou Dom Leonardo Ulrich Steiner, a quem acolhemos e reconhecemos todo o trabalho desempenhado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como Secretário Geral por dois mandatos, bem como as várias funções que exerceu. Desejamos um fecundo ministério Episcopal na Arquidiocese de Manaus, e no Regional Norte 1, sobretudo neste tempo pós-sinodal, que a Igreja da Amazônia vive um verdadeiro kairós. Confiamos à proteção e intercessão de Nossa Senhora da Imaculada Conceição a Saúde de Dom Sérgio e o ministério episcopal de Dom Leonardo. Presidência do Regional Norte 1 

Regional Norte 1 recebe a escola para formação de animadores vocacionais

Oferecer formação teórica e vivencial para animadores vocacionais, de modo a contribuir para a construção de uma cultura vocacional nas congregações, nos institutos e na Igreja. Esse é o objetivo da Escola Vocacional implantada no Regional Norte um neste mês de novembro a partir da realização do sei primeiro módulo no período de 13 a 17 de novembro, no Centro de Treinamento Maromba, sob a assessoria do irmão marista Márcio Costa e a leiga marista Neth Couto e coordenação local do irmão marista Ronilton Neves e a leiga Esther Chacon. Ao todo foram 59 inscritos, representando as nove dioceses e prelazias do Regional Norte 1. Neste primeiro módulo foram tratadas as temáticas “Juventudes: aspectos vocacionais e processo de formação”; “Cultura vocacional e projeto de vida”; “Antropologia e teologia da vocação”; “Estratégias de atuação com a animação vocacional”; “Perfil do(a) animador(a) vocacional”; além das oficinas “Corporiedade na teia dos sonhos” e “Interioridade e sentida da vida”. Conforme Irmão Ronilton o objetivo da escola é atender uma demanda de formação para as pessoas que estão envolvidas com animação vocacional no Regional Norte 1, articulado junto aos bispos das nove dioceses e prelazias, à Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional Manaus, e aos Irmãos Maristas em missão na região, tendo o bispo referencial Dom José Albuquerque como um grande articulador para a vinda desta escola. “Tivemos todas as igrejas do Regional Norte 1 estavam representadas, com participação de animadores da Arquidiocese de Belém, Diocese de Lábrea, Arquidiocese de Santarém e Diocese de Macapá. A escola procura cuidar das pessoas que cuidam dos outros e ajudar a gente a nos reencantar com a vocação e reencontrar o primeiro amor que nos fez querer seguir os passo de Jesus na construção do reino”, afirmou Irmão Ronilton. Dom José Albuquerque, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus e referencial para a pastoral vocacional no Regional Norte 1, afirmou que a escola visa ajudar os animadores vocacionais, pessoas interessadas em acompanhar jovens, famílias e as comunidades, e a perceberem que toda a pastoral tem que ser vocacional. “Por exemplo a Pastoral Familiar deve ajudar as famílias a perceberem que a convivência cotidiana é também um campo de despertar vocacional, para ser cristão, e quem sabe para uma especial consagração, ou seja, a família, assim como a comunidade, são celeiros de vocações. Cada Pastoral deve ajudar as pessoas a descobrirem o projeto de Deus para as suas vidas. Cada pessoa é chamada a dar a sua contribuição para a construção de um mundo melhor, mais fraterno, mais justo, sinal do Reino de Deus”, explicou Dom José. “Nesta primeira etapa da escola realizada em Manaus, dentre tantos conteúdos importantes, um deles falou da dimensão antropológica e teológica da vocação, onde somos convidados a perceber primeiramente que todo mundo é vocacionado e recebe de Deus um chamado, Deus tem um plano de amor para cada pessoa e a nossa tarefa é descobrir ao longo da vida qual é este plano e por isso precisamos da Igreja, da comunidade e de pessoas que nos ajudem a perceber para onde Deus chama. Por muito tempo essa parte vocacional foi reduzida àqueles que desejavam ser padres, freiras, monges, mas sabemos que a maneira de compreender a igreja, após o Concílio Vaticano II recuperou a ideia de que toda pessoa tem uma vocação. Assim como a gente recebeu o dom da vida e somos chamados a fazer parte da igreja, porque somos cristãos, a nossa vocação primeira é a santidade, ou seja, deixar-se conduzir por Cristo, seguindo no dia a dia da vida o que ele ensinou. Santidade é a maneira da gente viver a nossa vocação de cristãos no dia a dia, procurando sermos fieis ao chamados que recebemos e ajudando na construção de um mundo novo, do Reino de Deus onde estamos”, destacou o bispo. Por Ana Paula Lourenço – Pascom Regional Norte 1 – AM/RR

Pacto das Catacumbas pela Casa Comum. Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana.

Por Luis Miguel Modino O Pacto insiste em mudar o modo de trabalho pastoral na Amazônia, da visita à presença, garantindo que “o direito à Mesa da Palavra e à Mesa da Eucaristia se torne eficaz em todas as comunidades”. Existem lugares que têm um significado especial e se tornam uma referência na vida de pessoas e instituições. O Concílio Vaticano II foi uma época em que uma Igreja pobre e pobre queria ser construída, algo que se expressou em 16 de novembro de 1965, na catacumba de Santa Domitila, onde cerca de quarenta bispos, principalmente da América Latina, assinaram o Pacto da Catacumbas. Em treze cláusulas os signatários prometeram levar uma vida simples e sem posses. Em 20 de outubro de 2019, pode se tornar uma data histórica novamente, porque no mesmo local em que o Pacto das Catacumbas foi assinado, o Pacto das Catacumbas pela Casa Comum foi rubricado, no desejo de assumir uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana. Mais uma vez, houve cerca de 40 bispos, acompanhados por outros padres sinodais, auditoras, auditores, peritas e peritos, além de alguns participantes da Amazônia Casa Comum, que juntos celebraram uma Eucaristia presidida pelo cardeal Claudio Hummes, alguém que tem grande respeito e admiração entre os bispos da região, e que também contou com a presença do cardeal Pedro Barreto. As Catacumbas eram lugares onde os primeiros cristãos derramaram seu sangue, portanto, o gesto feito não início da celebração de selar o sangue com o polegar em um pano pode ser considerado um compromisso de uma Igreja que quer ser uma semente da vida na Amazônia, seguindo o que foi feito há mais de 50 anos no mesmo local, momento cujo significado foi explicado aos mais de 200 participantes da celebração pelo teólogo brasileiro José Oscar Beozzo. A lembrança do primeiro pacto também esteve presente na estola tantas vezes usada por Don Helder Câmara, um de seus grandes inspiradores, com a qual celebrou o cardeal Hummes, que, segundo ele, o emocionou, e que no final da celebração entregou para Dom Erwin Kräutler, um dos grandes profetas vivos na Amazônia. Também a túnica de Dom Helder, com o qual estava revestido Dom Adriano Ciocca, bispo de São Félix do Araguaia, onde um dos que levou esse pacto ao extremo, Pedro Casaldáliga, foi bispo. Em sua homilia, o cardeal Hummes definiu o momento como comovente e significativo, em um lugar que era refúgio para cristãos perseguidos, de martírio, em “uma terra santa que nos inspira”. Como aconteceu com os primeiros cristãos, o cardeal pediu a Deus que fortaleça a Igreja, que sempre que for reformada, e o Sínodo da Amazônia e uma tentativa de buscar novos caminhos, deve retornar às suas raízes, purificar e redescobrir o grande conteúdo da mensagem de Jesus e reencarna-la em nosso tempo. Seguindo as palavras de Paulo na liturgia da Palavra, Hummes fez um chamado para anunciar a Palavra na Amazônia, também àqueles que se opõem ao projeto de Deus, servindo exclusivamente dinheiro, para que se convertam. Ao mesmo tempo, ele insistiu na necessidade e força da oração, algo muito necessário neste Sínodo, para que Deus ilumine e leve a escutar a voz dos povos e neles a voz do Espírito. O texto contém quinze compromissos, que visam mostrar “um sentimento de urgência que se impõe diante das agressões que hoje devastam o território amazônico, ameaçado pela violência de um sistema econômico predatório e consumista”. Os compromissos têm um claro caráter ecológico, nascido do fato de “reconhecer que não somos donos da mãe terra”, algo que compromete os signatários a “acolher e renovar todos os dias a aliança de Deus com tudo o que é criado”. Em continuidade ao Pacto de 1965, é renovado o compromisso com os pobres, hoje representados nos povos originários, chamados a “ser protagonistas da sociedade e da Igreja”, que exige respeito e aceitação em pé de igualdade, abandonando “todo tipo de mentalidade e posição colonialista” e a denúncia de “todas as formas de violência e agressão” contra os povos indígenas, sua identidade, seus territórios e seus modos de vida. A proclamação do Evangelho deve partir da acolhida daqueles que vivem em outra cultura e que professam outra religião, mesmo com os que fazem parte da Igreja Católica, com quem é necessário caminhar juntos, em sinodalidade, que deve ser traduzida na vida cotidiana das dioceses, paróquias e comunidades, e na ministerialidade, que possibilite a atenção aos mais vulneráveis e excluídos. O Pacto insiste em mudar o modo de trabalho pastoral na Amazônia, da visita à presença, garantindo que “o direito à Mesa da Palavra e à Mesa da Eucaristia se torne eficaz em todas as comunidades”, em um compromisso claro com a ordenação de homens casados, que está ligado à necessidade de “reconhecer os serviços e a verdadeira diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazônia e procurar consolidá-las com um ministério apropriado de mulheres líderes comunitárias. “ A atenção pastoral nas cidades, o papel dos leigos e da juventude, a atenção às periferias e migrantes, trabalhadores e desempregados, os estudantes, educadores, pesquisadores e o mundo da cultura e da comunicação são elementos abordados no texto. Ele faz um apelo para deixar de lado o consumismo e assumir “um estilo de vida alegremente sóbrio, simples e solidário”, com atitudes de cuidado da Casa Comum e compromisso com os profetas e os pobres. O Pacto das Catacumbas mudou a vida de muitos bispos e o rumo de muitas igrejas no pós-concilio. Peçamos para que esse novo pacto possa mudar os destinos de uma igreja que busca novos caminhos, a serviço do cuidado do que sustenta nossa vida, nossa casa Comum. Os pastores se comprometeram, que eles também saibam transmitir esse compromisso àqueles a quem o Senhor lhes confiou. Pacto das Catacumbas pela Casa Comum Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana Nós, participantes do Sínodo Pan-amazônico, partilhamos a alegria de habitar em meio a numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos,…
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