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Vaticano divulga lista de participantes do Sínodo

A lista dos participantes da Assembleia do Sínodo dos Bispos para a Amazônia foi divulgada no último sábado pelo Vaticano. Para a atividade que será realizada entre os dias 6 e 27 de outubro, foram convocados pelo papa Francisco 118 brasileiros para os mais diferentes serviços  (Lista completa dos Participantes do Sínodo) O Cardeal Cláudio Hummes, presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM e da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia/CEA, terá um papel fundamental na assembleia. Ele foi nomeado, ainda maio desse ano, relator do Sínodo. O também Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, será um dos presidentes delegados. Ao todo, participam pelo Brasil 56 bispos das dioceses e prelazias da Amazônia e 2 padres administradores das Igrejas particulares que estão sem bispo nomeados. Ao grupo dos padres sinodais, aqueles que têm direito a voto, somam-se os padres representantes da União dos Superiores Gerais (USG). O Brasil também terá um número significativo de mulheres na Assembleia Sinodal. 19 mulheres, 13 religiosas e 6 leigas, estão no grupo nomeado pelo Papa Francisco. Entre elas estão auditoras e peritas que contribuirão nas reflexões e discussões, mas não poderão votar. Outro destaque para a convocação do Sínodo são os representantes de outra igrejas de tradição cristã, chamados na lista de delegados fraternos. Quatro representantes brasileiros de três igrejas estarão na Assembleia em outubro. Confira a lista de brasileiros e os serviços que desempenharão no Sínodo para a Amazônia: Relator Geral Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (Brasil), Presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM Presidente Delegado Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica  Comissão de Informação Maria Irene Lopes dos Santos, Religiosa da Congregação das Carmelitas Missionárias de Santa Teresinha do Menino Jesus, Assessora da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, Diretora Executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil Comitê de Litígios Dom Wellington Tadeu de Queiroz Vieira, Bispo de Cristalândia Conselho Pre-Sinodal Cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (Brasil), Presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM Dom Erwin Krautler – bispo emérito da Prelazia do Xingu Dom Neri José Tondello, Bispo de Juína/MT Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho/RO Maria Irene Lopes dos Santos, Religiosa da Congregação das Carmelitas Missionárias de Santa Teresinha do Menino Jesus, Assessora da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, Diretora Executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil Bispos do Brasil Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte, Presidente da CNBB Dom José Albuquerque de Araújo, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus/AM Dom Benedito Araújo, Bispo de Guajará-Mirim/RO Dom Bernardo Johannes Bahlmann, Bispo de Óbidos/PA Dom Sebastião Bandeira Coêlho, Bispo de Coroatá/MA Dom Fernando Barbosa dos Santos, Bispo da Prelazia de Tefé/AM Dom Vilsom Basso, Bispo de Imperatriz/MA Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas/TO Dom Derek John Christopher Byrne, Bispo de Primavera do Leste-Paranatinga/MT Dom Rubival Cabral Britto, Bispo de Grajaú/MA Dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus Dom Evaldo Carvalho dos Santos, Bispo de Viana/MA Dom José María Chaves dos Reis, Bispo de Abaetetuba/PA Dom Vital Chitolina, Bispo de Diamantino Dom Adriano Ciocca Vasino, Bispo da Prelazia de São Félix Dom Jesús María Cizaurre Berdonces, Bispo de Bragança do Pará Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá/AP Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá/PA Dom José Belisário da Silva, Bispo de São Luís/MA Dom Mário Antônio da Silva, Bispo de Roraima Dom José Altevir da Silva, Bispo de Cametá/PA Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém/PA Dom Wellington Tadeu de Queiroz Vieira, Bispo de Cristalândia Dom Philip Dickmans, Bispo de Miracema do Tocantins Dom Jacy Diniz Rocha, Bispo de São Luiz de Cáceres/MT Pe. José Celestino dos Santos, Administrador Diocesano de Ji-Paraná Dom Giuliano Frigeni, Bispo de Parintins/AM Dom Flavio Giovenale, Bispo de Cruzeiro do Sul/AC Dom Juventino Kestering, Bispo de Rondonópolis – Guiratinga/RO Dom Canísio Klaus, Bispo de Sinop/MT Dom Jan Kot, Bispo de Zé Doca/MA Dom Romualdo Matias Kujawski, Bispo de Porto Nacional/TO Dom Sebastião Lima Duarte, Bispo de Caxias/MA Dom Francisco Lima Soares, Bispo de Carolina/MA Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara/AM Dom Protógenes José Luft, Bispo de Barra do Garças/MT Pe. Odirley Maia, Administrador Diocesano de Santarém/PA Dom Armando Martín Gutiérrez, Bispo de Bacabal/MA Dom Teodoro Mendes Tavares, Bispo de Ponta de Pedras/PA Dom Meinrad Franz Josef Merkel, Bispo de Humaitá/AM Dom João Muniz Alves, Bispo da Prelazia do Xingu/PA Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho/RO Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, Bispo da Prelazia de Borba/AM Dom Giovane Pereira de Melo, Bispo de Tocantinópolis/TO Dom Joaquín Pertíñez Fernández, Bispo de Rio Branco/AC Dom Marian Marek Piątek, c.ss.r., Vescovo Bispo de Coari/AM Dom Elio Rama, Bispo de Pinheiro/MA Dom Irineu Roman, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém/PA Dom Santiago Sánchez Sebastián, Bispo da Prelazia de Lábrea/AC Dom Wilmar Santin, Bispo da Prelazia de Itaituba/PA Dom José Valdeci Santos Mendes, Bispo de Brejo/MA Dom Evaristo Pascoal Spengler, Bispo da Prelazia do Marajó/PA Dom Edson Tasquetto Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira/AM Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém/PA Dom Neri José Tondello, Bispo de Juína/MT Dom Carlo Verzeletti, Bispo de Castanhal/PA Dom Dominique Marie Jean Denis You, Bispo de Santíssima Conceição do Araguaia/PA Dom Adolfo Zon Pereira, Bispo de Alto Solimões/AM – Pela União dos Superiores Gerais Padre Pedro Saul Ruiz Alvarez – Superior Regional dos Padres Xaverianos Padre Dario Bossi – Missionário Comboniano, Superior Provincial dos Missionários Combonianos no Brasil e Assessor da REPAM-Brasil e da Rede de Igrejas e Mineração Padre Celestino Ceretta – Sociedade do Apostolado Católico – Palotinos; vigário paroquial, auxiliar da área pastoral de Ponta Negra, em Manaus/AM e professor de História da Igreja na Amazônia. Padre José Amarildo Luciano da Silva – Congregação do Santíssimo Redentor – Superior Provincial dos Redentoristas em Manaus Padre…
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Igreja do Amazonas e de Roraima refletem sobre novos caminhos para ser presença em toda a Amazônia

Bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, dentre eles representantes de 12 povos indígenas, estiveram reunidos em Manaus, na 47.ª Assembleia do Regional Norte 1 (Amazonas e Roraima) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para acolher as novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2019 – 2023) e recordar a caminhada feita em preparação ao Sínodo para a Amazônia a ser realizado de 6 a 27 de outubro, em Roma, reforçando o compromisso de levar ao Papa Francisco alguns clamores houve durante as escutas e que estão no Instrumentum Laboris, documento norteador deste sínodo. Com o objetivo geral de evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude, as novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2019 – 2023) nos trazem a imagem da casa, com quatro pilares de sustentação: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. “As diretrizes têm uma proposta muito clara de formar Comunidades Eclesiais Missionárias e para que fique mais fácil de tratarmos esse assunto, apresentam-nas na imagem da casa, do lar, que é também símbolo da comunidade que acolhe, envia, protege, forma, evangeliza e salva, e essa casa possui quatro pilares. O pilar da Palavra reconhece a importância da Palavra de Deus e o necessário avanço no processo de iniciação à vida cristã; o Pão que nos alerta para a liturgia, para a nossa espiritualidade, fonte de vida e de compromisso; a Caridade nos interpela a ser tal como Jesus, capazes de investir a nossa vida, talentos e capacidades e até comunicação e economias a serviço da vida plena, para que todos tenham vida e vida em abundância; e a Ação Missionária que nos convoca a uma missionariedade permanente, um processo eclesial necessário em toda a igreja do Brasil, em especial para a nossa Amazônia. Por isso estudar e conhecer as diretrizes é entrar no coração das comunidades e fazer com que todas sejam um ambiente de paz, justiça, verdade, uma página viva do Evangelho”, explicou Dom Mário Antônio que é o segundo vice-presidente da CNBB e bispo da Diocese de Roraima. Também se recordou a caminhada realizada nas comunidades em preparação para o Sínodo, sendo este último com ampla e diversificada preparação através de muitos processos de escuta, principalmente ao clamor dos pobres, ribeirinhos e povos originários da Amazônia (indígenas) com sua sabedoria e sua forma de viver respeitando a natureza, tendo uma estimativa de 390 povos existente da Pan-Amazônia. Pe. Zenildo Lima, reitor do Seminário São José e integrante do grupo que realizou a síntese das escutas realizadas no Regional Norte 1, esteve responsável por recordar aos participantes da assembleia a caminhada preparatória desse Sínodo que teve uma trajetória muito particular, tendo como ponto de partida a Encíclica Laudato Si, onde o Papa apresenta um conceito de Ecologia Integral e chama a atenção para o compromisso de defesa do meio ambiente ligada a um processo de justiça social, com a consciência de que tudo está interligado. “Aqui na assembleia retomamos a caminhado do sínodo a partir de algumas categorias: o diálogo, que traduz a necessidade que temos de entrar em contato com uma nova cosmovisão, uma nova compreensão da realidade, por isso o diálogo da igreja com diversas populações amazônicas é um convite para ela rever a sua linguagem e a sua estrutura ministerial; a profecia, pois existem muitos ruídos e incompreensões sobre o papel da igreja católica diante da realidade, sendo papel da igreja sair da sacristia, assumir essas lutas, fazer companhia para esses povos, assumimos suas lutas, profeticamente assumimos essa pauta, pois é papel da igreja seguidora de Jesus; e a Presença, muito invocada neste sínodo que nos pede para sair de uma pastoral de visita para assegurar presença na comunidade, que implica em rever a organização da comunidade eclesial e da igreja, rever os ministérios que tem e o modo como acontecem e estão presentes nas comunidades, para que os protagonistas, líderes nativos, cristãos leigos e leigas, homens e mulheres, tenham mais participação na igreja. É com esse espírito que esta assembleia delega aos bispos a voz dos povos que estão na Amazônia”, explicou Pe. Zenildo. Flavio Ferraz, leigo e professor indígena, da etnia Wanano, de São Gabriel da Cachoeira onde há 23 povos e quase 90% da sua população é de indígenas, considera importante acolher as novas diretrizes, em especial quando trata da missionariedade. “A complexidade dos povos indígenas desafia a adentrar no processo missionário, com ponto focal no chamado do Papa para o Sínodo que nos dá oportunidade de colocar tudo que se passa com os povos indígenas para poder traçar novas diretrizes nesse caminho missionário. Vários leigos indígenas na região tem um processo missionário, e acreditamos que no pós-sínodo podemos sonhar com representantes de decisão, padre ou bispo indígena, para que possamos ter força nesse processo missionário nesta vasta Região Amazônica”, explicou Flávio.E Denis da Silva, também indígena da etnia Tukano, que exerce o ministério extraordinário da Sagrada Comunhão e é coordenador de liturgia na comunidade Santana, pertencente à Paróquia N. Sra. Aparecida, em São Gabriel da Cachoeira, acredita que todo esse processo vem fortalecer a ação da igreja junto aos povos indígenas, além de fazer ecoar suas vozes e seus clamores. “A igreja é a única instituição em quem os povos ainda confiam e isso é muito importante, e através dos depoimentos que surgiram nas escutas a gente percebe o quanto que a igreja deve estar presente nesses locais, porque é uma forma também de ecoar a voz das pessoas que estão sendo deixadas à margem da sociedade”, destacou. “Estamos muito felizes com tudo isso que está acontecendo. Nós estamos sendo ouvidos e isso é importante, pois antes não tínhamos participação nas decisões que a Igreja toma. Hoje está se ouvindo o povo. Mas estamos apreensivos e ansiosos,…
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Representantes das nove dioceses e prelazias elaboram carta do 47.ª Assembleia do Regional Norte 1

Representantes das nove dioceses e prelazias elaboram carta do 47.ª Assembleia do Regional Norte 1 Os participantes da 47.ª Assembleia do Regional Norte 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, totalizando 90 pessoas dentre bispos, padres, diáconos, religiosas e religiosos, leigos e leigas, dentre eles indígenas de 12 etnias, das nove (arqui)dioceses e prelazias elaboraram e aprovaram uma carta sobre este momento de acolhida das novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e resgate do caminho em preparação ao Sínodo Especial para Pan-Amazônia e “conduzidos pelo Espírito de Deus olhamos para nossa Igreja como casa do Pão, da Palavra, da Caridade e da Ação Missionária em busca de novos caminhos”. Sua versão final foi apresentada pelo Pe. Zenildo Lima, ao final da coletiva de imprensa realizada na manhã do dia 19 de setembro.  Confira a carta na íntegra.   

Novas Diretrizes da CNBB e Sínodo são destaques da 47ª. Assembleia do Regional Norte 1

Com o tema  “Igreja da Amazônia: Casa do Pão, da Palavra, da Caridade e da Missão em busca de novos caminhos”, o Regional Norte 1 da CNBB – AM/RR realiza de 16 a 19 de setembro, no Centro de Treinamento Maromba. A 47ª. Assembleia, com a presença de 90 pessoas, dentre bispos, padres, religiosos(as) e leigos (as), das nove dioceses/prelazias dos estados do Amazonas e Roraima (Manaus, Parintins, Borba, Itacoatiara, Coari, São Gabriel da Cachoeira, Tefé, Alto Solimões e Roraima). Segundo o presidente do Regional Norte 1, Dom Edson Damian, esta assembleia é um espaço em que as dioceses e prelazias estão reunidas para acolher com generosidade e criatividade as novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (2019 – 2023), documento n. 109, aprovadas na 57ª. Assembleia Geral dos Bispos da CNBB, em maio de 2019, cujo objetivo geral é evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude.  Também está sendo tratado a respeito da caminhada realizada nas comunidades em preparação para o Sínodo, sendo este último com ampla e diversificada preparação através de muitos processos de escuta, principalmente ao clamor dos pobres, ribeirinhos e povos originários da Amazônia (indígenas) com sua sabedoria ancestral e sua forma de viver respeitando a natureza), tendo 179 (44%) dos 390 povos presentes na Pan-Amazônia participado de alguma forma deste sínodo no processo de escuta, respondendo ao pedido do papa Francisco que os povos indígenas fossem os principais protagonistas, fossem escutados com especial atenção. A assembleia também é um momento de partilha do que cada prelazia e diocese tem realizado a partir das três causas comuns: Migração, Meio ambiente e Indígenas.  As coordenações das diversas pastorais e organismos também tiveram espaço para relatar as principais atividades realizadas, desafios e conquistas, desde a última assembleia, de setembro de 2018 a setembro de 2019. A Assembleia segue até o dia 19, no Centro de Formação Maromba. Confira o registro fotográfico https://www.facebook.com/pg/cnbbnorte1/photos/

O desafio da vida urbana nas comunidades cristãs na Amazônia

Por Diác. Francisco Andrade de LimaSecretário executivo Regional Norte 1 – CNBB] Apesar de vermos e ouvirmos falar de uma Amazônia de Natureza exuberante, de muitos povos: indígenas, ribeirinhos, quilombolas… a Amazônia cada vez mais vai sendo devastada, e os povos “empurrados” para as cidades, ou a forma de vida das cidades vai chegando nas comunidades mais longínquas. Isso vai dando uma característica para a região amazônica que é a predominância da maioria das pessoas morando nas cidades e, consequentemente, um alto percentual sofrendo as dificuldades da urbanização desordenada, agravada pela fragilidade das políticas públicas e outras iniciativas estatais que poderiam favorecer a vida na cidade. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em sua 57ª Assembleia Geral, aprovou as Novas Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil, incluindo já no Objetivo Geral, o aspecto urbano: “Evangelizar no Brasil, cada vez mais urbano”. Para os Bispos do Brasil “não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas de chegar a atingir e como que pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação” (DGAE 31). Também o Sínodo para a Amazônia no Instrumentum Laboris, dedica dois capítulos, um na segunda parte (julgar) e outro na terceira parte (agir) sobre os desafios da evangelização no mundo urbano. Sugere que precisamos aproveitar do que o mundo urbano oferece de positivo para a evangelização, e a partir da evangelização nas cidades possamos irradiar também para as demais comunidades, daí a necessidade de termos uma pastoral que trabalhe em comunhão, para que assim se possa de fato atingir os mais pobres e excluídos das cidades que na maioria dos casos são provenientes das comunidades ou regiões remotas, seja da própria região, seja migrante que vindos de situações de conflitos, fugindo da fome e tantas outras mazelas levam ao crescimento urbano em nossa Amazônia. Quando chegam cidades trazem se deparam com grandes desafios, a Campanha da Fraternidade de 2016, sob o tema “casa comum, nossa responsabilidade”, que versava sobre o saneamento básico, revelou o grande déficit quanto a este direito nas cidades localizadas no perímetro amazônico. A região correspondente a Amazônia legal tem em média 8% de esgoto coletado e destes 16% é tratado. Existem também dificuldades quanto ao acesso à agua potável, condições de moradia digna e tratamento de resíduos domésticos, industriais e hospitalares. Outro fato preocupante no que se refere aos habitantes da cidade diz respeito as diferentes situações de violência que tem atingido sobretudo a juventude, os negros, os indígenas e as mulheres. As referências citadas acima revelam o grande desafio das cidades da região para a Igreja. Pergunta-se como marcar presença em uma realidade tão plural, complexa, onde estão em atuação diferentes interesses e jogos de forças, reflexo do que acontece em âmbito maior. Muito do que é a sociedade, seja esta nacional e mundial, se desenvolve e decanta-se na grande cidade. Aí se desenvolvem as relações, os processos e estruturas que constituem as formas de sociabilidade. O espaço urbano indica o que acontece em dimensões mais amplas, no todo da humanidade. Os fenômenos urbanos estão ligados a outros fenômenos em escala planetária. Demanda a necessidade de uma leitura atenta do que acontece na cidade e suas implicâncias na vida das pessoas com as quais nos envolvemos pelos compromissos pastorais. Há ainda outras variantes que podem ser observadas como influenciadoras da “vida na cidade”, especialmente porque atingem os meios populares. Um dos elementos é o espaço. Na grande cidade o espaço tem uma influência profunda na vida da pessoa. Daí o grande peso econômico da especulação imobiliária. A superpopulação e as condições de vida desta população fazem da luta pelo espaço algo primordial na grande cidade. Neste dado há de se considerar o espaço público, o espaço da rua, podemos nos perguntar: Porque tanta gente morando na rua? Onde moram? De onde vieram? Vão ficar sempre morando nas ruas? Na exortação apostólica Evangelli Gaudiun o Papa Francisco lembra que não podemos ignorar que, nas cidades, facilmente se desenvolve o tráfico de drogas e de pessoas, o abuso e a exploração de menores, o abandono de idosos e doentes, várias formas de corrupção e crime. Na perspectiva eclesial cabe lembrar o mundo urbano como lugar das profundas transformações sócio econômicas, culturais e religiosas que impactam a vida e que, por sua vez, interferem no agir das Igrejas. Se queremos ter uma atuação que realmente repercuta na vida do mundo urbano, teremos que corajosamente mudar a metodologia e a forma de organização da Igreja, as Novas Diretrizes da ação Evangelizadora da Igreja do Brasil, propõe que atuemos em pequenas comunidades missionárias, que acolhe, mas também envia, onde o grande trabalho a ser feito é o processo de Iniciação a Vida Cristã, na perspectiva da escuta e vivência da Palavra, da partilha do pão e da caridade. Neste espaço devemos atuar como cristãos provocando uma outra forma de relação com a cidade, marcada pela solidariedade e compromisso mútuo. São propostas históricas, contudo inovadoras porque hoje o discurso que atrai é o do individualismo, do fazer e viver por si, ignorando a coletividade. Em apoio a esta proposta lembramos a Encíclica Laudato Si que sugere outro patamar de relacionamento. Diz que sempre é possível desenvolver uma nova capacidade de sair de si mesmo rumo ao outro. Sem tal capacidade, não se reconhece às outras criaturas o seu valor, não se sente interessado em cuidar de algo para os outros, não se consegue impor limites para evitar o sofrimento e a degradação que nos rodeia. É possível, na experiência urbana, apontar outro caminho que não o fechamento individualista, nestes sentido o modelo de comunidades missionárias será uma grande alternativa para indicar um caminho diferente ao individualismo, podemos trabalhar a preocupação com o (a) outro (a). Diz o Papa na Laudato…
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Leigos realizam encontro anual da Comissão do Laicato do Regional Norte 1

Nos dias 14 e 15 de setembro aconteceu o Encontro Anual com a Comissão do Laicato do Regional Norte 1, com o tema “Eu vi, ouvi e desci” e lema “O rosto do laicato da Amazônia”. Conforme a coordenação do encontro, foi um momento de partilha de experiências na caminhada dos cristãos leigos e leigas, a partir da articulação dos conselhos e comissões do laicato e na vivência da sinodalidade das ações atentos aos clamores de nossa Amazônia e dos povos que aqui vivem. O encontro aconteceu em Manaus, no Centro de Formação Maromba e contou com cerca de 30 representantes de sete dioceses do Regional Norte 1 – AM/RR. Conforme a coordenadora do evento e membro da Comissão de Leigos do Regional, Patrícia Cabral, este foi realizado com o intuito de integrar leigos das dioceses e prelazias visto que se encontram em fase de articulação. “Ainda estamos em uma caminhada de articulação, desde 2015, do Conselho de Leigos nas dioceses e prelazias, sendo que hoje temos em Manaus, Tefé, Parintins, Roraima, Itacoatiara, Borba. Além de visar o fortalecimento da caminhada do conselho, também refletimos a vivencia do Sínodo, onde nos estamos, com quem a gente pode contar, como a gente pode trabalhar principalmente o seguimento dos cristãos leigos e leigas na sociedade, nesta igreja em saída, dentro da dimensão que também é igreja em outros espaços, além dos templos e das pastorais”, destacou Patrícia, que atualmente preside o Conselho de Leigos e Leigas na Arquidiocese de Manaus. Os presentes puderam refletir sobre os documentos em que a igreja fala da prática pastoral, em especial dentro do movimento referente ao sínodo da Amazônia, da Teologia Ecológica que exige uma reflexão crítica dos leigos, com o teólogo George Alexandre de Vasconcelos, professor do Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES), que atua na linha da Teologia Pastoral, especificamente na linha de pesquisa Instituições Religiosas, realizando estudos sobre a história da igreja na Amazônia. “Trouxe uma reflexão no sentido de mostrar uma dimensão ecológica, a preocupação da igreja, em uma perspectiva mais prática na qual a igreja vem dizer que o leigo necessita ter essa consciência, enquanto sujeito da ação evangelizadora da igreja e, dentro de uma dimensão profética, o leigo cristão e consciente não pode se calar e deve intervir na realidade, precisa refletir sobre essa realidade de maneira participativa, dando seu  testemunho e levando a sua prática, ligada à prática de Jesus na qual nós fundamentamos a nossa reflexão teológica e prática pastoral”, explicou George. A programação contemplou também uma reflexão sobre o rosto do laicato da Amazônia, uma  abordagem sobre a caminhada do Conselho Nacional de Leigos e Leigas do Brasil (CNLB) local, com momentos para partilhar e identificar como os leigos estão caminhando nas dioceses e prelazias, o que conseguiram no âmbito do envolvimento dos cristãos leigos e participação nos espaços políticos e o planejamento da comissão de leigos dentro do Regional Norte 1, identificando se é possível estipular um prazo, visando trabalhar uma grande assembleia de leigos para sair da condição de comissão e passar a ser um Conselho de Leigos e Leigas do Regional Norte 1. Também houve a apresentação do Instrumento de Trabalho do Sínodo, pelo diácono Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte; e uma dinâmica para melhor compreensão da Ecologia Integral e o Sínodo, com Diego Aguiar, membro do Eixo de Formação e Métodos Pastorais do Comitê da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Por Ana Paula Gioia –  Pascom Regional Norte 1

Artigo: “Não te é lícito!” (João Batista, conforme Marcos 6, 18)

Por Dom José Ionilton – Bispo da Prelazia de Itacoatiara No dia 29 de agosto celebramos a memória do Martírio de João Batista. Era o segundo dia do Encontro dos Bispos da Amazônia brasileira em Icoaraci, Belém, Pará, para o estudo do Instrumento de Trabalho para o Sínodo da Amazônia. Na celebração da Eucaristia lembramos de alguns Mártires, mulheres e homens que morreram em defesa da Amazônia, seus povos, suas culturas, sua floresta, seus rios, seus territórios. A III parte do Instrumento de Trabalho tem como tema: Igreja Profética na Amazônia: desafios e esperanças. O papel profético da Igreja e a promoção humana integral é o tema do VIII capítulo desta terceira parte. O número 145 do Instrumento de Trabalho afirma: “Ser Igreja na Amazônia de maneira realista, significa levantar profeticamente o problema do poder, porque nesta região o povo não tem possibilidade de fazer valer seus direitos… Questionar o poder na defesa do território e dos direitos humanos significa arriscar a vida, abrindo caminho de cruz e martírio”. O Instrumento de Trabalho declara que a Igreja na Amazônia precisa levantar profeticamente a voz, como fez João Batista muito tempo antes de nós, antes da Igreja receber a missão de Jesus de sair anunciando o Evangelho e construindo o Reino de Deus. João corajosamente enfrentou Herodes e denunciou que não lhe era lícito tomar a mulher de seu irmão. Veio-me na meditação do evangelho do dia, a vontade de escrever um pequeno artigo, buscando trazer para nossa realidade eclesial e social do Brasil e especialmente da Amazônia o grito profético de João Batista. Para quem João Batista diria hoje: “não te é lícito”? Arrisco-me algumas situações e o leitor poderá completar a partir de sua realidade. Não te é lícito apropriar-se e privatizar os bens da natureza, como por exemplo a água;Não te é lícito dar concessões as madeireiras para derrubarem nossas árvores e destruir nossa biodiversidade; Não te é lícito realizar a pesca em nossos rios e lagos de forma predatória, sem respeitar os pescadores artesanais que vivem da pesca;Não te é lícito implantar hidroelétricas, estradas e ferrovias que destroem nosso bioma;Não te é lícito queimar nossa floresta e entregar para pessoas e empresas do agronegócio e do latifúndio, para as monoculturas ou para a criação de gado;Não te é lícito tomar as terras dos povos originários, ribeirinhos e quilombolas para entregar às mineradoras;Não te é lícito contaminar a terra, as águas e o ar com agrotóxicos;Não te é lícito criminalizar quem defende a Amazônia, difamando, prendendo ou matando;Não te é lícito olhar a Amazônia apenas como fonte de lucro, de enriquecimento, sem respeitar o meio ambiente, seus povos e suas culturas;Não te é lícito…

Artigo: Não percamos a esperança, busquemos novos caminhos

Diácono Francisco Andrade de Lima Secretário Executivo do Regional Norte 1 da CNBB Quando analisamos a realidade, tudo parece estar perdido, nada faz sentido, os desafios, as dificuldades parecem nos vencer, a impressão que dá é que estamos literalmente no “fundo do poço”. Os grandes meios de comunicação divulgam notícias de morte, violências de todo tipo: contra migrantes, mulheres, jovens, crianças, idosos… a Amazônia literalmente ardendo em chamas, estamos vivendo uma guerra? No seio da Igreja tudo, não é diferente, cada vez mais difícil encontrar consensos, o Papa lança documentos, encíclicas, convoca a Igreja para Sínodos: família, juventude, Amazônia, mas ainda assim muitas divisões, críticas, disputas… será que estamos prestes a um cisma, uma divisão? A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil segue a mesma direção do Papa, lança documentos: Iniciação a Vida Cristã, Ministros da Palavra, Diretrizes para a Ação Evangelizadora… Junto com outras organizações, realizou a assembleia do Povo de Deus, anualmente propõe reflexões através de campanhas: Fraternidade, Missionária, Evangelização, mas ainda assim, parece que estamos sem rumo. O que está acontecendo com o mundo? Com a Igreja? Com as lideranças? Quando olhamos ao nosso redor, começamos a ver que não, não estamos tão perdidos assim, mesmo com as más notícias veiculadas nos grandes meios de comunicação, com toda esta conjuntura que nos cerca, encontramos sinais de esperança, de resistência. Muitas ações pelo mundo a favor da vida, lideranças religiosas colocando suas vidas a serviço da vida ainda que sejam martirizadas, presas; pastorais, organismos movimentos, lutam e defendem a vida. Com todos os desafios e críticas, os Sínodos da Juventude e da Família aconteceram, muitos frutos estão sendo colhidos. O processo do Sínodo para a Amazônia aos poucos vai sendo entendido, e vamos vivendo e fazendo um caminho sinodal, um caminhar juntos. A CNBB com suas novas Diretrizes para a Ação Evangelizadora, traz a preocupação com a evangelização do mundo urbano, sem esquecer as comunidades do mundo rural, todos rumo a uma Igreja cada vez mais missionária, acolhedora e em saída. Mas quando saímos deste ambiente mais acadêmico, midiático, de organização das instâncias maiores, e adentramos lá onde a vida acontece, nas comunidades, aí vamos encontrar concretamente estes sinais de esperança sonhados nos documentos, nas grandes instâncias, às vezes sem ao menos saber da existência destas reflexões. No mês de julho fiz a experiência de participar de um encontro das Comunidades da Prelazia de Tefé, na Paróquia de São José, Município de Jutaí, com mais de 1000 pessoas envolvidas, muitos jovens presentes e protagonizando aquele encontro, ali pude testemunhar a sinodalidade da Igreja: Bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, missionários, missionárias, leigos e leigas todos juntos, fazendo a experiência de uma Igreja circular que caminha junto. A Prelazia de Borba, ainda no mês de julho reúne 300 jovens em um Congresso na cidade de Novo Aripuanã, um sinal de que estas Comunidades não estão acabando, tem continuidade. No final do mês de julho novamente os jovens protagonizam um grande encontro na Prelazia de Itacoatiara, vindos das dioceses e prelazias: Manaus, Alto Solimões, São Gabriel da Cachoeira, Roraima, Parintins, Coari, Borba, Tefé, Itacoatiara, refletindo a vida e a missão nesta região.     A Pastoral Familiar do Regional se reuniu na Diocese de Coari, a luz do Sínodo para a Amazônia, fizeram uma reflexão da missão e dos desafios das famílias nesta grande região. A Cáritas de todos os Regionais da Amazônia se reúnem em Boa Vista na Diocese de Roraima, para refletir a missão e seus desafios, levando em conta toda esta realidade dos Migrantes, sobretudo, Venezuelanos nesta região. Seguindo estes sinais, testemunhei uma outra atividade importante na Região, o II Congresso das Comunidades Cristãs da Diocese de Cametá, celebrando 50 anos de caminhada, bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas, leigos e leigas, participando, mas de 1000 mil pessoas envolvidas. Encerrando o mês de agosto os Bispos e representantes dos Regionais da Amazônia Legal, se reuniram em Belém, para aprofundar o Instrumentum Laboris do Sínodo Para a Amazônia, sempre na busca de novos caminhos. Estes são apenas alguns dos sinais de esperanças que pude vivenciar e testemunhar, mas muitos outros aconteceram neste mesmo período. Desde os primeiros tempos, Jesus insiste que é importante não estar sozinhos, seu grande ensinamento foi o amor a outra pessoa, formou a comunidade dos apóstolos, dos discípulos e discípulas, foram perseverantes, viveram a fé, podemos encontrar todos estes sinais e ensinamentos da Palavra de Deus, nos tempos atuais. Esta história continuou e está presente nos nossos dias. Muitas comunidades, com muitos nomes: cristãs, eclesiais de base, missionárias… com tantas inspirações, espiritualidades, mas todas buscando o mesmo objetivo: caminhar, testemunhar, partilhar, se encontrar, comprometer-se. Portanto, não podemos nos desanimar diante de tão grandes desafios que parecem nos esmagar, nos apagar, neutralizar, procuremos nos alegrar, nos animar, com estes pequenos sinais de esperança que vamos encontrando ao longo do caminho, sejamos como Maria, que “guardava tudo em seu coração”, mas que quando começar a faltar o vinho, estejamos decididos quanto ela e digamos, “façam o que ele vos disser”. E ainda, precisamos ser como as mulheres que chegaram ao Túmulo e ao entrarem e encontraram vazio, “saíram e anunciaram”. Anunciemos estas pequenas, mas boas notícias, assim vamos alimentando a esperança e transformando a realidade sempre a partir de perto de nós, assim como a Boa Notícia de Jesus, que começa com um pequeno grupo de pastores e chega até nós hoje.

Encontro de comunicadores é realizado em Manaus para articular a Pascom do Regional Norte 1 e formar rede de divulgação da Amazônia

Visando articular referenciais de comunicação das dioceses e prelazias pertencentes ao Regional Norte 1 da CNBB, aconteceu entre os dias 6 e 8 de setembro, em Manaus, no Centro de Treinamento Maromba, o primeiro Encontro de Comunicadores em parceria com a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), que também enviou o seu assessor de comunicação, Paulo Martins para assessorar o encontro. Ao todo, estiveram presentes cerca de 40 comunicadores vindos de Manaus, Tefé, Alto Solimões, Coari, Borba, Itacoatiara e Roraima, que atentos entenderam o conceito e processo de comunicação atual e a necessidade de se realizar uma comunicação popular, comunitária e alternativa, onde há a participação de todos os envolvidos no assunto, em uma era 4.0, que além de participar e construir a mensagem, leva-se em conta a experiência e a história de cada um. Também se pensou um plano de comunicação para o Regional Norte 1 e uma rede de comunicadores auxiliando na disseminação e produção de conteúdos próprios de cada realidade, a partir de uma consciência de que todo está interligado. O secretário executivo do Regional Norte 1, Francisco Lima, que organizou este encontro junto ao Comitê Repam, afirmou ter sido este um momento importante de encontro, partilha de experiências, convivência e fortalecimento, e que o próximo passo é continuar articulando esta rede de pessoas que ajudam a dar visibilidade aos invisíveis de nossas comunidades, de forma a tecer a história e construir redes em favor da Amazônia. Esteve presente no encontro o arcebispo da Arquidiocese de Manaus e bispo referencial para a Comunicação do Regional Norte 1, Dom Sergio Castriani, que além do apoio dado pela Repam e mostrou-se satisfeito com o incentivo dado e com a presença daqueles que têm potencialidade de desenvolver-se no campo da comunicação em sua diocese e prelazia. “Viemos aqui fazer um projeto de Pastoral da Comunicação. Conhecemos as dificuldades e os desafios do nosso regional. As distâncias que não seriam problema se tivéssemos dinheiro, mas não temos. Também a falta de compreensão da parte dos pastores que estão sempre ocupados e não nos acompanham e os problemas familiares e de trabalho. Mas ainda sim queremos fazer Pastoral, queremos comunicar a vida que encontrei na igreja com Jesus e os irmãos”, disse Dom Sergio aos participantes. A comunicadora e membro da equipe da Pascom da Arquidiocese de Manaus, Francilma Grana, destacou a importância do encontro de representantes de alguns municípios e o conhecimento partilhado para a formação de uma rede de comunicadores.  “Com a troca de experiências, oficinas, reflexões, articulações, conhecimento sobre a Repam, sobre comunicar para transformação social; refletir sobre o ambiente, o nosso quintal , criando sistema vivo e aberto da comunicação comunitária, popular e alternativa. Comunicar para transformar, para evangelizar, denunciar, anunciar, dar voz e vez para quem não tem, espaço de escutar, de processo de construção da leveza da comunicação na Amazônia. Obrigada pelo colóquio e reflexão sobre a Rede. Foram três dias de muitas partilhas, trocas de experiências e oração. Tenho certeza que o conhecimento e a construção destas articulações é começo de muita coisa boa que vem por aí antes, durante e após o Sínodo para a Amazônia, o novo de Deus que sopra sobre nós”, afirmou Francilma Grana. Confira as fotos na fanpage do Regional Norte 1 https://web.facebook.com/pg/cnbbnorte1/photos/?tab=album&album_id=905213519862437

Migração e Políticas Públicas é tema de seminário realizado pela Pastoral do Migrante

A Pastoral do Migrante do Regional Norte 1 da da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizou de 30 de agosto a 1 de setembro, no Centro de Treinamento Maromba, o Seminário Migração e Políticas Públicas, com o tema “Acolher, Proteger, Promover, Integrar e Celebrar. A luta é todo dia!”. Estiveram no evento representantes das dioceses e prelazias do Regional Norte 1 e Dom Mário Antônio, bispo da Diocese de Roraima e segundo vice-presidente da CNBB; e Dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira e presidente do Regional Norte 1. Na oportunidade, houve a apresentação sobre o contexto da migração dentro dos estados de Amazonas e Roraima; discussão sobre a necessidade de políticas públicas migratórias; reflexão a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2019 que será celebrado no dia 29 de setembro de 2019 – “Não se trata apenas de migrantes”, onde propõe uma globalização da solidariedade e da acolhida daqueles que necessitam sair de sua cidade, seu país em busca de sobrevivência; mapeamento da realidade migratória em cada diocese e prelazia dentro do Regional Norte 1; e propostas para caminhos que ajudem a fortalecer o Serviço Pastoral do Migrante em âmbito regional, a partir do que propõe a Encíclica Laudato Si, no que consiste em valorizar e proteger a vida. A partir da Mensagem que o Papa Francisco escreveu para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2019, que será celebrado no dia 29 de setembro de 2019, Dom Mário Antônio, bispo da Diocese de Roraima e segundo vice-presidente da CNBB, fez uma importante reflexão sobre a nossa atitude diante do irmão migrante. “Não se trata apenas de migrantes, trata-se também de nossos medos, da nossa humanidade, do sentimento de compaixão, de colocar os últimos em primeiro lugar, colocar-se no nível do outro, como Jesus fez. Ele se colocou junto deles, na mesma condição que eles, a serviço deles. Não se trata apenas de migrantes, trata-se de uma pessoa toda, na sua integralidade. Diante do cerne da missão de todo cristão que é procurar que todos recebam o dom da vida em plenitude” … “A resposta aos desafios colocados pelas migrações estão quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar, e podemos acrescentar também o verbo celebrar”, destacou Dom Mário. O bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira e presidente do Regional Norte 1 – Amazonas e Roraima, Dom Edson Damian, em total apoio a essa iniciativa esteve presente no seminário e acredita ser um passo importante para estruturar o trabalho que tem sido tão urgente diante do fluxo migratório ocorrido nos últimos anos. “O nosso Norte 1 está feliz e agradecido pelas pessoas que articularam esse seminário, porque o nosso regional vive um momento dramático com esta migração de milhares de irmãos venezuelanos que entram por Roraima, chegam à Manaus e vão se espalhando pela nossa região. O clamor, o grito, a dor, a miséria de nossos irmãos abriu o nosso coração e a nossa mente para assumirmos pra valer a Pastoral do Migrante no Regional Norte 1. É uma das causas comuns que assumimos na última assembleia geral. Agradeço de coração a equipe que veio aqui, com pessoas muito preparadas e que nos motivaram profundamente para levar adiante esta pastoral e a mensagem do Papa Francisco não pode ser mais evangélica, mais questionadora e mais motivadora para que todos nós abramos os nossos corações como bons samaritanos para acolher, integrar, promover e amar profundamente os nossos irmãos migrantes que vão chegando por aqui”, afirmou Dom Edson Damian. A coordenadora da Pastoral do Migrante na Arquidiocese de Manaus e no Regional Norte 1, Rosana Nascimento, afirma ter o objetivo de que, a partir desse seminário, seja possível identificar os serviços existentes em cada diocese e prelazia e dar o apoio para que se estruturem como Pastoral do Migrante e articular as equipes e as ações. “O objetivo é conseguir identificar através das falas deles sobre o que fazem, para a gente fazer esse mapeamento e aí pensar e planejar o que nós da CNBB Regional Norte 1 podemos fazer para articular com as equipes que estão lá nesses locais. Tivemos a presença do Roberto Saraiva, da coordenação nacional, para ver o que temos e a partir do próximo ano a gente consiga incluir essas pequenas ações que acontecem no plano do nosso regional. Também conseguimos captar pessoas da Arquidiocese de Manaus pois temos o desafio de ampliar a Pastoral do Migrante, formando equipes nas paróquias. É uma sementinha que estamos lançando, esperando bons frutos”, afirmou Rosana. Roberto Saraiva, da equipe nacional do Serviço Pastoral do Migrante, esteve em Manaus, neste seminário, para conhecer a realidade local e dar o apoio necessário para a articulação desta pastoral no regional. “A região amazônica é um lugar muito visado pelo mundo inteiro por sua importância e trabalhar esta pastoral é muito importante. Este é o momento ímpar para que se possa discutir a ampliação da Pastoral do Migrante, sempre ligada às realidades locais, com suas dinâmicas diferentes, mas que visam uma ação conjunta com a igreja do Brasil, levando em conta as diversidades, reforçando o que o Papa nos diz: tudo está interligado”, destacou Roberto.