Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Autor: cnbbnorte1blog@gmail.com

Repam: Em Belém, Igreja da Amazônia reafirma o compromisso com o território

Repam Brasil – 30 de agosto de 2019 Com uma carta aberta para a toda sociedade em que convocam a todos para a sintonia com o Sínodo e o cuidado com a Amazônia, termina o encontro dos bispos e lideranças da Igreja da Amazônia. Realizado no Centro de Espiritualidade Monte Tabor, da Arquidiocese de Belém, o evento teve como objetivo o estudo e preparação dos padres sinodais para a grande assembleia em outubro, no Vaticano. Cerca de 120 pessoas, entre padres, bispos, leigas e leigos e religiosos estiveram no encontro que começou na última quarta-feira (28). Coordenado pelo Cardeal Cláudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal Especial para Amazônia/CEA da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB, da Rede Eclesial e relator nomeado para o Sínodo, juntamente com Dom Davi Martinez de Aguirre Guiné, bispo de Puerto Maldonado, no Peru, e Padre Michael Czerny, subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados para o Serviço de Desenvolvimento Integral Humano do Vaticano, nomeados secretários do Sínodo para a Amazônia, as atividades ao longo dos três dias oportunizaram aos participantes o estudo do Documento de Trabalho do Sínodo por meio de palestras, orações e grupos de trabalho. Ao final da atividade, Dom Alberto Taveira, arcebispo metropolitano de Belém, agradeceu a todos a participação na atividade. O Cardeal Cláudio Hummes lembrou os bispos do compromisso e responsabilidade que têm na assembleia em Roma, em outubro. “Vamos com coragem e paixão”, afirmou o Cardeal. Dom Mário Antônio, vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lembrou os participantes sobre a essência do Sínodo: “Quando se quer chegar rápido, se anda sozinho. Quando se quer chegar longe, vamos juntos”, destacou Dom Mário. E completou: “Que o pós-Sínodo seja Amazônico e grandioso, não pelo tamanho, mas pela intensidade e profundidade”, finalizou. Sobre o encontro Para Dom Zenildo Pereira, da Prelazia de Borba/AM, a atividade possibilitou o encontro e o reencontro dos pastores e lideranças de toda a Amazônia brasileira, numa celebração e comunhão de tudo o que foi realizado na caminhada em preparação ao Sínodo. “Os sonhos, as angústias e as urgências pastorais para, à luz do Espírito Santo, encontrar caminhos novos para isso”, disse Dom Zenildo avaliando positivamente a atividade de Belém. A atividade de estudos foi a última oportunidade de encontro da Igreja da Amazônia antes do Sínodo, em outubro. Para Dom Antônio de Assis, bispo auxiliar de Belém, foi uma atividade muito fraterna, profunda, num clima de grande liberdade, de sinceridade, de autenticidades na apresentação dos diversos temas que envolve a vida pastoral da Igreja. “Nós não tomamos decisões, foi uma experiência de discernimento, de apresentação de diversos horizontes e preocupações e eu creio que nós ganhamos com esse processo de crescimento, de estudo, de envolvimento e de maior convicção sobre a necessidade desse evento tão importante”, destacou Dom Antônio sobre a preparação para o Sínodo. Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Caxias/MA lembrou da particularidade do encontro de Belém, que antecipa a ida dos padres sinodais para Roma. “Foi um momento bom para nos debruçarmos sobre o Documento de Trabalho, diferente do que estávamos fazendo nas dioceses e prelazias, com uma leitura coletiva e a possibilidade de trocas de ideias e de afunilar as propostas para levarmos ao Sínodo”, pontuou o bispo de Caxias/MA. Lideranças leigas, religiosas e padres também participaram do encontro. Margarida Chaves, das pastorais sociais da diocese de Imperatriz/MA esteve na atividade e destacou a importância da voz do povo junto aos bispos nesse último momento de preparação, antes do Sínodo. “As nossas propostas, de fato, vão para o Sínodo e esperamos que os bispos discutam sobre elas. O Sínodo vai trazer, sim, novos horizontes para o nosso trabalho pastoral, principalmente considerando a questão da ecologia integral, da participação das mulheres e o reconhecimento dos povos indígenas enquanto atores da própria caminhada pastoral”, enfatizou Margarida. O pastor luterano Inácio Lemke, presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil/CONIC, participou de todo o encontro. Para ele, pensar a Amazônia e o processo de evangelização no território é algo precisa ser pensado coletivamente. “O CONIC espera que se firme mais ainda esse compromisso ecumênico na região”, destacou o pastor sobre a expectativa em relação aos resultados do Sínodo para a Amazônia. Compromisso reafirmado Na carta elaborada pelos participantes do encontro, bispos e lideranças reafirmaram o compromisso com a defesa e cuidado com a vida dos povos e de toda a floresta. “Defendemos vigorosamente a Amazônia, que abrange quase 60% do nosso Brasil. A soberania brasileira sobre essa parte da Amazônia é para nós inquestionável”, afirmam na carta. No texto, há também uma manifestação da preocupação da Igreja para com a degradação do meio ambiente. “Ficamos angustiados e denunciamos o envenenamento de rios e lagos, a poluição do ar pela fumaça que causa perigosa intoxicação, especialmente das crianças, a pesca predatória, a invasão de terras indígenas por mineradoras, garimpos e madeireiras, o comércio ilegal de produtos da biodiversidade”, denunciam na carta. Confira o texto na íntegra: Carta do Encontro de Estudo do Documento de Trabalho do Sínodo para a Amazônia

EM SOLIDARIEDADE À AMAZÔNIA

“O homem não pode permanecer um espectador indiferente diante dessa destruição, nem a Igreja deve ficar em silêncio”. (Papa Francisco) A Presidência, o Conselho Consultivo e as Assessorias da Comissão Nacional dos Diáconos (CND), reunidos no Centro Cultural Missionário, em Brasília (DF) para o planejamento de suas atividades, no dia de Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina, em comunhão com a Igreja no Brasil e com o Papa Francisco, levantamos a nossa voz pela Amazônia, indignados com os últimos acontecimentos que afetam a Região: o descaso com os direitos dos povos indígenas; quilombolas e ribeirinhos, a destruição incontrolada da biodiversidade; a incongruência das medidas governamentais; a entrega indiscriminada da exploração dos recursos naturais ao grande capital. O Grito da Amazônia é o grito por liberdade e respeito à natureza, aos povos amazônicos e a toda a humanidade. Como diáconos discípulos missionários de Cristo Servidor, levantamos a nossa voz em defesa da vida, diante da destruição irreparável que sofre a nossa Casa Comum. Nos unimos a todos que estão comprometidos com a Ecologia Integral, e ao mesmo tempo, incentivamos para que esclareçam, denunciem profeticamente toda destruição e cultura de morte, e promovam ações no âmbito das suas comunidades para garantir a preservação do Planeta. Estamos convencidos que o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia será um acontecimento eclesial de luz e vida para todos os povos. Por isso, apoiamos com toda força e convicção, além de unir nossa oração ao Deus da Vida e Vida plena. Diácono Francisco Salvador Pontes FilhoPresidente da CND Brasília (DF), 23 de agosto de 2019

Secrerário do Regional Norte 1 – AM/RR fala sobre sua caminhada eclesial

Falar da caminhada feita é um tanto complicado, pois falar de nós mesmos não é algo muito fácil. Sou Francisco Andrade de Lima, filho de agricultores, nascido em Tefé/AM, batizado na Comunidade Divino Espírito Santo, sede de uma Paróquia chamada Missão, com mais de 60 comunidades, todas ribeirinhas. Minha família residia num lugar chamado Santa Marta, às margens do Rio Solimões. É nesse lugar que inicia minha caminhada de fé. Por causa da ausência de escolas, de serviço de saúde meus pais decidiram então mudar para a cidade de Tefé. Assim, poderiam nos proporcionar acesso à educação, à saúde… Cresci nesta cidade e ali continuei o processo de educação na fé. Fiz a primeira comunhão, confirmei a fé (crisma), celebrei o matrimônio e fui ordenado diácono. Ainda jovem, aos 20 anos (1995), recebi de Dom Mário Clemente Neto o convite para colaborar na equipe de Coordenação de Pastoral da Prelazia de Tefé, que tinha como coordenador o Pe. Domingos da Rocha Ferreira, um padre Espiritano. Fui conhecendo melhor a Igreja, colaborei na formação de muitas lideranças ribeirinhas, ao mesmo tempo continuava o meu processo de formação. Já tendo como bispo Dom Sérgio Eduardo Castriani, fui convidado para assumir o serviço da Coordenação de Pastoral da Prelazia. No início, achei um tanto estranho: como um leigo jovem poderia assumir tal serviço? Mas fui animado e motivado pelo bispo e assumi. A Prelazia não tinha ainda o Diaconato Permanente. Em 2005, Dom Sérgio convidou o então formador dos seminaristas, Pe. Teodoro Mendes Tavares (hoje Dom Teodoro Mendes Tavares, bispo da Diocese de Ponta de Pedras, no Pará), Ir. Ana Pedroso (uma Franciscana Missionária de Maria) e eu, para que apresentássemos uma proposta de uma escola diaconal. Nesta ocasião, já estávamos em um processo de animação vocacional em vista do diaconato permanente na Prelazia. Depois de um longo tempo, no dia 11 de abril de 2010, foram ordenados os 4 primeiros diáconos permanentes da Prelazia de Tefé, e um deles sou eu. Como diácono, continuei os serviços na Coordenação de Pastoral, que já havia iniciado antes do diaconato como leigo, percorrendo os rios da Prelazia, colaborando na formação de agentes de pastoral. Em 2015, Pe. Zenildo Lima da Silva, o então Secretário Executivo do Regional Norte 1 da CNBB, informou que os Bispos do Regional nos indicaram (eu e minha esposa) para assumirmos este serviço. No começo, achei complicado, pois seria uma mudança radical, inclusive de endereço. Depois de um longo discernimento com a esposa e filhas, decidimos aceitar a missão. Chegamos em Manaus em janeiro de 2016 para esta missão que estamos até hoje. Para mim, fazer a experiência da vocação familiar, sendo pai, esposo, e, ao mesmo tempo, a vocação ao ministério ordenado como diácono permanente, apesar dos desafios, não tem sido difícil. Ter uma família que está sempre presente comigo, minha esposa e minhas duas filhas todas atuando, exercendo algum serviço na comunidade é algo que me incentiva e me faz cada vez mais ter certeza do caminho escolhido. O serviço que exerço na Igreja que tem origem no Cristo Servo, me faz muito feliz. O processo vocacional não termina, é um processo, continua por toda a vida, a cada dia vai sendo construído ao longo da vida. Diácono Francisco Andrade de LimaSecretário Regional – Norte 1 Fonte: http://repam.org.br/?p=3043

Comissão Nacional dos Diáconos parabeniza bispo da Prelazia de Itacoatiara por inicar processo de formação ao diaconato

A Prelazia de Itacoatiara iniciou no dia 3 de agosto o processo de formação de diáconos diante da necessidade local. Ao tomar conhecimento, o presidente da Comissão Nacional dos Diáconos do Brasil, o diácono permanente Francisco Pontes pronunciou-se, parabenizando o bispo local, Dom Ionilton Lisbo por esta iniciativa. Confira na íntegra: Excelentíssimo e Reverendissimo Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira. Bispo da Prelazia de Itacoatiara Estimados presbíteros. Graça e paz! A Comissão Nacional dos Diáconos do Brasil se alegra pela notícia do início do processo de discernimento e formação dos candidatos ao diaconato da Prelazia de Itacoatiara. O ser, a vocação e a missão do diácono surgem da ação criativa do Espírito Santo, na Igreja primitiva diante das necessidades da comunidade e da urgência da Igreja em cumprir a sua missão (At 6,3). A restauração do diaconato permanente pelo Concílio Vaticano II não é um retorno somente a origem da Igreja, é muito mais que isso, ela vem responder a uma nova visão ministerial de Igreja. A história e as perspectivas pastorais que tanto motivaram os padres conciliares a restaurar o ministério diaconal, na verdade, eram motivações do grande protagonista da Igreja: o Espírito Santo. O diaconato tem a sua origem na consagração e na missão de Cristo, nas quais o diácono é chamado a participar (cf. LG, 28a). Nos últimos anos a vocação diaconal tem crescido, isto é, muitos bispos e presbíteros têm motivado e acolhido a vocação diaconal em suas dioceses. As diretrizes para o Diaconado Permanente da Igreja do Brasil (Doc 96 CNBB), indicam a as etapas do processo formativo, bem como o perfil e os pré-requisitos necessários para se tornar um diácono permanente. Além das diretrizes cada diocese estabelece os seus critérios segundo as necessidades da Igreja particular. Mais que nunca a Igreja espera dos diáconos disposição missionária para servir aos mais pobres nunca Igreja em saída, companheira no caminho. “A Conferência de Aparecida espera dos diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e nas novas fronteiras da missão”. (DAp 208). Nos unimos a Comissão regional dos Diáconos e nos colocamos à disposição para colaborador no processo formativo dos candidatos e rogamos ao Senhor da messe, que envie operários para a sua messe. Que Nossa Senhora das Vocações e São Lourenço intercedam por esta iniciativa esperançosa para a Prelazia de Itacoatiara e para a nossa Igreja na Amazônia. Fraternalmente, Diác. Francisco Pontes Presidente da CND Manaus, 3 de agosto de 2019.

Em Carta Pastoral, Comissão para o Enfrentamento ao Tráfico Humano convoca à ação

A Comissão Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano divulgou, neste dia 29 de julho, um Carta Pastoral, por ocasião do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, celebrado amanhã, dia 30. No documento, os representantes da Comissão reiteram seu compromisso no enfrentamento à realidade do tráfico de pessoas e conclamam a sociedade brasileira a empenhar-se em identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como caminho para a superação desta violação da dignidade humana. Clique aqui e confira a carta na íntegra

PJ festeja 35 anos de caminhada, para sair em missão, desde a memória construída coletivamente

Qual é o papel que a juventude tem na sociedade e na Igreja? Realmente podem exercer um papel protagonista, ou são relegados na hora das decisões? Se tem uma coisa que sempre marcou a caminhada da Pastoral da Juventude (PJ), foi sua luta pelo protagonismo e empoderamento juvenil, o que não poucas vezes provocou conflitos dentro da Igreja. No Regional Norte 1 a PJ está comemorando 35 anos de existência, e para isso, mais de duzentos jovens tem se encontrado em Itacoatiara – AM, de 25 a 28 de julho, para participar do 8º Encontro Regional da Pastoral da Juventude. No encontro se fizeram presentes três elementos importantes, a festa, a memória e a missão. Ao respeito deles, a Irmã Elsie Vinhote, assessora da PJ, reconhecia que existem “motivos de festa, de alegria da juventude da Amazônia, a pesar das dificuldades que o jovem passa”. Segundo a religiosa, “o motivo de ser festivo do jovem da Amazônia está na própria cultura, na sua própria maneira de ser”. Por isso, o encontro tem levado a “celebrar por ter vida diante de tantas ameaças à vida da juventude”. Em seus 29 anos de caminhada no meio da Pastoral da Juventude, desde que começou acompanhar um grupo de base, e depois as outras instâncias da PJ, ela faz memória desde “o significado do acompanhamento, de fortificar a fé para enfrentar dificuldades, de resistência, de eclesialidade e vivência da cidadania”, insistindo em que “a PJ firma nos jovens sua identidade, o protagonismo juvenil, a sua eclesialidade e missão na Igreja e na sociedade”. Na hora de falar de missão dos jovens, a religiosa reconhece que “uma das dificuldades é o próprio tempo dos jovens e a preparação para dominar diversos temas ou assuntos”. Ela coloca como exemplo o mundo da droga, dizendo que “é difícil tentar tirar outro jovem desse vício, dessa marginalidade porque às vezes ele não tem os mecanismos ou os meios suficientes que sustentam”. A reflexão que surge daí é que “falta formação nessas áreas de fronteira, de situações de risco”, afirmando que “mesmo não sendo todos, há jovens que se envolvem, que tem um pouco mais de profetismo, de formação, de ousadia, talvez não tenham as soluções mas eles tem a presença”. A importância do 8º Encontro da Pastoral da Juventude do Regional Norte 1, segundo Dom Tadeu Canavarros, bispo auxiliar de Manaus e referencial da juventude no Regional, “está na própria celebração, que vai envolvendo todo o Regional, as nossas diversas Igrejas que compõem o nosso Regional são enriquecidas por esta voz da Pastoral da Juventude de uma maneira especial”. O bispo auxiliar de Manaus destaca a “tríade que eles escolheram, baseado na festa, que é essa dimensão bastante juvenil, que nós encontramos de uma maneira muito caraterística na pessoa do jovem, depois essa dimensão da missão, do Evangelho, de levar a evangelização sempre a frente, e a memória, baseado na construção dos inúmeros pastores e jovens que abraçaram essa causa da juventude e que levam para frente”. Nessa dimensão, “celebrar tudo isso nesse contexto de 35 anos nos ajuda sempre a ouvir o clamor dos jovens”, segundo Dom Tadeu. Neste  tempo inter sinodal, entre o Sínodo da Juventude e o Sínodo para a Amazônia, o papel da juventude, segundo o bispo, é “de principal protagonista”. Se referindo à frase do Papa Francisco, “não tenham medo de avançar para o futuro desconhecido”, Dom Tadeu afirma que “esse futuro, na região amazônica, está exatamente na mão dos jovens, que já desde agora começam a tomar atitudes concretas para realmente passar da lógica da espoliação para uma lógica do cuidado, assumir de fato todo o cuidado com a Casa Comum, toda a dimensão de preservação e viver daquilo que a floresta oferece sem, de fato, destruir”. O bispo referencial da juventude, vê os jovens como “vozes proféticas, porque lutam e persistem nessa caminhada”. Igualmente, o bispo local, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, reconhecia a PJ como “uma força viva na Prelazia”, fazendo memória da música de Zé Martins que diz “eu quero ver, eu quero ver, eu quero ver a juventude acordar, eu quero ver, eu quero ver, todo jovem ocupando seu lugar”. O encontro pretendeu, segundo Luiz Filipe Fialho, Secretário Regional da Pastoral da Juventude, “celebrar o caminho que foi conduzido por muitos pés e hoje está sendo caminhado por nós”. Ele reconhece que “o nosso posicionamento, a nossa opção preferencial pelos jovens vai interferir em gerações futuras, e esse processo, a Pastoral da Juventude vive um processo que é de ciclo, a gente percebe que esse ciclo vai se renovar com outros pés”. O Secretário Regional afirma que “a gente está aqui para festejar e depois sair em missão, a partir dessa memória que a gente constrói coletivamente”. Desde essa perspectiva histórica, Luiz Filipe Fialho destaca que “hoje a missão da Pastoral da Juventude na Amazônia, sobretudo, que não é uma missão nova, mas que é uma missão que é permanente para a gente é construir políticas públicas, para a juventude indígena, para a juventude ribeirinha, para a juventude do meio urbano, porque a gente acredita que construindo e pautando a vida da juventude, com projetos e políticas públicas voltados para o bem viver, em uma construção coletiva, a gente está construindo um pouquinho da civilização do amor aqui nas terras amazônicas”.       Nesse mesmo sentido, o Secretário Nacional da Pastoral da Juventude, Davi Rodrigues, presente no encontro, afirmava que “a juventude da Amazônia, ela tem o ponto de vista fundamental para a Igreja do Brasil e para a Pastoral da Juventude brasileira”. Segundo ele, “a juventude da Amazônia, assim como a Igreja da Amazônia, tem muito a nos ensinar a partir de experiências sinodais, da vida do povo, do cuidado da Casa Comum, do cuidado com a vida”, chegando a dizer que “hoje seria a grande chave de leitura para o mundo, a Igreja da Amazônia”.  Na Amazônia, a presença do mundo indígena ainda é muito marcante em muitas regiões do interior. Nesse sentido, Luciane Mendes de…
Leia mais

Líder indígena destaca a importância do Papa Francisco no processo de voltar o olhar para os povos originários

Patrícia (Foto: Luis Miguel Modino) Considerada uma das vozes mais relevantes do povo Kichwa de Sarayaku, Patrícia Gualinga tornou-se referência internacional por defender a Amazônia equatoriana e seus povos, uma terra onde a fronteira extrativista continua avançando, sem respeitar as leis e com o apoio do governo equatoriano, que “se concentrou maciçamente na promoção de atividades extrativistas dentro dos territórios dos povos indígenas”, como ela reconhece. Por  Luis Miguel Modino. A líder indígena destaca a importância do Papa Francisco, que levou a Igreja a voltar seus olhos para os povos originários. Nesse sentido, Patrícia Gualinga assinala que “o povo pede um maior acompanhamento, a Igreja amiga, a Igreja com rosto de irmão que acompanha os processos onde se cometem injustiças”, algo que pode ser fortalecido com o Sínodo para a Amazônia, que é visto como uma oportunidade para “a Igreja se comprometer mais a estar do lado do povo”, especialmente os povos indígenas, que “se tornaram objetos da ambição da economia global extrativista”. Ela afirma que “a contribuição fundamental que os povos indígenas têm a dar à humanidade é uma nova forma de relação com a natureza”, baseada no respeito, algo que ela vê como “essencial, porque senão o mundo se desconectou de tal maneira da natureza que estamos cavando nossa própria destruição”. Neste campo, destaca-se o papel da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, que “realizou um trabalho de extrema importância e teve a sabedoria de saber relacionar a parte religiosa, católica e bíblica ao conhecimento dos povos indígenas, com a conservação da natureza”. Patricia Gualinga lança uma mensagem aos padres sinodais, aos quais ela diz “não tenham medo da transformação”, insistindo que “confiem em Deus”, e “aceitem as mudanças que podem enriquecer a Igreja Católica, que há muitos anos precisava de uma transformação profunda”. Confira a entrevista! Qual é a situação atual dos povos indígenas na Amazônia equatoriana em relação à exploração dos recursos, muitas vezes incentivada pelo próprio governo? A situação continua sendo o avanço da fronteira extrativista, as concessões em territórios indígenas, a tentativa de explorar áreas imensamente ricas em biodiversidade, onde são as nascentes dos olhos da água, como o chamado bloco 28, que fica na região da Cordilheira dos Llanganates, onde nascem todas as águas que vão para o Amazonas, como o Pastaza, Bobonaza e outros rios que vão abastecem os rios que são afluentes do Amazonas. Há uma preocupação extrema com a violação da consulta prévia, livre e informada, sobre as tentativas de construir usinas hidrelétricas. O governo equatoriano concentrou-se maciçamente na promoção de atividades extrativistas dentro dos territórios dos povos indígenas.O Papa Francisco, em 2017, no Terceiro Fórum Mundial dos Povos Indígenas, insistiu na necessidade de conciliar o direito ao desenvolvimento com a proteção dos povos indígenas e seus territórios e que o direito ao consentimento prévio e informado prevaleça, um ideia também presente nas resoluções das Nações Unidas. Por que isso não é levado em conta, por que não se respeitam essas leis? Porque os governos tentam fazer prevalecer as leis menores, os decretos ministeriais ou presidenciais prevalecem, e eles não estão respeitando a Constituição, porque a Constituição é muito clara. Há falhas internacionais como Sarayaku, que segue padrões internacionais durante todo o processo de consulta prévia e informada e que deve haver consentimento quando se trata de atividades de grande escala que afetam os povos indígenas. É o governo quem realmente desrespeita a lei, a Constituição e o direito internacional. Embora o papa Francisco tenha frequentemente chamado ao respeito pelos direitos dos povos indígenas e da Amazônia, os governos estão se fazendo de surdos para tentar cumprir essa lei e com esses apelos.Até mesmo o cardeal Barreto, em um artigo publicado na semana passada na Revista la Civiltá Cattólica, disse que os países de onde vêm as empresas que saqueiam a Amazônia devem ser responsáveis pelas consequências das atividades dessas empresas. Como as organizações indígenas estão pressionando ou podem pressionar os organismos internacionais a esse respeito? É verdade, as grandes empresas são tão organizadas que seus interesses não são afetados, que geralmente se acontecem julgamentos estão em cada país, eles estão em diferentes lados e é difícil chegar à sede das empresas. Já vivemos isso com o caso da Chevron no Equador. Mas também incluem artigos que, se a resistência dos povos indígenas significa que os estados não cumprem o dever de garantir a empresa, não estamos falando de garantias do Equador, mas garantindo que a empresa cumpra com a extração, eles cobram uma compensação milionária e vão embora. E se eles não concordarem com isso, eles os levarão à arbitragem internacional. Existe uma organização tão altamente elaborada por empresas em que a sociedade civil e os povos indígenas não possuem esquemas que realmente protejam os direitos humanos. Embora os direitos humanos sejam protegidos dentro de organizações como a OEA (Organização dos Estados Americanos) ou a Corte Interamericana, aqueles que são julgados são os mesmos estados e não as empresas. Deveria haver uma instância que julgue violações de empresas extrativas, mesmo que extraterritorial, e nesse contexto eu acredito que não houve progresso. Houve queixas dentro das Nações Unidas sobre a questão da responsabilidade corporativa, mas são queixas que não são tão vinculativas dentro dos esquemas corporativos. Acredito que não atingimos o nível de formação daqueles espaços onde as empresas têm que responder por violações extraterritoriais que estão ocorrendo, seja na Amazônia ou em diferentes lados, onde sua responsabilidade é extremamente séria.Até que ponto vocês, como povos indígenas, estão se sentindo apoiados pela Igreja Católica? Você falou sobre o caso Sarayaku e recentemente foi realizado um julgamento em que o governo equatoriano foi condenado, onde alguns religiosos, padres, bispos estavam presentes, vocês realmente sente o apoio da Igreja? O caso Sarayaku foi julgado em 2012 na Corte Interamericana de Direitos Humanos, em San José, na Costa Rica, e no processo, se houve sacerdotes muito parceiros, mas a Igreja não tinha um papa como o que temos agora. Neste último caso, que é o dos Waoranis, que ganharam uma ação de proteção em…
Leia mais

Coordenação Regional da Pascom participa de primeira reunião da coordenação nacional com a nova presidência do CEPAC

Com o objetivo de pensar, discutir e promover ações que contribuam para o desenvolvimento da comunicação pastoral na Igreja do Brasil, a Coordenação Nacional da Pastoral da Comunicação – Pascom esteve reunida de 16 a 18/7, em Goiânia. Dos 18 regionais da CNBB, 11 estiveram representadas pelos seus coordenadores, dentre elas o Regional Norte 1.  Esta foi a primeira reunião da coordenação com o presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação – CEPAC, Dom Joaquim Mol, que apresentou a nova estrutura desta comissão, da qual passam a fazer parte o padre Tiago José Sibula da Silva, que esteve presente no encontro, e a jornalista Manuela de Oliveira Castro, como assessores nacionais, além dos bispos Edilson Soares Nobre e Neri José Tondello. Dom Mol lembrou as atribuições da CEPAC como animador e articulador de projetos estratégicos nos regionais da CNBB, missão que se concretiza, também, no trabalho da produção, na formação, espiritualidade e articulação dos agentes da Pascom. O Coordenador Nacional da Pascom, Marcus Tullius, conduziu os trabalhos da reunião, sendo o regimento da Pascom um dos temas mais importantes tratado nos dois primeiros dias. A elaboração do documento, contou com a colaboração e contribuições de todos os presentes. Na quinta-feira (18/7), pela manhã, o grupo recebeu, também, os bispos referenciais para a comunicação dos regionais, oportunidade em que cada regional apresentou as ações comunicacionais que estão realizando. Porém, o destaque ficou para os rumos dos eventos nacionais, Muticom e Encontro Nacional da Pascom. A proposta é que estes eventos tenham periodicidade de quatro anos, que resultaria em um intervalo de dois anos de um para outro e não mais anual, como vem ocorrendo. O novo formato deverá suprimir as dificuldades encontradas pelos regionais para uma participação mais expressiva. A definição do formato destes encontros será definida pela CEPAC. Os trabalhos da quinta-feira, iniciaram com a celebração eucarística, presidida por Dom Edilson, concelebrada por Dom Mol, bispos e padres presentes na reunião. O encontro da coordenação nacional da Pascom, desde os últimos anos, vem sendo realizado na semana dos eventos nacionais, alguns dias antes e, com a mudança da periodicidade destes eventos, passará a ser realizada, nos anos em que não houver um dos encontros nacionais, durante a assembleia geral dos bispos em Aparecida. A pauta do encontro contou, também, com avaliação dos trabalhos realizados, apresentação dos novos coordenadores regionais, identidade visual da Pascom, o novo portal da Pascom, entre outros. Por: Greice Pozzatto – Coordenadora do Regional Sul 3 Fotos: Ana Paula Gioia – Coordenadora do Regional Norte 1

UMA IGREJA EM SAÍDA NA BUSCA DE NOVOS CAMINHOS

O regional Norte 1 vivenciou a experiência de uma Igreja em Saída buscando novos caminhos, foram muitas as ações ocorridas desde o mês de junho, uma movimentação e participação das 9 Igrejas de nosso Regional para atividades comuns: Seminário de Iniciação a Vida Cristã (30 de maio a 02 de junho), 142 agentes. Seminário das Pastorais Sociais (13 a 16 de junho), 80 agentes. Pré Congresso Vocacional, 70 agentes, Assembléia dos Diáconos (06 a 08 de julho) 60 diáconos e esposas. Todas estas atividades reuniram as Prelazias de Borba e Itacoatiara, Tefé, as Dioceses de Alto Solimões, Coari, Parintins, Roraima e São Gabriel da Cachoeira e a Arquidiocese de Manaus. Momento de muita comunhão, participação, reflexão, sonhos e esperanças. Ainda neste mesmo tempo ocorreram ações que nos envolveram como o Fórum Franciscano para o Sínodo Pan-Amazônico (04 a 06 de julho), com a participação de cerca de 160 franciscanos e franciscanas, muitos deles que atuam neste regional. Ajuri Amazônico (01 a 07 de julho), um curso que envolveu 80 participantes, vindo sobretudo da Arquidiocese de Manaus, mas que também contou com a presença de outras dioceses e prelazias do Regional. Formação sobre Leitura Bíblica no Chão Amazônico, realizado pela CRB (Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil – Regional Amazonas e Roraima) e CEBI (centro de Estudos Bíblicos – Amazonas), com participação de 50 pessoas. Mas ainda ocorreram dois grandes encontros: A Prelazia de Borba reuniu mais de trezentos jovens no IV congresso da Juventude na Paróquia de Novo Aripuanã (12 a 14 de julho), A Juventude da Prelazia se reuniu para celebrar, refletir e animar a caminhada, envolvendo famílias, comunidades, paróquias, toda Igreja presente no Rio Madeira e seus afluentes. A Prelazia de Tefé realizou a 5ª Assembleia das Comunidades Eclesiais de Base (10 a 14 de julho) na Paróquia de São José em Jutaí, com a participação de cerca de 900 representantes das comunidades indígenas, ribeirinhas e urbanas, tratando também do tema da Juventude: Não Tenham medo vão anunciar: Amazônia novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Tudo isso acontece ao redor dos Sínodos para Amazônia e da juventude. Bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, leigos e leigas buscando caminhar a partir do chão sagrado da Amazônia, aprofundando novos caminhos para a Igreja, envolvendo sobretudo a juventude. Sigamos em frente, nesta Igreja comunhão, participação, como diz o Documento de Aparecida: “A Igreja de Deus na América Latina e no Caribe é Sacramento de Comunhão de seus povos. É morada de seus povos; é casa dos pobres de Deus.” (DAp 524). Que Nossa Senhora da Amazônia continue iluminando esta caminhada, e que a Exemplo de Jesus de Nazaré nunca nos faltem coragem e paixão para anunciar o Reino e denunciar tudo que mata a vida neste chão amazônico. Por Diác. Francisco Andrade de Lima Secretário executivo do Regional Norte 1 da CNBB

Instalado organismo para atuar junto aos formadores de seminários no Regional Norte

A Organização dos Seminários e Institutos Filosóficos-Teológicos do Brasil (OSIB) é organismo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que se ocupa da articulação de todo o processo de formação presbiteral, dos seminários e particularmente da formação da equipe formativa dos seminários. Ela se organiza também nos regionais da CNBB, com suas diretorias. O Regional Norte 1 sempre foi representado pelo Seminário São José, por ser o único Seminário Maior, mas agora com a organização de seminários propedêuticos em algumas dioceses e prelazias passou a existir um corpo de formadores, e isso levou a constituir uma equipe para coordenar a OSIB em âmbito regional. O Pe. Zenildo Lima, reitor do Seminário Diocesano São José, já vinha fazendo o trabalho da OSIB no regional e recentemente tornou-se vice-presidente deste organismo em nível nacional, pela CNBB. Agora padre Zenildo foi confirmado e escolhido presidente do recém-criado OSIB do Regional Norte 1, sendo sua diretoria formada por: ·         Presidente: Pe. Zenildo Lima (Arquidiocese de Manaus) ·         Vice-Presidente: Pe. Josimar Lobo (Diocese de Roraima) ·         Secretário: Pe. Marcos Aurélio (Diocese de Parintins) ·         Bispo Referencial: D. José Albuquerque (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus) Encontro formativo No dia 14 de junho aconteceu, em Manaus, um encontro de formadores do Regional para tratar de questões relacionadas aos seminários propedêuticos, no que diz respeito às competências na dimensão humano, afetiva e psicológica, com o auxílio do padre José Carlos. Também se discutiu a dinâmica e o direcionamento dos seminários. O encontro foi muito proveitoso e foi muito bonito perceber que a maioria destes foram alunos do Seminário São José.