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Encontro do povo Ticuna: avançar no projeto Igreja Sinodal com Rosto Magüta

Criar uma Igreja com rosto amazônico e indígena é uma das propostas que surgiram do Sínodo para a Amazônia. Em alguns lugares, como entre o povo Ticuna na Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, há um desejo de avançar nessa direção. Um novo passo foi dado nos dias 15 e 17 de maio, com o encontro realizado na comunidade de Arara, na Colômbia. Durante três dias, seguindo um caminho iniciado anos atrás, essa comunidade indígena se tornou um ponto de encontro para mais de 70 catequistas, animadores e missionários do projeto Igreja Sinodal com rosto Magüta, segundo com Jonhatan S. Olarte. Esse evento reuniu agentes pastorais que trabalham nas comunidades Ticuna do povo Magüta, espalhadas ao longo do rio Amazonas, no Vicariato Apostólico de Letícia, na Colômbia; no Vicariato Apostólico de São José do Amazonas, no Peru; e na Diocese de Alto Solimões, no Brasil. Algumas das comunidades onde esse projeto está sendo realizado estiveram presentes nesse encontro: as comunidades de San José de Yanayacu, Yahuma e Barranco, do Peru, as comunidades Umariaçu I e Emaús, do Brasil, e Nazareth, Progreso e Arara, que foi a anfitriã, da Colômbia. O tema central de reflexão durante os três dias de reunião foi a comunhão, vista como essencial tanto no trabalho pastoral quanto no bem-estar das comunidades. Nessa perspectiva, foi destacada a importância da comunhão na prática cotidiana e como ela fortalece o tecido social e espiritual das comunidades Magüta. A metodologia do encontro buscou resgatar e valorizar as tradições indígenas, entrelaçando-as com a experiência cristã, criando um diálogo enriquecedor entre a fé e a cultura ancestral. Segundo os participantes, os dias foram marcados pela alegria e por momentos de partilha, onde experiências foram compartilhadas e vínculos foram fortalecidos. Essa alegria era palpável, refletindo a essência do que significa viver em comunidade e harmonia. Esse encontro não foi apenas uma reunião para discutir questões de fé, mas também uma celebração da vida e da cultura que une o povo Ticuna, formado por 35.000 pessoas que vivem nessa região da Amazônia, e no qual, pouco a pouco, vários ministérios estão surgindo para que o Evangelho possa ser anunciado a partir da realidade amazônica e indígena.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Hudson Ribeiro: 18 de Maio, Faça Bonito!, um chamado a “proteger as crianças e adolescentes contra todas as formas de violações”

A cada 15 minutos uma criança é vítima de espancamento ou violência sexual no Brasil, um país onde segundo a Organização Mundial da Saúde, somente 7 em cada 100 casos de exploração sexual são denunciados. Em 2023, foram denunciados 39.357 casos de abuso e exploração sexual, com 42.031 violações existentes. São números alarmantes e daí a importância do 18 de maio, o Dia Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que já conta com 24 anos de mobilização com a Campanha Faça Bonito! Denunciar se faz necessário, dado que essa é uma das formas de enfrentar essa violência silenciosa que deixa sequelas graves. A Igreja católica brasileira vem se empenhando nisso há tempo, levando esse debate para a sociedade e alertando os organismos públicos. Para avançar nesse combate foi criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEETH). No caso das crianças, o tráfico humano acontece muitas vezes através de adoção ilegal, com finalidades para trabalho análogo a escravidão e exploração sexual comercial. A legislação brasileira continua avançando com novas leis e a Constituição Brasileira garante os direitos das crianças e adolescentes, mas na prática, a realidade é bem diferente e são muitas as crianças e adolescentes que sofrem violência no Brasil e se tornam vítimas do Tráfico de Pessoas. Em Manaus, como em tantas cidades do Brasil, se realizam ao longo do dia 18 de maio diversos atos para lembrar a necessidade de assumir o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes. Representantes do poder público e da sociedade civil participaram desse momento. Para a Igreja católica, que no ato de Manaus estava representada pela Pastoral do Menor, a Cáritas, a Pastoral dos Migrantes, e a Rede um Grito pela Vida, a participação do Faça Bonito! é, segundo o bispo auxiliar de Manaus, dom Hudson Ribeiro, que lembrou as palavras de Jesus no Evangelho: “deixar vir a mim as crianças porque delas é o Reino dos Céus”, um chamado a “proteger as crianças e adolescentes contra todas as formas de violações”. O bispo auxiliar destacou que “o Dia do Faça Bonito! é o compromisso da Igreja católica com a infância e a adolescência. Precisamos proteger, defender os diretos, promover tudo aquilo que é em favor da vida de crianças e adolescentes”. Segundo dom Hudson Ribeiro, estamos diante de “um compromisso de toda a sociedade que a Igreja católica participa nesse compromisso, que é um compromisso de vida”, ressaltando que “Faça Bonito! – 18 de maio é a nossa luta em favor dos direitos de crianças e adolescentes contra todas as formas de violação”. Mesmo diante da forte chuva, “queremos continuar lutando pelos direitos das nossas crianças e adolescentes”, disse a Ir. Michele Silva, coordenadora do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que ressaltou a necessidade do ato em favor da “vida e proteção das nossas crianças e adolescentes”, de ser cuidadores da vida. Um clamor por direitos que também chegou desde as crianças, na voz de Vitória Sofia, criança de nove anos, representante de um dos 327 grêmios estudantis das escolas municipais de Manaus, que disse que “as crianças e adolescentes precisam ter seus direitos respeitados, essa cidade precisa ser segura para mim e tantas outras crianças como eu”, dizendo aos presentes que “é meu direito viver num mundo sem violências, é meu direito crescer e segurança”. Representantes do poder público destacaram a necessidade de assumir essa causa como uma causa diária, sendo a informação e a educação as principais ferramentas para alcançar uma sociedade mais segura para as crianças e adolescentes. Algo que tem a ver com diversos âmbitos e que demanda um trabalho em rede em busca da melhora das políticas públicas. Nessas demandas também devem ser envolvidas as crianças e adolescentes, uma luta que tem que envolver toda a sociedade para que toda criança tenha seus direitos garantidos. O ato foi oportunidade para denunciar situações presentes em Manaus, mas também na Amazônia e no Brasil, como é a gravidez na adolescência, que o diácono Alfonso Brito, secretário executivo da Caritas Arquidiocesana de Manaus, denunciou como violação das crianças e adolescentes, insistindo para que os órgãos do poder público mudem essa realidade. Ele lembrou da criação do Centro Integrado que ainda será concretizado e que vai facilitar as denúncias e o acompanhamento das crianças e adolescentes, algo que pediu ser levado a todos os municípios do Estado do Amazonas, dotando de profissionais para atender as crianças e adolescentes. Uma luta que é de todos e é diária, segundo enfatizou a representante da Rede um Grito pela Vida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Material do Regional Norte1 para o Mês da Bíblia 2024: Ler o Profeta Ezequiel a partir da Amazônia

Uma leitura do Livro do Profeta Ezequiel a partir da realidade amazônica. Esse poderíamos dizer que é o propósito dos Encontros Bíblicos em Comunidade que o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil preparou para o Mês da Bíblia 2024, a ser realizado no mês de setembro, que tem como lema “Porei em vós meu Espírito, e vivereis” (Ez 37,14). “A Palavra a iluminar a nossa vida, a vida das comunidades”, segundo disse o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, na apresentação do material. Ele vê o Mês da Bíblia como “oportunidade de nos aproximarmos e nos aprofundarmos no conhecimento da Palavra de Deus. Palavra que guia a humanidade ao longo da história da Salvação, pois auxilia o povo de Deus a caminhar no cotidiano e ajuda a identificar os sinais de Deus no caminhar”, destacando no profeta Ezequiel o chamado à conversão. “de um novo coração e um novo espírito, como possibilidade de transformação nas dificuldades e sofrimentos do nosso dia-a-dia”. O material está dividido em quatro círculos bíblicos, que nos interrogam “diante de situações que vivemos individual, comunitária e socialmente; julga os pensamentos e as intenções do coração”. Um caminho de conversão a ser realizado em comunidade, sendo o material, “um instrumento de ajuda para firmar e confirmar nosso ser comunidade”, destacou o presidente do Regional Norte1. O livro de Ezequiel nos coloca diante de uma das etapas mais atribuladas e trágicas da História do Povo de Deus. No exílio na Babilônia, Ezequiel, cujo nome significa “que Deus fortaleça”, descreve a experiência do encontro com Deus, que não abandona o povo sofrido (1,1ss), ajudando a manter viva a esperança dos exilados. Os círculos bíblicos têm por título: As trevas do Cativeiro, as trevas do Exílio; Ezequiel recebe a sua missão como profeta; A visão dos olhos secos; A visão da água saindo do Templo. Cada um deles tem um aprofundamento para quem prepara cada encontro, explicando os elementos principais do texto a ser debatido. O encontro inicia com um momento de acolhida, um canto e uma iluminação do encontro à luz da Palavra de Deus, uma oração, a leitura do texto bíblico e uma partilha da Palavra respondendo algumas perguntas, um fato da vida, rezando posteriormente com esse fato, o Pai Nosso, bênção final, canto e despedida. O material, que já está sendo impresso, será colocado a disposição das dioceses e prelazias do Regional Norte1 para ser refletido em pequenos grupos nas comunidades, áreas missionárias e paróquias. Ele será distribuído pelas coordenações de pastoral de cada Igreja local e pelo Regional Norte1. Aproveitemos este material elaborado pela equipe de subsídios do nosso Regional para descobrir que Deus continua se fazendo presente na vida do nosso povo e continua nos chamando a sermos profetas e profetizas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um Espírito que nos faça irmãos e irmãs

Na semana que antecede a Festa de Pentecostes, a Festa do Espírito Santo, somos chamados a refletir sobre a necessidade da unidade na diversidade. Poderíamos dizer que essa unidade na diversidade é o que define o próprio Deus e que aqueles que acreditamos n´Ele somos desafiados a concretizar isso, a entrar nessa dinâmica. Na apresentação da Festa de Pentecostes, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, lembrou que “nós temos diversidade entre nós de pensamentos, de ideais, de sonhos, diversidade de raças, de culturas, temos uma diversidade grande de ideologia, mas não podemos deixar de ser irmãos e irmãs”. Uma afirmação que tem que nos levar a refletir como sociedade, como família, como homens e mulheres de fé, independentemente da religião que cada um de nós professa. A diversidade não pode ser motivo de divisão e enfrentamento, e sim riqueza que nos ajuda a crescer, a descobrir no outro aquilo que nos faz ser gente, crescer como pessoas. Numa sociedade onde muitos se empenham em dividir em todos os âmbitos da vida, também na religião, a festa de Pentecostes deveria ser uma oportunidade para refletir. Não podemos esquecer que na semana previa à Festa do Espírito Santo celebramos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, e que muitas vezes as diferentes igrejas nasceram por motivos que pouco tem a ver com Deus. Nos empenhamos em enxergar no outro aquilo que pode nos afastar dele e ignoramos que são muitas mais as coisas que podem nos aproximar. A fraternidade, ser irmãos e irmãs, é algo que somos desafiados a cultivar na vida do dia a dia, assumindo que nem sempre é fácil avançar nesse caminho, mas sem deixar de lado a necessidade de dar passos firmes que nos permitam ir adiante. Quando o Espírito da unidade na diversidade está presente em nós, vamos descobrindo caminhos que nos ajudam a encontrar a riqueza daquele que é diferente, vamos reconhecendo os elementos presentes em cada pessoa que podem nos ajudar a nos enriquecermos como pessoas, vamos assimilando que na alteridade, no reconhecimento do outro, está a base da convivência que garante a vida em sociedade, a vida em comunidade. Pretender ser clones, copias idênticas uns dos outros, não pode ser o caminho certo. Se faz necessário nos abrirmos a realidades e pessoas que nos oferecem caminhos alternativos, muitas vezes para chegar no mesmo objetivo, a felicidade humana, a sadia convivência e a ajuda mútua, como elementos que garantem a unidade na diversidade. Ser irmãos e irmãs tem que ser uma necessidade, um anseio presente em cada pessoa que pretende crescer em humanidade. Quando imperam em nossa vida atitude contrárias a esse dinâmica não conseguiremos aquilo que garante o futuro da humanidade. Ver o outro como um inimigo nos faz pequenos, enxergar em cada pessoa a presença de um irmão, de uma irmã, garante aquilo que pode construir o que a grande maioria das pessoas quer: um mundo melhor para todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Arquidiocese de Manaus apresenta a Festa de Pentecostes: Na diversidade, “não podemos deixar de ser irmãos e irmãs”

Na Arquidiocese de Manaus, a Festa de Pentecostes é preparada por diversas equipes durante muito tempo. O lema deste ano, dando continuidade, o que já é costume, à temática da Campanha da Fraternidade 2024, é “Todos irmãos e irmãs no Espírito”. Um lema que segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, “é uma verdadeira provocação. Nós temos diversidade entre nós de pensamentos, de ideais, de sonhos, diversidade de raças, de culturas, temos uma diversidade grande de ideologia, mas não podemos deixar de ser irmãos e irmãs”. Segundo o cardeal, “em Jesus nos tornamos todos irmãos e irmãs, mas o Espírito veio confirmar o que Jesus tinha ensinado e por quem ele deu a vida”. Fazendo um chamado a olhar o texto dos Atos dos Apóstolos, dom Leonardo Steiner ressaltou que “todos entendiam na própria língua o que Pedro ensinava, pregava, proclamava”, o que mostra que “todos irmãos e irmãs com a vinda do Espírito”. Nessa perspectiva, podemos dizer que “as linguagens, as línguas são diferentes, mas é mesma compreensão, porque mesmo é o amor que nos une a todos, e por isso irmãos e irmãs”. Uma festa que no dia 19 de maio espera reunir umas 80 mil pessoas no sambódromo e que já se tornou tradição na arquidiocese de Manaus, que mais uma vez quer reunir o maior número de participantes, “para agradecermos a Deus o dom do Espírito que nós recebemos, mas também invocar sobre as nossas comunidades, sobre as nossas famílias os dons do Espírito Santo”, destacou o arcebispo. Na organização da festa de Pentecostes participam mais ou menos 2000 voluntários e conta com a colaboração dos órgãos públicos em vista de garantir a saúde, a segurança, o trânsito dos participantes, segundo lembrou o coordenador de pastoral da arquidiocese de Manaus, padre Geraldo Bendaham. Os portões serão abertos por volta das 15 horas e a celebração eucarística iniciará 17 horas. Um convite a participar que foi feito pela Ir. Rosanna Marchetti, membro da coordenação de pastoral da arquidiocese de Manaus. Ela fez um chamado a todas as comunidades, áreas missionárias, paróquias se fazer presentes nesta solenidade de Pentecostes, um momento importante para nossa Igreja de Manaus”. A religiosa lembrou do “gesto concreto que vai ajudar muitas pessoas em situação de fragilidade, muitas famílias, que é contribuir com um quilo de alimento não perecível. Isso é muito importante, porque a oração deve ser acompanhada de gestos concretos, e este é um gesto simples, concreto, que pedimos para todas as pessoas que participam”. Uma ajuda que posteriormente será distribuída às pessoas necessitadas pela Caritas Arquidiocesana de Manaus. A coleta, que ajuda a pagar as despesas da festa, em 2024, diante da situação do Rio Grande do Sul, será destinada, ao menos a metade, para ajudar as vítimas da tragedia ambiental que está a acontecer, ressaltou o cardeal Steiner. Ele lembrou que “no momento mais difícil que nós tivemos da pandemia, nós recebemos muita solidariedade, e nós queremos agora também mostrar a nossa solidariedade para com os irmãos e irmãs que sofrem”. O cardeal insistiu em que essa ajuda é “quase uma obrigação, nós fomos tão bem solidarizados”, relatando as pequenas ajudas que tantas pessoas enviaram em janeiro de 2021. Ele pediu aos meios divulgar essa possibilidade de ajudar e assim mostrar que “somos uma Igreja solidária, uma Igreja que sempre sabe sair ao encontro”. Uma festa que nos lembra que “o Espírito Santo é o maior dom que nós recebemos”, segundo o cardeal, que disse que “nós somos acolhidos no amor, recebemos os dons do Espírito”, um momento importante, pois é o início da Igreja e que o Evangelho vai se difundindo em toda a face da Terra, fazendo um chamado a se tornar “anunciadores e anunciadoras, porque nós recebemos também o dom do Espírito Santo”. Ao mesmo tempo, com relação ao lema da festa, o cardeal disse ser “uma oportunidade de mostrar como o Espírito une, como o Espírito cria família, como o Espírito é realmente o Espírito do amor, não da separação”. Na celebração da festa de Pentecostes estarão presentes os educadores ambientais, que, segundo a Ir. Rosanna Marchetti, é bem mais do que uma equipe de limpeza. Quer ser uma “equipe que ajuda a uma conscientização ambiental, que começa em Pentecostes, mas que tem que continuar nas nossas casas, nas nossas paróquias, ou seja cuidar do ambiente, cuidar da nossa casa comum, e isso é fundamental, seja para presente, seja para o futuro”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Hudson Ribeiro: Prêmio Neide Castanha 2024, reconhecimento da proteção e promoção de direitos de crianças e adolescentes do Projeto Iça

O Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados, em Brasília, acolheu nesta terça-feira 14 de maio, a entrega da 13ª edição do Prêmio Neide Castanha 2024. Na categoria Boas Práticas em Rede, umas das nove em que está dividido o Prêmio, a Secretaria Executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e Rede Ecpat Brasil, reconheceu o Projeto Içá Ação e Proteção da Cáritas Arquidiocesana de Manaus/ Cáritas Norte2 e Nordeste3, vinculado à Cáritas Brasileira, que foi agraciado com esse prêmio. Segundo o bispo da auxiliar da Arquidiocese de Manaus, dom Hudson Ribeiro, que representou a Igreja da capital do Amazonas no evento, “para nós, Igreja Católica, aqui representada pela rede Cáritas Arquidiocesana de Manaus, Cáritas Norte2 e Nordeste3, sentimo-nos muito felizes por recepcionar o Prêmio Neide Castanha – 2024”. Isso significa, insistiu o bispo auxiliar, “que nossa prática em rede está gerando frutos e hoje é expressão de modelo de atendimento em rede a ser reproduzido para outros estados, implicando inclusive, em políticas públicas”. “Dedicamos esse prêmio a todas as crianças e adolescentes e às inúmeras mãos e corações que fazem do Projeto Içá Ação e Proteção / Rede Cáritas, um sinal de esperança e de provocação de mudanças na linha da defesa, da proteção e da promoção de direitos de crianças e adolescentes”, enfatizou dom Hudson Ribeiro. O Prêmio lembra a reconhecida defensora dos direitos humanos que dedicou parte de sua vida a lutar contra a violência a que são submetidos crianças e adolescentes no Brasil. Ela se tornou uma singular referência, no Brasil e no mundo, no que diz respeito ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Participou ativamente do processo de construção do Estatuto da Criança e do Adolescente e da criação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Com esse prêmio são homenageadas personalidades e instituições que, assim como Neide Castanha, se destacaram na defesa intransigente dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, em especial dos Direitos Sexuais. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro Missionário na Tríplice Fronteira Brasil, Colômbia, Peru: partilha e escuta de experiências da missão amazônica

Os encontros entre os missionários e missionárias da diocese do Alto Solimões (Brasil) e os vicariatos de San José del Amazonas (Peru) e Letícia (Colômbia), na Tríplice Fronteira entre esses três países, tornaram-se um costume nos últimos anos. Em 10 de maio, segundo informações do irmão Lassalista Marco Salazar, o primeiro encontro de 2024 foi realizado em Tabatinga, com a participação de 26 missionários, 17 trabalhando no Brasil, dois na Colômbia e sete no Peru. Eram principalmente religiosos e religiosas, leigos e leigas, que queriam compartilhar e escutar as experiências de missão realizadas em diferentes partes dessa região, no coração da Amazônia. O encontro, realizado na comunidade Marista de Tabatinga, começou com um momento de oração e algumas dinâmicas de integração e conhecimento dos participantes, onde os participantes informaram sobre suas origens e carismas. Após esse momento inicial, os participantes refletiram sobre “Sinodalidade em contextos de fronteira“, aprofundando a compreensão dos desafios que envolvem o enfrentamento das grandes necessidades da realidade amazônica. De fato, percebe-se a necessidade de assumir um bom processo de conversão pessoal e eclesial, da Vida Religiosa e dos movimentos missionários, para entrar nessa dinâmica sinodal. No encontro, foi eleita a nova equipe de coordenação dessa rede de missionários na fronteira. Ir. Lizette Cunha, Ir. Marisol, Pe. David e o missionário leigo Orlando Rojas foram finalmente eleitos. Eles têm a tarefa de organizar o próximo encontro, que será realizado em Nazaré (Colômbia), de 27 a 29 de agosto deste ano. Também foi agradecido o trabalho fraterno da equipe anterior: frei Manuel, irmã Dorinha, padre Carlos e as missionárias leigas Lupita e Mayra. Um encontro que, segundo os participantes, foi uma nova oportunidade para compartilhar a vida e a mesa, reconhecer a presença viva de Jesus ressuscitado, fortalecer-se na fraternidade e, assim, animar-se ao serviço missionário, sempre com a esperança de um reencontro, previsto, neste caso, para o próximo mês de agosto. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “No ‘Ide’ está a nossa identidade de cristãos”

Na Solenidade da Ascensão, dia em que a Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais e inicia a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, e neste ano é comemorado o Dia das Mães, o cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia lembrando que Jesus se retira aos olhos dos apóstolos, mas, antes os envia: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda a criatura!”. Segundo o arcebispo de Manaus, “os discípulos que continuam a presença e a missão de Jesus”. Analisando a primeira leitura, o cardeal disse que “os Atos dos apóstolos, nos recordava a presença de Jesus Ressuscitado e as palavras para que não se afastassem de Jerusalém. Pediu para permanecerem no lugar do amor, da morte, da entrega, da vida nova, do nascer, o lugar da transformação, da salvação. Tudo para serem ‘as minhas testemunhas em Jerusalém, em todas a Judeia e Samaria e até os confins da Terra’. Testemunhas de Jesus, mas por obra do Espírito Santo. Os discípulos tornar-se-ão testemunhas de Jesus ao receberem os dons do Espírito Santo”. Citando o texto, o arcebispo falou sobre a cena: “Desapareceu aos seus olhos! Paralisados, estáticos perscrutam o céu. O olhar deve voltar-se para a missão, para que a ausência seja presença. Ele subiu aos céus, mas continuará presente. Tão presente que podem esperar o seu contínuo retorno. A presença que agora permanece como memória, como missão, pois enviados como anunciadores, proclamadores.  Os de branco a dizer-lhes, a assegurar que Ele estará retornando. Retornando no acolhimento que o anúncio suscita, na visibilização da comunidade que vive o mistério do amor do Reino de Deus. Sim, pois retornará sempre que estivermos reunidos em seu nome. Reunidos em seu nome e Ele entre nós”. “Como na solenidade pascal, a ressurreição do Senhor foi para nós motivo de grande júbilo, agora também a sua ascensão aos céus nos enche de imensa alegria. Pois recordamos e celebramos aquele dia em que a humildade da nossa natureza foi exaltada, em Cristo, e associada ao trono de Deus Pai“, lembrou dom Leonardo. Segundo ele, inspirado em São Leão Magno, “na verdade, tudo o que na vida de nosso Redentor era visível, passou para os ritos sacramentais. A fé é aumentada com a Ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo. Esta fé expulsou os demônios, afastou as doenças, ressuscitou os mortos. Agora, sem a presença visível do seu corpo, podemos compreender claramente, com os olhos do espírito, que aquele que ao descer à terra não tinha deixado o Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu. A partir de então, Jesus deu-se a conhecer de modo mais sagrado e profundo como Filho de Deus. Por conseguinte, a nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento e a não mais necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo”. “A vida, a morte, a ressurreição elevada à plenitude, à consumação. Todos os encontros, todos os ensinamentos, os sofrimentos, a tortura, a morte, a liberdade da entrega, a transformação na morte, a vida nova, a expandir-se sobre a terra na nossa humanidade, agora plenificada, a participação na vida plena. Tudo foi plenificado, tudo transfigurado. Não é o desaparecer, mas a destinação de toda a obra amorosa nossa n´Ele, a nossa vida e morte n´Ele. Subindo ao céu Jesus nos abre a certeza da Casa do Pai, da nossa morada, da nossa participação na glória”, disse o arcebispo. Ele lembrou as palavras da oração coleta do dia: “Deus todo-poderoso, fazei-nos exultar de santa alegria e fervorosa ação de graças, pois na Ascensão de Cristo vosso Filho bossa humanidade foi elevada junto de vós e, tendo ele nos precedido como nossa cabeça, nos chama para a glória como membros do seu corpo”. “Jesus Cristo subiu ao céu; suba também como Ele nosso coração”, pediu o cardeal, afirmando, inspirado no Sermão de Santo Agostinho que fala sobre a Ascensão do Senhor, que “do mesmo modo que ele subiu, sem por isso afastar-se de nós, assim também nós estamos com ele, embora ainda não se tenha realizado em nosso corpo o que nos foi prometido. Ele foi elevado ao mais alto dos céus; entretanto, continua sofrendo na terra através das fadigas que experimentamos. No “tive fome e me destes de comer”, servimos na terra pela fé, a esperança e a caridade que nos unem a Jesus, e participamos da sua Ascensão. Ele com Pai e, por isso, continua conosco; nós, servindo estamos com ele. Ele está conosco por sua divindade, por seu poder, por seu amor; nós, embora não possamos realizar isto como ele pela divindade, podemos pelo amor a ele”. Dom Leonardo resaltou que “na Solenidade da Ascensão, Jesus envia os apóstolos antes de partir. Pede que partam, pois ele também partirá”, citando o texto evangélico: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda a criatura!”. O cardeal enfatizou que “o Ide como um mandato, um envio, solene, rico profundo, pois todas as criaturas devem ouvir a Boa Nova. Todos os discípulos, todas as discípulas, de ontem e de hoje, são enviados, enviadas, pois, todos agora discípulos missionários. No Ide está a missão da Igreja toda, de todas as nossas comunidades, de cada um de nós. Todos que participam da graça do Crucificado-ressuscitado, recebem como missão anunciar a toda a criatura a Boa Notícia da salvação. Todos discípulos missionários, todos chamados-enviados. Palavra breve, concisa, com a força que atravessa séculos. Ele que permanece no mundo pelo anúncio do seu Reino instaurado”. “No ‘Ide’ está a nossa identidade de cristãos. Jesus não chama para permanecermos com Ele, junto de si, para um modo confortável de viver. Como Ele que saí do Pai e veio habitar entre nós e agora vai para o céu, nos envia em missão. Nós somos agora os enviados para proclamar nossa participação na vida de Deus. Anunciar o Evangelho a toda a criatura! A presença do Ressuscitado é tão extraordinária que deverá ser proclamada a toda a criatura. Assim nós seus discípulos…
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Em ligação a dom Jaime Spengler, Papa Francisco mostra solidariedade diante das inundações no RS

Mais uma vez, numa atitude repetida diversas vezes ao longo de seu pontificado, o Papa Francisco mostrou solidariedade diante do sofrimento do povo. Segundo informou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Santo Padre ligou para o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), dom Jaime Spengler, na manhã deste sábado, 11 de maio. Solidariedade em favor dos atingidos Na ligação, o Papa Francisco disse manifestar “minha solidariedade em favor de todos os que estão sofrendo esta catástrofe. Estou próximo a vocês e rezo por vocês”. Uma atitude do Papa Francisco que deixou emocionado dom Jaime Spengler diante dessa atitude paternal. Ao longo da última semana o Santo Padre tem mostrado sua solidariedade e oração com a sofrimento do povo do Rio Grande do Sul. Ao final do Regina Caeli do último domingo ele disse: “Quero assegurar a minha oração pelas populações do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, atingidas por grandes inundações. Que o Senhor acolha os mortos e conforte os familiares e quem teve que abandonar suas casas”. Na quinta-feira 9 de maio, o Papa enviou uma contribuição de 100 mil euros, mais ou menos 555 mil reais, para ajudar os atingidos pelas enchentes, que já deixou 126 pessoas mortas, 141 desaparecidas e 756 ficaram feridas. Tem 440 mil pessoas que estão fora de suas casas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Papa Francisco no Dia Mundial das Comunicações Sociais: “Risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade”

A Solenidade da Ascensão do Senhor é o dia em que a Igreja católica celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que em 2024 completa 58 anos. Cada ano, o Papa envia uma mensagem (pode ler aqui) que leve à reflexão. Neste ano o tema é: “Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana”. A Inteligência Artificial, que “está a modificar de forma radical também a informação e a comunicação” no desafia a nos questionarmos como “permanecer plenamente humanos e orientar para o bem a mudança cultural em curso”, diz o Papa Francisco na mensagem. Inspirado em Romano Guardini, ele faz um chamado a não fazer leituras catastróficas, insistindo em que os problemas “só podem ser resolvidos passando pelo homem”, desafiado a ter uma espiritualidade mais profunda. O Santo Padre adverte do “risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade”, o que demanda um olhar espiritual, e descobrir o coração como “o lugar interior do encontro com Deus”. Por isso, ele insiste na sabedoria do coração, “que permite ver as coisas com os olhos de Deus”, e faz com que a existência humana não se torne insípida. O Papa reflete sobre as oportunidades e perigos da Inteligência Artificial, nos advertindo contra a tentação de se crer “sujeito totalmente autónomo e autorreferencial, separado de toda a ligação social e esquecido da sua condição de criatura”, de “querer conquistar com as próprias forças aquilo que deveria, pelo contrário, acolher como dom de Deus”. A Inteligência artificial permite “contribuir para o processo de libertação da ignorância e facilitar a troca de informações entre diferentes povos e gerações”, mas também pode ser instrumento de “poluição cognitiva”, gerando fake news, criando e divulgando “imagens que parecem perfeitamente plausíveis, mas são falsas”, fazendo com que se distorçam as relações. Essa realidade demanda, segundo a mensagem, “modelos de regulamentação ética para contornar os efeitos danosos, discriminadores e socialmente injustos dos sistemas de inteligência artificial”, que levam a uma redução do pluralismo, a polarização da opinião pública e a construção do pensamento único. O desafio é “crescer juntos, em humanidade e como humanidade”, não se deixar levar no mundo da comunicação pelos interesses do mercado ou do poder, insistindo em que “a informação não pode ser separada da relação existencial”, o que demanda valorizar o profissionalismo da comunicação, responsabilizando cada comunicador”, e junto com isso ter capacidade crítica. A mensagem coloca alguns questionamentos que levam a refletir sobre o exercício da comunicação, advertindo sobre o perigo da inteligência artificial acabar por “construir novas castas baseadas no domínio informativo”. Frente a isso faz a proposta de favorecer “a escuta das múltiplas carências das pessoas e dos povos, num sistema de informação articulado e pluralista”, evitando que “uns poucos condicionem o pensamento de todos”, e destacando que “somente juntos é que cresce a capacidade de discernir, vigiar, ver as coisas a partir do seu termo”. Tudo isso em vista de “orientar os sistemas da inteligência artificial para uma comunicação plenamente humana”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1