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A solidariedade com o Rio Grande do Sul é uma prioridade, mudar o modelo é uma necessidade

Os fenómenos climáticos extremos se tornaram costume. Cada vez são mais frequentes as secas, as grandes enchentes, os ciclones, as chuvas torrenciais, e tantas situações que acaparam os noticiários cada dia. O que está acontecendo no Rio Grande do Sul é mais um capítulo de uma realidade que se tornou comum no Planeta Terra. A pergunta é até que ponto essas situações nos levam a refletir, a sentir a necessidade de mudar nosso comportamento com relação à natureza. Somos desafiados a nos questionarmos sobre as repercussões práticas daquilo que Papa Francisco chama ecologia integral, uma proposta explicitada na Laudato Si, a primeira encíclica ecológica do Magistério Pontifício, que nos próximos dias completa nove anos de vida. O custo está sendo muito alto, principalmente pelo elevado número de vítimas destas catástrofes naturais. Ao alto número de falecidos e desaparecidos, evidentemente as vítimas principais, podemos somar aqueles que perderam tudo, às vezes os frutos do trabalho de toda a vida. Mas também aqueles que irão sofrer transtornos psicológicos por longo tempo. Não podemos negar que esses fenómenos são consequências da falta de cuidado, das escolhas erradas que a humanidade, sobretudo os detentores do poder político e económico, vem fazendo nas últimas décadas. Escolher o lucro em vez do cuidado tem sido um caminho claramente errado, que deve levar a uma reflexão séria. Na medida em que a humanidade, ou para melhor dizer, aqueles que tem em suas mãos as decisões na política e no modelo económico, não perceberem a necessidade de uma mudança radical, a situação vai piorar até chegar num ponto sem retorno. A solidariedade diante da atual situação é uma prioridade urgente, mudar o modelo social e económico é uma necessidade inadiável. Sem solidariedade o sofrimento iminente aumentará, sem uma mudança de modelo, esse sofrimento será algo crônico, que marcará a vida de milhões de pessoas, provocando situações dramáticas na vida de muita gente. Todos somos desafiados a encarar uma situação que não vai ser resolvida com panos quentes. A busca por soluções tem que ser uma tarefa comum, que exige mudanças radicais, sobretudo no modelo económico, na forma de se relacionar com o meio ambiente, no modo de cuidar da casa comum. Não podemos ficar em sentimentos, somos desafiados a novas práticas. Sem isso, os desastres continuarão, cada vez com piores consequências. É tempo de ajudar, de rezar, de nos conscientizar, mas sobretudo tempo de novos modos de vida, de uma conversão radical, que nos leve a descobrir que sem cuidado, a vida da humanidade e a sobrevivência do Planeta será cada vez mais difícil. A mudança é urgente, tem que ser para hoje, o Planeta não tem como esperar mais. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Caritas Manaus reconhecida com o Prêmio Neide Castanha 2024

Foram dados a conhecer pela Secretaria Executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e Rede Ecpat Brasil os agraciados na 13ª edição do Prêmio Neide Castanha 2024. O Prêmio lembra a reconhecida defensora dos direitos humanos que dedicou parte de sua vida a lutar contra a violência a que são submetidos crianças e adolescentes no Brasil. Ela se tornou uma singular referência, no Brasil e no mundo, no que diz respeito ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Participou ativamente do processo de construção do Estatuto da Criança e do Adolescente e da criação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Com esse prêmio são homenageadas personalidades e instituições que, assim como Neide Castanha, se destacaram na defesa intransigente dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, em especial dos Direitos Sexuais. O prêmio está dividido em nove categorias. Na categoria Boas Práticas em Rede, o Projeto Içá Ação e Proteção da Cáritas Arquidiocesana de Manaus/ Cáritas N2 e NE3, vinculado à Cáritas Brasileira, foi agraciado com o reconhecimento. Igualmente, na categoria Cidadania, o reconhecimento foi para a Dra. Alzira Melo Costa, Procuradora Chefe do Ministério Público do Trabalho do Amazonas e Roraima. A entrega oficial dos reconhecimentos será realizada no próximo 14 de maio de 2024, durante a Sessão Solene em alusão ao 18 de Maio, a realizar-se no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

1º Congresso Diocesano da Família da diocese de Parintins dá início com Missa de abertura

Integrantes da Pastoral Familiar da Diocese de Parintins, o casal coordenador do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), Rosé e Ronildo, o casal coordenador Nacional, Solange e Alison, e o assessor eclesiástico da Pastoral Familiar do Regional Norte 1, Frei Faustino, participaram nesta sexta-feira 3 de maio, da missa de abertura do 1° Congresso Diocesano da Família, realizada na Catedral de Nossa Senhora do Carmo. O evento, que tem o tema “Família, fonte de vocações”, vai até o dia 5 de maio e é realizado no Cine Teatro da Paz. A celebração eucarística foi presidida pelo bispo diocesano, dom José Albuquerque. Na homilia, ele destacou “a vida cristã, uma vida onde somos chamados a caminharmos juntos, seguindo Jesus”. Dom José Albuquerque afirmou que “participamos da Igreja, que ela é em sua essência sinodal”. Ele define o congresso que está sendo realizado como uma experiência de sinodalidade, pelo fato de que é a Pastoral Familiar que está organizando, mas “é um momento em que todas as pastorais, movimentos, comunidade de vida, serviços da Igreja, estão participando desde seu planejamento até sua realização”. O bispo diocesano de Parintins mostrou sua felicidade diante da participação do casal responsável pela Pastoral Familiar em nível nacional e do casal responsável no Regional Norte1, que chegaram de Dourados (MS) e de Boa Vista (RR). O objetivo primeiro do Congresso, segundo o bispo, é celebrar o Mês da Família, dado que a diocese de Parintins consagrou o mês de maio como o Mês da Família. Isso porque “além de ser o mês dedicado a Nossa Senhora, também é o mês em que a gente celebra a vocação das mães”, ressaltou dom José. Um congresso que é uma oportunidade para “fortalecer a Pastoral Familiar e todos os outros serviços que evangelizam a família em nossa diocese”, disse o bispo de Parintins. O evento reunirá mais de 250 congressistas da zona urbana e rural de Parintins, e dos municípios de  Maués, Barreirinha, Nhamundá e Boa Visita do Ramos, para vivenciar um momento único de louvor, música, palestras e atividades, sendo compartilhadas diversas experiências. Desde às 16h de sexta-feira, a secretaria faz o credenciamento dos congressistas inscritos. Além do crachá do evento, os participantes recebem bolsa, copo, material para anotações e o livro para acompanhar as conferências. Durante todo o andamento do Congresso, a secretaria fica ativa para auxiliar os congressistas e palestrantes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Francisco: “Uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos”

Reunidos em Sacrofano de 29 de abril a 2 de maio, os participantes do encontro internacional “Párocos em prol do Sínodo” foram recebidos na Sala do Sínodo pelo Papa Francisco, que dirigiu uma carta a todos os párocos do mundo. Compromisso e serviço para levar a Igreja adiante Reconhecendo que “a Igreja não poderia caminhar sem o vosso empenho e serviço”, Francisco começou sua mensagem expressando “gratidão e estima pelo trabalho generoso que diariamente realizais, semeando o Evangelho nos vários tipos de terreno”. O texto fala dos diferentes contextos em que vivem as paróquias, afirmando que os párocos “conhecem de perto a vida do povo de Deus, as suas fadigas e alegrias, as suas carências e riquezas”. Nesta conjuntura, o Papa disse que “uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos, nunca poderemos embocar aquele caminho da sinodalidade que ‘é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio’”. “Jamais nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária, se as comunidades paroquiais não fizerem, da participação de todos os batizados na única missão de anunciar o Evangelho, o traço caraterístico da sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, também a Igreja não o será”, enfatizou o Papa. Relembrando o que foi dito no Relatório Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal, ele ressaltou que as paróquias estão a serviço da missão, vendo a necessidade de que “as comunidades paroquiais se tornem cada vez mais lugares donde partem como discípulos missionários os batizados e aonde regressam, cheios de alegria, para partilhar as maravilhas operadas pelo Senhor através do seu testemunho”. Ele pediu aos párocos que acompanhem as comunidades às quais servem e que se comprometam com “a oração, o discernimento e o zelo apostólico, empenhar-nos por que o nosso ministério seja adequado às exigências duma Igreja sinodal missionária”. Para isso, ele vê a necessidade de ouvir o Espírito e redescobrir o fundamento de sua missão: “anunciar a Palavra e reunir a comunidade na fração do pão”. Três recomendações Francisco fez três recomendações aos párocos: viver cada vez mais seu carisma ministerial específico a serviço das muitas formas de dons difundidos pelo Espírito entre o Povo de Deus; aprender e praticar o discernimento comunitário, elemento-chave da ação pastoral de uma Igreja sinodal; intercâmbio e fraternidade entre os sacerdotes e com seus bispos, ser filhos e irmãos para serem bons sacerdotes, viver a comunhão para serem autênticos pais. Enfatizando a necessidade de ouvir as vozes dos párocos em preparação para a segunda sessão da Assembleia Sinodal, convidou os participantes do encontro “Párocos em prol do Sínodo” a “serem missionários de sinodalidade nomeadamente entre os seus irmãos párocos, quando regressarem a casa, animando a reflexão sobre a renovação do ministério de pároco em chave sinodal e missionária”. CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS PÁROCOS  Queridos irmãos párocos! O Encontro Internacional «Os Párocos em prol do Sínodo» e o diálogo com quantos nele tomam parte dão-me ocasião para recordar, na minha oração, todos os párocos do mundo a quem dirijo, com grande afeto, estas palavras. De tão óbvio que é, quase parece banal afirmá-lo, mas isso não o torna menos verdadeiro: a Igreja não poderia caminhar sem o vosso empenho e serviço. Por isso quero começar por vos exprimir gratidão e estima pelo trabalho generoso que diariamente realizais, semeando o Evangelho nos vários tipos de terreno (cf. Mc 4, 1-25). Como se pode verificar nestes dias de partilha, as paróquias, onde realizais o vosso ministério, encontram-se em contextos muito diversos: desde paróquias situadas nas periferias das grandes cidades – conheci-as por experiência direta em Buenos Aires – até paróquias vastas como províncias nas regiões menos densamente povoadas; desde as localizadas nos centros urbanos de muitos países europeus, onde antigas basílicas acolhem comunidades cada vez mais pequenas e envelhecidas, até àquelas onde se celebra debaixo duma grande árvore, misturando-se o canto dos pássaros com as vozes de tantas crianças.  Os párocos conhecem tudo isto muito bem… Conhecem de perto a vida do povo de Deus, as suas fadigas e alegrias, as suas carências e riquezas. É por isso que uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos, nunca poderemos embocar aquele caminho da sinodalidade que «é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio».[1] Jamais nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária, se as comunidades paroquiais não fizerem, da participação de todos os batizados na única missão de anunciar o Evangelho, o traço caraterístico da sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, também a Igreja não o será. A este respeito, é muito claro o Relatório de Síntese da Primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: as paróquias, a partir das suas estruturas e da organização da sua vida, são chamadas a conceber-se «principalmente ao serviço da missão que os fiéis levam por diante no interior da sociedade, na vida familiar e laboral, sem se concentrar exclusivamente nas atividades que se desenrolam no seu interior e nas suas necessidades organizativas» (8, l). Por isso, é preciso que as comunidades paroquiais se tornem cada vez mais lugares donde partem como discípulos missionários os batizados e aonde regressam, cheios de alegria, para partilhar as maravilhas operadas pelo Senhor através do seu testemunho (cf. Lc 10, 17). Como pastores, somos chamados a acompanhar neste percurso as comunidades que servimos e, com a oração, o discernimento e o zelo apostólico, empenhar-nos por que o nosso ministério seja adequado às exigências duma Igreja sinodal missionária. Este desafio diz respeito ao Papa, aos Bispos, à Cúria Romana e naturalmente também a vós, párocos. O Senhor que nos chamou e consagrou convida-nos, hoje, a pôr-nos à escuta da voz do seu Espírito e a mover-nos na direção que Ele nos indica. Duma coisa, podemos estar certos: não nos deixará faltar a sua graça. Ao longo do caminho, descobriremos também como libertar o nosso serviço de tudo aquilo que o torna mais cansativo e descobrir o…
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Os direitos trabalhistas são um direito para todo trabalhador

A Lei e sua aplicação nem sempre caminham de mãos dadas, e isso deve nos preocupar, pois quando isso acontece os mais prejudicados são os pequenos. Os direitos trabalhistas, que hoje fazem parte da vida do mundo laboral, são fruto de lutas históricas, que nem sempre avançaram de modo adequado, algo que demanda a implicação de todos e todas para continuar num caminho que ainda está longe da meta. No Brasil, a informalidade, a falta de garantia dos direitos trabalhistas é uma realidade que todos conhecemos, mas que assumimos como algo que não tem outro jeito. Desse modo fazemos com que as condições laborais piorem e o sofrimento dos trabalhadores aumente a cada dia. Muitos trabalhadores e trabalhadoras sofrem com o desrespeito de seus direitos, mas se calam para evitar sua demissão. 1º de maio é uma data histórica de luta pelos direitos trabalhistas e a Igreja católica quis apoiar essas demandas com a celebração da memória de São José Operário. Ao longo de mais de cem anos, a Doutrina Social da Igreja tem refletido sobre a realidade do trabalho e suas condições, ajudando assim a dar passos que ajudem para concretizar melhores condições de trabalho mundo afora, também no Brasil. A tecnologia está fazendo com que a realidade laboral mude de forma rápida e radical. O modo de trabalhar em muitos espaços é completamente diferente, diminuindo a necessidade de mão de obra, que é substituída por outros elementos e mecanismos. A contribuição humana vai perdendo espaço e isso tem que nos levar a refletir, pois o trabalho é instrumento fundamental de geração de renda para grande parte da população mundial. A falta de trabalho tem como consequência a falta de recursos para a sobrevivência das pessoas. Como garantir o trabalho para a população e como fazer com que esse trabalho se desenvolva em condições que respeitem os direitos trabalhistas? Como ajudar para que quem trabalha possa encontrar a plenitude, a felicidade, a realização pessoal naquilo que faz? O que fazer para acabar com a exploração laboral e a falta de garantia de direitos trabalhistas? Denunciar a exploração trabalhista, uma realidade próxima de nós, é uma obrigação que não podemos deixar de lado. Cobrar do poder público a garantia daquilo que a lei proclama tem que ser um empenho para que a cidadania possa avançar. Sejamos conscientes de que a sociedade avança quando todos e todas nos empenhamos para que assim seja, e para isso, garantir os direitos trabalhistas tem que ser uma demanda comum, que nos aproxima dos pequenos, daqueles que sempre ficaram para trás e nunca foram tratados como gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Hugo Barbosa Alves ordenado diácono na Arquidiocese de Manaus: “Não pode ser chamado de mestre e guia quem não possui a eloquência do serviço”

No dia em que a Igreja faz memória de São José Operário, a paróquia Nossa Senhora Aparecida e SSantos Mártires de Presidente Figueiredo acolheu a ordenação diaconal do seminarista Hugo Barbosa Alves. Uma celebração que contou com a presença de seus amigos e familiares, dentre eles seu pai, diácono permanente na Arquidiocese de Manaus, seminaristas, diáconos, presbíteros, Vida Religiosa, do arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, e dos bispos auxiliares, dom Tadeu Canavarros e dom Zenildo Lima, que foi o bispo ordenante. Dom Zenildo iniciou sua homilia citando o texto do Evangelho de Mateus: “O maior dentre vós, deve ser aquele que vos serve!”, escolhido como lema da ordenação por Hugo Barbosa. Ele destacou que “esta afirmação constitui um desfecho, ao menos nesta perícope, do discurso áspero que Jesus profere diante do empobrecimento da dinâmica do serviço, desgastada por um discurso revestido de legalidade, mais que isso, de legalismos, porém, sem a força de envolver qualquer que seja o interlocutor em uma adesão que sinalize o reencontro com a Aliança”. Segundo o bispo auxiliar, “o fracasso dos fariseus, aos quais Jesus se refere neste contexto, consiste na incapacidade de infundir no povo a esperança na fidelidade de Deus. Fora da dinâmica do serviço o agir humano parece um fardo injusto proposto por pessoas descomprometidas que se escondem atrás de discursos, imagens, estereótipos, formalismos legais e religiosos, mas sem a capacidade de se apresentarem como referências, como guias ou mestres. Não pode ser chamado de mestre e guia quem não possui a eloquência do serviço”. Lembrando àquele que ia ser ordenado a frase do evangelho, dom Zenildo Lima disse ver nela um elemento “para construir tua compreensão e comprometimento com este ministério que a Igreja te confia”, destacando o papel da Igreja de Manaus como Igreja servidora, afirmando que “teu ministério será tanto mais perpassado por esta dinâmica do serviço quanto mais for inserido na identidade desta Igreja Local, Igreja servidora. Podemos chamar isto de incardinação, que não é só um processo canônico, ritual, jurídico, mas encarnatório”. Nas palavras de Jesus, o bispo auxiliar destacou a crítica aos “líderes religiosos que foram como que se constituindo em uma casta que arroga para si a autoridade de ensino”, mas também as palavras “aos seus discípulos que saboreiam a alegria do serviço, testemunhada na vida amorosa de Jesus”. Igualmente, ele ressaltou que “são recomendações aos cristãos de todos os tempos”, fazendo um apelo a se deixar “deleitar com a alegria do serviço” a imagem de Jesus, “servo por excelência”. O bispo ordenante ressaltou alguns elementos da primeira leitura, que apresenta “o serviço da morada de Deus”, destacando o papel dos levitas como aqueles que “em tempos de cativeiro ajudaram o povo a não esquecer suas histórias”, como aqueles que fizeram que “o serviço ao templo, o serviço à morada de Deus, se fez sobretudo um serviço à memória”. Ele fez um chamado ao novo diácono a ao “zelo pela memória do agir de Deus que nunca abandona o seu povo”. Por isso lhe pediu ser “um diácono atencioso para com todo sinal que remete ao povo a fidelidade de Deus”, evitando “os estereótipos das faixas largas e longas franjas como tem sido a tentação de visibilidade nestes tempos de força de imagens”, e sendo “muito atento com o espaço sagrado”, e ajudar nosso povo a “não perder de vista a experiência da morada de Deus, ou ainda, que Deus mora no meio de nós”. Uma morada de Deus que se concretiza nos pobres, que faz com que “toda vez que este serviço se dirige a um dos pequeninos é o próprio Deus que é servido”. “O diaconato não é um ministério de gavetas desconexas, mas um agir dimensionado perpassado pelo serviço”, destacou o bispo auxiliar, que lembrou a vida do novo diácono, oferecida por seus pais, seu Francisco e dona Antonieta. Falando do celibato, dom Zenildo o definiu como algo que “sinaliza a totalidade de uma entrega; trata-se da escolha de um modo mais intenso de vivência dos afetos que transcendem a necessidade das correspondências interpessoais e se manifesta numa experiência que quanto mais aponta para a totalidade da entrega, mas se revela realizadora de nossa humanidade. Vida celibatária e serviço estão fecundamente interligados”, insistindo na necessidade de ser realizado no amor. O novo diácono foi advertido sobre o perigo do descompasso entre o discurso e a práxis, que “esvazia a força da Palavra”, um elemento importante, pois “o ministério diaconal se realiza como ministério de Palavra, da Palavra, da Palavra encarnada, da Palavra feita vida, e vida doada até o fim. Da palavra que se fez carne e fazendo-se carne, fez-se também serviço”. Lembrando que “a palavra em Jesus contrasta absurdamente com a palavra dos mestres da Lei”, que “Jesus fala como quem tem autoridade!”, citou as palavras de Papa Francisco com relação à autoridade como ajuda. Daí a importância de servir como quem tem autoridade, algo que tem a ver com o testemunho. “Os discursos parecem estar em constantes batalhas; há uma disputa de narrativas; carecemos de seguranças e corremos o risco de nos atracar no porto do que poderia parecer a segurança da palavra apresentada em forma de ideias, conceitos, doutrinas. Mas estas por sua vez tem sofrido o confronto e a exigência de uma humanidade distanciada da Aliança”, disse dom Zenildo Lima, comentando o texto de Romanos 10,14-16, destacando que “a pregação é acompanhada de um peregrinar! Na raiz de todo serviço da Palavra está um testemunho missionário”. “Seja convincente em seu testemunho”, ressaltou o bispo ordenante àquele que ía ser ordenado diácono. Lembrando a exortação de Paulo a Timóteo, dom Zenildo destacou alguns elementos: cuida do teu exemplo na palavra, na conduta, na caridade, na fé, na pureza. Dedica-te à leitura, ao estudo, ao aprofundamento, ao discernimento, à exortação, ao ensino. Lembra-te que este ministério que te é dado pela imposição das mãos o é também por indicação da profecia. Cuida de ti mesmo e daquilo que ensinas. Mostra-te perseverante!”. Igualmente lembrou que “o rito da Ordenação…
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Diocese de Coari realiza a 4ª Assembleia diocesana da Pastoral Familiar

A diocese de Coari realizou de 26 a 27 de abril de 2024, na paróquia Sant’Ana e São Sebastião, na cidade de Coari, a 4ª Assembleia diocesana da Pastoral Familiar. O tema central foi: “O Itinerário Vivencial de Acompanhamento Personalizado para o Sacramento do Matrimonio “. O encontro contou com a participação de 60 agentes da Pastoral Familiar, representando as paroquias da diocese, e foi iniciado com uma celebração eucarística na comunidade São Francisco, presidida pelo bispo diocesano, dom Marcos Piatek. O casal coordenador nacional da Pastoral Familiar, Alisson e Solange Schila, enviou uma mensagem todos especial para os participantes da assembleia. A assembleia foi preparada pelo casal coordenador diocesano da Pastoral Familiar na pessoa o casal de Moises e de Eliane e pelo assessor eclesiástico da Pastoral Familiar o Pe. Elcivan. A assembleia foi marcada pelos momentos de avaliação, de reflexão, de planejamento e de estudo. Segundo om Marcos Piatek, “caminhando juntos vamos, em clima de comunhão e de participação, realizar a nossa missão evangelizadora no meio das famílias”. A apresentação do tema central da assembleia contou com a assessoria do casal Francisco e Lucia da Arquidiocese de Manaus, o que é motivo de gratidão, segundo sublinhou o bispo diocesano. Os participantes também puderam conhecer, com a assessoria do padre Fabiano Kleber, assessor jurídico da Câmara Eclesiástica da diocese de Coari, questões ligadas com a Nulidade Matrimonial. O bispo diocesano destacou que “a assembleia foi frutuosa e serviu para motivar e formar os agentes pastorais para que possam desempenhar seu papel de forma eficaz e compassiva, promovendo a participação ainda mais ativa nas nossas paroquias da diocese em prol das famílias”. Dom Marcos Piatek lembrou as palavras do Papa Francisco: “As famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os ‘tijolos’ para a construção da sociedade”. O encerramento da Assembleia aconteceu com a celebração da Eucaristia na Igreja de Santo Afonso. Finalmente, o bispo da diocese de Coari pediu “que a Sagrada Família de Nazaré nos dê ânimo e força para cumprirmos nossa missão de família evangelizadora no mundo de hoje”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Unidos a Cristo, nos tornamos uvas saborosas e vinho generoso”

Lembrando que “a liturgia pascal continua a nos oferecer o júbilo do Ressuscitado e a frutificação de nossa vida nele”, iniciou o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner a homilia do quinto Domingo da Páscoa, em que “celebramos a alegre e frutuosa união e comunhão com Jesus Cristo. Uma união tão estreita, íntima e profunda como a que existe, entre a videira e seus ramos”. Dom Leonardo mostrou que “Jesus se apresenta como a videira, o pé de uva, que assegura vida aos ramos, para que eles possam produzir frutos, frutos abundantes e saborosos. Ele a videira à qual estamos ligados, nele nascemos como seus ramos. Seus ramos somos, pois intimamente pertencentes a Ele, caminho verdade e vida. Ele Vida da nossa vida. Sem Ele, nós não vivemos, morremos. Ao permanecer nele recebemos o necessário para permanecer a caminho e, ao mesmo tempo, darmos fruto. Eu sou a videira, diz Jesus. Vivermos da videira e para a videira (Jo 15,1-8)”. Segundo o arcebispo, “a parábola da videira, é símbolo de força vital, é a imagem, símbolo da beleza e do dinamismo da comunhão de Jesus com os seus discípulos e com cada um de nós”. Ele recordou que “Jesus diz: ‘Eu sou a videira, vós os ramos (Jo 15,5)’, e não ‘Vós sois a videira’. Talvez, Jesus esteja a nos ensinar: assim como os ramos estão ligados à videira, assim também vós estais ligados a mim!” Isso porque “pertencer a Jesus, estar ligado a Jesus, é estarmos ligados uns aos outros. Assim como Cristo nos alimenta com sua vida, somos convidados a alimentar a vida dos irmãos e irmãs. Na imagem da videira nós pertencemos a Jesus e pertencemos uns aos outros. Pertencimento de vida, de vitalidade, de grandeza transformativa”. Inspirado em Santo Agostinho, o cardeal Steiner lembrou que o santo de Hipona “nos ensina que os ramos estão na videira de tal sorte que em nada a ajudam para comunicar-lhes a vida, mas dela recebem a vida para permanecerem verdejantes e poderem frutificar. A videira está nos ramos para comunicar-lhes a vida, não para receber a vida dos ramos. Assim, tendo a Cristo em si e permanecemos em Cristo. Por isto Cristo acrescenta: “Assim com ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim”. Grande prova em favor da graça! Alenta aos corações humildes e abate os soberbos. Porventura não resistem à verdade aqueles que julgam desnecessária a ajuda divina para praticar as boas obras e, antes de ilustrar sua vontade, precipitam-na? Porque aquele que considera que pode dar fruto por si mesmo certamente não está na videira; e o que não está na videira não está em Cristo; e o que não está em Cristo não é cristão”. Citando o texto do Evangelho: “Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós”, dom Leonardo disse que “o desejo de Jesus de permaneçamos nele é tão forte e insistente que Ele, nessa pequena parábola, usa por onze vezes o verbo permanecer. Sabendo das nossas dificuldades e das nossas infidelidades Jesus insiste: ‘permanecei em mim’. Permanecei em mim na alegria, na realização, na fidelidade, nos sonhos realizados e por realizar; permanecei em mim na tristeza, na frustração, na infidelidade; permanecei em mim na dúvida, na dor, na morte! Permanecei sempre em mim para que eu possa dar-vos a vida; uma vida em plenitude!”. Isso porque “do mesmo modo que o ramo não pode produzir fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim”, citando o texto do Evangelho. Seguindo as palavras de Papa Francisco, o cardeal disse que “Permanecer na videira, permanecer em Jesus, não é algo passivo. Permanecer é ativo, uma ação de Jesus em nós, e o nosso movimento de permanecermos nele. Ele permanece em nós, jamais se distancia, sempre nos oferecendo a seiva da vida. Trata-se de um permanecer recíproco, como ele nos ensina: ‘Eu e o Pai viremos a ele e nele faremos morada’ (Jo 14,23). Sem a videira os ramos nada podem fazer, pois não recebem a seiva, necessitam da seiva para crescer e dar fruto. Mas também a árvore, a videira, precisa dos ramos, porque os frutos não estão ligados à árvore, à videira, mas aos ramos. É uma necessidade recíproca, é um permanecer mútuo para dar fruto”. “O desejo de Jesus de que permaneçamos nele vem da verdade de que os ramos estão ligados à planta e dela recebem a vida. Os ramos dependem da videira. Uma dependência benfazeja, gratuita: estamos em Jesus e Ele em nós. Nós, como recebedores, Ele como doador da vida, do amor. Ele, o amor, a agir em nós, a Vida da vida a nos alimentar. Jesus a nos vivificar, transfigurar”, disse o arcebispo. Segundo ele, “É a sua presença em nós: ‘Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto’. Mas também nos darmos conta de que: ‘nada podeis fazer sem Mim’. Ao nos separarmos dele secamos, perdemos o horizonte, o sentido de viver. Vivemos de qualquer forma, nos tornamos ramos secos. Permanecendo em Jesus a nossa vida tem sabor de eternidade”. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “o permanecer em Jesus é a possibilidade de Deus nos cultivar, cuidar: ‘Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo o ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais furto ainda’”. Ele lembrou o que nos diz Santo Agostinho: “cultivamos (cultuamos) a Deus e Deus nos cultiva. Mas cultivamos (cultuamos) o Senhor não para torná-lo melhor; cultivamo-lo adorando e não arando. Mas quando ele nos cultiva nos faz melhores, pois sua cultura consiste em não cessar de extirpar com sua palavra todas as más sementes que se arraigam em nossos corações, de abri-lo com o arado da pregação, de nele plantar as sementes de seus mandamentos e de esperar os frutos da piedade”. O cardeal afirmou que “Unidos a Cristo, nos tornamos uvas saborosas e vinho generoso. Deus sabe…
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1ª Caminhada pelos direitos dos Povos Originários em Parintins

Em parceria com o Instituto Federal do Amazonas, na tarde de 20 de abril aconteceu a Caminhada pelos direitos dos povos originários, na qual reuniu escolas e seguimentos da Diocese de Parintins. Neste mês dedicado aos povos originários na Diocese de Parintins aconteceram diversos momentos em alusão a valorização aos povos indígenas, e esta caminhada foi uma iniciativa do IFAM durante o V Encontro de Valorização dos Povos Indígenas: luta pelos direitos indígenas em Parintins, onde a diocese e seus seguimentos participaram dos momentos tanto acadêmicos quanto religioso. A caminhada teve início na praça da Catedral de Parintins e seguiu até o Bumbódromo. Foi um momento celebrativo que teve a participação de professores e alunos do IFAM campus Parintins e da Escola de Áudio Comunicação “Padre Paulo Manna”, representante do Centro Educativo Nossa Senhora das Graças e Associação Dom Gino, Cáritas Diocesana, representantes da Associação Folclórica Boi Bumbá Caprichoso, além do apoio da Polícia Militar e Prefeitura de Parintins. Diocese de Parintins

Diocese de Parintins realiza a 6ª Semana Missionária

De 08 a 14 de abril, seguindo ainda a temática do mês missionário de 2023 “Ide! Da Igreja Local aos confins do mundo”, e o lema do Ano Vocacional de 2023: “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24,32-33), aconteceu a 6ª semana missionária diocesana, na paróquia Nossa Senhora do Bom Socorro, no município de Barreirinha, onde reuniu missionários leigos, leigas, religiosos, religiosas e sacerdotes, sendo aproximadamente 373 missionários. Os missionários eram dos municípios de Nhamundá, Parintins, Boa Vista do Ramos, Maués e os residentes em Barreirinha, sendo 14 Padres (2 da Paróquia Nossa Senhora do Bom Socorro e 12 das demais Paróquias) e 11 missionárias consagradas. Este momento realizado neste ano é também seguindo o apelo do Papa Francisco na Evangelii Gaudium, “a Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam” (nº 24). Diocese de Parintins