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Sair nas ruas no Dia 8 de Março: Obrigação, direito ou necessidade?

A luta pelos direitos da mulher se tornou uma atitude cada vez mais assumida, nem só pelas mulheres, mas pela sociedade como um todo. O dia 8 de março é uma data significativa nessa batalha iniciada nos primeiros anos do século XX, sendo definida em 1975 como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas. Uma data que provoca controversas na sociedade, que é vista como obrigação, direito ou necessidade, mas também é considerada por outras pessoas como algo desnecessário. As opiniões divergem, pois os direitos nem sempre são vistos do mesmo modo. Tem o ditado que diz que “pimenta no olho dos outros é refresco”, o que nos leva a dizer que muitas reclamações e lutas por direitos não são entendidas por aqueles que tem uma visão diferente da realidade. Na verdade, reclamar direitos nunca foi um erro e sim uma atitude de coragem em busca de uma sociedade mais justa. Essas lutas têm construído ao longo da história aquilo que tem ajudado a modelar um mundo melhor para todos e todas. Tem sido um caminho longo, dificultoso, mas que foi dando frutos, maiores ou menores, mas com o tempo os avanços têm acontecido. O que não deveria acontecer, mesmo que sabemos que muitas pessoas, inclusive muitas mulheres caem nessa tentação, é nos desentendermos de continuar lutando pelos direitos que em teoria são garantidos, mas que nem sempre são realizados em favor das mulheres. Ficar de braços cruzados não deve ser a atitude a ser seguida. Isso porque ninguém deve aceitar que seus direitos sejam menosprezados. No final das contas, os direitos são fruto da luta histórica de muitas pessoas que empenharam sua vida para que assim fosse. Continuar cobrando esses direitos em nível social e político, em todos os âmbitos que fazem parte da vida social, é uma necessidade, que vai ter seus frutos em nossas vidas, mas também na vida das gerações vindouras. O problema é que numa sociedade cada vez mais marcada pelo individualismo, onde as preocupações das pessoas não ultrapassam o próprio ego, incentivar as lutas sociais é algo cada vez mais difícil. Na maioria dos casos, não é por ser contra essas lutas e sim por falta de interesse com o que puder acontecer com os outros, inclusive com o que pode acontecer com a própria pessoa. O desmoronamento social é uma realidade cada vez mais plausível, uma realidade que serve para que aqueles que tem o poder, nos diferentes campos em que ele se concretiza, se aproveitem para impor seu modo de entender essa realidade, que de diversos modos é manipulada por aqueles que mandam. Uma situação que nem sempre é percebida e ainda menos enfrentada. Sermos conscientes disso, independentemente de nossa condição de mulheres ou homens, é uma urgência inadiável. As lutas devem ser mantidas sempre, nunca podem ser abandonadas. Cair nessa tentação vai fazer com que as pessoas deixem de ser tratadas como gente e passem a ser vistas como engrenagens de um sistema que nos consume.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Clero de Manaus realiza Retiro, “oportunidade para renovar nosso encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo”

O clero da arquidiocese de Manaus realiza de 04 a 07 de março de 2024 seu Retiro Anual, que tem como pregador a Dom Giuliano Frigeni, bispo emérito da diocese de Parintins. Com a participação de mais ou menos 80 padres, o retiro está sendo realizado na Maromba, o Centro de Treinamento de Lideranças da arquidiocese, e tem como tema “Sempre discípulos de Cristo”, inspirado no Exercícios Espirituais que o cardeal Cláudio Hummes orientou aos membros da Cúria Vaticana em fevereiro de 2002. Um seguimento de Jesus Cristo, que segundo disse o Papa João Paulo II, no final daqueles exercícios “constitui o elemento fundamental de nossa vida”. O Retiro do Clero é um sinal de comunhão como expressão do discipulado, segundo Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, que participa do retiro junto com Dom Hudson Ribeiro, também bispo auxiliar. Dom Zenildo destacou a importância de “dar-nos a conhecer pelas atitudes”, ressaltando a importância da eloquência das atitudes e de constituirmos uma Igreja orante. O pregador do retiro disse que é “um tempo para mobilizar novas energias, para na presença de Deus nos tornarmos irmãos e irmãs”. Dom Giuliano Frigeni insistiu no retiro como “oportunidade para renovar nosso encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo”. Refletindo sobre a temática do retiro, o bispo emérito da diocese de Parintins afirmou que “só o bom discípulo será um bom mestre da fé”, insistindo em que os ministros ordenados “somos depositários e não proprietários da Palavra de Deus”. Ele fez um chamado a “estar ao serviço da Palavra com fidelidade e disponibilidade”, dizendo que “as pastorais nascem do coração do pastor, não de um organizador”. Daí a importância de “nos educar a sermos discípulos”. Durante o Retiro do Clero os participantes têm a possibilidade, durante o tempo da quaresma, de aprofundar na oração pessoal e comunitária, sendo momento de refletir sobre a vida de cada um e o ministério ordenado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Missão na paróquia indígena de Belém do Solimões pelos 115 anos de presença capuchinha no Amazonas e Roraima

A Custódia dos Frades Capuchinhos no Amazonas e Roraima, que estão completando 115 anos de presença na região, está celebrando seu Ano Missionário. Uma oportunidade “para fazermos memória dos nossos antepassados, daqueles que nos precederam no carisma franciscano-capuchinho” e junto com isso “nos envolver para uma reanimação missionária”, segundo expressou Frei Mário Ivon Ribeiro, superior da Custódia do Amazonas e Roraima, em carta aos confrades. Segundo o frade, o trabalho missionário dos capuchinhos ao longo de mais de 100 anos, “navegando dias ao longo dos rios, levando assistência espiritual e social à população”, considerando que essa presença “foi vital para a formação e desenvolvimento das comunidades”, buscando a promoção da vida humana, servindo “como enfermeiro, engenheiro, arquiteto, atleta, músico, professor”, produzindo um encontro intercultural em busca de “uma evangelização que abandona os horizontes do ‘civilizar-se’ e tornando-se promoção humana”. A missão iniciada por missionários italianos da Provincia Capuchinha da Úmbria, hoje é continuada e animada por frades nascidos na região, “com o rosto de uma Igreja amazônica”, segundo o superior. Ele insistiu em ver o Ano Celebrativo Missionário como momento para “nos lembrar, antes de tudo, da nossa vocação missionária”. 10 frades participam de 1º a 10 de março de 2024 na paróquia São Francisco de Assis de Belém do Solimões, diocese de Alto Solimões da Missão Capuchinha. A missão acontece numa área indígena que contempla essa presença dos capuchinhos e que consolida também a permanência dos frades, segundo frei Paulo Xavier Ribeiro. O frade destacou que “nós ficamos e continuamos a evangelização, o testemunho do projeto de Deus a partir da realidade simples, conduzindo a nossa vida a partir dos sonhos que a Querida Amazônia expressa nas palavras do Papa Francisco, um sonho  social, um sonho cultural, um sonho que pode nos ajudar a consolidar sempre mais a vida dentro dessa dimensão da ecologia, e sobretudo reconhecer que como Igreja, nós podemos sonhar com uma Igreja da simplicidade, uma Igreja da humildade, uma Igreja a partir dos povos originários”. “Essa dimensão nos ajuda a compreender que com esse impulso, nós vamos continuar a testemunhar a nossa vida de frades capuchinhos, aqui no Amazonas e Roraima, favorecendo sempre esse encontro com a cultura, com os povos, com os costumes, com a vida do povo e vivendo a partir daquilo que é a vocação dos franciscanos capuchinhos, nos exercitando nesse caminho de ser uma Igreja de comunhão, uma Igreja de participação, uma Igreja missionária”, enfatizou o frade capuchinho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Roraima, expressando que a Igreja não tem fronteiras, participa dos 102 anos do Vicariato do Caroni (Venezuela)

O Vicariato Apostólico do Caroni, na Grande Sabana venezuelana, que tem sua sede na cidade de Santa Elena de Uairén, acaba de comemorar 102 anos de sua ereção canónica. Uma celebração que contou com a participação de representantes da diocese de Roraima, dentre eles Dom Evaristo Spengler, que também esteve acompanhado por Dom Arnaldo Carvaheiro Neto, bispo de Jundiai (SP), e Dom Vicente Costa, bispo emérito da mesma diocese. “Uma festa muito bonita, com a participação das comunidades distantes”, segundo Dom Evaristo, numa região onde a maioria da população são indígenas do povo pemón. Eles realizaram diversos gestos durante a Eucaristia e depois da celebração realizaram apresentações culturais da região. Uma celebração que “trouxe o coração, a vida dessa história, 102 anos de doação de muitos missionários e missionárias“. Segundo o bispo de Roraima, “uma coisa que ficou muito forte na celebração foi que a Igreja não tem fronteiras, cada vez mais queremos estreitar os laços de união”. Ele refletiu sobre as imensas dificuldades na evangelização da região da Grande Sabana, com paróquias e comunidades muito distantes e um alto custo para realizar as viagens para o trabalho evangelizador. Dom Evaristo destacou que “é um povo com muita doação, com muita alegria, e queremos continuar a rezar por esse povo, por Dom Gonzalo, por esse Vicariato do Caroni, todos os missionários que aqui estão, aqueles que estiveram no passado e aqueles que virão à evangelização nesse belíssimo futuro deste vicariato”. O bispo local, Dom Gonzalo Alfredo Ontivares Vivas, manifestou sua alegria pela celebração vivida, destacando a participação das diversas comunidades indígenas que integram o vicariato e das igrejas de Roraima e de Jundiai, algo que ele vê como oportunidade para partilhar o que foi realizado pelos padres capuchinhos e deixaram como ensinamento, vivência e experiência de fé nesse processo de formação e de inculturação do Evangelho. O bispo destacou que o Vicariato do Caroni está vivendo uma nova etapa, com a participação de missionários de outras igrejas locais e congregações religiosas. A celebração realizada é vista por Dom Gonzalo como algo que “nos ajuda a entender a sinodalidade que o Papa Francisco está nos convocando”. Ao mesmo tempo, ele disse que tem sido mais uma oportunidade para se integrar com a Igreja do Brasil, insistindo em que a Igreja não tem fronteiras, que podem ser compartilhadas as mesmas experiências de fé com os povos originários   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: Na Amazônia, “estar ao lado dos pobres, dos povos originários, dos últimos, como o caminhar da Igreja no meio urbano”

O Congresso sobre Pastoral Urbana, organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que está acontecendo em Porto Alegre de 04 a 06 de março de 2024, refletiu, com a assessoria do cardeal Leonardo Steiner, sobre os “Desafios da evangelização na Amazônia urbana”. Segundo o arcebispo de Manaus, a maior cidade da Amazônia, com mais de dois milhões de habitantes, essa reflexão “significa uma hermenêutica da totalidade que a evangelização está a pedir”, destacando os muitos desafios da evangelização, que tem como fundamento o fato de que “somos despertados para um pertencimento: Deus feito nossa humanidade”. Ele partiu do conceito de evangelização, que tem como pano de fundo “o anúncio do Evangelho para toda a humanidade, para toda a criatura”, e que ele vê como “despertar para o modo do Reino de Deus”, tendo como elementos constitutivos “a proclamação pelo testemunho, o anúncio explícito de Jesus Cristo, a acolhida do anúncio, por meio da adesão à comunidade eclesial, o desdobramento em novo apostolado”, elementos presentes em Evangelii Nuntiandi de Paulo VI. Uma evangelização que tem como elementos uma libertação integral, o testemunho, a pregação, a liturgia e vida sacramental, a religiosidade popular, a destinação universal da evangelização e os agentes nela envolvidos, destacou o cardeal. Ele lembrou as palavras de Paulo VI: “Toda a Igreja é missionária, a obra da evangelização é um dever fundamental do povo de Deus”, destacando que “Igreja, comunidade, e evangelização pertencem ao mesmo movimento”, que é eclesial e de comunhão, pois “evangelizar é uma ação profundamente eclesial”, ressaltando que “não é um ato individual e isolado. É missão da Igreja!”. É por isso que “a evangelização em nome da Igreja, acontece em comunhão”, sem critérios e perspectivas individualistas. Refletindo sobre o conceito de evangelização no Magistério de Papa Francisco, Dom Leonardo destacou que deve ser missionária e apostólica, pois “evangelizar não é o mesmo que fazer proselitismo”. Isso porque “trata-se de uma dimensão vital para a Igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus nasce apostólica e missionária. O Espírito Santo plasma-a em saída”. Uma Igreja missionária presente na Amazônia, pois “a igreja na Amazônia, em Manaus, nasceu com os missionários e missionárias”. O cardeal destacou elementos da missão presentes no Documento de Aparecida, onde a evangelização é vista como “ação da Igreja que exerce a missão recebida de anunciar a todos os povos e a todas as criaturas”, o que demanda, num horizonte de cultura denominada urbana, um modo e uma linguagem aberta ao tempo e ao espaço que a Igreja é presente. O Encontro de Santarém de 1972 e o Sínodo para a Amazônia em 2019 são momentos que ajudam a refletir a evangelização na Amazônia, destacou o conferencista. O Documento de Santarém, “ele deu impulso e vida a ação evangelizadora na Amazônia. Santarém firmou uma Igreja encarnada e libertadora!”, ressaltou o cardeal. Uma Igreja profética, que “percebeu que deveria evangelizar, evangelizar-se e ser evangelizada”, percebendo “a necessidade de uma presença maior e melhor no meio urbano”. Uma reflexão que continuou no tempo, numa dinâmica sinodal, buscando evangelizar a partir do chão amazônico, até chegar no Sínodo para a Amazônia. Ele lembrou o encontro de 2022, com motivo dos 50 anos de Santarém, que segundo o Papa Francisco “propôs linhas de evangelização que marcaram a ação missionária das comunidades amazônicas e que auxiliaram na formação de uma sólida consciência eclesial”. O cardeal Steiner colocou o dom da fé como passo prévio na evangelização na Amazônia, destacando que “nós não temos fé, é a fé que tem a nós”. Ele disse que a fé é simples, “trata-se da experiência da gratuidade do encontro e encontro da gratuidade”, algo a ser descoberto na cultura urbana, onde subjaz a fé. Falando sobre a fé na Amazônia, Dom Leonardo destacou “a ingenuidade da fé, as relações desvestidas de aparências, uma certa harmonia com a beleza das águas e das florestas”. Após apresentar brevemente diversos elementos da realidade da Amazônia, o cardeal Steiner disse que em Manaus, as comunidades mostram a vitalidade da Igreja, afirmando que “o urbano é sustentado por uma urbanidade manifestada na solidariedade, na receptividade”, insistindo em que na realidade da Amazônia urbana “se percebe a necessidade de auscultar e dialogar para aprender a evangelizar”. Diante dessa realidade, o arcebispo de Manaus refletiu sobre os desafios e perspectivas, partindo das palavras de Papa Francisco sobre o pensamento de Romano Guardini, que o levou a dizer que “certamente, a cultura urbana está impregnada do conhecimento que busca reunir as coisas, decompô-las, ordená-las em alíneas, adquirir perícia e dominá-las”. O primeiro desafio é a encarnação e libertação, pois “o Verbo encarnado exige da Igreja uma aproximação com a realidade, a superação de modelos de evangelização que não condizem com as culturas locais e um testemunho de esperança, fundado no Evangelho”. Um caminho que segundo o Documento Final do Sínodo para a Amazônia se concretiza inculturação e interculturalidade. O segundo desafio é, seguindo a proposta da Querida Amazônia, a hermenêutica da totalidade, que “faz a Igreja evangelizar dentro do movimento das transformações da cultura urbana”, seguindo os quatro sonhos da Querida Amazônia, que “são dimensões do todo” e que considera “essenciais para uma Igreja frutuosa, misericordiosa, consoladora, inculturada, transformadora, libertadora, ilumina toda a evangelização na Amazônia e na sua totalidade”. Isso porque “a morte e ressurreição de Jesus tem implicância no universo, não apenas para os seres humanos”, destacou o cardeal. O arcebispo de Manaus considera um outro desafio ser Igreja discipula missionária, dado que a missionariedade é “o fundamento, a razão do ser da Igreja”, que leva a uma “evangelização dinamizada num caminho de comunhão e participação das comunidades de comunidades, como dinâmica da sinodalidade na Igreja. A escuta e o diálogo como caminho a ser sempre percorrido”. Ele insistiu numa “Igreja que escuta, serve e acompanha os povos e recebe os traços destes povos”, segundo diz o Documento Final do Sínodo para a Amazônia. Junto com isso, ser Igreja profética e defensora…
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Inicia o Congresso Teológico Internacional de Pastoral Urbana da PUCRS e CNBB com a participação de Dom Leonardo Steiner

Organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acontece, de 4 a 6 de março de 2024, o Congresso Teológico Internacional de Pastoral Urbana. Entre os conferencistas, além de diversos teólogos e bispos brasileiros, destaca a presença de dois cardeais, o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, que receberá o doutorado Honoris Causa, e o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus. Segundo informam os organizadores, o Congresso pretende promover um espaço de reflexão interdisciplinar em torno da realidade urbana contemporânea em vista de qualificar a reflexão teológica e a ação pastoral da Igreja na atualidade. Ao mesmo tempo, estamos diante de mais uma oportunidade para que a Igreja do Brasil possa refletir sobre os desafios da evangelização da vida urbana, na mentalidade urbana, para chegar a todas as periferias existenciais e geográficas. O Congresso é realizado no contexto dos 60 anos de promulgação da Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja, Lumen Gentium, dos 11 anos de pontificado do Papa Francisco e do processo sinodal vivido pelas comunidades eclesiais. Nesse contexto, pretende-se promover um espaço de reflexão interdisciplinar em torno de questões relevantes acerca da realidade urbana contemporânea, a fim de contribuir para uma resposta atualizada da Teologia e da Pastoral aos desafios emergentes do contexto urbano hodierno, em vista de qualificar a reflexão e a ação de seus agentes, bem como atender às demandas da Evangelização na atualidade, em preparação para o Jubileu da Esperança, em 2025. O Congresso será aberto por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, Chanceler da PUCRS e Presidente da CNBB e do CELAM, e terá como ponto de partida a reflexão sobre “A ação pastoral da Igreja nas grandes cidades”, sendo o primeiro conferencista Dom Joel Portella Amado, presidente da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB e bispo diocesano de Petrópolis – RJ. Posteriormente os participantes poderão refletir sobre “Os desafios da cultura digital para a Igreja no contexto urbano”, com a assessoria de Alzirinha Rocha de Souza, professora da PUC-Minas e ITESP, e sobre “Hospitalidade e cultura do encontro no contexto urbano”, conferência proferida por Luiz Carlos Susin, professor da PUCRS e ESTEF. “A cidade no Magistério Pastoral do Papa Francisco”, será ponto de partida das reflexões no segundo dia do Congresso, com a assessoria de Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, membro da Comissão Teológica Internacional e bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Uma reflexão que terá continuidade com a conferência de Dom João Justino de Medeiros Silva, primeiro Vice-Presidente da CNBB e Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia, que dissertará sobre “Linhas de Ação do Papa Francisco para a cidade”. Centrando a reflexão no contexto amazônico, o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, a maior cidade da Amazônia, irá falar sobre “os desafios da evangelização no contexto urbano da Amazônia”. As conferências desse segundo dia terão continuidade com a reflexão de Dom Leomar Antônio Brustolin, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e arcebispo da Arquidiocese de Santa Maria, sobre “Perspectivas para a Iniciação à Vida Cristã no contexto urbano”. Finalmente, o Cardeal José Tolentino de Mendonça, depois de receber o Doutorado Honoris Causa da PUCRS, falará sobre “Desafios da cultura urbana para a evangelização hoje”. O último dia do Congresso iniciará com a conferência do teólogo argentino Carlos María Galli, com o tema “Por uma Igreja toda sinodal no contexto urbano”, e a conferência sobre “Perspectivas teológicas e pastorais para a edificação de comunidades sinodais no contexto urbano”, com a assessoria de Francisco de Aquino Junior, professor da UNICAP. No final do Congresso será realizada uma reunião dos cardeais, arcebispos e bispos das grandes metrópoles brasileiras. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ampliada Regional das CEBs prepara em Roraima o 3º Encontro Regional Norte1

A Coordenação Ampliada Regional das Comunidades Eclesiais de Base do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) se reuniu nos dias 02 e 03 de março em Boa Vista, sede da diocese de Roraima. O encontro contou com a assessoria do padre José Oscar Beozzo e a presença de dom Evaristo Spengler, bispo local. Dom Evaristo Spengler destacou a alegria da diocese de Roraima em receber a coordenação ampliada das CEBs do Regional Norte1. Segundo o bispo diocesano de Roraima, “aqui foram dados os passos para o encontro regional das CEBs em setembro, que acontecerá aqui em Roraima, será o terceiro do Regional Norte1”, ressaltando que “estamos nessa preparação com muito empenho, com muita alegria”. Dom Evaristo Spengler disse que “quem veio, volta agora para sua diocese, querendo ser um fermento dentro da Igreja, que toda a Igreja seja uma Igreja mais missionária, uma Igreja acolhedora, sobretudo que nossa Igreja seja comunhão, pequenas comunidades em torno de Cristo, da sua Palavra, que possam ser servidoras e testemunhas do Reino de Deus”. O bispo pediu que “nesse processo de preparação para o 3º Encontro Regional Norte1, cada um de nós possa ajudar a nossa Igreja a crescer mais nesse espírito de serviço e dedicação ao Reino de Deus”. O encontro da Coordenação Ampliada das CEBs Regional Norte1 foi uma oportunidade para refletir sobre como está a caminhada das CEBs em cada uma das igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 desde o 15º Intereclesial, realizado em Rondonópolis (MT) em julho de 2023, sendo escolhido o tema do 3º Encontro Regional Norte1, que será “CEBs, Igreja na Amazônia: casa do encontro, da acolhida e da ministerialidade”, tendo como lema “Acolhei a todos no Senhor de maneira digna como convém aos santos” (Em 16, 2). Depois de escolher a temática foram dados alguns passos na organização dos grupos de trabalho para o 3º Encontro Regional das CEBs. Igualmente foi abordada a organização do próximo Nortão das CEBs e foi repassado o que foi vivenciado no último Intereclesial. Finalmente, foi refletido sobre os passos a serem dados em vista da sustentabilidade das CEBs. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Não importa a pessoa, importa o ganho, o lucro mesmo que seja à custa dos pobres”

No Terceiro Domingo da Quaresma, o cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia lembrando que “ouvimos e vimos o zelo de Jesus pela Casa de Deus, pelo templo. O zelo e cuidado o leva a expulsar os vendiam dentro do templo. O zelo que deseja a purificação do espaço da sacralidade, do encontro, das preces, das oferendas. O espaço de peregrinação, de culto, das festas litúrgicas, onde se ofereciam os sacrifícios de animais em louvor a Deus, se resgatavam os primogênitos, se ouviam os ensinamentos. Era a expressão do centro da fé do povo de Israel”. O arcebispo de Manaus recordou que “no início, nos primeiros tempos das celebrações, das peregrinações, os locais de compra e venda das oferendas e os animais para os sacrifícios, ficavam distantes do templo. Como o passar dos anos, os negócios, a compra e venda, a troca do dinheiro, começaram a acontecer no próprio templo. E o templo tornou-se lugar de negócio, uma espécie de mercado. Poderíamos imaginar que no tempo de Jesus o templo, além do lugar da expressão da fé, tinha se transformado num conjunto de ‘lojas’ ou dependências ‘comerciais’ para atender os fiéis peregrinos que desejavam fazer suas oferendas e sacrifícios”. “O lugar do encontro, das oferendas, da peregrinação, da oração, das promessas, da palavra, da escuta, transformado em negócio”, destacou Dom Leonardo. Segundo ele, “lá onde deveria haver oferendas, ofertas, se negociava, se trocava, se fez uma casa de negócios”, recordando que “um místico medieval nos diz que a expulsão dos vendilhões do templo, ou a purificação do templo é próprio de quem deseja deixar a casa livre para Deus habitar. Livre para que as relações entre Deus e os peregrinos, sejam sem trocas e viva somente da beleza do amor gratuito. As oferendas e os sacrifícios poderiam ser expressão da gratidão, da ação de graças. Uma relação livre e benévola”. Segundo o místico, “o templo é a imagem de quem somos. Somos o templo, a morada de Deus. Jesus indica que deseja o templo de cada pessoa desocupado, livre para comunicar os seus dons e conceder gratuitamente a suas graças. Uma disponibilidade ao encontro. Encontro que acontece no templo que somos nós!” Como nos diz um místico, recordou o cardeal: “Deus quer ter esse templo vazio, a ponto de ali não haver nada mais do que Ele só. Esta é a razão por que Ele se sente tão bem aconchegado nesse templo, sempre que nele só Ele se encontra.”, citando os Sermões alemães. “Somos o templo, e Deus a arde em desejo de habitar em nós, nos plenificar. Mas nós muitas vezes imaginamos que na fé devemos negociar com Deus”, disse o cardeal Steiner. Ele destacou que “rezamos, jejuamos, damos esmolas para que Deus nos ajude ser melhores. Fazemos como que uma troca, um negócio”. Frente a isso, “Deus na sua bondade está sempre a nos oferecer todas as bênçãos e graças. O jejum, a esmola, a oração que nos pede o tempo da Quaresma, deveria ser sinal da nossa disponibilidade e receptividade. Não é troca, não é negócio, não é petição, e como Jesus nos ensina: é purificação, libertação”. “Somos convidados a uma fé de relação amável, afetiva, livre”ressaltou Dom Leonardo. “Por isso, expulsar as trocas, as negociações, a compra e venda. O Evangelho não é negócio; não se vende e nem se compra. É um modo de vida, onde Deus é tudo para nós, pois nos cumula de bênçãos e graças. Mesmo quando nos encontramos em situação de aflição, pobreza, injustiça Ele está conosco. Esse movimento de corresponder a Deus é expressão de nosso desejo de nosso de purificação, de uma espécie de esvaziamento para que o Ressuscitado more em nós”, insistiu. O arcebispo de Manaus questionou: “Se somos templos onde Deus deseja estar, morar para nos plenificar, onde chegamos com nossa mentalidade de negócio e de mercado?” Diante disso, “as pessoas viraram mercado, negócio. Não importa a pessoa, importa o ganho, o lucro mesmo que seja à custa dos pobres”. Uma realidade que lhe levou a destacar, “como é consolador e motivo de ânimo e de bondade ver irmãos e irmãs sempre atentos às realidades sofridas e saem ao encontro dos mais pobres, não para oferecer esmola do que sobra, mas para oferece justiça, dignidade e também o pão. Tudo na liberdade de quem crê”. “O templo que somos nós depois da morte e morte de cruz e da ressurreição de Jesus, adquiriu uma dignidade tal que exige a superação do ser vilipendiado, destruído, agredido, espancado, violentado, ignorado, descartado. É um sofrimento ver e dizer: tudo porque não produzem, não dão lucro, não ajudam no mercado. É inaceitável que os nossos idosos sirvam apenas dar lucro porque necessitam de medicamentos, que são uma despesa através das políticas públicas, que os pobres são um estorvo. Jesus no Evangelho de hoje nos ensina que eles são o caminho da libertação, da purificação do templo que somos nós, quando somos na gratuidade”, enfatizou. Segundo o cardeal Steiner, “somos templo, morada de Deus! Ao meditarmos a nossa dignidade de casa de Deus, recordamos que a sexualidade que faz parte do templo onde Deus habita. Ela está a implorar dignidade, cuidado, afeto, superando da violência, da animalidade das relações, a sua exacerbação. Quanta propaganda, quanto lucro, quanto despudor em relação à sacralidade da sexualidade. Não se trata de moralismos, de achaques ou arroubos de tradicionalismo. É a necessidade de cuidado e recato com o que temos de íntimo, de relações de intimidade, de vida. Quanto temos que purificar o templo da nossa humanidade quanto à sexualidade! Quanto trabalho em nossa humanidade para que participemos da liberdade que Jesus nos oferece com sua morte e ressurreição. Não precisamos negociar com Deus. Coloquemo-nos diante dele como filhas, filhos com o desejo de sermos por Ele amados e cuidados”. Comentando a segunda leitura ele destacou “o segredo da cruz, do Crucificado; o anúncio do Crucificado!”. Segundo Dom Leonardo, “a cruz é gratuidade! Jesus nada trocou no alto da cruz. Tudo entregou, livre e gratuitamente. Naquele…
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Dom Giuliano Frigeni convida o Clero de Itacoatiara a serem sempre discípulos de Jesus

O Clero da Prelazia de Itacoatiara está realizando de 26 de fevereiro a 1º de março no Centro de Espiritualidade Água Viva seu Retiro Anual sob a orientação de Dom Giuliano Frigeni, bispo emérito da Diocese de Parintins. Segundo o padre Acácio Rocha, coordenador de Pastoral da Prelazia de Itacoatiara, o retiro está sendo uma experiência de amor e gratidão, concretizada em diversos momentos abençoados vividos no Centro de Espiritualidade Água Viva. Ao longo dos dias de retiro, os participantes estão mergulhando profundamente na experiência do Discipulado. Dom Giuliano Frigeni, bispo emérito da Diocese de Parintins, está ajudando o clero da Prelazia de Itacoatiara a a refletir sobre a essência de serem sempre discípulos de Jesus. Cada instante é marcado por uma experiência única, desde a serenidade da noite mariana até a emocionante Via Sacra, acompanhando os passos de nosso Senhor em direção ao Calvário e, finalmente, à gloriosa Ressurreição. Ao longo do Retiro os participantes estão pudendo descobrir que este caminho do cristão é um caminho de Ressurreição, onde a vida floresce em abundância. Eles pedem poder continuar se envolvendo com suas orações neste retiro, para que a luz de Cristo ilumine cada coração e fortaleça a fé de todos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Clero de Roraima participa do Retiro Anual sob a orientação do Padre Beozzo

Finalizada a 24ª Assembleia Diocesana, que foi realizada no último final de semana, de 23 a 25 de fevereiro de 2024, com o tema “Diocese de Roraima: 300 anos de fidelidade e novos desafios numa Igreja Sinodal”, o clero da Diocese de Roraima está participando do Retiro Anual, que está sendo realizado na Serra do Tepequém, de 26 de fevereiro a 1º de março. O Retiro, que é momento de oração, silêncio, estudo e meditação da Palavra de Deus, está sendo orientado pelo Pe. José Oscar Beozzo, da Diocese de Lins – SP. O bispo diocesano, Dom Evaristo Spengler, juntamente com os presbíteros da Diocese de Roraima, estão vivendo ao longo da semana dias de reflexão e profunda espiritualidade. É costume em muitas dioceses do Brasil que no caminho quaresmal aconteça o Retiro do Clero, uma oportunidade para entrar no caminho da conversão e se preparar para a festa da Páscoa. Junto com os momentos de meditação, sob a orientação do padre Beozzo, os participantes do Retiro tiveram a oportunidade de realizar a celebração penitencial onde eles celebraram o sacramento da reconciliação. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1