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Mês de março, uma oportunidade para reconhecer que ser mulher não é motivo para ser discriminada

Aos poucos a sociedade vai tomando consciência da necessidade de reconhecer o papel da mulher. Sabemos que ainda falta um longo caminho a percorrer, mas é verdade que estão sendo dados alguns passos que ajudam nesse propósito. O início do mês de março é uma boa oportunidade para refletir e descobrir o caminho a seguir para continuar avançando. Mesmo sem chegar na paridade, as mulheres vão ocupando espaços de responsabilidade e decisão na política, nas empresas, no mundo do trabalho. Nas famílias também vemos que estão sendo dados passos para que as crianças, sejam homens ou mulheres, não sejam discriminadas em razão de seu sexo. Essa discriminação está presente nos homens, mas também nos deparamos com mulheres que discriminam às próprias mulheres, uma atitude que tem que nos levar a refletir como sociedade. Cada um, cada uma de nós temos que nos perguntarmos sobre nossas atitudes, sobre nosso modo de olhar e tratar os outros, especialmente as mulheres, sobre os preconceitos que carregamos e que nos impedem avançar como sociedade em busca de uma maior igualdade entre homens e mulheres. Na Igreja católica, o debate sobre o papel da mulher está cada vez mais presente, cada vez são mais as vozes que cobram um maior reconhecimento do papel da mulher na Igreja. O Papa Francisco tem ajudado a avançar decisivamente nesse caminho, com suas palavras e atitudes, mas sobretudo com as nomeações de mulheres em postos de grande responsabilidade. Cada vez são mais as mulheres que ocupam esses espaços, que tem em suas mãos a possibilidade de aportar seu conhecimento, sua visão, na hora de tomar as decisões na Igreja católica. Em algumas dioceses vemos que as mulheres aos poucos também estão ocupando esses espaços de toma de decisões, o que vai enriquecendo a vida da Igreja em todos os níveis. Vai ajudando a ter um olhar diferente, um olhar feminino, as mulheres vão aportando sua sabedoria, seu modo de entender a realidade. Não podemos esquecer que as mulheres são a grande maioria na Igreja católica, especialmente quando falamos de participação na vida cotidiana da Igreja. Sua presença nas celebrações é quase sempre mais numerosa, são elas que participam em maior medida e conduzem as pastorais, movimentos, grupos, fazendo com que a Igreja continue viva em muitos lugares do mundo. Se nós falamos da Amazônia, vemos que essa presença feminina faz com que muitas comunidades, especialmente no interior, continuem vivas, são muitas as mulheres que são verdadeiras pastoras, cuidadoras do rebanho, presença de Igreja na vida de um povo que continua vivenciando sua fé pela dedicação e compromisso das mulheres, que em sua simplicidade levam a Palavra de Deus a tantas pessoas que se saciam com esse anúncio. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Leonardo: “A quaresma como caminho da fé nos provoca a uma transformação nas nossas relações”

Lembrando que o Evangelho do 1º Domingo da Quaresma pedia conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho!”, o cardeal Leonardo Steiner disse que “a conversão no segundo domingo da quaresma se torna transfiguração. Não mais figuras, mas ser ouvinte do Filho amado do Pai que nos transfigura: a transformação que a fé oferece”. O arcebispo de Manaus disse que “nos encanta e causa admiração o Evangelho ouvido; quase nos espanta a primeira leitura”. Ele destacou que “a transfiguração de Jesus no alto da montanha desperta em nós a admiração pela comunhão de Jesus com o Pai e a plenitude dos tempos no diálogo de Moisés e Elias; a fé que na cruz chega à plenitude. O sacrifício de Isaac comove as nossas entranhas e vemos a solidão abraâmica a subir o monte Moriá na busca de realizar a vontade incompreensível de Deus; transformação pela fé”. Analisando o texto do Evangelho, Dom Leonardo ressaltou que “antes da subida ao monte e a transfiguração, Jesus anuncia a sua morte violenta e convida os discípulos a renunciar-se a si mesmos, a tomar a cruz e a segui-lo no caminho de amor e de entrega gratuita da vida (cf. Mc 8,31-38). O caminho da cruz torna os passos dos discípulos mais lentos, os corações pesados, o ânimo desalentado. Os sonhos do novo reino, da vida nova, da libertação, somem e são tomados pelo fracasso do seguimento; os sonhos de glória, de honras, de triunfos se esvaem e se perguntam se vale apena seguir um mestre que oferece a cruz como liberdade e libertação”. Seguindo o texto, onde aparece que “Jesus toma três dos discípulos e sobe a montanha. Era necessário retirar-se, subir e subir, para perceber o mistério transformativo da cruz, do seguimento na cruz”, o cardeal destacou que “conduziu-os para o alto de uma montanha. Montanha lugar do encontro, da revelação, das manifestações de Deus; da transfiguração: as roupas ficaram brilhantes e brancas; Elias e Moisés conversam com Jesus. Não mais palavras, não mais figuras, mas o que há de vir, o ‘por vir’ no mistério da cruz e da ressurreição. Os santos padres leram a transfiguração como a realidade que estava por vir: a dor, o sofrimento, a cruz, a morte”. No texto aparece que Elias e Moisés estavam a conversar com Jesus. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “em Elias vemos todos os profetas, todo os enviados e mensageiros de Deus. Elias o recordador das fontes, do amor primeiro. Elias a conversar, isto é, fazer presença a realização das promessas, a indicar a fonte das fontes, o iniciador do novo Israel. Moisés, o libertador, o condutor, o intercessor do povo, o caminhador do deserto rumo a terra da promessa. Ele a conversar, a dizer, a indicar o Reino único e universal, o mandamento novo e eterno; Jesus o libertador o legislador do amor. Moisés e Elias os indicadores e iluminadores de um novo tempo, recordadores da fé do Povo de Deus”. Igualmente, o arcebispo ressaltou que “ao ver a presença translúcida e iluminativa do Filho do Homem-Filho de Deus, Pedro exclama: ‘Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias’. Tomado de espanto e encanto entra no esquecimento de si, de Tiago e João e é tocado pela presença transfigurada de Jesus e a elucidação da história do Povo no ver Elias e Moisés”. Dom Leonardo lembrou o comentário de Atanásio do Sinai na homilia da transfiguração, que vê a Transfiguração como lugar “onde no coração tudo é tranquilo, sereno e suave; onde se vê a Cristo, Deus; onde Ele, junto com o Pai”. Uma atitude de Pedro que, segundo o cardeal, também nós diríamos: “verdadeiramente é bom para nós estarmos aqui com Jesus e aqui permanecermos pelos séculos dos séculos!” Seguindo com a análise do texto, que diz “e uma nuvem os encobriu…”, o cardeal disse que “a presença de Deus na nuvem que acompanhou o povo nos anos do deserto ali está e dela nasce a palavra: ‘Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!’ A cruz, a morte o transformará: ouvi-o; a morte, a ressurreição o transfigurará: ouvi-o. Ouvi-o sempre em todos os caminhos. O Filho amado, querido, a pupila dos olhos do Pai: ouvi-o”. Diante desse chamado, Dom Leonardo afirmou que “talvez, não tenhamos purificado nossos ouvidos para ouvi-lo”. Ele questionou: “Como ouvir o sofredor? Como ouvir o condenado, o supliciado, o açoitado? Como ouvir o coroado de espinhos, o carregante da cruz, o Crucificado? Como ouvir o pendido da cruz do qual escorre sangue e água?” Perguntas que lhe levaram a destacar que é “tão difícil ouvir este Amado Filho que convida a trilhar o caminho da conversão, do diálogo, sem medos e sem receios, na fé. Ouvir a força de uma presença que pode ser escutada; ouvir o vigor de quem passou pela morte e agora vive. Sim escutar o Filho amado do Pai”. “Essa transformação, a transfiguração, a primeira leitura indica como caminho da fé”, segundo o arcebispo. Ele destacou que “Abraão recebe a visita de Deus que lhe pede: ‘Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece -o aí em holocausto sobre um monte que eu te indicar’ (Gn 22,2)”. Ao elo do texto, ele disse que “movido pela fé, sobe o monte Moriá para o sacrifício do filho Isaac. Moriá Deus presente! Vemos Abraão colocar-se a caminho, com o coração inquieto, sofrido, ferido, incompreendido, mas não desesperançado. Abraão fica só, solitário. De novo é em tudo e por tudo como o homem quando deixou a sua terra e sua casa pela primeira vez. Abraão tinha abandonado tudo e se tinha posto a caminho da promessa, agora, na quase plenitude de sua vida, pode retornar a viver no mundo em que vivia já antes. Exteriormente, tudo permanece como no passado. Mas, o passado passou, e tudo foi feito novo. Sobe até a presença de Deus para oferecer o filho da…
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24ª Assembleia diocesana em Roraima: Iniciação à Vida Cristã na Igreja da Amazônia

A diocese de Roraima realiza de 23 a 25 de fevereiro de 2024 a 24ª Assembleia Diocesana, com a participação de quase 300 representantes das paróquias da diocese, do clero e da vida religiosa. Na Assembleia, que teve como ponto de partida a apresentação das escutas nas comunidades e uma análise da conjuntura, será eleita a nova coordenação do CODE (Conselho Diocesano de Evangelização). A Assembleia contou com a assessoria de Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar de Manaus, que refletiu sobre o tema “Igreja na Amazônia” e o caminho da Iniciação à Vida Cristã neste contexto específico. Em sua reflexão, querendo ajudar no avanço do caminho espiritual e pastoral na diocese de Roraima, o assessor abordou a temática Campanha da Fraternidade 2024: “Fraternidade e Amizade Social”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus: ‘’A questão é que esse processo de iniciação à vida cristã, de catequese, de formação dos batizados, acontece no espaço específico, que é a Igreja da Amazônia. Então o meu papel é tentar apresentar este chão, este cenário, para que a nossa perspectiva de formação, de iniciação à vida cristã, leve em conta essa territorialidade.’’ As reflexões de Dom Zenildo Lima levaram a um trabalho em grupos, onde os participantes dedicaram um momento a refletir sobre a Iniciação à Vida Cristã com inspiração catecumenal, com a introdução e apresentação do projeto diocesano. Tudo isso em um ambiente de profunda fraternidade e união, reafirmando a posição a diocese de Roraima como um farol de esperança e renovação na região amazônica. Sobre a temática, o bispo auxiliar destacou a necessidade de buscar “como o nosso processo de formação das pessoas que são batizadas, de fato, gere pessoas comprometidas com o seguimento de Jesus.’’ Celebrar a 24ª Assembleia significa para a diocese de Roraima, segundo Dom Evaristo Spengler, que “nós temos um processo grande, uma história de participação do nosso povo, dos padres, dos religiosos, religiosas”. O bispo diocesano de Roraima enfatizou que “muita coisa já está construída nesta diocese”, uma construção que além do material, é “a Igreja povo de Deus que caminha, na consciência, na formação, nos sacramentos, na oração, na caridade”, destacando “quanta coisa bonita está acontecendo”. Ele vê a assembleia como “um momento de avaliação da caminhada, perceber quais são os nossos desafios, e como vamos caminhar para enfrentar esses desafios”. Dom Evaristo disse que a 24ª Assembleia diocesana tem como tema especial a iniciação à Vida Cristã, “como é que nós iniciamos às pessoas na fé”. Segundo o bispo, “há uma preocupação porque os avôs são católicos, os pais são católicos, e os filhos já não querem mais ser católicos”. Diante disso, “a iniciação significa a família assumir seu papel, mas a Igreja de modo especial tem que assumir o seu papel, a sua responsabilidade, quando a família já não tem esse papel, já não ensina mais as orações, já não vive mais a forma católica, já não vai mais à missa os domingos, é a Igreja agora que tem que atrair crianças, jovens, adultos, para despertar para o seguimento de Jesus”, disse Dom Evaristo Spengler. Ele insistiu que “nós não queremos apenas pessoas que venham para a Igreja, mas que se tornem discípulos missionários de Jesus Cristo”, algo que é um processo e que a Assembleia busca como concretizar, “como ajudar as pessoas a encontrarem com Jesus Cristo sentir-se atraídas por Ele e lhe seguirem como seus discípulos missionários”. Finalmente, o bispo disse que “nesse sentido existem muitos temas que vão aparecer: os ministérios na Igreja, o papel da mulher na Igreja, a Juventude, como a gente reforça os nossos laços comunitários na nossa Igreja”, insistindo em que tudo isso é tema da Assembleia. Ele disse que “é uma alegria porque nós sabemos que daqui sairão muitos frutos para uma boa evangelização em Roraima”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações e fotos da Rádio Monte Roraima FM

Com presença da Madre Geral, salesianas encerram a comemoração de 100 anos na Amazônia: uma presença fecunda, missionária, consoladora, educadora

A Inspetoria Salesiana Nossa Senhora da Amazônia está recebendo a visita da Madre Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, Chiara Cazzuola. O motivo da presença da Superiora Geral da Congregação é o encerramento dos 100 anos da chegada das primeiras salesianas na Amazônia. Um momento de grande alegria para aquelas que hoje continuam o trabalho iniciado em 1923 na diocese de São Gabriel da Cachoeira, que tem esperado a chegada da Madre Geral com expectativa e muito alegria, segundo foi comentado na Missa de Ação de Graças, presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), realizada nesta sexta-feira 23 de fevereiro na sede da Inspetoria, em Manaus. Dom Leonardo agradeceu o convite para poder participar do encerramento da celebração dos 100 anos de presença das Filhas de Maria Auxiliadora na Amazônia, “uma presença fecunda, uma presença missionária, uma presença consoladora, uma presença educadora”. O arcebispo insistiu em “recordar tantas irmãs que deram a vida pela missão”. Uma presença inspirada nas palavras da Madre Mazzarello, fundadora do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora: “coragem, avancemos com um coração grande e generoso”. Mas também nas palavras do Papa Francisco às capitulares: “Não esquecer a graça das origens”, que as salesianas querem viver nestes dias, um tempo especial de graça, um kairós, que as leve a lembrar “as remadas nas viagens nesta exuberante Amazônia, feitas com fé, amor, alguns espinhos, coragem e gratidão”, sabendo que o rio continua. O cardeal Steiner, inspirado no texto evangélico da Visitação de Maria a Isabel, disse que “talvez, as irmãs que vieram 100 anos atrás, vieram também com passos apressados porque haviam concebido Jesus”, uma ideia presente em São Francisco de Assis, que dizia que “nós devemos conceber a Palavra de Deus a dá-lo à luz”. Ele disse imaginar “aquelas irmãs que no despojamento vieram com alegria, apressadamente, porque vieram com alegria, com disposição, com disponibilidade, vieram como verdadeiras missionárias, porque perceberam que Deus havia dado a elas uma tarefa, uma verdadeira missão”. O presidente do Regional Norte1 da CNBB destacou a falta de arrogância, o despojamento, simplicidade nas irmãs, que “tiveram que vir descalças, disponíveis, para pode fazer com que a presença fosse um anúncio”. Ele ressaltou as muitas comunidades indígenas que “pela presença de Deus nas irmãs, pela presença do Verbo Encarnado nas irmãs, começaram a perceber que havia uma novidade, que havia uma Boa Nova, que havia um Evangelho, a ser ouvido, mas também vivido”. O cardeal pediu “seguir os passos dessas primeiras irmãs, termos um mesmo passo apressado, um passo alegre, um passo disponível, um passo livre, para que de novo Deus possa se encarnar no mundo de hoje, para que a Palavra seja encarnada, vivida, para que a Palavra de novo motivo de transformação”. Se dirigindo à Madre Geral, ele pediu que sua presença seja “essa presença do carisma, e no carisma ser essa presença de Jesus”, e que sua presença “nos ajude a todos a sermos cada vez mais essa presença que anuncia”. A Madre Geral destacou que comemorar o centenário é um acontecimento muito grande, afirmando que “nós estamos aqui porque as irmãs, corajosas e sem medo, chegaram aqui com a força do amor”. A religiosa insistiu em que “hoje deus nos pede o mesmo coração, o mesmo entusiasmo, a mesma convicção”, mostrando seu desejo de que “nós saibamos encarnar a força do carisma neste momento histórico, que não é muito feliz, mas é o nosso momento”. Finalmente ela pediu que a Inspetoria possa continuar crescendo com santas vocações. A Madre Geral visitará São Gabriel da Cachoeira, o local onde iniciou a presença das salesianas na Amazônia, “um momento de celebração, de lembrança, memória, agradecimento a Deus”, segundo a Ir. Carmelita Conceição, Superiora da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ezequiel, o livro a ser estudado no Mês da Bíblia 2024

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acaba de apresentar os materiais para o Mês da Bíblia, que em 2024 vai refletir sobre o Livro do Profeta Ezequiel, com o lema “Porei em vós meu espírito e vivereis” (cf. Ez 37,14). Além dos livretos para realizar os círculos bíblicos, será disponibilizado o texto-base para poder aprofundar no estudo do texto de Ezequiel. Segundo recolhe o site da CNBB, dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, destacou que a celebração do Mês da Bíblia, em todo o Brasil, é expressão de sinodalidade. Segundo o arcebispo, “cada comunidade, a seu modo, unida às outras no propósito comum de tornar a Palavra de Deus conhecida, rezada, meditada e, principalmente, anunciada pelo testemunho autêntico de tantos fiéis comprometidos e encantados pela Escritura”. Dom Leomar enfatizou igualmente a relação entre o testemunho do profeta Ezequiel e o convite feito pelo Papa Francisco à preparação para o Jubileu 2025: “O convite para que sejamos peregrinos de esperança nos faz ser como Ezequiel: arautos da esperança em meio àqueles que, porventura, possam ter se esquecido de Deus ou perdido o seu caminho”. Com relação ao trabalho a ser realizado nas paróquias e comunidades, o presidente da Comissão disse esperar que “este Mês da Bíblia possa ser mais um marco na caminhada evangelizadora e missionária de nossa comunidade, fazendo brilhar a luz da Palavra de Deus, que convida à esperança e ensina a direção para voltar a Deus, experimentando suas maravilhas já sinalizadas por nós”. A proposta é que ao longo do mês de setembro sejam realizados cinco encontros bíblicos, que possam ajudar a um maior conhecimento do texto bíblico e que levem aos participantes dos encontros a um contato profundo e orante com a Palavra de Deus contida no livro, usando o método da lectio divina. Segundo o arcebispo de Santa Maria (RS), os encontros buscam “oferecer ao grupo não um espaço de discussão ou de aprendizado intelectual, mas de escuta profunda do Senhor e contemplação de sua Palavra, que nos permite discernir novas direções e nos convida à conversão”. Os materiais elaborados serão disponibilizados pela CNBB e pelos regionais para que as paróquias e comunidades possam realizar a reflexão proposta para o Mês da Bíblia 2024 a partir do Livro do Profeta Ezequiel. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Amizade social para superar guetos e seitas

A temática da Campanha da Fraternidade 2024 tem muitos elementos que nos levam a refletir. Não podemos esquecer que estamos diante de um tema que tem a ver com a vida do dia a dia, com nosso jeito de nos relacionarmos com os outros. Mas será que ter um bom relacionamento com todos é uma preocupação em nossa vida? O individualismo, que nos distância e nos enfrenta com os outros, é um elemento cada vez mais presente na vida das pessoas. Inclusive podemos dizer que esse individualismo faz com que os outros se tornem aos poucos inimigos, sendo vistos como uma ameaça para nossa vida. O individualismo coloca em nossa mente que não precisamos de ninguém, que não precisamos de amigos, que a amizade social é algo completamente desnecessário. Isso atinge nosso relacionamento com os vizinhos, com nossos colegas de trabalho, de estudo, mas também na família. Vivemos cada vez mais afastados dos outros, aumentamos intencionalmente as distâncias, nos interessamos exclusivamente por aquilo que está relacionado com nosso próprio mundo, cada vez menor, mais reduzido, com menos coisas a nos ensinar, com menos elementos que nos ajudam a crescer. A amizade, quando existe, se fecha em grupos onde não há possibilidade de divergências. Entramos a fazer parte de pequenas seitas fechadas, com um pensamento uniforme, onde são alimentadas ideias que com o decorrer do tempo podem aumentar nossas neuroses e nos afastam cada vez mais daqueles que podem ter opiniões divergentes, mesmo sendo divergências pequenas. Confundimos amizade com uniformidade, com pensamento único, com guetos, cada vez mais isolados e distanciados da realidade social, que ignoramos, construindo mundos alternativos. Isso provoca conflitos cada vez maiores, enfrentamentos que tem difícil solução, uma realidade que é incentivada através das redes sociais e dos aplicativos de mensagens, que vão modelando nossa personalidade de acordo com interesses que muitas vezes não controlamos mais. Como buscar propostas alternativas a partir da Palavra de Deus, do Magistério da Igreja, em vista de uma sociedade onde ser irmãos e irmãs dos outros, onde ser amigos e amigas é visto como uma necessidade? A amizade é uma necessidade, uma urgência, uma utopia? Queremos que a amizade social, uma atitude presente na história da humanidade ao longo dos séculos, seja presente na sociedade atual? Criar amizade social, aberta a todos, sem guetos, sem grupos fechados e isolados. Promover atitudes que nos aproximam de todos, gerar uma sociedade onde ser irmãos e irmãs seja assumido como necessidade por cada um e cada uma de nós. Sabemos que o caminho é longo, mas também sabemos que na medida em que a gente desiste da necessidade de avançar nessa direção a vida da nossa sociedade, a vida da gente será cada vez pior. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

COMISE Labonté do Seminário São José de Manaus escolhe nova coordenação

Formar os futuros presbíteros na dimensão missionária é um dos objetivos do Seminário São José de Manaus, onde se formam os seminaristas das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Um instrumento para aprofundar esse caminho formativo missionário é o Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE Labonté). Na manhã desta terça-feira, 20 de fevereiro de 2024, com a presença de Pe. Pedro Cavalcante, reitor do Seminário São José, e do Pe. Matheus Marques, assessor eclesiástico do COMISE Norte1, foi realizada a eleição da nova coordenação do COMISE Labonté. A nova coordenação está formada pelos seminaristas Camilo Jaílton, da diocese do Alto Solimões, que será o coordenador; João Marcelo, da prelazia de Itacoatiara, como vice coordenador; o secretário será Fabrício de Souza, da diocese de Borba; e Idelfonso Barbosa, da diocese de Roraima será o tesoureiro. O COMISE é o organismo encarregado da animação, formação, articulação e cooperação missionária de seminaristas diocesanos e alunos das casas de formação religiosa, aberto a todos aqueles que estão no tempo de formação, que busca favorecer “uma maior unidade e eficácia operativa na animação e cooperação, e para evitar concorrências e paralelismos”, segundo recolhe o Documento Cooperatio Missionalis, 12. O objetivo dos conselhos missionários de seminaristas é fomentar nos futuros presbíteros e candidatos à Vida Religiosa Consagrada a consciência da missão como identidade do cristão e favorecer neles uma sólida espiritualidade e formação missionária que os tornem capazes de enfrentar os desafios da ação evangelizadora da Igreja: na pastoral, na nova evangelização e na missão ad gentes (aos povos). Em nível nacional já foram organizadas diversas experiências missionárias para seminaristas. A última, “Pés a Caminho” aconteceu na arquidiocese de Manaus, diocese de Coari e prelazia de Itacoatiara, em janeiro de 2023, e reuniu quase 300 seminaristas de todos os regionais da CNBB. A CNBB e as Diretrizes para a formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil incentivam essas experiências, como parte do processo formativo, sendo consideradas “sumamente importantes para confirmar a autenticidade das motivações no candidato e ajudá-lo a assumir o ministério como verdadeiro e generoso serviço, no qual o ser e o agir, pessoa consagrada e ministério, são realidades inseparáveis”, o que leva a realizar experiências missionárias e estágios pastorais em áreas mais desafiadoras e carentes. Os seminaristas pedem que, pela intercessão da Virgem Maria, Mãe da Amazônia, a nova coordenação seja conduzida neste serviço de animação missionária dos futuros presbíteros do Regional Norte1, sendo sinal profético de uma Igreja sempre em saída. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Curso no CCM sobre “Formação Missionária com Enfoque na Amazônia” de 6 a 10 de maio

A Igreja do Basil tem colocado seu foco na Amazônia, sobretudo depois do Sínodo para a Amazônia. Querendo dar um passo a mais nesse caminho, o Centro Cultural Missionário, em parceria com a Comissão Episcopal para a Amazônia, as Pontifícias Obras Missionárias e a Conferência dos Religiosos do Brasil promoverão de 06 a 10 de maio de 2024 o curso: “Formação Missionária com Enfoque na Amazônia”. Os destinatários do curso são leigos e leigas, consagrados e consagradas, ministros ordenados, buscando se aprimorar nas temáticas relacionadas à missão na Amazônia, para amadurecer uma eventual decisão por projetos junto à congregação ou diocese ou aqueles que já estão inseridos na realidade amazônica. O curso pretende “preparar e aprofundar o conhecimento e a reflexão que se tornam em ação no chão da Amazônia”, procurando ser um instrumento para “a qualificação dos missionários e missionárias que desenvolvem atividades missionárias junto aos povos tradicionais e que se colocam a caminho das comunidades distantes e de difícil acesso, mas que aguardam fervorosamente a presença dos missionários”. Uma experiência que “deseja contribuir com a orientação, discernimento e ação dos participantes para que tenham cada vez mais clareza do caminho a ser percorrido diante das realidades sociocultural, econômica e eclesial encontradas”. Os organizadores querem que o curso seja uma resposta aos sonhos do Papa Francisco em Querida Amazônia: “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. Sonho com uma Amazônia que preserve a riqueza cultural que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana. Sonho com uma Amazônia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas. Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos.” (QA n. 7). A metodologia que será seguida terá uma perspectiva antropológica e histórica da realidade amazônica, bem como da presença da Igreja em diferentes campos de atuação. Os assessores do curso serão dois grandes conhecedores da história da Amazônia e da vida e cultura dos povos indígenas: Dom Raimundo Possidônio Carrera da Mata, bispo coadjutor de Bragança (PA) e o padre Justino Sarmento Rezende, salesiano do povo tuyuka, doutor em Antropologia Social. Um curso que busca “corresponder ao grande desejo do Papa Francisco de sermos uma Igreja cada vez mais defensora da vida, servidora e missionária”. Entre os objetivos do curso, aparece “qualificar e capacitar nas dimensões antropológica, histórica e eclesial” aos missionários e missionárias, particularmente na Amazônia; aprofundar as motivações para a missão; fornecer referenciais essenciais teóricos e práticos para a ação missionária; proporcionar momentos de discernimento participativo, de revigoramento espiritual e de atualização sobre os caminhos da Igreja no Brasil, especialmente na Amazônia. Faça sua inscrião. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Superar o barulho da ideologia tomada pela brutalidade que busca destruir”

Lembrando que “Convertei-vos e crede no Evangelho!”, é o apelo que Jesus nos faz neste primeiro domingo da Quaresma, iniciou o cardeal Leonado Steiner sua homilia. Ele lembrou que “ao voltar do deserto, ao ser transformado pelo Espírito do deserto, Jesus pede: crede no Evangelho. Crede na Boa Nova!” O arcebispo de Manaus afirrmou que “deserto o lugar da intimidade, do silêncio, da surpresa, que leva, conduz! O conduz, para a solidão, para o silêncio, para o inóspito, para o confronto da aridez, para o caminho da secura e do desverdor, e, assim estar a sós com o Mistério. Lugar para medir-se, deixar-se medir e tomar pela presença de Deus. O deserto não só é o lugar da solidão (éremon) e da desolação, da experiência de ser posto à prova, da tentação, no confronto com o mal, do nada negativo e do destrutivo, mas, também o lugar do encontro solitário, limpo, único com Deus. É o lugar da solidão, o estar a sós com Deus. Onde Deus é tudo, por isso, o lugar do aprendizado de “sofrer Deus”. O deserto o lugar privilegiado do encontro com Deus. O Espírito leva Jesus ao deserto para manifestar-se e revelar o tempo novo”, lembrando as palavras do então cardeal Joseph Ratzinger sobre o deserto. “Em caminhando no deserto o povo de Israel experimentou o amor e a solicitude de Deus. Também foi o lugar da prova, da tentação, da murmuração, da traição. Por ser lugar da tentação foi o lugar da purificação, transformação, da consolidação rumo à terra da promessa. Foi no deserto que Israel foi gerado para as forças identitárias de ser povo”, disse o cardeal. “Jesus viveu no deserto por 40 dias e começa a anunciar: ‘O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!’. Para dar início a sua missão, o Espírito conduz Jesus para o deserto para estar a sós com o Pai e receber a nova Lei do amor e anunciar a nova terra. No meio da harmonia originária dos animais selvagens, na solidão e silêncio, onde tudo permanece na sua mais lídima graça fontal, Ele recebe a visita de satanás e é tentado. Satanás, o adversário, o inimigo por excelência, o tenta, deseja arrancá-lo da missão que o Pai confiara. O inimigo do homem, tenta a Jesus para levá-lo para longe dos planos do Pai, desviá-lo da harmonia originária da vida, o Reino de Deus”, disse Dom Leonardo. Lembrando que No deserto Jesus “Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam”, o cardeal destacou que “quando Adão escolheu o caminho da auto-suficiência e se revoltou contra Deus, rompeu-se a harmonia original, os animais tornaram-se inimigos do homem e até os anjos deixaram de o servir”. “O Espírito que levara Jesus ao deserto, guia, ilumina, fala ao coração, e o devolve cheio de força e vigor para anunciar o novo Reino”, destacou Dom Leonardo. Ele lembrou que “o Espírito lhe concede o vigor, a essencialidade do plano do Pai. O Espírito lhe concedeu discernimento, lucidez, purificação; está envolto pela harmonia originária. Chegou o tempo do Espírito: superar a inimizada, a violência, o conflito, a escravidão e gerar o novo Reino da paz, do amor”. Analisando a primeira leitura, o presidente do Regional Norte1 disse que “ao fazer ressoar o texto do dilúvio nos alenta: Deus não mais destruirá este mundo. Ele estabelece uma aliança não apenas com os homens, mas com todas as criaturas: “Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra”. Uma aliança, um cuidado permanente com a vida de todo o universo. Um novo marco, uma nova aliança, um novo cuidado. O arco do amor entre o céu e a terra não há de ser rompido”. Inspirado no comentário de Fernandes e Fassini, o cardeal disse que “em Jesus essa aliança chega à sua plenitude. Tudo resgatado, tudo salvo, tudo libertado, tudo banhado pelo sangue do Salvador. O novo Reino está instaurado. A morte não terá mais oportunidade de vitória.  Em lugar da arca de madeira, o madeiro da cruz será o lenho sagrado através do qual Jesus Cristo vai salvar os homens das águas da morte e resgatá-los do abismo aniquilador. As águas da morte vão se transformar em águas de vida (cf. Batismo). Novo nascimento do homem e de toda a criação virá deste novo Noé: Cristo Crucificado e Ressuscitado”. Sobre a Campanha da Fraternidade que estamos a celebrar no tempo da quaresma, o arcebispo de Manaus destacou que “vem, de modo insistente, despertar em todos nós o desejo da fraternidade”. Ele insistiu em que “somos convidados a permanecer no caminho de conversão quaresmal e nesse tempo propício de transformação, refazer os laços familiares e sociais”. Ele lembrou da mensagem que Papa Francisco enviou para a Campanha da Fraternidade, onde nos ensina que “Como irmãos e irmãs, somos convidados a construir uma verdadeira fraternidade universal que favoreça a nossa vida em sociedade e a nossa sobrevivência sobre a Terra, nossa Casa Comum, sem jamais perdermos de vista o Céu, onde o Pai nos acolherá a todos como seus filhos e filhas. Infelizmente, ainda vemos no mundo muitas sombras, sinais do fechamento em si mesmo. Por isso, lembro da necessidade de alargar os nossos círculos para chegarmos àqueles que, espontaneamente, não sentimos como parte do nosso mundo de interesses (cf. FT 97), de estender o nosso amor a ‘todo ser vivo’ (FT 59), vencendo fronteiras e superando ‘as barreiras da geografia e do espaço’ (FT 1)”. “Ao nos propor a conversão, Jesus nos indica a escuta como caminho. No deserto a prende a escuta e anuncia a conversão. ‘Converter-se’ significa transformar a existência, assumir um novo estilo de vida: escuta-diálogo. Converter o próprio escutar: desarmar, libertar, ‘desideologizar’; afinar a escuta para que possam ser percebidas as notas mais tênues e dissonantes que estão a implorar atenção entre nós. É uma escuta amorosa, que nos compromete. Superar o…
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REPAM e CEAMA buscam em Puerto Maldonado espaços de articulação em favor dos povos da Amazônia

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) estão reunidas em Puerto Maldonado, a cidade amazônica peruana visitada pelo Papa Francisco em janeiro de 2018, onde podemos dizer que foi dado o pontapé inicial do Sínodo para a Amazônia. Reuniões de órgãos individuais, mas também reuniões conjuntas, marcam a intensa programação. Na reunião participa Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus e vice-presidente da CEAMA. Direitos humanos e justiça socioambiental Por parte da REPAM, a reunião pretendia ser um momento para que cada um dos países compartilhasse o trabalho que está sendo realizado com base na articulação em cada REPAM Nacional e, a partir daí, ver como avançar na dimensão pan-amazônica da Rede. As urgências destacadas pela REPAM são, em primeiro lugar, a defesa dos direitos humanos dos povos amazônicos, uma necessidade cada vez mais urgente e que causa maior preocupação diante das ameaças que sofrem, e, junto com isso, a promoção da justiça socioambiental e do bem viver. Também algumas articulações pan-amazônicas como o FOSPA 2024, a COP 16 sobre Biodiversidade e a COP 30, como avançar na comunicação e a comemoração dos 10 anos da REPAM. Na reunião conjunta entre a REPAM e o CEAMA, foram apresentados os caminhos, estruturas e funcionamento de ambas as organizações, bem como os da Rede Amazônica de Educação Intercultural Bilíngue (REIBA) e do Programa Universitário Amazônico (PUAM), o que deu lugar a diálogos e reflexões abertas e à busca de espaços comuns de articulação entre a REPAM e a CEAMA. A comemoração dos 10 anos da REPAM, a comunicação articulada entre ambas as organizações, a visita das presidências a Roma, a COP 30 e os espaços de incidência, a Assembleia da CEAMA, que será realizada em Manaus no próximo mês de agosto, e as propostas e horizontes comuns, foram temas abordados na reunião conjunta da REPAM e da CEAMA. 10 anos de REPAM De acordo com o secretário executivo da REPAM, Ir. João Gutemberg Sampaio, a reunião teve como objetivo ajudar a colocar em prática as decisões do Comitê Ampliado realizado em 2023, em Florência (Colômbia), destacando também a importância do encontro como expressão de sinodalidade, de caminhar juntos. Depois de 10 anos de experiência, elas precisam ser estruturadas, enfatizou o religioso, em busca de um futuro mais organizado de uma estrutura que não é jurídica, mas pastoral. Ao longo desse tempo, a consciência pan-amazônica da Rede foi sedimentada, insistiu seu secretário executivo, pensando na Amazônia como um todo. Doris Vasconcellos, coordenadora do Eixo Justiça Socioambiental e Bem Viver, que está participando do encontro, afirmou que se quer pensar em um plano estratégico para fortalecer as experiências de agroecologia, economia solidária e experiências do Bem Viver dentro da Amazônia, fortalecendo assim os territórios a partir das REPAMs Nacionais, em busca de um plano pedagógico que seja trabalhado nas escolas e possibilite o aprendizado sobre o cuidado da casa comum, o Bem Viver, o fortalecimento da economia agroflorestal no território amazônico para que todos os povos tenham a possibilidade de empoderamento econômico a partir do equilíbrio da natureza e de um processo amazônico do Bem Viver, para que não tenham que se expor a projetos que impactam a vida dos povos. Articulação em nível social e eclesial No que diz respeito à articulação, Doris Vasconcellos destacou que desde 2020 a REPAM acompanha um processo de articulação e mobilização junto aos povos e movimentos sociais e populares da Pan-Amazônia com o objetivo de reunir essas organizações, movimentos, organizações indígenas e comunidades tradicionais para pensar em como ajudar os povos a articular sua resistência e existência em uma discussão de pautas e incidência amazônica, para que a garantia dos direitos territoriais e dos povos possa ser garantida pelos governos. Para isso, as Assembleias pela Amazônia têm abordado os impactos sofridos pelos povos amazônicos, em um encontro de saberes entre os povos e os cientistas e analistas políticos diante da situação ambiental da região. Isso deu lugar a uma discussão sobre vários assuntos, à elaboração de documentos e propostas a serem levados adiante pelos governos da região, insistindo na participação social nas discussões e diálogos amazônicos e na criação de mecanismos para esse fim. O objetivo é poder influenciar a COP30 a ser realizada em Belém, na Amazônia brasileira. Isso porque a REPAM acredita que, a serviço da vida, articulando e mobilizando esses povos, é possível garantir que seus direitos sejam oficializados, legalizados, dentro das ações governamentais com vistas a respeitar os direitos dos povos nos nove países da Pan-Amazônia. Uma resposta dos territórios à crise Diante da grave crise socioambiental e climática que estamos vivendo, o padre Dario Bossi destaca que “a REPAM acredita que a resposta e a alternativa vêm dos territórios, embora precise ser fortalecida por meio da organização popular e também da incidência política nacional e internacional“, o que levou a REPAM a participar de vários eventos em nível pan-amazônico, Algo que quer continuar fazendo para “fortalecer as demandas e a voz dos povos para mudar a história do clima”, como o 11º FOSPA, que será realizado na Bolívia em junho próximo, e a COP30, querendo “amplificar a Amazônia e mostrar ao mundo que as experiências concretas dos povos que são livres para estabelecer seus planos de vida nos territórios são a melhor proposta para um clima equilibrado”. Para isso, ele insiste no direito à terra e à autodeterminação das comunidades, na liberdade de dizer não aos grandes projetos e na possibilidade de estabelecer novos modelos econômicos, como a economia de Francisco e Clara. Ele também defende o reconhecimento dos povos indígenas, dos afrodescendentes e das comunidades tradicionais, com novas relações entre a cidade e o campo para evitar o êxodo urbano. O padre Bossi considera soluções que já estão em andamento e que precisam ser fortalecidas por uma política com visão de longo prazo, e que ele vê como uma resposta mais concreta à crise ambiental. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Fotos: REPAM e CEAMA