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Diocese de Roraima representada no Seminário a Caminho do Jubileu 2025

A Diocese de Roraima se fez representada no Seminário a Caminho do Jubileu 2025 realizado no auditório João XXIII no complexo da Casa Dom Luciano da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento promovido pela CNBB nos dias 29 e 30 de janeiro de 2024, contou com a presença de mais de 300 representantes dos regionais, comissões e organismos pastorais da CNBB. Dom Rino Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, responsável pela animação do Jubileu em nível internacional esteve presente e trouxe uma mensagem do Papa Francisco dirigida aos participantes do seminário. O Jubileu será celebrado em toda Igreja durante todo ano de 2025 e pretende ser um ano de oração, de articulação e de unidade de toda a igreja ao Papa Francisco. As desigualdades sociais e as migrações como uma das diversas consequências diretas das injustiças sociais serão temas centrais e oportunos do Jubileu. Será um tempo de profunda revisão e conversão pastoral. O Jubileu é tempo de graça e celebração nos pequenos grupos e nos grandes eventos de toda a igreja. Uma das características do jubileu é a realização de uma peregrinação a algum centro de fé para recordar que todos e todas somos “Peregrinos da Esperança” em um tempo marcado pelo desencantamento. O tempo do jubileu é um tempo de misericórdia e um convite a viver a justiça em todas as suas dimensões, especialmente num mundo que tem investido tanto nas guerras que matam e expulsam tantos irmãos e irmãs de seus territórios. O Papa Francisco exalta que “a graça do jubileu reaviva em nós, Peregrinos da Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame ao mundo inteiro a alegria e a paz“. Marcia de Oliveira – Diocese de Roraima

Sepultado Dom Walter Ivan de Azevedo, um salesiano com uma longa vida missionária

Foi sepultado nesta segunda-feira 29 de janeiro no Mausoléu dos Salesianos do Cemitério São João Batista de Manaus Dom Walter Ivan Azevedo, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira. Previamente seu corpo foi velado e foi celebrada a missa exequial na Paróquia São José Operário-Leste. A celebração foi presidida pelo Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e foi concelebrada pelos bispos auxiliares de Manaus, Dom Tadeu Canavarros, Dom Zenildo Lima, o bispo auxiliar eleito de Manaus, Mons. Hudson Ribeiro, o bispo eleito de São Gabriel da Cachoeia, Mons. Raimundo Vanthuy Neto. Também concelebraram o Inspetor dos Salesianos da Amazônia, padres salesianos e alguns padres da Arquidiocese de Manaus. Uma celebração de ação de graças por uma vida missionária, enfatizou o Cardeal Steiner, que destacou no bispo falecido sua disponibilidade em estar sempre aberto aos diversos serviços que Deus e a Igreja lhe pediu. Dom Leonardo insistiu em que a Igreja que está na Amazônia tem que agradecer a Dom Walter, pois ele ajudou a que ela fosse cada vez mais missionária, cada vez mais libertadora, cada vez mais encarnada. O padre Jefferson Luis, Superior da Inspetoria São Domingos Sávio insistiu igualmente em agradecer a Deus pela vida de Dom Walter Ivan Azevedo. No bispo falecido destacou sua fé e confiança em Deus e que sempre tinha um sorriso no rosto, um salesiano feliz, que sempre estive ao serviço da Congregação, assumindo diversos serviços depois que passo a ser bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, tendo sempre a palavra certa de conselho, com um coração verdadeiramente salesiano, marcado pela inteligência, a sabedoria e a simplicidade. Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, a gradeceu o trabalho dos Salesianos y Salesianas na região do Alto Rio Negro, destacando a missão de Dom Walter como bispo dessa diocese ao longo de 16 anos. Ele leu uma carta escrita junto com Dom Edson Damian, administrador apostólico da diocese de São Gabriel da Cachoeira, onde foram glosados alguns elementos que definiram a missão de Dom Walter Ivan de Azevedo, lembrando o animado encontro que os três tiveram em novembro passado, poucos dias depois de Mons. Vanthuy ser nomeado bispo, sem saber que essa seria sua despedida. Foi destacado que quando Dom Walter se tornou emérito foi morar por 10 anos com o Povo Yanomami, relatando alguns fatos importantes desse tempo e quanto ele amava os Yanomami, agradecendo a Deus pela sua caminhada. Finalmente, Mons. Vanthuy fez a leitura da Nota de Pesar enviada pela Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pelo falecimento do bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Nota de Solidariedade do Regional Norte1 da CNBB pela Páscoa de Dom Walter Ivan de Azevedo

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispo do Brasil publicou uma nota de solidariedade pela Páscoa de Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Assinada pela presidência do Regional, Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo da Arquidiocese de Manaus e Presidente do Regional Norte 1; Dom Adolfo Zon, Bispo da Diocese de Alto Solimões e Vice-presidente; e Dom José Altevir da Silva, Bispo de Diocese da Prelazia de Tefé e Secretário, é dirigida a Dom Edson Damian, administrador apostólico e Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O texto diz ter recebido com imenso pesar “a notícia do falecimento de Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, acontecida hoje, 28 de janeiro de 2024, na cidade de Manaus – AM”, monstra sua solidariedade com “a Diocese de São Gabriel da Cachoeira pela Páscoa de nosso irmão”. A nota define o bispo falecido como “um testemunho de Pastor, comprometido com a missão e as causas dos povos indígenas do Alto Rio Negro”, lembrando que “foi bispo titular da diocese de São Gabriel da Cachoeira entre 1988 e 2002”. Igualmente destaca o fato de ter sido “uma testemunha missionária salesiana fecunda e presença de comunhão e colegialidade entre os bispos em nosso Regional Norte1”. O Regional Norte1 da CNBB louva a Deus “pela vida e ministério de nosso irmão”, definindo-o como “homem das artes e intelectual que buscou compreender e viver a diversidade cultural dos povos onde missionou”. Finalmente, na nota o Regional Norte1 diz se unir “a todos e todas os que sentem sua partida, deixando saudades: diocese de São Gabriel da Cachoeira, Salesianos de Dom Bosco, familiares e amigos”. Finalmente, pedem a intercessão do Arcanjo Gabriel e Nossa Senhora da Amazônia para que o conduzam à morada da Trindade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Faleceu aos 97 anos Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira

Faleceu hoje 28 de janeiro de 2024 em Manaus (AM), aos 97 anos de idade, segundo informações da Inspetoria Salesiana São Domingos Savio, Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Nascido em São Paulo (SP) no dia 8 de maio de 1926, pertencia à Congregação dos Salesianos e recentemente, no dia 8 de dezembro de 2023 completou 70 anos de ordenação presbiteral. Dom Walter Ivan de Azevedo foi ordenado bispo em 27 de julho de 1986, assumindo o cargo de bispo-coadjutor da diocese de São Gabriel da Cachoeira. Em 27 de fevereiro de 1988 passou a ser bispo titular da diocese, e aposentou-se por limite de idade em 23 de janeiro de 2002. Sendo emérito, Dom Walter viveu nas casas da Congregação Salesiana em Manaus. O velório será realizado na paróquia São José Operário Leste de Manaus (Rua Paracuuba, 178). Será aberto à visitação 9:30 da da segunda-feira 29 de janeiro, e às 14 horas será celebrada a missa de corpo presente presidida por Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB. Seguidamente será sepultado no Cemitério São João Batista. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “O espírito mau que hoje divide as nossas comunidades, as nossas famílias”

O cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia do 4º Domingo do Tempo Comum lembrando que “a primeira leitura nos mostrava a origem da profecia, do profeta. Profecia que nasce no encontro do Monte Sinai, quando o povo, aterrorizado pela presença de Deus, pede que não lhe fale diretamente, mas, por meio de um mediador (cf. Ez 20,19; Dt 5,24). Deus que fala através de Moisés no Sinai e depois do Sinai, e, posteriormente, através dos profetas”. O arcebispo de Manaus disse que “estamos acostumados com as falas duras e as denúncias dos profetas. Existe a denúncia e ela é forte, dura, afiada como uma espada. A denúncia mostrava, visibilizava o afastamento do povo da sua origem, da fonte, da eleição que Deus realizara em Abraão, Isaac e Jacó. Deus envia o profeta para reconduzir, despertar, abrir os olhos, fazer ver como o povo estava distante e distanciado de Deus. A missão do profeta é reconduzir o Povo à graça da Aliança”. “Eles denunciam, para provocar a conversão. Os profetas proclamam, agem impulsionados pela palavra recebida de Deus. Eles indicam o futuro! Não uma previsão do futuro, mas o despertar para o futuro, pois receberam a missão de converter, de reconduzir à fidelidade Deus. Missão que está fontada no amor que Deus tem pelo seu povo”, destacou dom Leonardo. Ele destacou como admirável que, “por ocasião da instituição do profetismo, na primeira leitura, por duas vezes, Deus insista em proclamar que fará surgir para seu povo um profeta semelhante a Moisés”, lembrando que “um profeta que não esteja comprometido com o centro político ou religioso, mas o porta voz da palavra confiada por Deus. Por isso, a tradição judaica sempre esperou o Messias como um novo Moisés (At 3,22-23; 7,37; Jo 1,17; 5,45-47) e a tradição cristã viu e tem Jesus Cristo como o último profeta”. Analisando o texto do Evangelho, o cardeal Steiner destacou que “a nos recordar o que ouvimos no Deuteronômio”, relatando que “na sinagoga de Cafarnaum, local do ensino oficial da Lei e sua interpretação pelos mestres autorizados, Jesus começa a ensinar. É dentro do ensinamento e autoridade da Sinagoga que Jesus começa a lançar as luzes do novo ensinamento, uma nova autoridade, um reencontro com o Deus da Aliança. Seu ensinamento tem autoridade e a sua fama se espalha rapidamente por toda a região”. “Sábado, dia sagrado, destinado a recordar, celebrar e agradecer as maravilhas que Deus operara outrora em favor de seu Povo: a libertação da escravidão egípcia. A celebração, normalmente, começava com as palavras de súplica”, recordou o arcebispo de Manaus, citando as palavras do Shema Israel. Ele lembrou que “depois dessa verdadeira profissão de fé, seguiam orações, cânticos, uma leitura da Torah e outra dos Profetas. Em seguida oferecia-se aos presentes comentários às leituras. A celebração era concluída com uma benção”. Dom Leonardo enfatizou que “Jesus, certamente apresentou o seu ensinamento a partir do texto sagrado, despertando admiração”. Segundo ele, “o seu ensinamento a partir da Lei tinha outra tonância, outra força, outro horizonte, tinha autoridade. O seu ensinar remetia às fontes, às origens do povo de Israel”. É por isso que “a autoridade de Jesus, o novo e verdadeiro profeta, a sua força vivificadora se manifesta nas palavras, na autoridade de suas palavras, e no confronto com o espírito mau”. “Ao expulsar, afastar o espírito mau, devolve o espírito da descendência de Abraão, Isaac e Jacó. Nos impressiona que o espírito mau esteja dominando o homem dentro da casa da palavra e da oração. Entre os reunidos em assembleia escutante e de prece, está o espírito mau. Jesus ao intimar que saia do homem, devolve o espírito do bem, da bondade, ao homem que se encontra na sinagoga em assembleia. O espírito bom, o da misericórdia, é cheio de zelo, de fidelidade. Faz entrever a bondade, os desejos, os amores, os anseios, as buscas. As ruínas? Reconstrói. Descaminhos? reconduz. Laços rompidos? aproxima, irmana, amoriza. Trevas? Alumia. O espírito novo a conduzir as relações humanas que dignificam, santificam, salvam. O espírito da compaixão acolhe, restaura, da vida, perdoa, enobrece, frutifica. O espírito da verdade supera as diferenças, as desavenças, concede palavras apropriadas. O espírito da compaixão se faz “fraco com os fracos (…) e tudo para todos” (1 Cor 9, 22)”, destacou o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Em suas palavras, Dom Leonardo Steiner enfatizou que “Jesus no lugar da palavra e da prece, propõe um projeto de liberdade e de vida, liberta e oferece o espírito da bondade. Ao egoísmo, Ele contrapõe a doação e a partilha; ao orgulho e à autossuficiência, propõe o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; à exclusão, Ele oferece a tolerância e a misericórdia; à injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem limites; ao medo, Ele propõe a liberdade; à morte, Ele contrapõe a vida. No expulsar o espírito mau, liberta, salva, redime! As suas palavras e ações são verdadeiramente transformadoras, capaz de libertação, abrir novos horizontes, nova vida.  Ele é a presença da Boa Nova, o espírito novo, que transformar a todos os homens e todas as mulheres da terra”. Segundo ele, “esse é o novo ensinamento de Jesus: fazer aparecer a Boa Nova do Pai nas pessoas, principalmente, aos pecadores, marginalizados, doentes, pobres, abatidos; fazer aparecer a verdadeira identidade de filhos e filhas de Deus, expulsar os espíritos maus, libertar, desacorrentar. Espírito mau que se introduz no espaço da palavra, da oração, e que não deixar saborear a palavra, distancia a Assembleia orante. Jesus um verdadeiro profeta. O profeta anunciado por Deus: Farei surgir do meio de meus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu mandar (cf. Dt 18,17-18)”. “O espírito mau que hoje divide as nossas comunidades, as nossas famílias. O espírito mau que nos distância dos pobres e dos necessitados. O espírito mau que nos separa como irmãos e irmãs. O espírito mau que suscita a violência, a morte, a separação. Jesus nos…
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“Os passos espirituais do Caminho Sinodal”: Padre Adelson Araújo dos Santos apresenta em Manaus seu novo livro

“Os passos espirituais do Caminho Sinodal” é o título do livro do padre Adelson Araújo dos Santos apresentado na tarde do dia 25 de janeiro na sede da Faculdade Católica do Amazonas. O jesuíta manauara, professor da Universidade Gregoriana de Roma, que participou como facilitador na primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em Roma em outubro de 2023, destaca no livro os passos da espiritualidade sinodal: encontrar, escutar, discernir, inspirado em Santo Inácio. Mons. Hudson Ribeiro, diretor da Faculdade Católica do Amazonas destacou a importância de o padre Adelson voltar ao chão da Amazônia para apresentar seu livro, vendo esse gesto como responsabilidade de devolver às pessoas aquilo que refletiram. Alguém que faz parte da vida e cultura da Amazônia e que leva essas vivências a Roma, segundo o Ir. João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM, que lembrou a importância do padre Adelson no caminho percorrido pela Igreja da Amazônia nos 10 últimos anos, com a criação da REPAM e o Sínodo para a Amazônia, uma região que precisa o cuidado da vida, também no âmbito eclesial. Um Sínodo que tem muito a ver com o Concílio Vaticano II, um desejo expresso do Papa Francisco. O livro pretende ser um instrumento de formação que possa nutrir o caminhar juntos e descobrir o que o Espírito Santo está inspirando à Igreja hoje e a todos os cristãos nos diversos âmbitos em que atuam, segundo o autor. Ele refletiu sobre o caminho percorrido desde a convocatória do atual Sínodo sobre a Sinodalidade, encontrando os verbos que marcam o livro na homilia da Missa de convocatória em outubro de 2021. O autor analisou os três passos, partindo do chamado do Papa Francisco a nos tornarmos peritos na arte do encontro como atitude necessária para entrar no caminho sinodal, encontro com o Senhor e promover encontros com os outros. O verdadeiro encontro só se realiza na escuta, que é o segundo passo, escuta da Palavra e escuta do outro, destacando a necessidade de nos escutarmos uns aos outros. Isso leva ao discernimento e o Papa Francisco chama a Igreja a um discernimento espiritual. Aprofundando no encontrar, o jesuíta enfatizou a importância do encontrar-se com Deus, encontrar-se com os outros, encontrar-se com a criação, vendo o caminho sinodal como um aprofundamento no encontro, expressão de uma fé que tem uma dimensão vertical, mas também uma dimensão espiritual. Um escutar que leva à escuta da Palavra de Deus, que tem que se traduzir em mudanças de vida; a escuta do outro, paradigma de quem sabe acolher, ajudando a superar o narcisismo; a escuta da criação; a escuta do próprio coração. Finalmente o discernir, que é um discernimento pessoal e comunitário, que deve ser revisado desde determinados critérios, e que tem a ver com a vigilância evangélica. Um caminho sinodal que tem que nos ajudar a avançar no discernimento eclesial, onde todos, inclusive os não batizados, são chamados a participar, porque nessa Igreja sinodal que o Papa Francisco quer impulsionar ninguém fica fora. Animados por uma espiritualidade da sinodalidade, o caminho de encontro, escuta e discernimento espiritual e comunitário permitirá, assim, que se descubra o chamado que Deus nos faz nas situações históricas e existenciais de nossas realidades particulares, como momento de graça da ação do Espírito Santo, para o bem comum do Povo de Deus”, enfatizou o jesuíta. Ele afirmou que esse caminhar junto levará espaços de consenso e de decisão conjunta, maior corresponsabilidade entre todos os membros da comunidade eclesial e um espírito de serviço e não de carreirismo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Antônio Niemec orienta retiro do clero de Coari, Tefé e Alto Solimões de 23 a 26 de janeiro

O clero das dioceses de Coari, Tefé e Alto Solimões, com a participação de mais de 30 padres, realizam de 23 a 26 de janeiro de 2024 na Casa de Retiro Santo Afonso da cidade de Coari seu retiro anual, com o tema “A identidade do missionário presbítero”. O orientador está sendo o padre Antônio Niemec, missionário redentorista, do Centro Cultural Missionário. Os participantes do retiro, que acostuma ser realizado todos os anos, agradecem a calorosa e fraterna acolhida de Dom Marcos Piatek, Bispo da Diocese de Coari, que com ajuda dos padres e seminaristas da diocese, muito colabora para que este encontro de espiritualidade aconteça da melhor forma possível. O padre Antônio Niemec recordou que todo retiro nos convida a uma mudança. Segundo o missionário redentorista, nós somos convidados em cada idade a revisitar o centro profundo da nossa vida, onde se encontram as mais profundas motivações da nossa vocação presbiteral. Diante disso, ele fez um chamado que nos leve a ser conformados por Cristo Jesus, buscando assim o renascimento da vocação. O orientador do Retiro lembrou aos participantes que Cristo os continua chamando no hoje da sua história, um chamado contínuo para ser configurado a Ele. O padre Niemec insistiu em que é um processo lento. Identificar-se mais com Cristo, é algo que deve ser vivido no dia a dia. Trata-se de um verdadeiro esvaziamento de si mesmo, para se deixar ser por Cristo preenchido, destacou o orientador do retiro do clero das dioceses de Alto Solimões, Tefé e Coari. Lembrando as palavras de São Paulo, ele lembrou: “irmãos, sofro como em dores de parto, até que Cristo se forme em nós”. Seguindo o pensamento paulino, o padre Antônio Niemec destacou a necessidade que eu desapareça para que Ele cresça em mim. É um processo doloroso, lembrou o religioso redentorista, renascer para a vocação. Segundo ele, o presbítero deve viver ontologicamente em Cristo Jesus, fazendo um convite a termos os mesmos sentimentos que Ele. É por isso que questionou: Até que ponto vivemos esta identidade, está conformidade com Jesus Cristo? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Trabalho escravo no Brasil, uma realidade muito presente, mesmo que seja ignorada

Tem muita gente que fica surpresa quando escuta que no Brasil existe trabalho escravo, mas infelizmente essa é uma realidade presente em um país onde os direitos humanos ainda não são para todos, e existem pessoas que se aproveitam da vulnerabilidade alheia para explorar essas pessoas e se enriquecer a costa do trabalho dos outros. No próximo domingo 28 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil. A data faz memória do assinato de três auditores-fiscais do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE) e seu motorista, mortos em 2004 a mando de empresários enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo na cidade de Unaí, em Minas Gerais. Uma data de grande importância e que nos leva a lutar pela manutenção do combate às condições degradantes de trabalho durante todo o ano. Desde 2003, ano em que começou a contagem dos casos, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, são mais de 40 mil pessoas resgatadas em situação de trabalho escravo. A grande maioria, 94 por cento, são homens, sendo raça e cor fatores de exclusão, de desigualdade. 2023, a falta dos números definitivos, tem sido o ano com maior número de pessoas resgatadas em um país onde se estima que um milhão de pessoas trabalham em condições análogas à escravidão. São números que devem levar a sociedade brasileira a um maior empenho em acabar com uma situação que agride gravemente a condição humana dos trabalhadores e trabalhadoras. Bem sabemos que nem sempre é fácil enxergar essas situações e que as ameaças de todo tipo que sofrem os trabalhadores fazem com que eles tenham pouca condição de realizar as denúncias. Muitas vezes são pessoas em alto grado de vulnerabilidade, o que dificulta ainda mais esse tipo de denúncias. Como sociedade devemos ter a consciência de que está em nossa mão ajudar essas pessoas para que possam viver e trabalhar com dignidade. O trabalho dos auditores do Ministério Público do Trabalho e Emprego é fundamental e tem que ser garantidos os recursos e condições para que eles possam fazer seu trabalho com plenas garantias de êxito. Também o trabalho da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de tantas instituições da Igreja católica e da sociedade civil que lutam por condições mais humanas no mundo do trabalho. É tempo de parar e pensar, de refletir, de continuar lutando, de defender aqueles e aquelas que tem seus direitos mutilados, ignorados, massacrados. Nosso silêncio e falta de compromisso na luta tem que nos levar a entender que devemos desterrar essas atitudes de nossa vida, pois isso nos desumaniza, na medida em que não cuidado dos direitos humanos de todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – editorial Rádio Rio Mar

Igreja do Rio Negro lança Carta compromisso para prevenir as violências e o suicídio

O suicídio, que na região do Rio Negro atinge em cifras quatro vezes mais que a média nacional, foi tema de estudo do sexto módulo da Escola de Teologia da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que de 14 a 19 de janeiro de 2024 reuniu as lideranças das comunidades católicas do Alto Rio Negro, junto a profissionais das diversas entidades da esfera municipal, estadual e federal, que atuam em vista do bem comum nesta vasta região da Amazônia, com a assessoria do Dr. Willian César Castilho Pereira, psicólogo clínico e professor emérito da PUC-Minas, tendo como tema: “Psicologia: violência e suicídio”. “O objetivo foi refletir sobre a temática, buscando compreender a partir das comunidades indígenas, ribeirinhas e urbanas a difícil situação da violência e o complexo drama do suicídio que vem atingindo a nossa gente do Alto Rio Negro”, segundo a Carta às Comunidades do Alto Rio Negro publicada. Um trabalho iniciado em 2023, através de entrevistas-diálogo com profissionais e moradores da região, seguindo o método: Ver, Analisar, Agir. O questionário abordou, em duas perspectivas, a vivência nas comunidades e nas cidades, das seguintes temáticas: grupo familiar; juventude, violência e suicídio; bebidas e outras drogas; meios de comunicação e uso da internet; serviços de saúde mental; acesso a direitos e a justiça. A carta recolhe oito desafios: o aumento da violência (física, psicológica, cultural, sexual…); o número expressivo de mortes por suicídio que não diminui, de modo especial na juventude; o descontrole no consumo das bebidas alcoólicas e outras drogas, iniciando ainda na adolescência; enfraquecimento e ausência de políticas públicas; perda de valores na vivência comunitária e identidade cultural; conflitos nas relações interculturais; acesso à internet, que provocou uma mudança acelerada de comportamento; falta de perspectiva de futuro e oportunidades reais de estudo, trabalho e lazer. Diante destes desafios, foram assumidos nove compromissos: empenho pessoal e comunitário na luta e combate das violências; fortalecimento e participação efetiva das instituições no Comitê Municipal de enfrentamento a autolesão e suicídio; solicitação ao Governo Federal e Ministério da Saúde e dos Povos Originários da implantação do CAPS AD; trabalho em rede; capacitação de lideranças comunitárias e profissionais para o combate à violência; fortalecimento das pastorais sociais; fiscalização da entrada de bebida alcoólica nas comunidades; valorização e retomada dos saberes e conhecimentos ancestrais, como benzimentos, ritos e outros; elaboração de uma cartilha para o trabalho de prevenção ao suicídio e outras violências. Um tempo de formação que é visto como sinal de esperança, e que “busca fazer do Alto Rio Negro uma terra sem males, que desponta a cada manhã, quando cada um de nós se torna instrumento de paz e do Bem Viver para todos e todas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Passar por dificuldades nos ajuda a ter empatia com o sofrimento dos outros

Visitando as comunidades do Rio Negro, algo que era muito difícil nos últimos meses, a gente vai escutando histórias da seca, de como o povo foi superando as consequências da maior estiagem em mais de um século. As mudanças climáticas não são uma história que algumas pessoas falam, algo que a gente assiste na TV ou lê na internet, é uma realidade próxima de nós, que condiciona nossa vida. Quando a água é o único modo de se deslocar, sua falta faz com que as pessoas fiquem isoladas ou com grande dificuldade para se locomover, o que faz que o sofrimento aumente, ainda mais as pessoas idosas ou que tem alguma doença. Além da falta de recursos materiais, o povo se depara com esse medo de não saber o que fazer diante de muitas situações que fazem parte de sua vida no dia a dia. Nossa falta de cuidado do Planeta repercute na vida de todos, mas tem pessoas que são atingidas em maior medida, algo que tem que nos levar a refletir como sociedade, como humanidade. Eu tenho consciência disso? Me preocupam as situações que outras pessoas sofrem e que são consequência de minha falta de compromisso no cuidado da casa comum? O Planeta, a Natureza, a Amazônia não é um poço sem fundo de onde podemos tirar recursos a vontade, tudo tem um limite. Nós mesmos podemos colocar esse limite para evitar que esse limite nos seja imposto e o sofrimento de muita gente se torne algo irremediável. Deus perdoa sempre, o ser humano perdoa às vezes, a Natureza não perdoa nunca. Essa afirmação é algo que a gente nunca pode esquecer. O que nos leva a ter essa atitude de falta de cuidado? O que fazer para que todos possamos tomar consciência da necessidade de zelar por aquilo que Deus colocou ao dispor da humanidade, que tem sido cuidado pelos nossos ancestrais e que nós temos a obrigação de cuidar para que as gerações futuras possam continuar disfrutando daquilo que hoje nós estamos usufruindo? As situações concretas que fazem parte da vida do povo, que fazem parte da nossa própria vida deveriam nos levar a refletir, a olhar para dentro de nosso coração e poder assim aprender a cuidar. Quando a dificuldade e o sofrimento dos outros não nos atinge temos que refletir sobre nossa condição humana, nos questionar se ainda somos humanos ou estamos dominados por sentimentos animais. As dificuldades diminuíram em grande medida, mas imaginar o que tem acontecido na vida do povo durante a prolongada e extrema estiagem é algo que nos abre os olhos e nos mostra que para muitas pessoas a vida não é fácil e que as dificuldades aumentam em consequência da falta de compromisso de todos. Vamos tomar consciência disso, a maior falta de compromisso, maior vai ser o sofrimento. Mais uma oportunidade para pensar e refletir, para entender e assumir nossa responsabilidade em algo que é de todos e que quando deixa de ser considerado de todos tem consequências mais graves. Não olhe para o outro lado, o que está acontecendo é sua responsabilidade, minha responsabilidade, nossa responsabilidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar