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Dom Leonardo Steiner: “Desejamos no Ano Novo ser testemunhas da paz”

No início de 2024, Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus e Presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), deseja a todos Feliz Ano Novo. O Cardeal Steiner ressaltou que “iniciamos um novo ano, mas continuamos as mesmas pessoas, mas desejamos no Ano Novo ser testemunhas da paz”. O Arcebispo de Manaus lembrou que “no dia primeiro celebramos o Dia Mundial da Paz, e nós queremos ser testemunhas da paz, queremos ser presença de paz”. Refletindo sobre a realidade atual, o Presidente do Regional Norte1 disse que “em um mundo tão violento, em uma sociedade tão violenta, nós queremos ser a presença de paz, uma presença de reconciliação, uma presença de fraternidade”. Finalmente, Dom Leonardo Steiner pediu “que este ano de 2024 seja para todos nós um ano onde nós podemos anunciar sempre de novo a paz”, implorando “que Deus abençoe a todos e nos deixe viver na paz”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um Brasão com traços indígenas para o bispo da diocese mais indígena do Brasil

Mons. Raimundo Vanthuy Neto, que será ordenado bispo no dia 04 de fevereiro de 2024 em Boa Vista deu a conhecer seu brasão episcopal, explicando o significado de cada um dos elementos que fazem parte do desenho. O lema episcopal do bispo eleito da diocese de São Gabriel da Cachoeira é: Servire in Caritate e Spe – Servir na Caridade e na Esperança. Segundo o texto divulgado junto ao convite de ordenação, “o Mistério Pascal de Jesus é a fonte da vida da Igreja e sua missão. Revelada na Cruz, ela nasce e se desenvolve como as árvores à beira das águas (Jr 17,8, Sl 1, 13), que lembram a fonte batismal, origem de toda vocação. As fontes do bispo Vanthuy Neto são três rios: o rio Apodi, no Rio Grande do Norte, onde nasce na fé pelo Batismo, e na vida da comunidade discipular; o rio Branco, onde foi gestado no sacerdócio ministerial, em meio ao povo de Deus e das comunidades de Roraima; e o grande rio Negro, para onde é enviado para servir na barca da Igreja de S. Gabriel da Cachoeira”. “O serviço e a missão do bispo é a do Discípulo/Apóstolo, que anuncia Jesus Cristo, indicado nas três pequenezas que Ele escolheu para se revelar e permanecer no meio de nós: o Presépio, a Cruz e a Eucaristia. O verdadeiro discípulo é um homem pobre, humilde e despojado, entregue à morte, crucificado, por isso livre e doado. Assim, sua vida há de ser alimento, um bom pão para a vida do mundo”, segundo a explicação do Brasão. “Abaixo da cruz, o M de Maria, entregue pelo Filho de Deus como Mãe ao Discípulo/Apóstolo. Seu sim, à luz do anúncio de Gabriel, pode ser assumido também corajosamente pelo novo bispo em sua missão. Ele a viverá na liberdade dos lírios do campo, que o Pai do céu cuida e sustenta, em inteira confiança e abandono”, afirma Mons. Vanthuy Neto. Pelo fato de assumir a missão episcopal na diocese mais indígena do Brasil, “as cores corporais dos povos originários, vermelho e preto, demarcam o chão da missão da Igreja que está no Alto Rio Negro, que inclui o cuidado da vida e da dignidade dos 23 Povos Indígenas que aí vivem. Sua vocação de guardiões das águas e das florestas aponta para a corresponsabilidade universal da Amazônia face o desafio do equilíbrio da vida do Planeta. Neste horizonte, a própria missão da Igreja Local atinge os confins do mundo”. Finalmente, explicando seu lema inspirador do ministério do bispo de São Gabriel da Cachoeira, Servire in Caritate et Spe – Servir na Caridade e na Esperança, disse que “é a Caridade de Cristo, que nos impele (2Cor 5, 14), e a perseverança na Esperança (1Tes 1,3). Como servo, está inserido na missão do Enviado do Pai, que veio para servir e não ser servido (Mc 10, 45)”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um 2023 que nos ajudou a seguir construindo um mundo melhor

Sempre é bom olhar para trás, mas nunca devemos deixar de olhar para frente. No final do ano, é bom olhar o que a gente tem vivido ao longo de 2023, mas não podemos deixar de pensar movidos pela esperança naquilo que está por vir em 2024. Um ano que iniciou com um novo governo, em clima de divisão e polarização, uma dinâmica que parece ir minguando, mas que está longe de desaparecer. Diante disso somos chamados a refletir, a nos perguntarmos o que a gente faz para combater esse enfrentamento cada vez mais presente na sociedade e que nos afasta daqueles que deveriam ser vistos de forma diferente. Na Amazônia a seca, a maior em mais de cem anos, marcou significativamente a vida do povo e nos mostra a necessidade de uma urgente conversão ecológica. O cuidado da casa comum é algo que não pode ser adiado, pois a falta de cuidado está tendo consequências cada vez mais graves, especialmente para os mais pobres, que sofrem diante das mudanças climáticas. Uma realidade onde não pode ser negada a influência do ser humano. Na Igreja católica um tempo marcado pela sinodalidade, pelo desejo do Papa Francisco de nos mostrar que caminhar juntos é a melhor escolha, que escutar os outros, também aqueles que pensam diferente, que a diversidade nos enriquece, nos ajuda a alargar a tenda, a alargar o horizonte, a alargar as miras, muitas vezes centradas em nós mesmos, nos esquecendo a importância de Deus e dos outros como instrumento de crescimento. Um ano para refletir sobre nossa vocação, uma vocação que nasce do Batismo e que se concretiza de diferentes modos, entendendo que todas as vocações são igualmente importantes, ainda mais em uma Igreja que se empenha em caminhar juntos, em escutar, em discernir o caminho a seguir em comunidade. A missionariedade esteve muito presente em nossa Igreja no último ano, que iniciou com a experiência Pés a Caminho, com a presença de mais de três centos seminaristas, acompanhados por alguns jovens, que conheceram a realidade da Igreja da Amazônia e descobriram a importância de viver sua vocação em função da missão, se formando para estar ao serviço da Igreja que envia em missão. Já no final do ano, o 5º Congresso Missionário Nacional juntou em Manaus mais de 800 pessoas, que refletiram sobre a Missão ad Gentes, sobre a necessidade de estarmos ao serviço da Igreja Universal, da Igreja do mundo todo. O convite de Jesus aos seus discípulos, a quem Ele envia até os confins do mundo, continua presente hoje em nossa Igreja e representa um desafio para nos ficarmos em nossas zonas de conforto. A Igreja de Manaus recebeu mais dois bispos auxiliares em 2023, Dom Zenildo Lima, ordenado em 15 de novembro na clausura do 5º Congresso Missionário Nacional´, e Monsenhor Hudson Ribeiro, que será ordenado no dia 02 de fevereiro de 2024. Dois padres nascidos e formados na Amazônia a quem a Igreja pede um novo serviço, que eles assumam uma nova missão. Olhemos com esperança o ano que está por vir e continuemos construindo uma sociedade mais justa, um mundo melhor para todos e todas, especialmente para os mais pobres e vulneráveis, e uma Igreja que se torna presença de vida nas periferias do mundo, onde habitam os descartados de nossa sociedade. Feliz Ano Novo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1  – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “A Criança de Belém, nos possibilitou a conhecer a Deus”

“Somos felizes, iluminados: Deus nasceu! Celebramos o nascer de Deus! Entre nós está Aquele é como nós, Não-outro de nós”, afirmou o Cardeal Leonardo Steiner na homilia do dia de Natal. Segundo o Arcebispo de Manaus, “a liturgia da vigília nos deixava cantar: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados’ (Lc 2,14).  Fomos amados, fomos desejados, e, por isso, o Pai nos enviou o próprio Filho, para que nele nos tornássemos todos filhas e filhos”. Se referindo ao Evangelho do dia, ele disse que “ilumina nossa celebração quando nos alerta: ‘A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo de a conhecer’ (Jo 1,18)’, afirmando que “a Criança de Belém, nos possibilitou a conhecer a Deus”. Inspirado no texto de Hebreus, o cardeal disse que “Deus insistente e apaixonado busca a nossa humanidade. Buscou pela manifestação dos anjos, pela vida dos patriarcas, na voz dos profetas. Mas, não resistindo ao desejo de falar ao coração do Homem, falou-nos pelo Filho. Deus fez-se, Verbo, Palavra!”, lembrando as palavras do Papa Bento XVI, que disse que “A Palavra eterna fez-se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós”. “Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré”, disse, pois, a Criança de Belém “tornou-se tão papável, tão visível, tão audível que já não falam mais profetas, mas o Filho como nosso filho”. “A Palavra eterna e criadora, a Palavra redentora, salvadora envolta nas faixas de nossa humanidade e fragilidade, acolhida pelos pobres, rodeado pelo universo criado”, enfatizou o Arcebispo de Manaus. “O ‘herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo’, feito carne da nossa carne, sangue do nosso sangue, osso de nossos ossos! Nós vemos a glória de Deus na fragilidade da criança! Aquele que viu, agora se deixa ver. Ao vemos Deus-Menino, o conhecemos!! Ele se fez Palavra encarnada: dada, doada, cordial, gratuita; entrega de amor! Manifestou-se no silêncio da noite a fala de Deus: recolhimento, acolhimento, aceitação. Revelação da gratuidade e cordialidade: redenção, salvação, vida nova, transformação!”. Ele disse que poderíamos hoje proclamar com a Carta aos Hebreus: “Nestes dias, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Hoje poderíamos fazer ressoara voz do Pai: tu és o meu Filho, eu hoje te gerei? Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um filho. O Filho como nosso filho, ‘todos os anjos devem adorá-lo’ (cf. Hb 1,5-6)”. Relatando a cena de Belém, o cardeal a definiu como “o esplendor de Deus enfaixado em nossa humanidade, num estábulo, rodeado dos pastores marginalizados, cheirado pelos animais, adorado e glorificado pelos anjos. Evento extraordinário, acontecer inimaginável: Deus que se revela em nosso rosto, Deus que se move na nossa fragilidade, Deus que geme na nossa carne. Em tudo eleva e transforma a existência humana. A Deus, ninguém jamais viu! e, agora o vemos e contemplamos e admiramos e louvamos na nossa humanidade!”. Ao elo do início do Evangelho de João, Dom Leonardo ressaltou que “o filho que nos foi dado é a Palavra que está no início, é o início; é ele que abre e dá início; é o princípio; o começo e o fim. Ele funda e fundamenta tudo; Ele desperta, irradia, ilumina; cria e recria todas as coisas; é sentido de tudo: da vida e da morte, da vida e da missão, dos ministérios e serviços. Ele é a razão da esperança e da samaritanidade, a medida da justiça e da solidariedade; da vida das comunidades, do existir da Igreja. Ele o céu e a terra! Ele é um novo tempo, sem tempo, para além de todo tempo: o novo Reino. Existe alguém ou algo que o Filho não ilumine, clareie, traga à luz, não sustente, não dê sentido, conceda horizonte novo? O Filho nasceu e tudo agora tudo vive na luminosidade do nascer! O Filho nos atinge, nos toca, com a singeleza e candura, a inocência e encanto. Ele agora a clarificar as dores, os sofrimentos, as desventuras, as violências com sua presença inefável!”. Com o texto do profeta na primeira leitura, o cardeal relatou que “anuncia e prega a paz: A glória de Deus é plena de beleza e elegância, pois ele mesmo se desnudou, tornou-se nu sobre a terra, revestido com a inocência da criança, com a nossa nudez-fragilidade. A fragilidade de Deus-criança, a nossa glória e esperança! A glória, esplendor, esperança da criança-Deus a indicar a glória e esplendor da humanidade frágil!”. Segundo ele, “o profeta nos falava da beleza e elegância dos pés que caminham sobre os montes anunciando e pregando a paz, o bem e a salvação. Os anjos que anunciaram a paz, o profeta anuncia e prega a paz, e vivemos em guerra. Existe no ar um cheiro de morte que passa pelas narinas das nossas existências. As violências em nossa Amazônia, as guerras pelo mundo! Guerra e violência que mata mulheres crianças, jovens e idosos. A vida humana está a perder o seu significado e valor. Diante da guerra e da violência Papa Francisco nos ensina: Antes de mais nada, deixarmos mudar o coração, permitir que, através deste momento histórico, Deus transforme os nossos critérios habituais de interpretação do mundo e da realidade. Não podemos continuar a pensar apenas em salvaguardar o espaço dos nossos interesses pessoais ou nacionais, mas devemos repensar-nos à luz do bem comum, com um sentido comunitário, como um ‘nós’ aberto à fraternidade universal. Não podemos ter em vista apenas a proteção de nós próprios, mas é hora de nos comprometermos todos em prol da cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando…
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Dom Leonardo: “Deus veio pedir morada, casa em que pudesse habitar e pediu licença para morar”

“Às vésperas do nascer do Salvador, a liturgia coloca diante de nossos olhos o mistério da encarnação do Filho de Deus pela concepção da Virgem Maria”, lembrou o Cardeal Leonardo Steiner na homilia do IV Domingo do Advento. “Deus que em Maria assume a nossa humanidade e fragilidade. Deus armou sua morada entre nós!”, frisou o Arcebispo de Manaus. Na primeira leitura, Dom Leonardo destacou que “Davi depois de ter unificado o reino e construído para si uma casa, manifesta o desejo de erguer para Deus um templo, uma casa, pois a arca continuava alojada numa tenda”, algo que considera “um nobre desejo e um propósito digno”, lembrando que “Deus concedera a Davi força, vigor, destreza, inteligência, capacidade, organização, por isso o povo tinha uma terra, uma casa”. O Arcebispo questionou: “Como Davi daria uma casa, uma morada estável a Deus que caminhara como peregrino com o povo no deserto? Como construir uma casa se Deus era o abrigo, a segurança, a casa do povo e de Davi. Como construir uma casa para aquele é a Casa, o cuidador e protetor de todos os povos e de todas as criaturas?”, afirmando que “Deus não se deixa prender num templo, por mais sagrado e amplo que seja, pois nem o céu nem o céu dos céus podem contê-lo! O universo inteiro não é capaz de o conter”. Diante disso, ele questionou novamente: “Como construir uma casa, se Ele não se prende a um lugar, pois o viver e ser de Deus é peregrino, estar no meio de todas as pessoas, povos e nações do mundo inteiro. Como construir uma casa, se Deus é a casa da humanidade?”. O cardeal lembrou que “Deus mesmo é quem daria a Davi uma descendência, uma casa”, mostrado que “hoje o Evangelho nos anuncia que Deus fez da nossa humanidade a sua morada no ventre de Maria. Veio morar em nossa casa! Jesus, é anunciado e irrompe na história da humanidade!”. “O Evangelho nos envia até Nazaré onde ouvimos e vimos o acontecer do anúncio e a aceitação”, afirmou o Presidente do Regional Norte1. Segundo ele, “o anúncio de que Miriam de Nazaré seria a mãe do Salvador e o seu sim à maternidade. Ouvimos e vimos o cumprimento de todas as promessas, de todas as esperas e rogações de todas as gerações do povo de Israel. Lucas nos remete para o encontro entre o céu e a terra, a realização de todas as profecias: Deus veio habitar entre nós, veio morar entre nós, fez da nossa humanidade a sua morada”. “O Arcanjo Gabriel foi enviado a uma virgem, cujo nome era Maria”, recordou o Arcebispo de Manaus. “A primeira palavra de Gabriel que ressoa é: Alegra-te! Alegra-te, agraciada, a cheia de graça, a toda graciosa, o Senhor está contigo. O anúncio que desperta a alegria O anúncio da alegria! A alegria das profundezas da alma que ecoa entre o céu e a terra. O convite do anjo a Maria é de alegria! A alegria que também é anunciada pelos anjos aos pastores: ‘Vos anuncio uma grande alegria’. É a alegria que conduz os pastores pelos caminhos para ver as maravilhas que Deus operou entre nós: fez sua morada em nós. A palavra última e primeira da libertação que vem de Deus não é o ódio, mas alegria; não a desilusão, mas a esperança”, disse o cardeal, pois “Cristo nasce da alegria de Deus, e morre e ressuscita para trazer sua alegria a este mundo contraditório e absurdo”, citando a Jürgen Moltmann. “Somos convidados a deixar emergir em nós a alegria do anúncio: nos tornamos morada de Deus!”, enfatizou. O Cardeal recordou que “para um mestre do espírito a saudação Ave! significa ‘sem dor’, sem ai, sem gemido, sem desilusão. É que a saudação Ave! fala da plenitude da alegria, da alegria plena e do pleno vigor da vida; alguém saudável, transbordando saudação, cheia do Espírito! Aquele que é agraciado por Deus vive a vida sem “ai”, sem lamúria, na plena cordialidade, liberdade, gratuidade de ser”. Nas palavras do místico Mestre Eckhardt: “quando a alma humana se desprende do mundo, do que é criatural, vive a vida sem ai: nela não há sofrimento, nem pena, nem gemido dolorido. Para ela, até mesmo a desventura torna-se alegria”. “Deus desejou habitar a graciosidade de Maria. Aquele que é só graciosidade, a plenitude da graça, só graça, fez morada no ventre de Maria, manifestando o desejo de uma casa para peregrinar com as mulheres e os homens neste mundo. Morada, aquela que tomara a Deus como morada e, por isso, nela tudo era transformado em alegria, mesmo o sofrimento, a pena, a desventura. Nela não havia desventura, pena e sofrimento que a retirasse da habitação da graciosidade de Deus”, destacou. Segundo o Cardeal Steiner, “Deus veio pedir morada, casa em que pudesse habitar e pediu licença para morar”, citando as palavras do Evangelho de Lucas: “Eis que conceberás e darás à luz um filho…”. Ele disse que “ela já tinha concebido o Messias no seu espírito, principalmente através da meditação das grandes promessas messiânicas. Agora, o concebia no corpo, no seu ventre. Ela já o gerava na alma; agora o geraria no seu útero. Ela já estava disposta a dá-lo à luz espiritualmente; agora lhe cabia a incumbência de dá-lo à luz corporalmente. Ela, que estava sempre de prontidão na espera do Deus que vem, agora o traria em seu corpo e o mostraria ao mundo, unido à carne de nossa humanidade. Nela, o Filho de Deus tomaria carne, a carne de nosso ser. Depois do conforto, da elucidação, da aclaração, vem a resposta: ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!’. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!”. “A Serva do Senhor: a humilde, a servidora, a servente, a pronta, a prontidão graciosa e, por isso mesmo, a magnífica, a plena, a gloriosa, graciosa. Na sua humildade concebe, gera e dá à luz o Filho de Deus, que se…
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Cardeal Steiner: “Nós nos alegramos e nos esperançamos pela presença de Deus feito criança no meio de nós”

Às portas do Nascimento do Menino Deus, o Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus e Presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, deseja um Feliz Natal. “Deus nasceu, Deus veio ao nosso encontro, Deus nasce sempre de novo, Deus é um porvir” afirmou Dom Leonardo na felicitação natalina. Um nascer de Deus pelo qual “nós nos alegramos, nós nos alegramos e nos esperançamos pela presença de Deus feito criança no meio de nós”. O Arcebispo de Manaus ressaltou que “Natal é sempre um momento de encontro, sempre um momento de reavivar a nossa fé, Natal é sempre um momento de irmos ao encontro das pessoas, ao encontro das nossas famílias, das nossas comunidades”. “Que Deus menino abençoe as nossas famílias, as nossas comunidades”, disse Dom Leonardo, pedindo “que o nosso Regional Norte1 da CNBB seja essa presença viva de Deus”. Finalmente, o Presidente do Regional Norte1 da CNBB enfatizou que “Deus que nos ama, Deus que nos quer bem”, pedindo que “nós possamos ser todos nós presença viva de Deus feito nossa humanidade, nossa fragilidade”. Ele implorou que “Deus abençoe a todos”, e desejou novamente “Feliz Natal”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Diocese de Roraima se despede de Padre Edy Savietto, missionário do sorriso, da alegria e da simpatia

Após as celebrações realizadas na noite do dia 20 de dezembro na Reitoria de Nossa Senhora Aparecida em Boa Vista – RR, e na cidade de Pacaraima – RR, onde o Padre Edy Savietto realizava sua missão, a Catedral de Boa Vista acolheu na noite do dia 21 de dezembro a última das celebrações exequiais antes do corpo ser cremado e suas cinzas serem levadas e entregues a sua família, na Diocese de Treviso, na Itália, que um ano atrás lhe enviou em missão. Uma celebração que contou com a participação de muitos familiares e amigos do missionário falecido, que acompanharam desde a Itália pelas redes sociais.   Uma missão que ele realizou acolhendo os migrantes e defendendo as causas dos povos indígenas, estando ao lado dos pobres, segundo lembrou no início da celebração Dom Evaristo Spengler, Bispo da Diocese de Roraima, que agradeceu as manifestações de solidariedade e comunhão neste momento de dor, dentre elas a enviada pelo Regional Norte1, pela REPAM e pelo Bispo da Dioceses de Treviso, mas de certeza da Ressurreição e de uma vida realizada no amor de Deus. Na homilia, depois de saudar as dioceses de Treviso, Vicenza e Padova, na Itália, que participam de projetos missionários na Diocese de Roraima, Dom Evaristo Spengler iniciou suas palavras lembrando o texto do Evangelho: “Eu sou a Ressurreição e a Vida, quem crê em mim, ainda que seja morto viverá”. Ele refletiu sobre o Senhor que nos surpreende, falando de Deus como “o Deus do inesperado”, e fazendo uma leitura do acontecido na Diocese de Roraima, em duas semanas faleceram dois padres vítimas de infarto, como parte do Mistério de Deus, insistindo em que “não cabe a nós perguntar, porque nossa visão é limitada respeito á imensidade do nosso Deus”, se perguntando o que o Senhor está querendo da Diocese de Roraima dentro da realidade que está vivendo. Lembrando da pessoa do Padre Edy, o bispo disse que nos ajuda a iluminar, destacando o seu sorriso, a sua alegria, a sua simpatia, a sua acolhida, que conquistaram a todos. Segundo o bispo, o missionário falecido tinha mostrado recentemente seu desejo de ficar a vida inteira com o povo de Pacaraima, o que finalmente aconteceu. Um missionário que deixou sua família e sua terra para vir em Pacaraima e unir sua paixão e seu amor com essa terra, lembrou Dom Evaristo Spengler, que insistiu em que seu coração é cheio amor e de acolhida e lembrou o desejo que ele tinha, depois de participar do V Congresso Missionário Nacional em Manaus, de um projeto missionário na Diocese de Roraima que abrangesse todas as comunidades, áreas missionárias e paróquias, promovendo a missionariedade entre todos. O Bispo definiu o missionário falecido como alguém que se doou completamente pela causa do Evangelho. Lembrando as palavras de São Francisco de Assis, Dom Evaristo Spengler, disse que “a morte é a porta da vida”, insistindo que com sua morte tem se aberto a porta para a vida definitiva para o padre Edy, recebendo o abraço do Pai no Céu. Padres, religiosas, missionários e missionárias, migrantes, agradeceram a vida e missão do Padre Edy, que segundo ele tinha dito, descobriu que depois de 25 anos de padre em Roraima sua vocação sacerdotal tinha chegado à plenitude, pois essa era a vocação sacerdotal que ele sempre tinha sonhado, servir o próximo, sobretudo os mais pobres, uma terra onde ele decidiu doar sua vida, uma vida marcada pela simplicidade, a alegria e sua grande humanidade, que testemunhou em sua vida como missionário na Diocese de Roraima, onde deixou sua semente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Deus vem do seu jeito, o desafio é perceber como Ele chega no meio de nós

Natal é tempo para pensar no Deus que se faz gente, no Deus que quer caminhar conosco, mas sobretudo pensar se a gente facilita essa presença no meio de nós hoje. A grande pergunta é se ele seria acolhido hoje na vida da gente, em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossa Igreja. Se aquele casal de desconhecidos batesse em nossa porta ou chegasse em nossas celebrações e festas natalinas, teria lugar para eles? Quando escutamos a passagem do Evangelho onde relata os passos prévios ao nascimento de Jesus brota em nós um sentimento de raiva, de indignação, mas aqueles que não acolheram Maria e José somos nós. O Evangelho relata as atitudes próprias da condição humana, de uma humanidade que não aceita a humanização de Deus. É mais fácil acreditar em um Deus divinizado, distante de nossa realidade, alguém que ajuda diante da necessidade, mas não compromete o nosso agir. O Deus encarnado nos questiona, nos faz pensar sobre nossas atitudes desencarnadas, desumanas. Ele veio em Jesus e continua vindo em tantos e tantas que são presença dele, que se aproximam de nós e nos falam, nos questionam sobre nosso modo de vida desligado, alheio às necessidades dos outros, especialmente ao sofrimento dos vulneráveis. Provavelmente, em 2023, Ele vai nascer de novo no meio daqueles que a sociedade coloca do lado de fora, daqueles que irão passar o Natal na rua, ou preocupados porque não sabem o que irá acontecer com sua vida no outro dia, no meio aos migrantes, no meio daqueles que nos presépios de hoje não tem mais calor humano. Natal é oportunidade de fazer memória, de nos humanizarmos para poder nos divinizarmos, de nos aproximarmos da necessidade e o sofrimento dos pequenos para estar mais perto do Deus que se faz gente no meio dos últimos. Mas será que vamos ter tempo para isso? Não estamos preocupados demais com outras coisas que não nos deixam enxergar quem está batendo na porta? Viver de olho aberto, aguçar os sentidos é o grande desafio. Só assim nós percebemos quem é que está chegando perto de nós. Só assim entendemos que Deus chega e Ele o faz de modos que nos surpreendem, que nos tiram de nossos lugares de conforto, de nossas ideias preconcebidas em relação a Ele, que sendo o primeiro assume a condição dos últimos. A grandeza de Deus, o que nos impacta dele, é sua capacidade para descer, para se fazer cada vez menor. Só assim, só entendendo seu jeito, vamos conseguir acolher o Deus que vem ao nosso encontro. Ele continua chegando ao seu modo e nós continuamos empenhados em fazer que Ele venha do nosso jeito. Foi por isso que muitos não lhe descobriram e continuam sem descobrir que Ele continua vindo, do jeito dele, não do meu jeito, do teu jeito. Será que a gente vai se dar conta disso? Percebê-lo vai fazer com que nosso Natal seja realmente feliz. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Diocese de Roraima informa sobre velório e exéquias do Padre Edy Savietto

A Diocese de Roraima, em nota assinada por Dom Evaristo Spengler, bispo diocesano, e pelo Padre Lúcio Nicoletto, vigário geral, informou sobre a programação do velório e exéquias do Padre Edy Savietto, do clero da Diocese de Treviso – Itália e missionário na Diocese de Roraima. Segundo a nota, haverá três missas pela Páscoa do missionário Fidei donum, na quarta-feira 20 de dezembro às 22h00, na Reitoria de N. Sra. Aparecida, em Boa Vista; na quinta-feira dia 21, às 8h30, na Comunidade Sagrado Coração de Jesus, em Pacaraima, onde ele trabalhava; e no mesmo dia 21, às 18h00, na Catedral, em Boa Vista. A previsão para o velório em Pacaraima é a partir da chegada do corpo às 7h30 e a saída para Boa Vista ao meio-dia. Em Boa Vista o velório inicia às 15h30 e termina às 20h00. O corpo do missionário será levado para a Diocese de Treviso na Itália onde será sepultado. A Diocese de Roraima agradece as diversas manifestações de solidariedade para com a diocese, a Diocese de Treviso e os familiares do Pe. Edy nesse momento de grande pesar. Padre Edy tinha 51 anos, nasceu em Montebelluna (Treviso – Itália), em 20 de agosto de 1972. Ordenado sacerdote em 23 de maio de 1998, foi vigário paroquial em San Martino di Lupari, Maerne, San Donà di Piave e na Catedral de Treviso; em seguida foi nomeado pároco de Olmi e Cavrié. Em 2022, Pe. Edy veio para o Brasil, como “precursor” da Diocese de Treviso de uma nova experiência missionária, em colaboração com as dioceses de Pádua e Vicenza. A nota recolhe as palavras do missionário falecido ao embarcar nesta nova missão: “Agradeço, com tudo o que sou e posso, pelo tsunami de carinho recebido. Não consigo responder a todos, mas uma coisa é certa: o que percebo dentro de mim é um vínculo profundo que vai além dos oceanos e das constelações e se transforma na alegria de viver e na vontade de compartilhar. Obrigado, irmãos e irmãs que se encontraram ao longo do caminho do tempo: vocês me dão forças para subir cada vez mais alto”. Com esse legado de fé e de vida missionária, a Diocese de Roraima pede elevar ao Pai de todas as misericórdias a força e a luz para permanecermos de pé, aos pés da Cruz de Jesus, para celebrarmos com Ele a Páscoa da eternidade! Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Infarto fulminante leva a óbito Padre Edy Savietto em Pacaraima (RR). Regional Norte1 da CNBB mostra Solidariedade

Faleceu na manhã desta quarta-feira 20 de dezembro em Pacaraima – RR, o Padre Edy Savietto, missionário Fidei donum da Diocese de Treviso (Itália). Segundo nota informativa da Diocese de Roraima, a causa da morte foi um infarto fulminante. Nascido na Itália em 20 de agosto de 1972, o missionário de 51 anos, que completou 25 anos de padre em 23 de maio de 2023, chegou na Diocese de Roraima em janeiro de 2023, e atualmente acompanhava a Área Missionária Pacaraima-Amajarí. Em Nota de Solidariedade assinada pela Presidência, o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil mostrou sua solidariedade a Dom Evaristo Spengler, à Diocese de Roraima e à Diocese de Treviso diante da Páscoa do missionário italiano. O Regional Norte1 destacou no Padre Edy Savietto seu compromisso “com as causas dos mais pobres e descartados pela sociedade”, colocando-o como “exemplo de uma Igreja missionária em saída, samaritana, que acompanha a vida dos vulneráveis”. O texto do Regional lembrou as palavras do Papa Francisco a um grupo de missionários na Amazônia, agradecendo sua disponibilidade “por assumir, em nome da Igreja, a tarefa evangelizadora que ocupa um lugar especial no meu coração“. Finalmente, o Regional Norte1 da CNBB se une a “todos e todas os que choram sua partida inesperada, deixando saudades. Que a Imaculada Conceição interceda pelo nosso irmão e lhe conduza à casa do Pai”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1