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Com Maria ser intrumento de Deus na vida do povo

Manaus está de festa, a Festa da Padroeira, a Festa da Imaculada Conceição, um tempo para caminhar com Maria e aprender com ela a dizer a Deus que seja feita em cada um e cada uma de nós sua vontade. É tempo para caminhar com ela, com a Mãe, para descobrir os caminhos da espera, que no Advento nos dizem que Deus quer se fazer próximo da gente, que Ele está no meio de nós. Com Maria vamos descobrindo um modo de ser para Deus, de superar os medos que nos impedem sair dos nossos planos, de confiar mais e de nos deixarmos guiar pela voz de quem sempre nos conduz ao bem. Maria nos mostra que a fé nos da coragem para ir além de onde nossos sentimentos humanos nos falam, que os medos são superados quando sabemos que Deus está com a gente. Em Maria podemos descobrir os rostos de tantas mulheres que enfrentam as dificuldades no dia a dia. São elas que se tornam instrumento de Deus na vida dos outros, é nelas que Deus continua se encarnando, se fazendo próximo da vida das pessoas, orientando com a palavra, com a presença, com o estar junto, ajudando a encontrar qual é a vontade de Deus na vida de cada um e cada uma. Maria é uma mulher comprometida com a vida, com a vida em plenitude e para todos e todas. Ela sempre apostou e continua apostando na vida e em tudo aquilo que gera vida em nosso mundo. Uma tarefa que somos chamados a assumir cada um e cada uma de nós se queremos realmente caminhar com ela. Não podemos esquecer que caminhar com Maria é assumir seu jeito, seu modo de vida, deixando para trás tudo aquilo que nos afasta dessa vida em abundância. É para isso que caminhamos com ela, como aquele que segue àqueles que nos guiam, que nos orientam no caminho a seguir. Ir em procissão com Maria é levar ela para vida social, mostrar que seu exemplo pode ajudar o mundo de hoje a assumir uma outra maneira de se relacionar no convívio cotidiano, olhando para aqueles com quem vou me encontrando no cotidiano com o olhar de Deus. É por isso que somos chamados a nos questionarmos, quem é Maria para mim? Qual o olhar que eu tenho para com ela? Como seu modo de olhar a vida vai se tornando uma referência para mim? Até que ponto suas atitudes influenciam minhas decisões, meu modo de me relacionar com os outros? A Festa da Padroeira é mais uma oportunidade de nos sentirmos Igreja a exemplo de Maria, de deixar que ele se faça presente em nosso caminhar eclesial, de deixar transparecer nas ações pastorais tudo o que habita o coração da Mãe. É assim que vamos nos identificando com a primeira discípula para nos tornarmos discípulos missionários que testemunham a través de Maria o Deus conosco, o Deus que estamos nos preparando mais uma vez para enxergá-lo e acolhê-lo de modo imediato. Do mesmo modo que Maria acolheu o Deus encarnado, ela nos desafia a que Ele possa continuar sendo acolhido. Quando pensamos que isso é complicado pensemos nela, naquela que nos mostra como superar as dificuldades para que Deus pudesse estar no meio de nós para sempre. Com Maria, essa é nossa missão hoje. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Campanha da Fraternidade: Colocar o olhar para o irmão

O Seminário da Campanha da Fraternidade do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem como tema Fraternidade e Amizade Social e como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, foi realizado na Maromba de Manaus de 1º a 03 de dezembro e contou com a participação de mais ou menos 25 pessoas das nove igrejas locais que fazem parte do Regional, abordou no último dia o Agir. Segundo Francisco Meirelles, presidente do Conselho Regional do Laicato e assessor da parte do Agir, “a Campanha da Fraternidade nos convida nesse agir para a gente alargar o espaço da nossa tenda. Nessa amizade social devemos alargar o espaço da nossa tenda”. No agir, ele destacou três dimensões: a pessoal, a comunitária e a social, insistindo em pontos estratégicos para o Regional que possam levar essa Campanha da Fraternidade para o agir em cada dimensão. Para concretizar isso na vida cotidiana, “os desafios são diversos e a gente precisa realmente olhar como desafio o ponto pessoal, é o meu transformar, é aproveitar esse período quaresmal que vamos vivenciar em 2024 como processo de renovação e espiritualidade pessoal”, destacou Francisco Meirelles. Segundo ele, “eu me transformando pessoalmente no meu agir, eu consigo também enfrentar o desafio de olhar para o outro, e que a gente tire essa palavra o outro e colocar olhar para o irmão”. O assessor insistiu em olhar o meu irmão, aquele irmão que pensa diferente de mim, aquele irmão que tem atitudes diferente daquilo que a gente imagina, mas que o diferente possa construir laços de comunhão e fraternidade, que com esse diferente a gente possa fazer uma Igreja sinodal, de conversa, de partilha e de olhar para uma sociedade justa, que seja solidaria, e como diz na Fratelli tutti, uma sociedade que olha para a ação política social para esse irmão que tanto necessita e que tanto precisa, e que a gente as vezes esquece e deixamos de lado”. Agora é tempo de concretizar o que foi refletido e tornar realidade na prática, nas igrejas locais, nas paróquias e comunidades, nas pastorais, organismos e movimentos, essa amizade social que a Campanha da Fraternidade nos propõe para 2024. Luis Miguel Modino, assessor de comunicaão CNBB Norte1

Ir. Gervis Monteiro: “Para vivermos a amizade social, nós temos que nos espelhar na pessoa de Jesus”

Em 2024, a Campanha da Fraternidade completa 60 anos e tem como tema Fraternidade e Amizade Social, e como lema “Vós sois irmãos e irmãs” (Mt. 23,8). O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos de Brasil (CNBB Norte1), realiza de 1º a 03 de dezembro de 2023 na Maromba de Manaus um seminário de estudo, algo que já é costume. A Campanha da Fraternidade 2024 “busca trazer a pessoa de Jesus, principalmente em Mateus, quando os fariseus e mestres da lei querem impor nas pessoas uma carga pesada”, afirmou a Ir. Gervis Monteiro, assessora do Iluminar, que tem como referência a Palavra de Deus e o Magistério. Segundo a religiosa paulina, “Jesus chega e fala com os discípulos, dizendo para eles devem observar sim o que esses mestres da lei e os fariseus falam, porque na realidade eles estão falando da lei, mas ao mesmo tempo, eles não vivem aquilo que falam”. A religiosa destacou que “Jesus mostra-nos que devemos ser coerentes, aquilo que falamos deve também estar na nossa prática”. Ela ressaltou que “para vivermos a amizade social, nós temos que primeiramente nos espelhar, olhar, buscar essa fonte, essa raiz na pessoa de Jesus, olhando para as atitudes, para os gestos de Jesus, e assim podermos abrir essa amizade, que é social e primeiramente entre nós”. A Ir. Gervis Monteiro afirmou que “primeiramente, para que a nossa sociedade, as nossas comunidades, nossa forma de evangelizar, nós temos que nos debruçar na Palavra, principalmente nos evangelhos, onde Jesus traz para nós o jeito de ser cristão, de ser humano, de viver um para o outro, e assim criar laços e criarmos uma cultura da paz, uma cultura do encontro”. Segundo a assessora do Seminário da Campanha da Fraternidade 2024 do Regional Norte1, “para criar essa cultura do encontro, nós temos que primeiro nos encontrar como pessoas, como filhos, como imagem de Deus”. São elementos presentes no Texto Base da Campanha, onde diz que “nós precisamos ter a consciência que Jesus é o único Mestre”. Na volta às comunidades, a religiosa espera dos participantes do seminário, “olhar para essa campanha como algo da Igreja”, fazendo um chamado a pegar o Texto Base, a Palavra de Deus e aprofundar, buscar os meios na prática, “nos reunindo, rezando juntos, partilhando juntos, buscando dialogar, compreendendo um ao outro nas suas diferenças, para poder realmente nós depois trabalharmos em unidade”. A assessora insistiu na consciência da importância de sermos batizados na Trindade Santa como caminho para “vivermos essa paz, essa unidade de sermos filhos e filhas de Deus, vivendo essa amizade social”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Alcimar Araújo: A CF “é um convite a alargar a nossa tenda para acolher muitas outras pessoas”

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), está realizando na Maromba de Manaus, de 1º a 3 de dezembro o Seminário da Campanha da Fraternidade 2024, que tem como tema Fraternidade e Amizade Social, e como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, com a participação de mais ou menos 25 pessoas das nove igrejas locais que fazem parte do Regional. A Campanha da Fraternidade, que em 2024 está fazendo 60 anos, “ela é o maior projeto de Pastoral de Conjunto que o Brasil tem”, segundo o padre Alcimar Araújo, vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus e um dos assessores do encontro. Uma campanha que chega até as últimas comunidades, e que “é necessário retomá-la como espaço de conversão, como instrumento de conversão na Quaresma, pessoal, comunitário, eclesial e social”, insistiu. Padre Alcimar, que aprofundou no ver, na análise da realidade social e eclesial, destaca que “é um desafio construir a sociedade a partir desse projeto da fraternidade”, dizendo ser “muito importante que a gente retome isso porque isso é uma característica da Igreja, a vida comunitária, a vida fraterna, a vida solidária, a vida partilhada, a importância de uma para o outro. Se a gente como Igreja não vive, não semeia, não testemunha tudo isso que brota do Evangelho, do nosso seguimento de Jesus, a gente faz uma Campanha vazia e só de palavras”. Uma Campanha que “é para nós, é para a Igreja, é para a Igreja do Regional, é para a Igreja do Brasil”, afirmou o assessor. Segundo ele, nós somos convidados, nós somos convocados a voltar a Jesus, a voltar ao Evangelho, à originalidade do Evangelho, e viver de verdade a fraternidade, a bondade a misericórdia, o amor”. A Campanha da Fraternidade, “é um convite a alargar a nossa tenda para acolher muitas outras pessoas”, segundo Padre Alcimar Araújo. Ele lembrou que “estamos em um mundo extremamente plural, diverso, e a gente não pode ignorar essa diversidade, a gente tem que se abrir a isso, a ter a capacidade de dialogar, ter a capacidade de conversar, de ir ao encontro”. O assessor destacou o convite do Papa Francisco a “construir pontes e fazer uma cultura do encontro”, algo que ele considera muito desafiante para nós, chamando a ser sal, luz e fermento na sociedade. Igualmente destacou que a Campanha é um chamado a perceber os sinais presentes na sociedade que precisam ser estimulados, fazendo um chamado a “promover outros sinais, outros encontros, outros caminhos de fraternidade, caminhos de comunhão para que a gente, em confronto com a sociedade, possa ajudá-los junto com a gente a construir um mundo melhor”. Algo que é expressão do reinado de Deus que deve espalhado por tudo quanto é lugar, o que ele vê como responsabilidade da Igreja, esperando propostas que possam criar “esses espaços de alargamento da tenda e de ir ao encontro dessas pessoas que pensam diferente da gente, que tem outro olhar sobre si e sobre o mundo, sobre a sociedade, mas ajudá-los a entender que todos somos irmãos e irmãs”. Em uma Igreja sinodal, “ao retomar o tema da fraternidade, a gente está retomando uma coisa que é essencial a nossa fé”, segundo padre Alcimar Araújo. Ele a considera “uma questão fundamental para sobrevivência da Igreja como fermento, como sal, como luz, como testemunha de que a fraternidade, nós acreditamos nisso, nós vivemos isso, buscamos isso”, destacando que “não é fácil, porque o diferente nos confronta, o diferente às vezes causa em nós algum tipo de rejeição”. Viver no caminho da fraternidade leva a ver o diferente como um complemento, uma visão nova, um modo diferente de viver, segundo o assessor. Ele coloca como tarefa “oferecer a todos o que somos, o que temos, o que acreditamos e testemunhamos”, considerando sua retomada como algo fundamental para a vida comunitária da Igreja, dado o individualismo exacerbado imperante, presente nas comunidades e que tem dificultado a relação comunitária, o que demanda superar a auto referencialidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seminário da Campanha da Fraternidade: “Treinamento, tomada de consciência e esquentar o coração”

A Maromba de Manaus acolhe de 1º a 3 de dezembro de 2023 0 Seminário da Campanha da Fraternidade 2024, que tem por tema Fraternidade e Amizade Social e como lema Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23,8). Com a participação de mais ou menos 25 representantes das nove igrejas locais que formam o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), é um momento de “treinamento, tomada de consciência e esquentar o coração”, segundo dom Adolfo Zon, bispo da diocese de Alto Solimões, vice-presidente do Regional Norte1 e bispo referencial das Pastorais Sociais. Em 2024, a Igreja do Brasil realiza sua 60ª Campanha da Fraternidade, sempre uma necessidade para o povo, que precisa de fraternidade, e que em 2024 deveria mexer no fundamento da sociedade, segundo dom Adolfo Zon. Ele vê o seminário como uma oportunidade para que as dioceses e prelazias possam realizar um trabalho de formação nas bases sobre uma temática importante que vai ajudar na vivência da Quaresma que a Igreja nos propõe. O vice-presidente do Regional Norte1 destaca a Campanha da fraternidade como modo de aprofundar na Doutrina Social da Igreja. Diante da postura contrária de alguns grupos em relação à Campanha da Fraternidade o bispo referencial das Pastorais Sociais no Regional Norte1 disse que “a Campanha da Fraternidade é uma oportunidade ímpar de que as comunidades e as pessoas possamos não só tomar consciência e refletir sobre a dimensão sociotransformadora da fé”. O bispo de Alto Solimões afirma que “a Quaresma, ela fala de conversão, e assim como temos que ter uma conversão pessoal, temos também que realizar todos juntos uma conversão como povo, como comunidade, como Igreja”. Segundo dom Adolfo, “a Campanha da Fraternidade sempre nos traz à tona uma temática que envolve todos os sujeitos da sociedade”. Ele insistiu em que “a metodologia que a Campanha desenvolve temos um olhar ao nosso redor como está a situação, um julgar ou um discernir, nos deixando interpelar pela Palavra de Deus e pelo Magistério”. Isso em vista de poder realizar “as transformações que precisamos para nosso crescimento como pessoas e como grupos”, sublinhou. A fraternidade é uma experiência vivida de diversos modos, que nos ajudam “a concretizar algo que é muito próprio da nossa Igreja”, afirmou o bispo. Ele lembrou que a fraternidade marcou a vida da Igreja nos três primeiros séculos, fazendo um chamado a vivenciar hoje a amizade social, para que “entre todos possamos construir um novo projeto alicerçado na fraternidade”, que considera superior à liberdade e à igualdade. Dom Adolfo Zon fez um chamado a construir fraternidade, “onde todos os povos e todas as pessoas possam ser respeitadas em sua subjetividade”. Segundo o padre Alcimar Araújo, vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus, que é um dos assessores do Seminário, a Campanha da Fraternidade é instrumento de vivência penitencial para a Quaresma, indo ao encontro do povo, de todas as pessoas que fazem parte da sociedade. Ele ressaltou que os temas da Campanha da Fraternidade perpassam a vida do povo através dos diferentes instrumentos que fazem parte da Campanha, segundo recolhem os objetivos apresentados aos participantes do encontro. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

“A Economia, ela está morta, porque a Economia, ela devia estar ao serviço das pessoas”, afirma cardeal Steiner na inauguração da 1ª Casa de Francisco e Clara na Amazônia

A primeira Casa de Francisco e Clara na Amazônia foi inaugurada nesta quinta-feira 30 de novembro na comunidade São Mateus, no Bairro Zumbi dos Palmares, periferia de Manaus. Uma oportunidade para apresentar o livro “Realmar a Economia”, que contou com a presença do cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e com um bom número de participantes da comunidade local, da Arquidiocese de Manaus, e da representante da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, Gabriela Consolaro. Uma Casa de Francisco e Clara no chão da Amazônia Essa casa no chão da Amazônia era um sonho dessa articulação, segundo Consolaro, que a definiu como “uma experiência mística, profética, mas sobretudo popular e comunitária”, com protagonismo feminino, que mostra que “a Igreja é de fato povo de Deus que se movimenta, que se organiza, que pensa, que consegue refletir um sistema e consegue se movimentar para fazer outras realidades acontecerem, realidades inclusivas, plurais, acolhedoras, de trabalho comunitário, de mão na terra e sorriso no rosto”. Com relação ao livro, ela que é uma das autoras, o vê como resultado de toda uma caminhada, com 30 autoras e autores que transitam por todos os temas existentes na Economia de Francisco e Clara, insistindo em que quer contribuir ao “chamado do Papa Francisco que nos convida a construir uma sociedade e uma Igreja realmente sinodal, ecológica, comprometida, com os pés que ficam neste chão”, mostrando alguns elementos presentes no livro, onde aparece um outro jeito de viver a vida. Gabriela Consolaro refletiu sobre o fato de ter adicionado Clara no Brasil ao movimento da Economia de Francisco, algo nem sempre compreendido e aceito fora do Brasil, mas que destaca a importância do feminino nessa realidade. A Economia só tem sentido ao serviço Partindo do título do livro, o cardeal Steiner insistiu em que a alma que dá sentido, denunciando que “a Economia, ela está morta, porque a Economia, ela devia estar ao serviço das pessoas”. Segundo o arcebispo de Manaus, “a Economia não está mais ao serviço das pessoas, a Economia está explorando as pessoas, especialmente os pobres. A Economia não está mais ao serviço da casa de todos, está ao serviço de algumas pessoas que vão lucrando cada vez mais”. Um título que significa “dar à Economia de novo uma alma”, destacando que “a Economia só tem sentido quando está ao serviço, quando ajuda a criar fraternidade, quando ajuda a criar justiça, quando ajuda as pessoas a terem vida digna”. O cardeal lembrou que na história houve tempos em que a Economia tinha alma porque estava ao serviço das pessoas. Ele pediu ajudar o Papa Francisco a buscarmos uma nova Economia, destacando o grande esforço realizado em um processo longo que faça com que possa entrar uma nova cultura, uma mudança diante do constante crescimento no mundo inteiro dos pobres, da fome, da migração por causa da fome, da violência. Segundo o arcebispo, ter acrescentado no Brasil o nome de Clara ajuda a entender o que significa a fraternidade e a preocupação pelo meio ambiente, uma dimensão de grande importância na Amazônia, onde a questão da economia tem a ver com a falta de cuidado pelo meio ambiente. A periferia organizada transforma um sistema que mata Um envolvimento nessas questões que está sendo promovido na Arquidiocese de Manaus, segundo Frei Paulo Xavier Ribeiro, coordenador da Comissão de Ecologia Integral, que leve a “colocar a ecologia integral dentro de todas as pastorais, dentro de todo o processo de evangelização”, algo que ele considera desafiador, mas que pode ser ajudado pela criação da Casa de Francisco e Clara para poder assumi-lo, destacando o papel fundamental da juventude nesse assumir. O frei vê necessário a incidência política, na medida em que “a política é uma forma de nos exercermos a caridade”, fazendo um chamado ao compromisso e entrar no caminho aberto pelo Papa Francisco com a Laudato Si´. Nessa dinâmica, a Ir. Elis Santos, outra das autoras do livro, destacou a importância das periferias, apresentadas como contraponto, uma resistência, pois “a periferia organizada é capaz de transformar esse sistema que quer nos matar”, uma experiência vivida no Bairro Zumbi dos Palmares, onde o povo foi formando políticas públicas, comunidades eclesiais, que os fez ressurgir como periferia mobilizada. A religiosa insistiu na importância da valorização dos saberes da periferia, dos povos indígenas e tradicionais, saberes únicos que tem marcado a construção da Casa Amazônica de Francisco e Clara. Ela denunciou o apagamento da identidade indígena por um processo colonial violento, mas também fez ver que aos poucos foi se recuperando essa identidade. Uma casa que é fruto de uma história, como foi relatado por diversas vozes, nascida do chamado do Papa Francisco em 2019, que no Brasil se concretizou nos passos dados pela Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, que acredita que é das periferias que vai brotar um mundo novo, e que nas casas de Francisco e Clara territorializa suas propostas, e que em Manaus tem envolvido mulheres e homens que enfrentaram um grande desafio. Uma pequena semente plantada Uma semente semeada em abundância, mesmo nem toda dando fruto, segundo o cardeal Steiner, fazendo um chamado a na Economia de Francisco e Clara perseverar na semeadura. Reconhecendo o muito sol, pedra, espinhos, pássaros, que não são todas as sementes que conseguem dar fruto, ele insistiu em que “nós queremos que na nossa semeadura a semente cresça e dê muito fruto”. O arcebispo disse que “uma nova economia é um processo longo, assim como foi um processo longo para chegarmos até hoje nesta verdadeira destruição que a economia está fazendo”, o que demanda perseverar na semeadura. Dom Leonardo Steiner disse ser uma iniciativa pequena, igual a semente, fazendo um chamado a que “a gente persevere, acredite na força da semente, acredite que é possível uma nova economia, uma economia da fraternidade, uma economia onde todos tenham oportunidade, uma economia da solidariedade, uma economia da partilha”, pedindo a Deus “a graça de caminhar juntos e construirmos esse mundo novo tão necessário, que no Evangelho…
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Cidadão em um Estado onde nem todos têm cidadania

Receber o título de cidadão é uma honraria que muitas pessoas têm recebido ao longo da história, no Estado do Amazonas, e em tantos outros espaços. Na terça-feira 28 de novembro, o cardeal Leonardo Steiner recebia o título de cidadão amazonense, algo que é motivo de alegria para muitos, pois representa um reconhecimento a alguém que encarnou a Amazônia e seus povos como uma causa. Essa alegria tem que nos levar a um compromisso em prol da cidadania de todos aqueles que hoje vivem em um Estado onde os direitos fundamentais não são garantidos com políticas públicas que promovam a vida para todos, onde ninguém fique nas margens do caminho, do lado de fora da sociedade. Um compromisso que tem assumido o cardeal Steiner desde que em 2020 chegou no Amazonas para assumir a missão de ser arcebispo de Manaus. Um compromisso que foi a mais um ano atrás com sua nomeação cardinalícia, que ele vive não como uma honra pessoal e sim como voz em defesa dos povos da Amazônia, em prol de direitos que a lei diz ser para todos, mas que a prática nos mostra que muitos são excluídos. Os espaços que ocupamos, ainda mais quando tem a ver com a Igreja católica, sempre tem que ser para estar ao serviço dos outros, especialmente para ser voz daqueles que nunca foram escutados, inclusive daqueles a quem sempre tamparam sua boca, pretendendo que não sejam escutados seus clamores, seus gritos seculares de dor e sofrimento. Ser cidadão tem que nos levar a olhar para a comunidade, para a totalidade da sociedade, a cuidar um dos outros, especialmente a cuidar daqueles que ninguém cuida, também não o poder público, mesmo sabendo que sua missão fundamental é o cuidado daquilo que é de todos, que realmente é esse poder público quem tem a obrigação de cuidar dos mais vulneráveis. Uma religião é crível quando olha para aqueles que são descartados com um sentimento de cuidado, quando se posiciona em favor da cidadania daqueles que nunca foram vistos como cidadãos, porque nunca tiveram os direitos que tem que ter aqueles que são cidadãos. E não podemos esquecer que todas e todos tem que ter uma cidadania de pleno direito. Lutemos por cidadania, por direitos, por vida plena, concretizemos uma sociedade mais humana, um Brasil com os mesmos direitos para todos e todas na prática, onde ser indígena, ribeirinho, mulher, negro, morador da periferia, não seja motivo para restar direitos, para recortar cidadania. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Evaristo Spengler: Na Amazônia, pensar em um novo modelo de economia, que não destrua a natureza

Bispos da Amazônia, dentre eles a presidência da REPAM-Brasil, se reuniram ao longo da última semana com diversos ministérios do Governo Federal. Segundo dom Evaristo Spengler, bispo da diocese de Roraima e presidente da REPAM-Brasil, ao longo de quase 10 anos, “a REPAM fez um papel muito importante na escuta dos povos da Amazônia”, destacando o processo do Sínodo para a Amazônia. O sofrimento provocado pela grande seca Diante da situação bastante trágica que a Amazônia está vivendo, “com eventos climáticos que tem provocado uma grande seca e isolamento de comunidades, porque a água dos rios baixou muito por falta de chuva”, dom Evaristo Spengler denuncia que “nós temos comunidades isoladas sem comida, sem água”, e junto com isso a morte dos peixes pelo aumento da temperatura da água. Diante dessa realidade, a REPAM-Brasil, segundo seu presidente se perguntou pelo seu papel neste momento da história. O primeiro passo foi realizar durante setembro e outubro uma grande escuta com a participação da Cáritas, Comissão Pastoral da Terra, Comissão Pastoral dos Pescadores, Conselho Indigenista Missionário e os comitês locais da REPAM dos nove estados da Amazônia brasileira. Segundo o bispo de Roraima, “isso gerou um grande diagnóstico com muitas reivindicações”. Diante dos resultados a REPAM se questionou “como agora dar uma resposta ao nosso povo que clama por direitos que não estão sendo respeitados neste momento”, e “decidiu-se ir a Brasília para uma grande incidência política”, destacou o presidente da REPAM-Brasil. Uma agenda cheia e variada Ao longo da semana percorreram 13 ministérios, foram ao Supremo Tribunal Federal, Ministério Público e procuraram entidades parceiras que defendem a Amazônia e estão preocupados com o Meio Ambiente. Em uma agenda variada, a primeira reivindicação foi “uma atenção a esses povos que agora estão com fome e sede na Amazônia, de modo especial com atenção com comida, mas também com a criação de políticas públicas que possam gerar um sustento digno para o nosso povo da Amazônia”, ressaltou dom Evaristo Spengler. Junto com esse assunto imediato, ele disse ter sido tratado questões relacionadas com a crise climática, que atinge todo o Brasil com secas prolongadas e enchentes em algumas regiões, consequência do aquecimento global, com fenómenos como “El Niño”. Dom Evaristo Spengler lembrou da alerta do Papa Francisco desde o início de seu ministério, sobretudo com a Laudato Sí, pedindo atenção muito grande de preservação com a casa comum. Um chamado que continuou com o recente lançamento da Laudate Deum, onde diz, segundo lembra o bispo, que “o caminho que nós tomamos é um caminho suicida, porque o ser humano é a única espécie que pode ser suicida”, o que se manifesta na falta de preocupação com a vida no presente e para as gerações futuras. A bomba já estourou O bispo de Roraima diz ter ficado impactado por uma frase escutada ao longo da semana: “a bomba já estourou e nós ainda não ouvimos o ruido”, chamando a pensar em um novo modelo de economia, que não destrua a natureza, que não use tantos combustíveis fósseis e sim energias renováveis. Igualmente disse ter sido abordado a questão indígena, a questão do Marco Temporal, que está sendo tratada no Senado, uma realidade que atinge aos povos indígenas, ameaçados pela invasão das terras, pelo garimpo, que está trazendo doenças, fome e quebra do modelo harmonioso que eles viviam. Um exemplo disso é a alta concentração de mercúrio nas pessoas moram na Amazônia em consequência do garimpo no Brasil e em outros países vizinhos, chegando a ter 32 vezes mais do que o permitido pela saúde pública. Do mesmo modo, com relação aos conflitos agrários se faz necessário investir na demarcação das terras indígenas e de áreas de preservação ambiental, para evitar conflitos que levam a ameaçar pessoas, inclusive a ser mortas, por estar defendendo os direitos da Amazônia, de seus povos e do Meio Ambiente. Igualmente denunciou os grandes projetos desenhados para a Amazônia, ferrovias, estradas, hidroelétricas, como a do Bem Querer, em Roraima, que terá um grande impacto ambiental para uma produção pequena de energia, atingindo terras indígenas e a vida dos peixes. Ministérios com diferentes visões Uma visita onde ele diz ter percebido que há ministérios preocupados com o meio ambiente, mas também tem outros preocupados com o desenvolvimento a qualquer custo. Dom Evaristo Spengler destaca a importância de uma reunião com a Secretaria da União e a Casa Civil onde foi recolhida toda essa pauta de demandas e promessa de uma resposta oficial do Governo em três meses, afirmando que “a REPAM vai continuar monitorando os encaminhamentos a partir dessa resposta que nos deem”. Foi abordada a questão da desintrusão dos garimpeiros das terras indígenas, algo que define como um enxugar gelo, dado que os garimpeiros, pessoas vulneráveis e pobres, que muitas vezes estão lá como um trabalho quase escravo, esperam voltar quanto antes para o garimpo. O bispo demanda políticas públicas que garantam sua sustentabilidade. Uma situação que é vivida na região Yanomami, que vai demorar uns anos para que possa voltar a como estava antigamente. Políticas que provocam um grave impacto ambiental Na questão do Meio Ambiente, o bispo de Roraima falou dos dados apresentados pela ministra Marina Silva, sobre a redução neste ano no desmatamento na Amazônia, números que ainda não são suficientes. Uma postura que é diferente no Ministério das Minas e Energia, que diante da possibilidade de um apagão no Brasil, disse ser necessário criar cada vez mais energia. Nesse sentido, o bispo afirma que mesmo diante da preocupação por energias renováveis não se para a busca por petróleo na Amazônia, algo que provoca um grave impacto ambiental. O presidente da REPAM-Brasil disse ter “alguma esperança de que algo pode avançar a partir daqueles que são mais sensíveis no governo”, mas sabendo que sendo um governo de coalizão se faz necessário negociar. Nesse sentido, ele questiona sobre o porquê os 42 territórios indígenas que já estão prontos para serem demarcados, eles demoram tanto para serem executados, vendo atrás disso negociações políticas, cedendo naquilo que é social…
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Ser negro no Brasil continua sendo um risco

Ser negro no Brasil continua sendo perigoso, os riscos sociais são muito maiores quando alguém é negro. Existe um racismo estrutural que precisa ser superado, mas não é um caminho fácil, mesmo existindo estruturas para isso. Na verdade, falta vontade de superar os preconceitos presentes no subconsciente do povo. Na segunda-feira 20 de novembro, foi comemorado o Dia da Consciência Negra, uma data que deveria levar a sentir a necessidade de superar o racismo que habita as mentes e o cotidiano de muitos brasileiros e brasileiras. O racismo se manifesta na linguagem, nas atitudes, nos olhares, no modo de nos relacionarmos com quem é negro. A perseguição ao povo negro, uma constante na história do Brasil, marcado por uma escravidão que hoje se concretiza de modos diferentes, menos explícitos, mas igualmente cruéis, é algo que perpassa a realidade, e que tem que nos levar a refletir sobre atitudes mais ou menos presentes em todos nós, também em mim, também em você. Não podemos fechar os olhos diante de uma realidade que nos diz que mais de 80 por cento das vítimas das operações policiais no Brasil são negros. Um ser negro que também é condicionante no mundo laboral, no mundo da educação, no mundo da saúde, no mundo da moradia, no mundo do poder judiciário. Somos conscientes disso ou fechamos os olhos diante dessa conjuntura social? O que estamos fazendo para combater esse racismo estrutural que está presente na sociedade? Quais os passos que têm que ser dados para denunciar e superar as situações de racismo presentes em nosso meio? Como cobrar políticas públicas que ajudem a superar esse racismo que em ocasiões é inclusive fomentado pelo poder público? As humilhações que sofre a maioria negra por uma elite branca que domina as diferentes esferas do país, no âmbito político, judiciário, econômico, é algo plausível, mas que dificilmente é enfrentado e combatido. Um racismo mascarado, velado, disfarçado, poucas vezes explícito, que a sociedade, inclusive muitos negros, assume como algo normal, como algo que não tem outro jeito, sempre foi assim. Um combate ao racismo que está mais presente na juventude, que graças às cotas, conseguiram entrar na universidade e se empoderar, reclamar seus direitos secularmente negados. Se considerar negros, que anos atrás não era algo que não era assumido, aos poucos vai sendo uma atitude mais explícita. No final das contas, a diversidade, também a diversidade racial e cultural própria de cada raça, é algo que enriquece a sociedade da qual todos fazemos parte. Continuar fomentando atitudes racistas nos faz pequenos, menos humanos, nos afasta da racionalidade, nos animaliza. Somos chamados a refletir sobre essas atitudes, especialmente aquelas presentes em nosso subconsciente, para superar os preconceitos seculares que nos ajudem a criar laços de fraternidade onde as diversas raças nunca podem ser motivo de divisão e separação. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar  

7º Encontro das CONETRAES: Políticas públicas para prevenção e assistência às vítimas do Trabalho Escravo

  Brasília acolhe de 21 a 23 de novembro de 2023 o VII Encontro Nacional das Comissões Estaduais para Erradicação do Trabalho Escravo. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC); a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento (PADF). O objetivo do encontro é o fortalecimento da rede de enfrentamento ao trabalho escravo no país, além de pensar conjuntamente em políticas públicas para prevenção, assistência e repressão a essas nefastas práticas de violação aos direitos humanos, por meio da troca de experiências e boas práticas entre os Estados. Representando o Estado do Amazonas participam, Kauane Schwerz, da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), e a Ir. Rose Bertoldo, da Rede um Grito pela Vida. O encontro iniciou com uma Mesa de Abertura e Solenidade em comemoração aos 20 anos da CONATRAE, presidida por Silvio Almeida, Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, contando com a participação de representantes do Governo Federal, da CONATRAE, da Organização Internacional do Trabalho (OIT); da Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento; e de vítimas de trabalho análogo à escravidão. No final das intervenções foi apresentada a curta-metragem “O contrário do medo”. Os participantes do encontro conheceram o panorama atual do Trabalho Escravo no país e o mapa das COETRAES, sendo refletido sobre o fluxo nacional de atendimento às vítimas de trabalho escravo, sendo debatido em grupos, seguindo a Dinâmica World Café, sobre casos referentes a cada um dos temas em relação ao trabalho escravo, refletindo desde a denúncia, resgate, pós-resgate e casos excepcionais. Igualmente foi realizada a apresentação do Sistema de gestão de Ações integradas de assistência às vítimas e vulneráveis ao trabalho escravo. O encontro servirá para refletir sobre a importância das Comissões Estaduais na construção do III Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, seguindo o esquema Ações Gerais/Governança; Ações de Prevenção; Repressão Econômica; Informação e capacitação; Atenção e Reinserção; Ações de Repressão. Igualmente será criada a Feira de Conhecimentos, com stands onde as pessoas poderão se informar sobre temas de seu interesse. Os responsáveis por cada uma das iniciativas falarão sobre o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, do Ministério Público do Trabalho (MPT); Escravo Nem Pensar, do Repórter Brasil; Empresas e Direitos Humanos, do InPacto; a Clínica Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Projeto Ação Integrada, do ProjAI; Projeto Raice – Piauí, Tocantins, Pará e Maranhão, da Comissão Pastoral da Terra (CPT); Combate ao Trabalho Escravo no Setor do Café, da GFEMS; Radar da SIT (DETRAE/TEM); Projeto Vida Após Resgate; Projeto TAPAJÓS,  da UNODC); Combate ao Trabalho Escravo no Setor do Café (Verité); Trabalho Análogo ao de Escravo na Pecuária no Pará (PADF). Finalmente será abordado o Pacto Federativo para erradicação do Trabalho Escravo e serão apresentados os subsídios colhidos nos trabalhos de grupos, desde as questões propostas em cada um dos eixos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1