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Diocese de Coari realiza Congresso Missionário Regional

A diocese de Coari realizou de 15 a 17 de setembro de 2023 o Congresso Missionário diocesano, com a participação de 50 representantes das paróquias Cristo Libertador, de Manacapuru; Nossa Senhora de Nazaré, de Beruri; Imaculada Conceição, de Anori; Nossa Senhora das Graças, de Codajás; e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Pedro, Sant´Ana e São Sebastião, de Coari. O tema e o conteúdo seguiram a proposta do Congresso Missionário Nacional: “Ide! Da Igreja Local, aos confins do mundo”- Corações ardentes, pés a caminho! que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro em Manaus, e que será precedido pelo Congresso Missionário Regional, a ser realizado no próximo final de semana, também em Manaus. O trabalho contou com outros conteúdos, que foram vivenciados em pequenos grupos, nas partilhas espontâneas, na noite cultural e nos momentos celebrativos, refletindo sobre a importância da dimensão missionária na vida da Igreja e da diocese de Coari. Um dos frutos do Congresso Missionário da diocese de Coari foram os compromissos indicados pelos participantes, fazendo a proposta de serem assumidos por todos: EFAIAM, Animação e Intercâmbio pastoral, animação da Campanha Missionária, maior investimento nas Obras Pontifícias (IAM, Propagação da Fé). Os organizadores do Congresso Missionária agradeceram a todos os participantes, ao bispo diocesano, dom Marcos Piatek, ao COMIRE Norte 1 e as pastorais representadas no Congresso: Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral da Juventude, Pastoral Litúrgica, Pastoral Familiar, Pastoral da Catequese, Pastoral do Dízimo. A todos foi feito o convite de seguir avante com os corações ardentes e os pés a caminho! Com informações do Pe. Gordiano (Pela Articulação da Animação Missionário diocesana)

Cardeal Steiner: “O perdão, tem o gosto, o sabor de Deus”

Um convite a perdoar de coração. Assim vê o cardeal Leonardo Steiner as palavras do Evangelho do 24º Domingo do Tempo Comum. Diante da pergunta de Pedro sobre quantas vezes deve perdoar, “Jesus continua a insistir no perdão, na misericórdia”, afirmou o arcebispo de Manaus. Ele lembrou que “se no domingo passado éramos convencidos da necessidade de oferecer o perdão, reconciliar, não deixar nenhum dos irmãos, nenhuma das irmãs, à margem, devolver à vida familiar, à vida da comunidade, hoje somos despertados para a abundância, a desmedida do perdão: ‘não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes’, isto é, a vida tem o horizonte, a beleza e a harmonia no perdão”. Analisando a primeira leitura, Dom Leonardo afirmou que “já nos animava a buscar o perdão como caminho de liberdade e da plenitude humana”. Segundo o arcebispo, “o Eclesiástico a nos despertar para o perdão, pois a raiva não cura, mas traz doença; o rancor guardado não redime, adoece. O perdão supera o rancor e a raiva; a vingança conduz ao abismo da separação. A vingança não alcança o perdão, a misericórdia. A leitura a nos colocar diante da morte, quando o perdão não curar as feridas e a alma”. Ele destacou que “a incapacidade de perdoar pode levar à morte, pois adoece. Especialmente à morte do espírito. O perdão liberta, alivia o coração, torna a vida mais harmoniosa. O perdão é a possibilidade da vida, não da morte!” Na resposta de Jesus à pergunta de Pedro, “Setenta vezes sete vezes”, Dom Leonardo vê nisso que “o perdão que traz consigo a liberdade e a liberalidade”. Ele lembrou que “diante da dívida, o empregado caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicou: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo! A dívida do servo era maior que suas posses: ‘o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida’. As coisas, os objetos, as pessoas, não pagariam a dívida. Deveriam ser vendidos todos como escravos. Envolvia a sua liberdade, o seu amor familiar. Seria uma vida aprisionada, sem respiro de liberdade. Diante da súplica e imploração, nasce o perdão que deveria devolver a dignidade, a liberdade, não apenas a pessoal, mas também a familiar. E o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida”. Segundo o cardeal, “o empregado perdoado desdenhou do perdão recebido, desviou-se do momento libertador do perdão e ao encontrar o companheiro que lhe devia apenas cem moedas, o agarrou e ao sufocá-lo, dizia: Paga o que me deves. E o companheiro teve os mesmos gestos e as mesmas palavras daquele que fora perdoado: caindo aos pés, suplicava: Dá-me um prazo, e eu te pagarei! Dessintonizado do perdão recebido, desviado do movimento liberador, joga o companheiro na prisão, para que pague o que devia. E os outros companheiros levam o caso ao patrão que retira o perdão e aprisiona a quem não soube perdoar”. Dom Leonardo fez ver que “na parábola, por um momento vislumbrávamos uma nova era, um novo tempo, uma nova vida, um perdão transformador, libertador. Mas o texto nos indica que não é assim. Todos, patrão, empregado perdoado, companheiro, e companheiros de serviço, permanecem distanciados da compaixão, da misericórdia. Todos permanecem no seu estado próprio do sem perdão. Nem o servo, nem seu companheiro, nem os companheiros, nem o patrão são capazes de perdoar sete vezes setenta vezes. Todos permanecem fora da dinâmica do perdão. O perdão desaparece do horizonte do existir. Houve inicialmente o gesto de perdão do patrão, mas ele mesmo não soube perdoar sete vezes sete vezes. Diante da incapacidade de perdão do perdoado, retira o perdão e o faz escravo, se faz escravo”. A parábola, segundo o arcebispo, “nos coloca a caminho da compaixão, do perdão-perdão, da liberdade sem imposições. No nosso modo de pensar o servo perdoado, deveria também ele ter perdoado o seu companheiro. Seria o mínimo que se poderia esperar ao ser perdoado. Mas o perdão não é o mínimo que se pode esperar de quem vive do perdão, da compaixão, da misericórdia de Deus. O perdão é perdão, é libertação que depois não se retira, quando o outro não tem a desmedida do perdão recebido. Sete vezes sete vezes, não volta atrás, não olha o passado, o futuro, não mede, não soma, não subtrai. Apenas vive da gratuidade do perdão. O perdão que é perdão na desmedida do setenta vezes sete vezes”. Esse modo de viver “Sete vezes setenta vezes”, Dom Leonardo iluminou com as palavras de Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres! Se calares, cala por amor; se falares, fala por amor. Se corrigires, corrige por amor; se perdoares, perdoa por amor… Coloca no fundo do coração essa raiz de amor. Dessa raiz de amor só pode nascer o bem. Dentro do amor, não há erro, não há injustiça, não há ódio. Não há ressentimentos guardados. Dentro do amor só há encontro, perdão e verdade.” O cardeal explicou o significado da palavra perdão, que “é cheia de vida, diz da entrega total, da completude de vida. Perdão, per+donum, um dom levado à perfeição. Per-doar, doar totalmente! O perdão traz aos olhos uma totalidade reconciliada”. Segundo Dom Leonardo, “o Evangelho nos fez ver essa completude: teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. Perdoar é amar-doar-se em plenitude. Perdoar significa amar a ponto de restituir à vida a quem ofendeu. Toda ofensa, em grau menor ou maior, atenta contra a vida. O outro está aí vivo, feliz e, pelo ataque ou agressão, alguém lhe fere e tira o sabor de viver”, algo que complementou com as palavras de João Batista Libânio. “A graça do perdão, não está com o patrão que perdoa, nem com o perdoado, nem com os seus companheiros e o desperdoado. Mas o Pai que está no céu manifesta sempre manifesta para conosco, a grandeza e a nobreza do perdão de todo o coração: setenta vezes, sem limites”, enfatizou o arcebispo. Ele…
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Raimundo Nonato de Oliveira ordenado presbítero da Arquidiocese de Manaus, início de uma “relação de Amor!”

A Catedral de Manaus acolheu neste sábado 16 de setembro, a ordenação presbiteral do diácono Raimundo Nonato de Oliveira pela imposição das mãos, pela oração-consagração e pela unção do cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo local. Tudo isso pela invocação do Espírito Santo sobre ele, a imposição das mãos e a consagração, segundo lembro o arcebispo em sua homilia, lembrando que lhe foi conferido “o ministério, serviço presbítero-sacerdotal”. Comentando a primeira leitura, que narra a vocação de Samuel, o cardeal destacou “o movimento do menino que ainda estava aprendendo a escuta”, ele “vai aprendendo a sintonizar com a voz do Senhor”. Sem ainda saber quem o chamava, “o movimento tem beleza e atração: disponibilidade, prontidão! Disponibilidade, prontidão que o ensinará a escutar e levar à plenitude a sua missão de juiz e profeta”, segundo o arcebispo. Diante das idas e vindas, Dom Leonardo disse que “a inocência matura quando permanece na atenção da escuta”. Um Deus que chama em todos os tempos, “convida a participar de sua vida, do seu Reino. Deus desejoso de que todos participem do seu amor expansivo. Em cada tempo, a cada pessoa, Deus convida e em cada tempo, cada filho e filha vai respondendo “aqui estou”! Muitos modos de participar da vida, da bondade, do amor, muito modos de responder, de viver o chamado, receber a vida e a missão”, enfatizou. Um chamado que ressoou na catedral no “Eis-me aqui! Aqui estou!”, do ordenando, lembrou o arcebispo. Segundo ele, “como o caminho percorrido pelo pequeno Samuel, foi necessário ouvir, escutar, até poder responder, corresponder ao chamado”. Um chamado que tem sua fonte e razão no Evangelho, que destaca o amor e que é Deus que escolhe, destacou o cardeal Steiner. “Um amor expansivo, sem limites, que tudo cria e recria, tudo salva e redime, nada fora do Amor, mesmo quando não correspondência. Como o amor do Pai a cuidar, alimentar, transformar Jesus em salvação, redenção, conforto e esperança, vida nova, assim, amados e desejados, cuidados e confortados, renovados, transformados pelo Filho. Tudo na desmedida de um amor!”, afirmou. Segundo Dom Leonardo, “a vida, a vocação, o ministério, o serviço, nasce dessa fonte inesgotável do amor do Pai e do amor do Filho e do Espírito Santo. A vida, a vocação, o ministério expressão da relação de amor! A vocação, o ministério, visibilização do amor que faz Deus ser Deus e que faz Jesus ser nosso caminho, verdade e vida no seu amor transformativo da Cruz. É no amor do Pai e do Filho e do Espírito que a vocação, a vida e o ministério alcançam a plena realização, a transfiguração. A vocação, a vida e o ministério que deveria ser como o Pai ama e, como Jesus ama, amamos.”. “A possibilidade da resposta vem da benevolência, da bondade”, afirmou o arcebispo, que insistiu em que é “uma escolha, uma vocação que não é nossa, pois recebida, oferecida. Por ser recebida como graça, se faz nossa na escuta, no empenho, na prontidão, na samaritanidade, na disponibilidade. Nossa quando em Cristo se faz serviço, servente! Disponibilidade para ser enviado, como Samuel”. Somos “enviados para um anúncio, para a proclamação do Reino de Deus. Fazer tinir aos ouvidos existenciais a boa Nova, a Boa notícia, a grande novidade: a vida venceu a morte: Reino Novo!”, segundo o presidente da celebração. O cardeal insistiu em que “o ministério presbiteral, sacerdotal, não é um ofício, não é um status, não é poder, nem mesmo serviço. É relação de amor! É continuar a obra amorosa de Deus no meio da humanidade, serviço de visibilização do Reino!” Por isso pediu que “nós padres e diáconos, escutemos a Jesus: ‘Permanecei no meu amor’. Permaneçamos no amor de Jesus! Esse amor magnânimo, inconfundível, gratuito, ardoroso que veio ao encontro: ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi’”. Ele insistiu em que “pudéssemos vislumbrar a fonte, a razão da nossa vocação, vida e ministério. Pudéssemos ser atingidos pela razão de ser da vida e ministério presbiteral, sacerdotal. É amor, irmãos e irmãs, nada mais”. “Escolhido, mas enviado. Escolhido para sair, escolhido para estar a caminho”, enfatizou o arcebispo. Ele disse que “a vocação, a vida, o ministério presbiteral é um movimento contínuo de sair, dar a vida; vida ofertada, oferenda! Escolhido e enviado para frutificar, um fruto duradouro, um fruto atrativo, um fruto oferta-oferenda. Fruto que é para os outros, também para tornar-se Eucaristia, oferta-oferenda. Se escolhido e enviado para amar, nada é nosso, tudo por Cristo, com Cristo e em Cristo!” Lembrando as palavras da segunda leitura, que falava que “a multidão era um só coração e uma só alma”, lema de ordenação do novo presbítero, o cardeal definiu isso como “um bater e pulsar na força e vigor do Reino de Deus. Uma batida, uma percussão de amor que fez Deus ser um de nós como nós em Jesus. Uma só alma, um só sentir, uma só busca, um só servir; sempre sintonizado com Cristo Jesus. Uma alma: generosidade, gratuidade, magnanimidade, jorrar amor. Uma só alma, ao modo, ao jeito de Deus, insaciável na oferta da misericórdia, na vida em plenitude!” Inspirado em palavras da Congregação do Clero, o cardeal afirmou que “pela ordenação, o presbítero faz-se mestre da Palavra, ministro dos sacramentos e guia da comunidade. Em nome de Cristo e em favor da Igreja, exerce esse tríplice múnus, através da mistagogia e da caridade pastoral, levando a comunidade à maturidade da fé, conduzindo-a ao serviço da vida plena”, que leva que “nasça e permaneça a graça de ‘um só coração e uma só alma’”. Dom Leonardo convidou o novo presbítero a “ser um pastor, um presbítero, um discípulo-missionário-servidor, a exemplo de Jesus que propôs ‘quando deres um banquete, convida os pobres, os inválidos, os coxos e os cegos’”. Se dirigindo ao padre Raimundo disse: “exerce teu ministério num cuidado especial com os pobres e marginalizados. Sejas solicito na defensa da vida dos pobres”, lembrando as palavras do Documento de Aparecida e dos Atos dos Apóstolos. Mas também…
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Seminário de Ecoteologia: diálogo ecumênico e interreligioso para o cuidado da casa comum

O cuidado da casa comum é algo que vai além das religiões, que deve buscar a sinergia de valores e propósitos que todos nós temos. O Seminário de Ecoteologia, organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, a REPAM-Brasil, a Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, a Arquidiocese de Manaus e o Regional Norte1 da CNBB, de 13 a 15 de setembro refletiu em sua última jornada sobre questões ecológicas desde o diálogo interreligioso, ecumênico e as cosmovisões ecológicas. Um Seminário que foi espaço de apresentação de pesquisas de académicos abordando a questão da fome e da insegurança alimentar, uma realidade presente na Amazônia, agravada com a pandemia da COVID-19. Junto com isso, questões relacionadas com a crise ambiental e a ética da responsabilidade, apresentada como a ética do futuro, colocando como um dos caminhos o bem viver dos povos indígenas e a necessidade de aprender com eles na relação respeitosa e ética com a natureza em vista de respeitar a vida. Desde a filosofia budista, inspiradora do Instituto Soka, os participantes do Seminário foram chamados a refletir sobre as relações harmônicas entre homem e natureza, mostrando a importância da Carta da Terra. Foram apresentados os valores éticos e princípios que lhes norteiam, destacando o que denominam origem dependente, que leva a entender que tudo está interligado, relacionado com o ambiente em que estamos inseridos, e a unicidade da pessoa e meio ambiente. A filosofia budista fala de três venenos: avareza, ira e estupidez, que chama a transformar em remédio. Igualmente, entender que humanismo é diferente do antropocentrismo, reconhecer o valor do ser humano e seu potencial de transformação em sabedoria, coragem e compaixão. As Religiões de Matriz Africana afirmam que “destruímos quando nos afastamos da nossa ancestralidade”. Nessa tradição religiosa, tudo tem alma, e por isso o cuidado com a terra, o cuidado com as plantas lhes remete a sua ancestralidade maior. Uma tradição religiosa muitas vezes perseguida em Manaus, sendo destacado alguns episódios em que a Igreja católica mostrou seu respeito e apoio. Ao mesmo tempo, foi denunciado os ataques do poder público, de políticos e da polícia em diferentes momentos contra os seguidores dessa tradição religiosa, que insiste em viver em harmonia para deixar um mundo melhor. Desde o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental, inspirado na tradição jesuítica, mostrou dentro das preferências apostólicas universais da Companhia de Jesus, o colaborar no cuidado da casa comum, descrevendo a justiça socioambiental como caminho da companhia de Jesus para propagar a mensagem da Ecologia integral, sendo a Amazônia uma das áreas mais decisivas para manter o equilíbrio da natureza em função da vida. Daí seu chamado a ouvir o grito da mãe-natureza que é clamar pelos mais vulnerabilizados. Desde a tradição evangélica, que contam com a Rede Amazonizar, foi destacado que o ecumenismo é um caminho recente, mesmo que nas famílias existe essa convivência entre diferentes confissões religiosas. No Amazonas é um caminho iniciado em 2018, sendo relatado os passos dados nesse tempo, se somando diferentes igrejas e grupos presentes na Amazônia, destacando que as diferenças das tradições religiosas acabaram se tornando algo que lhes enriquece e engrandece a rede. Ideias complementadas por outras tradições evangélicas e seus diferentes modos relação com o meio ambiente. Não podemos esquecer que a Ecoteologia “é uma discussão que já tem um tempo, mas em termos de aprofundamento ainda é uma coisa muito nova, principalmente no meio da Amazônia, e a realização do IV Encontro de Ecoteologia aqui em Manaus faz toda a diferença”, segundo a professora Elisângela Maciel, coordenadora de extensão, pesquisa e pós-graduação da Faculdade Católica do Amazonas. Um encontro que ajude a “construir uma caminhada que faça pensar a Amazônia no futuro”, no qual “partimos de questões internas”, insistindo nas alternativas “e como nós que moramos e vivemos e lutamos pela Amazônia podemos fazer algo a mais”. A professora disse que o propósito da Faculdade Católica do Amazonas “é implantar em nossos alunos essa semente para ser continuadores de esse processo”, tendo sido vivenciado no último dia que essa “não é uma luta da Igreja católica, como pede o Papa Francisco, uma luta pela casa comum, que diz respeito a cada um de nós, todos nós que cuidamos este Planeta e especialmente neste lugar especial que é a Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seminário de Ecoteologia: Organizar e sistematizar as práticas ecológicas presentes na sociedade

A Ecoteologia e as experiências ecológicas é algo presente de diferentes modos nas comunidades, paróquias e igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Essas experiências foram partilhadas no Seminário de Ecoteologia, que está sendo realizado em Manaus de 13 a 15 de setembro, organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, a REPAM-Brasil, a Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, a Arquidiocese de Manaus e o Regional Norte1 da CNBB. Os participantes do seminário constataram que ainda tem muito a avançar para trabalhar a ecoteologia de forma mais abrangente, de forma mais profunda. As expressões presentes na Liturgia, nos diferentes projetos sociais e muitas outras realidades, demandam uma maior conexão com os saberes locais, com a realidade em que os povos da região vivem e com a própria natureza. O objetivo e lutar pela preservação de uma realidade cada vez mais degradada, que sofre diante da falta de respeito. É uma luta pela preservação dos rios, dos lagos, dos igarapés, um trabalho a ser realizado em parceria, tanto com instituições eclesiais, como junto aos movimentos sociais em defesa das questões ambientais. Uma defesa que não encontra apoio na sociedade nem dentro das próprias comunidades eclesiais, segundo foi relatado pelos participantes do seminário. Diante dessas experiências ecológicas sem uma organização que ajude a sistematizá-las, se faz necessário insistir na formação, em projetos que ajudem a pensar nos povos que habitam na Amazônia, em um trabalho interinstitucional e com participação dos jovens, em valorizar diferentes elementos na evangelização. São elementos que aparecem nos livros apresentados no Seminário de Ecoteologia pelo padre Justino Sarmento Rezende, o Ir. Sebastião Ferrarini e o professor Marcilio de Freitas. Livros que recolhem as vivências dos povos amazônicos, seu conhecimento coletivo, segundo o padre Justino, um indígena que conhece sua cultura e participa das cerimonias e rituais, e que buscou, a pedido dos anciãos de seu povo, que as futuras gerações possam conhecer a espiritualidade e cosmovisão tuyuka. Livros que refletem sobre a formação teológica na Amazônia afirmou o Ir. Ferrarini, que tem que ser encarnada, inculturada no contexto amazônico, e desde uma visão cosmoteándrica. Isso numa Amazônia com um zelo global, que deve levar a quem mora nela a se questionar como tudo isso ecoa nas pessoas. Apresentar vivências pastorais de ecologia integral foi um dos propósitos do Seminário de Ecoteologia no segundo dia. A Paróquia São Francisco de Assis, na zona sul da cidade de Manaus, apresentou iniciativas que surgiram com o Magistério do Papa Francisco, que levou ao cuidado da casa comum e o cuidado da vida. Os trabalhos começaram em 2019, despertando o cuidado das mais de 100 fontes no bairro e assim cuidar do lençol freático, coletando óleos de cozinha usados. No tempo da pandemia foram plantadas árvores lembrando as vítimas da COVID, mudas de plantas medicinais, projetos de reciclagem. Trabalhos e projetos realizados em parceria com diferentes instituições. A Caritas Arquidiocesana de Manaus trabalha em diversos projetos que promovem o cuidado do meio ambiente, o bem viver, e a economia popular solidaria com incidência na preservação ambiental. Projetos que foram apresentados aos participantes do seminário, mostrando como eles melhoram a vida do povo e ajudam no cuidado do meio ambiente. Se faz necessário buscar a positividade das ações que estão sendo realizadas na região amazônica e que ajudam a renovar a realidade, a continuar acreditando e tendo esperança no futuro da Amazônia. Daí a necessidade de sair do seminário com alegria e esperança, inspirados pela Querida Amazônia e pelos documentos do Magistério da Igreja da região e da Igreja universal. Uma Amazônia que está sendo ameaçada por uma economia baseado no capitalismo industrial, voraz; pela política, sustentada em lógicas perversas; pelo capital financeiro; por uma religião que engana o povo com a lógica do sucesso, do individualismo; pela mídia e as redes sociais, que difundem mentiras de modo perverso; pelo consumismo. Diante disso se faz necessário fortalecer a fé em Jesus e viver aquilo que o Papa Francisco chama na Laudato Si de sobriedade feliz. Junto com isso continuar no compromisso que ajude a avançar no caminho da alegria e da esperança. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

VI Assembleia da Rede CLAMOR trabalha a visibilização e prevenção ao tráfico de pessoas

A sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam), sediou a VI Assembleia Geral da Rede CLAMOR, realizada de 12 a 14 de setembro de 2023, em Bogotá. Um encontro inspirado nas palavras do profeta Isaías, também presentes no atual processo sinodal: “Alarga o espaço de tua tenda”. Analisando a realidade e respondendo Uma oportunidade para analisar os novos cenários da realidade migratória na América Latina, identificando seus principais desafios para 2024. Junto com isso, aprofundar os fundamentos doutrinários e a espiritualidade do trabalho pastoral na área da mobilidade humana forçada. Também foi uma oportunidade para avaliar os avanços e as dificuldades das Redes Nacionais CLAMOR e identificar ações para fortalecê-las ou criá-las, conforme o caso. A VI Assembleia da Rede CLAMOR foi um momento para compartilhar as ações e processos realizados desde junho de 2022 e apresentar as diversas ferramentas pastorais desenvolvidas, bem como lançar as bases para o Plano Operacional Anual 2023-2024. Foi um espaço para celebrar o dom da fraternidade e a alegria de caminhar juntos tecendo uma rede. A assembleia começou com um momento de espiritualidade, que deu lugar a uma análise da realidade a partir de diferentes perspectivas, também com a voz dos próprios migrantes, aspectos que foram aprofundados nas oficinas realizadas. Cardeal Ramazzini, novo presidente Durante a assembleia, foi eleita a nova presidência, na qual o Cardeal Álvaro Ramazzini, bispo de Huehuetenango (Guatemala), será o novo presidente. De acordo com o cardeal, “a Rede Clamor nasceu como uma resposta a todos os gritos de tantas pessoas que têm a ver com um problema muito sério, o problema do tráfico de pessoas”. Segundo seu novo presidente, que sucede a Dom Gustavo Rodríguez Vega, Arcebispo de Yucatán (México), recentemente eleito presidente da Cáritas América Latina e Caribe, “na Rede Clamor também temos a missão de conscientizar sobre a realidade da migração que afeta tantos latino-americanos, em toda a América Latina e Caribe”. Fazendo um balanço da assembleia, que considera muito frutífera, o Cardeal Ramazzini destacou a análise da realidade e a revisão do que devem fazer como “rede de organizações que estão envolvidas na questão da migração, do tráfico de pessoas, das pessoas que tiveram que deixar seu país por motivos de perseguição política“. Em suas palavras, o bispo de Huehuetenango enfatizou a necessidade de abordar toda a questão do “tráfico de menores que são usados para a prostituição, a fim de reafirmar uma posição muito clara da Igreja Católica e de todos nós que nos consideramos cristãos diante desses fenômenos que têm a ver com a mobilidade humana”. Necessidade de união de esforços O cardeal guatemalteco insistiu na importância de que “estar juntos nos encoraja a perceber que somente na unidade de esforço e compromisso teremos a força, dada sem dúvida pelo Senhor Jesus, para enfrentar esse problema“. A realidade do tráfico de pessoas “é uma realidade que machuca, que ultraja, que nos envergonha quando sabemos que há pessoas envolvidas que dizem acreditar em nosso Senhor Jesus Cristo, mas para quem o mais importante é ganhar dinheiro, e ganhar dinheiro às custas do sofrimento de muitas mulheres”. O cardeal enfatizou que “o tráfico humano agora não se trata apenas de mulheres, mas também do tráfico de crianças que são usadas para satisfazer as perversões sexuais de pessoas que pensam que, com seu dinheiro, podem fazer o que quiserem”. Por essa razão, ele enfatizou que “é uma realidade que não pode passar despercebida por aqueles que querem ter uma consciência cristã sensível“. Por isso, denunciou que “em nível das comunidades de fiéis católicos, essas questões são mencionadas, mas não encontramos nenhuma receptividade por parte dos fiéis, parece que eles têm medo, parece que querem fazer a coisa do avestruz, colocar a cabeça na areia para não perceber os problemas que existem”. Daí a importância de um encontro que “encorajou aqueles de nós que participaram a não perder esse ímpeto de luta, de esforço, que inclui a conscientização de todas as pessoas com as quais nos relacionamos em nossas comunidades”. Ele espera que “as conclusões sejam recebidas de forma muito favorável em termos de conscientização sobre esse problema”. Criação da Comissão sobre Tráfico de Pessoas Na mesma linha do novo presidente, Irmã Rose Bertoldo enfatiza que foi “uma assembleia de estudo sobre a realidade e também tomar mais consciência dessa realidade da migração forçada no continente e poder perceber essa realidade do tráfico de pessoas em suas diversas modalidades, que infelizmente tem crescido muito nas diversas regiões do continente”. Irmã Rose Bertoldo destaca a criação da Comissão sobre Tráfico Humano, da qual foi eleita coordenadora. Uma realidade que até agora “não era prioridade dentro da Rede Clamor”, insistiu. Segundo ela, que conhece profundamente essa problemática pelo seu trabalho na Rede um Grito pela Vida, “isso contribuirá muito para fortalecer as redes que que já trabalham no enfrentamento ao tráfico de pessoas, as redes da América Latina e do Caribe. Também fazer com que o tema, a pauta do tráfico de pessoas seja uma prioridade no trabalho de atenção a migrantes e refugiados, o que até então não era muito priorizado”. A partir do estudo do documento que foi elaborado para esta assembleia, a religiosa afirmou que “foi trazido muito presente esse grande clamor da necessidade de trabalhar a visibilização do tráfico de pessoas, como também se fazer a partir das casas de migrantes, dos lugares onde se acolhem migrantes, e de outros espaços esse trabalho de prevenção ao tráfico de pessoas, uma vez que muitos dos migrantes acabam sendo vítimas do tráfico de pessoas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Refletir sobre o cuidado com o meio ambiente, uma necessidade inadiável

O cuidado do meio ambiente, da casa comum, que nos fala o Papa Francisco é um desafio inadiável. Estamos vivendo o Tempo da Criação, um momento em que somos chamados pelo Papa Francisco a que “como seguidores de Cristo no nosso caminho sinodal comum, vivamos, trabalhemos e rezemos para que a nossa casa comum seja novamente repleta de vida.” A Igreja do nosso Regional está refletindo no Seminário de Ecoteologia que acontece de 13 a 15 de setembro, sobre o meio ambiente, e assim ajudar os estudantes de Teologia, que devem ter um papel importante nas comunidades amazônicas no futuro, mas também a lideranças comunitárias e agentes de pastoral, a entender a necessidade de aprofundar no conhecimento de tudo aquilo que faz referência ao cuidado da Criação, um elemento fundamental para garantir a vida na região, mas também no Planeta. A falta de cuidado com o meio ambiente é uma atitude presente em muitas pessoas. Manaus é um claro exemplo disso, que se concretiza no acúmulo de lixo nas ruas, na poluição dos rios e igarapés, que deixaram de ser fonte de vida para se tornar foco de doenças, nas queimadas e deflorestação e em tantos atentados com os quais nos deparamos na vida do dia a dia em nossa Amazônia. Como homens e mulheres de fé, qual é nossa atitude diante da Criação? Até que ponto nós assumimos o chamado que o Papa Francisco nos faz a ter a ecologia integral como elemento norteador em nossa vida de fé? Qual nossa atitude como batizados, mas também como comunidade cristã, como Igreja, diante da crise ecológica que está vivendo a Amazônia e o Planeta? Ficar de braços cruzados, se fazer os desentendidos nunca pode ser o caminho a seguir. O cuidado do Planeta exige um compromisso sério de parte da sociedade, ainda mais daqueles que dizemos acreditar no Deus Criador, fonte de vida para toda a humanidade. Nosso silencio, nossa apatia, contribui para que a situação piore e o Planeta e aqueles que o habitam, especialmente os mais pobres, sofram cada dia mais. Somos chamados a pensar, a sentir a necessidade de aprender a cuidar, especialmente com os povos indígenas, mestres em ecologia integral. Suas cosmovisões e espiritualidades, sustentadas no cuidado, nos ajudam a dar passos diante desse chamado, que nascido da fé no Deus Criador, tem que nos levar a entender que a vida tem que ser sempre preservada, uma vida que se faz presente não só na espécie humana, mas em tudo aquilo que faz parte da Criação. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Seminário de Ecoteologia: “Uma reflexão teológica a partir da vida, do chão, dos rios, das matas”

O Centro de Treinamento de Lideranças da Arquidiocese de Manaus (Maromba) acolheu na noite da quarta-feira 13 de setembro a abertura do Seminário de Ecoteologia, organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), a Arquidiocese de Manaus, a Comissão Episcopal para a Amazônia e o Regional Norte1. Um momento para “aprofundar a questão da ecologia ligada à evangelização”, segundo dom Leonardo Steiner, que insistiu no “desejo de deixarmos tomar pelo Mistério presente em toda a Criação do qual fazemos parte, de tentarmos deixarmos inspirar para ver a presença do Verbo de Deus, ver nas criaturas o mesmo pertencimento que nós temos”. Segundo o arcebispo de Manaus, “deixarmo-nos tomar pela questão ecológica é muito exigente, deixarmo-nos inspirar por aquilo que não são objetos, são cintilações do amor de Deus, e fazer com que tudo isso esteja presente em nossa evangelização, não como ações pontuais, mas que se tornem elemento transversal na nossa evangelização”. O cardeal Steiner destacou que “depois de Laudato Si a questão ecológica não pode estar mais ausente das nossas reflexões teológicas, mas também não pode estar ausente da nossa ação evangelizadora”. Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara e secretário da REPAM-Brasil mostrou a alegria de poder celebrar na Amazônia este Seminário. O bispo fez um chamado a que “continuemos crescendo nessa vontade de conhecer mais e melhor essa questão da ecoteologia”, destacando que esse é um assunto do dia a dia na Amazônia, que deve fazer parte de todas as dimensões da Igreja na Amazônia. Ele refletiu sobre o desafio de levar para a base a ecoteologia, na liturgia, catequese, pastorais e movimentos. Também fez um chamado a juntar forças nesse caminho de fazer a defesa da casa comum, a preservar a Amazônia porque dela depende a sobrevivência da humanidade. O diretor da Faculdade Católica do Amazonas, padre Hudson Ribeiro, destacou a importância de um encontro que faz possível “produzir ecoteologia e ecoespiritualidade a partir da sororidade, do bem viver, da escuta, dos diálogos, de tantos desafios socioambientais”, denunciando a violência, destruição e morte contra o bioma e os povos amazônicos. Diante disso, ele fez um chamado à “esperança no Ressuscitado que está no meio de nós e que caminha conosco, e que é sinal de resiliência, expressão de resistência, mas também testemunho martirial, de valorização e reconhecimento dos saberes e da espiritualidade dos povos amazônicos, e sobretudo de fé no meio da vida, do Deus que nos convoca a defender essa vida e a promovê-la em todas as circunstâncias”. Lembrando as palavras do Papa Paulo VI: “Cristo aponta para a Amazônia”, a Ir. Maria Irene Lopes afirmou que “hoje direcionamos nossos olhares, nossas mentes e corações para Manaus”. Isso diante do início de um momento de reflexão, discussões e debate, “que nos leva a olhar para a Teologia com uma perspectiva um tanto diferente”, segundo a secretária executiva da REPAM-Brasil. A religiosa afirmou ser uma convocatória a “uma reflexão teológica a partir da vida, do chão, dos rios, das matas, das florestas, do nosso povo, de cada um de nós”. Reflexionando sobre a Cidadania Ecológica: Ecoteologia e Ecopolítica, foram apresentadas experiências de práticas ecológicas indígenas, ameaçados pela perda de cultura e outras realidades. Também foi abordada a necessidade de ter consciência ecológica, de uma conversão para a ecologia, a partir da própria experiência, segundo insistiu o Ir. Afonso Murad. Com relação à Ecopolítica, a professora Iraildes Caldas Torres afirmou que diz respeito a questões socioambientais e aos conflitos ecológicos, éticos e económicos. A professora da Universidade Federal do Amazonas definiu essa ciência como o “estudo das relações políticas referentes à proteção do planeta, seu ambiente natural, os ecossistemas e seus recursos”, ressaltando que “o objeto não é o meio ambiente e sim as relações políticas sobre o meio ambiente”. A professora falou de quatro argumentos no contexto das negociações climáticas: a ciência não deve ditar as escolhas políticas; é preciso buscar saídas negociadas; não adianta soluções perfeitas, ideais, mas que não são aceitas pelos países; equidade econômica e social, levar em conta os direitos dos estados e dos indivíduos. Ela defendeu que “é preciso ter uma política de controle da espécie humana”, destacando o papel fundamental da Igreja na organização e formação das comunidades do interior da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seminário de Ecoteologia, “um casamento feliz da fé cristã com a Ecologia”

Organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), a Arquidiocese de Manaus, a Comissão Episcopal para a Amazônia e o Regional Norte1, acontece no Centro de Treinamento de Lideranças da Arquidiocese de Manaus (Maromba), de 13 a 15 de setembro de 2023, o Seminário de Ecoteologia. Um encontro que começou refletindo sobre “Ecoteologia, Experiências e Práticas Ecológicas da Vida Pastoral: diagnóstico e aprofundamento”. Na Igreja católica, “vai crescendo a percepção da necessidade de refletir teologicamente sobre o meio ambiente e de incluir em nossa evangelização o meio ambiente”, segundo o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1. Ele destacou que “a importância está em tentarmos refletir teologicamente a questão do meio ambiente”. O arcebispo insistiu em que “a ecologia pode ser um discurso ético, de cuidado, mas também pode ser um discurso sistémico, de equilíbrio da terra”. Dom Leonardo recordou a visão que surgiu na Idade Média de todos os seres como um bem que se difunde, fazendo um chamado a resgatar o logos presente em todas as criaturas, as sementes do Verbo em todas as criaturas. Segundo o cardeal, temos muito a aprender com os povos originários e de seu modo de convivência. Se faz necessário entender o logos como relação com as criaturas, o que deve levar a pensar na relação que se estabelece entre nós e com as criaturas. O cardeal franciscano lembrou que o Cântico das Criaturas de São Francisco surgiu depois de uma noite de crise em que depois de reconhecer a presença misericordiosa de Deus descobre que todo está interligado. Nessa perspectiva, o presidente do Regional Norte1 destacou que o logos pede de nós em primeiro lugar uma admiração, afirmando que se o discurso teológico parte de uma admiração traz outra perspectiva. É por isso que não podemos ter medo de fazer uma outra reflexão a partir do pensamento do Papa Francisco. A Ecoteologia é vista pelo Ir. Afonso Murad como “um casamento feliz da fé cristã com a ecologia”. O religioso Marista, um dos maiores especialistas nesse campo teológico no Brasil, insistiu na necessidade de uma interação com a natureza, um aspecto relevante numa sociedade cada vez mais urbana, onde se fazem presentes aqueles que ele denominou “analfabetos ecológicos”. Murad falou dos três igarapés da Ecologia: Ciência, um novo modo de ver o mundo (paradigma), e práticas de cuidado com a casa comum, afirmando que a ecoteologia está ligada à questão das políticas públicas. Segundo o religioso Marista, a Teologia é o “exercício de pensar, refletir sobre a nossa fé e tudo o que está ligada com ela, e pensar sobre a nossa vida com a luz da fé”. Ele estabeleceu três degraus da Teologia: Teologia do dia a dia, iniciação à teologia ou teologia na pastoral, teologia acadêmica. Murad insistiu em usar uma linguagem que as pessoas entendem, incentivar a formação do laicato, e mostrou o desafio constante de uma comunicação entre as três, uma aprender da outra. “Nós povos indígenas temos muito a contribuir com essa reflexão, cada um desde os conhecimentos de seu povo”, afirmou o padre Justino Sarmento Rezende, salesiano do povo tuyuka. Segundo o doutor em antropologia, “ser sacerdote, religioso, nos leva para muito longe e não permite voltar às nossas origens. É importante retornar, voltar com outro olhar que a vida religiosa, sacerdotal proporcionou para você”. Partindo da concepção xamânica do mundo, própria dos povos originários, ele apresentou a cosmovisão dos povos do Alto Rio Negro, região onde o salesiano nasceu, que diz que o mundo está organizado em três níveis: Bupoamahsã (gente trovão), mahsã (pessoas) – yukumasã (gente floresta), e waimahsã (gente peixe). O padre Justino insistiu na ligação entre a vida dos povos indígenas e a vida cósmica. Ele fez um chamado a “amazonizar nossa cabeça”, lembrando as palavras do Papa Francisco durante o Sínodo para a Amazônia, fazendo ver aos povos da Amazônia que “precisam visibilizar o que vocês fazem lá”. É por isso que o salesiano indígena convidou a mergulhar na espiritualidade dos povos indígenas. Analisando as cosmovisões indígenas, ele falou do conceito de caminhos, em diferentes níveis, mas todos interligados, e da cosmovivência dos povos amazônicos como elemento que vai contribuir para a reflexão da Ecoteologia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

50ª Assembleia Regional Norte1: Continuar “o desejo de caminhar juntos, em sinodalidade”

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se prepara para um momento histórico, sua 50ª Assembleia Regional, que será realizada na Maromba de Manaus de 18 a 21 de setembro de 2023. Um momento para fazer memória de uma caminhada que começou em 1952, no primeiro encontro dos prelados da Amazônia, quando ressoou um desafio: “Trabalhemos juntos, se não cairemos no isolamento”. Segundo afirma o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, “o Caminho tomado desde seu início foi estreitar a colegialidade episcopal e caminhar juntos com religiosos, religiosas, agentes de pastoral, para encontrar caminhos para a evangelização desta vasta região da Amazônia”. Dom Leonardo insiste em que “o desejo de caminhar juntos, em sinodalidade, foi a marca que moldou uma Igreja povo de Deus”. Assim, em 1967 aconteceu a primeira assembleia do Regional Norte1, consolidando o processo iniciado em 1966. Uma caminhada que agora é celebrada fazendo memória da presença da Igreja que se encarnou e alarga sua tenda na Amazônia numa caminhada sinodal e profética alimentando sonhos e esperanças. Ao longo dos quatro dias de assembleia serão lembrados aqueles e aquelas que deram a vida pela igreja na Amazônia, sendo um momento para rememorar, celebrar e esperançar. Mas também será oportunidade para reafirmar as diretrizes da ação evangelizadora do Regional Norte 1, socializando os encaminhamentos nas Igrejas Locais e fortalecendo as propostas encaminhadas em âmbito regional. Uma assembleia que quer retomar a profecia como horizonte de atuação eclesial a partir das forças das comunidades com rosto amazônico comprometidas com o cuidado da casa comum.~ A assembleia será iniciada com uma grande celebração eucarística, uma missa amazônica, presidida pelo presidente do Regional, o cardeal Steiner, aberta à participação das paróquias e comunidades da Arquidiocese de Manaus e das outras igrejas do Regional, onde todos são convidados a participar. Ao longo da 50ª Assembleia Regional será apresentado o relatório da presidência, haverá uma coletiva de imprensa, será realizado um resgate histórico e conjuntural do caminho da Igreja da Amazônia anterior as Assembleias Regionais. Junto com isso, uma memória dos 50 anos de Assembleias do Regional, mostrando aspectos significativos, estacas que foram sendo colocadas no caminho, sendo destacados alguns elementos como o CENESC, a caminhada da Conferência dos Religiosos do Brasil ou a Faculdade Católica do Amazonas, resgatando igualmente as lideranças religiosas e leigas, as lutas e causas abraçadas ao longo dos anos. Cada uma das nove igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1 apresentarão o desdobramento das diretrizes em cada diocese e prelazia, sendo indicado como as diretrizes do regional tem iluminado a construção dos planos diocesanos, as atividades realizadas, as propostas encaminhadas, os passos previstos e as luzes para novas iniciativas. Um trabalho que também será feito de modo similar pelas pastorais e organismos em nível regional. Finalmente serão apresentadas as luzes (inspirações) para a caminhada a partir da memória e os passos para continuar concretizando as diretrizes. Serão dadas algumas comunicações e será apresentado os passos que estão sendo dados para o Congresso Missionário Nacional, que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023. Ao finalizar a 50ª Assembleia Regional será inaugurada a torre da Rádio Rio Mar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1