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Toda vocação nasce do Batismo, mesmo se concretizando de diferentes modos

Escutar sempre é um desafio, ainda maior quando aquele que nos fala é o próprio Deus. Ele sempre chama, e nos desafia a responder como batizados e batizadas, de diferentes modos, mas a responder sempre. Diante disso temos que nos questionarmos se estamos dispostos a responder e se essa resposta concorda com aquilo que Deus espera de nós. Acabamos de iniciar o Mês Vocacional no Brasil, que nos faz descobrir que todas as vocações são igualmente importantes na vida da Igreja. Cada domingo somos chamados a refletir sobre o que significa ser padre, ser pai, ser religioso ou religiosa, ser catequista, assumir os diferentes ministérios que fazem parte da vida eclesial como concretização do nosso Batismo. Toda vocação tem o Batismo como ponto de partida e fundamento. Antes de tudo somos batizados e batizadas, e depois seremos aquilo que concretiza o chamado de Deus. O Batismo nos abre a escutar o chamado de Deus. O Papa Bento XVI, diante da pergunta sobre qual tinha sido o dia mais importante em sua vida, não duvidou em responder que foi o dia de seu Batismo. O Mês Vocacional, ainda mais neste ano em que no Brasil está sendo realizado o Terceiro Ano Vocacional, tem que nos levar a entender que a vocação é um chamado de Deus em função da missão. Nossa vocação se faz vida quando assumimos a missão que Deus através da Igreja nos confia. Independentemente de qual é o modo de concretizar essa vocação, não há vocação mais importante ou que tenha mais “privilégios” na vida da Igreja. No final das contas a vocação tem que ser serviço a Deus e a seu povo. A missão de todos e todas na Igreja é anunciar o Evangelho, fazer com que as pessoas se encantem com as coisas de Deus. Na medida em que fazemos com que as diferentes vocações se tornem compromisso concreto de evangelização, vamos fazendo com que essas pessoas aprofundem nesse encantamento pelo Reino de Deus. O que falta em nossa vida para ter a coragem de responder ao chamado de Deus? Como ajudar a entender que responder e assumir as consequências de nossa resposta faz com que nossa vida tenha mais sentido? Como viver com alegria nossa vocação e assim mostrar que responder ao chamado de Deus vale a pena e nos faz avançar no caminho da felicidade? Em uma Igreja sinodal, falar de vocação é descobrir que somos chamados a caminhar juntos, a entender que as diferentes vocações não nos distanciam daqueles que responderam de um outro modo e sim nos enriquece com a diversidade que se faz presente em cada um desses chamados. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

O MEC aprova o Curso de Bacharelado em Teologia da Faculdade Católica do Amazonas

A Faculdade Católica do Amazonas comunicou neste 31 de julho a aprovação de seu Curso de Bacharelado em Teologia com o conceito máximo do Ministério da Educação (MEC). “Este é um sinal de luz de que Deus está conosco em terras amazônicas”, segundo o padre Hudson Ribeiro, Diretor Geral da Faculdade Católica do Amazonas. A Exortação Pós-sinodal Querida Amazônia diz que “é oportuno rever a fundo a estrutura e o conteúdo tanto da formação inicial como da formação permanente dos presbíteros, de modo que adquiram as atitudes e capacidades necessárias para dialogar com as culturas amazónicas. Esta formação deve ser eminentemente pastoral e favorecer o crescimento da misericórdia sacerdotal”. A Faculdade Católica do Amazonas é uma mostra de uma Igreja compromissada com o ensino superior de qualidade, formando teólogos no chão da Amazônia, em suas terras e águas, a serviço da vida! Segundo o padre Hudson Ribeiro, “a Faculdade Católica do Amazonas é parte constituinte de toda uma história de 51 anos de presença e preocupação que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Igreja presente nesse território amazônico, tem se preocupado com a formação das leigas, leigos, futuros presbíteros, presbíteros, missionários e missionárias”. A aprovação é o final de um processo de solicitação de credenciamento da Faculdade Católica e de autorização do Curso de Teologia para que “os estudantes pudessem ter um diploma reconhecido pelo MEC, mas ao mesmo tempo continuar com a qualidade do ensino da Teologia aqui em terras amazônicas”, insistiu o Diretor Geral da Faculdade Católica do Amazonas. O padre Hudson destacou que qgora a Faculdade Católica do Amazonas está apta a abrir vestibular para o Bacharelado em Teologia autorizado pelo MEC. Os responsáveis pela Faculdade mostram sua gratidão a “todas e todos que rezaram por nós, contribuíram e vêm contribuindo com essa bonita caminhada”. Igualmente manifestaram sua gratidão especial à Faculdade FAMETRO por todo apoio nessa importante etapa. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

XVIII Assembleia de Pastoral na Prelazia de Tefé: Caminhos para uma Igreja de Comunhão, Participação e Missão

A Prelazia de Tefé realizou de 26 a 30 de julho a XVIII Assembleia de Pastoral, que reuniu lideranças, presbíteros, diáconos, representantes da Vida Religiosa das comunidades das 14 paróquias e das duas áreas missionárias. A assembleia contou com a assessoria do padre Raimundo Vanthuy, da diocese de Roraima, e buscou refletir e definir os caminhos a seguir como Prelazia, concretizados em prioridades de ação. Na assembleia também se fez presente Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, que fez a análise de conjuntura Eclesial e Social. A mística dos rios foi a metodologia seguida, fazendo memória do navegar ao longo do processo histórico que a Igreja local fez para chegar até aqui. Nessa perspectiva, o padre Vanthuy trouxe luzes para uma reflexão a partir do documento preparatório da assembleia, que recolheu o ecoar das vozes do povo das comunidades, iluminados pelos documentos: Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, documento dos 50 anos de Santarém, os documentos do Sínodo para a Amazônia e as Diretrizes do Regional Norte1. Dom José Altevir da Silva, bispo da Prelazia de Tefé, destacou em sua fala de encerramento que “é tempo de despertar!  Acreditar em novos caminhos para uma Igreja de Comunhão, Participação e Missão“, e disse ainda que “a esperança e a confiança, são as primeiras atitudes que devem marcar a nossa como Igreja”. O bispo insistiu na grande importância da assembleia para a caminhada da Igreja na Prelazia de Tefé. Na carta compromisso final, foi relatado que a assembleia “foi inspirada por este tempo de graça, que é o Sínodo sobre a Sinodalidade”, insistindo em que “neste espírito fomos descobrindo novos caminhos para a Evangelização da Prelazia, uma Igreja de comunhão, participação e missão”. Os participantes da Assembleia dizem querer continuar a missão da Prelazia, mostrando que a Prelazia manteve, “mesmo frente aos limites da distância e do isolamento, o processo de reunir o Povo de Deus em assembleia, para planejar a caminhada pastoral da nossa Prelazia e manter o compromisso de defender a vida dos nossos Povos”. A carta fez um chamado a não perder de vista “a ação livre e santificadora do Espírito Santo, que sopra sobre a nossa Prelazia seus dons e frutos, para a realização da vontade de Deus através dos novos caminhos que vamos trilhar para a Evangelização em nossos rios e cidades, escolhidos e definidos nesta XVIII Assembleia de Pastoral”. Os caminhos definidos para o futuro são: da missão, da comunidade, da formação, da profecia e defesa da vida e o caminho vocacional. Caminhos que serão concretizados em indicações que levem a Prelazia de Tefé a descobrir que sua vida é missão na e para Amazônia, de ser enviados a testemunhar o Evangelho como discípulos/as, caminhando juntos, no dom da partilha; ser Comunidade de Comunidades, uma Igreja em Conversão, em Saída; Discípula da Palavra, formadora de discípulos missionários, Casa da Vida Cristã, Testemunha do Reino; Defensora da Vida e dos Povos da Amazônia, Igreja profética, testemunha da Caridade, Servidora dos Pobres e vulneráveis, Escola da Ecologia Integral; Comunidade dos chamados aos ministérios, Igreja que desperta, cultiva e acompanha a cultura vocacional. A assembleia fez propostas de linhas de ação para concretizar a missionariedade, o trabalho com as juventudes, a sustentabilidade financeira, a conversão pastoral que leve a incentivar a vida em comunidade, a iniciação à Vida Cristã, a ministerialidade, a formação, a defesa dos povos da Amazônia, dos migrantes, da ecologia integral e a casa comum, a caridade criativa e organizada, a cultura vocacional. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1, com informações da PasCom Prelazia de Tefé

Dom Ionilton renova seu compromisso de servir no 6º ano na Prelazia de Itacoatiara

No dia em que Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira completou seis anos como bispo da Prelazia de Itacoatiara, ele lançou uma mensagem onde louva e bendize a Deus “por me ter dado, através do Papa Francisco, esta oportunidade de viver e buscar servir a esta parcela do Povo de Deus que está aqui na Prelazia de Itacoatiara”, agradecendo a sua família, sua congregação religiosa, a CNBB e o Regional Norte1. Dom Ionilton diz querer renovar seu compromisso de “querer estar no meio de vocês como aquele que serve”, pedindo perdão pelos erros cometido em seu ministério episcopal. O bispo agradece aos leigos e leigas, aos ministros ordenados e à Vida Religiosa, lembrando as palavras proferidas na celebração de acolhida no dia 30 de julho de 2017, quando o bispo fez um chamado a caminhar juntos e trabalhar em comunhão e mostrou sua disposição a ajudar a Prelazia. Finalmente, após confiar seu ministério à Igreja, o bispo pediu a oração “para que a vontade de Deus se cumpra, a través da vontade da Igreja, através da decisão do Papa”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “O amor nos faz descobrir que o outro é um tesouro”

“O que nos encanta no texto proclamado é o anúncio da descoberta e na descoberta a alegria que brota de um encontro. Um encontro que suscita a alegria. Uma alegria que abre novos horizontes, toma conta da existência, dá sentido novo, desperta o prazer de viver”, afirmou o cardeal Leonardo Steiner comentando o Evangelho do 17º Domingo do Tempo Comum, que “nos apresenta a conclusão do capítulo dedicado às parábolas do Reino de Deus”. O arcebispo de Manaus falou do “tesouro escondido no campo. Escondido à espera de que alguém que o encontre, o descubra. Ali estava para poder manifestar-se. O tesouro que antecede a qualquer procura. Uma manifestação límpida de alguém que é encontrado pelo tesouro. Sentindo-se encontrado pelo tesouro, o homem guarda no recolhimento de seu coração, vai e desfaz de tudo o que tem para permanecer junto ao tesouro, agora razão de seu viver. A alegria transformativa faz deixar tudo para não perder o tesouro de sua vida. O tesouro é vida, o seu habitar, o seu habitat”. Dom Leonardo vê o tesouro como “uma preciosidade, um valor inestimável, algo inimaginável. Os tesouros escondidos que surpreendem, que encantam, que despertam a alegria, a razão de existir”. Segundo o cardeal, “quando uma pessoa encontra um tesouro, a riqueza mais preciosa, o fim último do próprio existir, o valor fundamental pelo qual renuncia a tudo o que possui, se dispõe a entregar tudo, para permanecer na proximidade do tesouro. É o fascínio, a atração, o encanto, que o tesouro desperta, quando encontrado! Sem possuir o tesouro, mas ser por ele possuída. A descoberta do tesouro inestimável, o Reino de Deus!”. Continuando com o comentário do relato do Evangelho, o arcebispo disse que “o Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas e ao encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela perola”. Citando a São Gregório Magno, afirmou que “a pérola de grande preço achada pelo mercador, nada tem valor, e a alma abandona tudo o que tinha adquirido, desfaz se de tudo o que vinha carregando sobre os ombros e considera sem sentido tudo o que lhe parecia belo na terra, porque somente o resplendor daquela pérola preciosa, brilha aos olhos da sua alma”. Segundo Dom Leonardo Steiner, “se o tesouro foi manifestação, surpresa, admiração, a pérola é procura. O comprador a procura, por que despertado para um desejo nobre, atraente: a beleza! A atração, a busca que a beleza da pérola suscita leva à descoberta. E ao ser encontrado pela pérola preciosa, a pessoa é tomada pela mesma alegria e disponibilidade do homem do campo, mas revestido de beleza. Tudo perde o seu valor no encontro, no ser encontrado pela pérola”. O cardeal insistiu que “o tesouro extraordinário, a pérola preciosa, é a pessoa de Jesus e seu Reino”.  Por isso, “quem encontra o tesouro, a pérola de grande valor, descobre aspirações mais altas e profundas: alegria e a beleza do Reino anunciado por Jesus. Permanece fascinada, atraída, pela bondade, a verdade e a beleza do tesouro, da pérola”. “Jesus, nosso tesouro, pois deu sua vida, ofereceu tudo, sem nada ficou, tudo entregou ao Pai na gratuidade da doação”, afirmou o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Segundo o arcebispo, “a deu para que pudéssemos descobrir o tesouro da nossa vida, a razão de viver. Jesus nos ofereceu o Reino de paz, de amor, de fraternidade, de serviço, de reconciliação. Um tesouro precioso, inestimável, admirável que recebemos e que deveríamos descobrir cada dia mais. Nós seguidoras e seguidores de Jesus somos, antes de mais, aqueles que encontraram algo de único, de fundamental, de decisivo, de inspirador, de transformador: o Reino”. Dom Leonardo lembro as palavras do Papa Francisco em que lembra das pessoas que “lendo o Evangelho com o coração aberto, foram literalmente conquistados por Jesus, e converteram-se a Ele”, colocando o exemplo de são Francisco de Assis. Segundo o cardeal, citando o Papa Francisco, “o Evangelho leva-nos a conhecer o Jesus verdadeiro, faz-nos conhecer o Jesus vivo; fala-nos ao coração e muda a nossa vida. E então, sim, deixamos tudo. Podemos mudar de vida concretamente, ou então continuar a fazer aquilo que fazíamos antes, mas nós somos outra pessoa, renascemos: encontramos aquilo que dá sentido, sabor e luz a tudo, inclusive às dificuldades, aos sofrimentos e até à morte”. O arcebispo também lembrou as palavras de Santo Agostinho comentando o Evangelho de São João, onde diz que “cada um é atraído pelo seu prazer. E, do prazer como horizonte, nasce o desejo. O prazer, a realização, a dinâmica transformativa da vida que desperta o desejo que leva à alegria. O encontro do tesouro e a procura da pérola é, portanto, fonte de alegria: ‘Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens’. O prazer de um pertencimento realizador, iluminador! O prazer de encontrar o tesouro que satisfaz e realiza a nossa vida, ilumina nossos dias”. “Não somos convidados ao ensimesmamento, à tristeza, ao lamento, à frustração. Somos atraídos à realização, à plenificação, à frutuosidade, à profundidade e altura de vida. Somos atraídos a viver do amor e no amor. O amor é realizador, alentador, sonhador, gerador. O amor nos faz descobrir que o outro é um tesouro. Trata-se de deixarmo-nos atrair por nosso desejo mais profundo, mais prazeroso, o desejo de viver, e viver para sempre no amor, amando os mais necessitados”, insistiu o cardeal Steiner. Na primeira leitura, ele destacou que “Salomão pediu pouco, quase nada, mas tudo que necessitava para conduzir o Povo de Deus: a sabedoria”, o que define como “pérola de grande valor”. Ele fez ver que Salomão procura “a sabedoria para praticar a justiça, uma pérola atrativa, encantadora, pois possibilidade de conduzir com justiça e sabedoria o povo! A justiça onde tudo está ajustado, onde a equidade impera, onde as relações não são imposição, mas expressão de um cuidado. A pérola maior e mais preciosa para que o reino continuasse a ser o reino do Povo de Deus”.…
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Diocese de Coari inaugura nova sede da Cúria, “para evangelizar, colaborar na construção do Reino de Deus”

A Diocese de Coari inaugurou no dia 26 de julho, Festa de Sant´Ana, padroeira da diocese, a nova sede da Cúria diocesana. Dom Marcos Piatek, bispo diocesano, realizou a benção do prédio que acolherá as novas dependências da Cúria. O bispo lembrou que segundo o Direito Canônico, que recolhe a legislação da Igreja, “a Cúria diocesana consta dos organismos e pessoas que ajudam o Bispo no governo de toda a diocese, principalmente na direção da ação pastoral, no cuidado da administração da diocese e no exercício do poder judiciário”. Por isso, ressaltou dom Marcos, a Cúria diocesana é a sede pastoral, administrativa e judicial da diocese. “Jesus não mandou construir as cúrias, mas nos enviou para a evangelização”, segundo o bispo de Coari, que lembrou as palavras do Evangelho: “Ide pelo mundo inteiro e pregai a Boa Nova a toda   a criatura… Vocês serão as minhas testemunhas até os confins do mundo… Eis que estarei com vocês até fim dos tempos”. Ele insistiu em que “para evangelizar precisamos das pessoas, dos espaços, de uma certa infraestrutura. A Cúria deve servir para evangelizar, colaborar na construção do Reino de Deus e participar na construção de uma sociedade mais humana, justa e fraterna”. A benção e inauguração da nova sede da Cúria diocesana acontece no ano em que é comemorado o 10º aniversário da criação da Diocese de Coari pelo Papa Francisco. Segundo o bispo, “recebemos a graça de terminar e benzer a nova Cúria cuja construção durou mais de dois anos”. A nova Cúria conta com uma bonita capela, com a secretaria, com as salas para as pastorais, com as salas para o tribunal eclesiástico, com o espaço para o museu diocesano de arte sacra, de uma valiosa biblioteca diocesana, uma copa, etc. Dom Marcos Piatek destacou que a internet é fornecida pela moderna tecnologia Start Link. Ele disse: “queremos agradecer, em primeiro lugar a Deus, pela sua constante benção até o fim da construção. Nossa gratidão vai ao nosso clero e a todos aqueles que rezaram e colaboraram na construção. Aos trabalhadores agradecemos o seu suor e zelo. Deus lhes pague e abençoe! Nossa gratidão aos nossos colaboradores e benfeitores!”. Finalmente, o bispo diocesano pediu a intercessão da Gloriosa Sant’Ana, padroeira da diocese de Coari. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Tráfico de Pessoas, uma realidade bem próxima de nós

No próximo domingo 30 de julho é o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, uma data instituída em 2013 na Assembleia Geral das Nações Unidas para conscientizar e promover direitos para as vítimas. O Tráfico de Pessoas existe na Amazônia e precisa ser enfrentado, atinge pessoas concretas, bem mais próximas da gente do que a gente pensa. Aqueles que sofrem graves violações em seus direitos precisam ser acompanhados, defendidos, exigindo que seus direitos sejam respeitados, que eles possam ter uma vida digna. E isso depende de todos nós, de cada um de nós, depende de mim, mas também depende de você. Dom Evaristo Spengler, bispo da diocese de Roraima e presidente da Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou que “a mentalidade mercantilista e escravocrata ainda persiste em nossa sociedade e precisamos tomar consciência deste grave problema que é invisibilizado até mesmo em nossa igreja. Muitas vezes as pessoas perguntam: ‘será que ainda existe tráfico de pessoas?’ Esta comissão reafirma que o Tráfico de Pessoas existe e precisa ser enfrentado”. Ele fez um chamado a contribuir para combater esse crime, e um dos primeiros passos é debater a temática nos grupos organizados das comunidades, igrejas e coletivos. Ontem, quarta-feira 26 de julho de 2023, Vatican News recolheu as declarações de Dom Edson Damian, bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira. Ele relatou o caso de adolescentes e jovens indígenas do Alto Rio Negro traficados para a Turquia: “Há mais de um ano visitei a família de um seminarista de São Gabriel da Cachoeira que estudava em Manaus. O pai dele é professor, e me contou que um irmão do seminarista tinha viajado para Turquia. Mostrou-me até fotografia do rapaz. Elegantemente vestido, mas com aquele quipá de muçulmano na cabeça e muito satisfeito disse, olha ele partiu para lá já faz um ano, mas antes ele teve que fazer um estágio em Manaus para aprender árabe e também ele se tornou membro de outra religião que tem o Alcorão. E ele foi lá porque prometeram que ele escolheria a faculdade que ele quisesse, advocacia, medicina. A escolha seria dele. Me mostrou fotografias dele também com outros jovens tomando coca-cola, estavam muito felizes”. Dom Edson relata o acontecido com os jovens e como eles, com a denúncia da Rede um Grito pela Vida, a Polícia Federal conseguiu resgatá-los e trazê-los de volta para o Brasil. Esse fato deve nos levar a refletir sobre a realidade das vítimas e descobrir a necessidade de nos implicarmos na defesa daqueles que por diferentes motivos se tornaram vítimas da escravidão moderna, muitas vezes as famílias pensando que estavam tendo uma vida bem melhor, mas sendo em verdade escravos de organizações que nunca pensaram no benefício de essas pessoas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Radio Rio Mar

Mensagem às Comunidades do 15º Intereclesial das CEBs: “Sentir o calor do testemunho, da resistência e da resiliência”

Os 1.500 participantes do 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, realizado em Rondonópolis (MT), de 18 a 22 de julho de 2022, enviaram uma “Mensagem às Comunidades” (ver aqui), que recolhe a alegria que marcou o encontro. Um encontro guiado pelo método ver-julgar-agir, que “revelou a identidade das comunidades com seus mais variados membros”, que segundo o texto “nos fizeram sentir o calor do testemunho, da resistência e da resiliência. Um rosto latino-americano, com expressões de todas as regiões do Brasil e de outros países”. Ao longo do 15º Intereclesial, os participantes afirmam ter visto “que a desigualdade social é fruto de um sistema capitalista neoliberal, político e financeiro, de natureza excludente e concentrador de renda”, constatando em decorrência dele uma triste realidade, que a mensagem relata com detalhe. Com relação ao interno da Igreja, o texto afirma que “por um lado, as CEBs se ressentem pela falta de apoio de parte significativa do clero e, por outro, sentem-se fortalecidas pelo carinho e atenção do Papa Francisco, com suas atitudes e documentos, e por um grupo de bispos, padres, religiosas e religiosos que caminham juntos, na trilha da Igreja Povo de Deus”. Ele destaca que “há nas CEBs, grande esperança no processo sinodal em curso, fomentando um imenso sonho de comunhão e participação em todos os âmbitos eclesiais, por uma Igreja toda ministerial, superando o clericalismo”. O horizonte de um novo céu e nova terra, marcou o caminhar do encontro, vistos como “horizontes dos sonhos, mas também se constituem no princípio articulador das mais diversas utopias que apontam para a grande utopia do Reino, realizado em Jesus e antecipado na vida das CEBs”. É por isso que, segundo a mensagem, “as CEBs, qual mulher grávida, continuam gerando o novo, recriando os caminhos de libertação, sob o impulso do verbo sair, que funciona como um fio condutor de toda a nossa existência”. Os participantes do 15º Intereclesial dizem se sentir enviados a “cuidar para não perdermos o entusiasmo, para não banalizarmos a missão, para que as CEBs sempre tenham o coração ardendo pela Palavra e os pés firmes na caminhada do povo periférico”, relatando alguns elementos a serem cuidados: grupos bíblicos de reflexão, a memória martirial e profética, as estruturas de comunhão e participação, o protagonismo das mulheres e das juventudes, a vida plena dos povos originários, a aliança e parceria com os movimentos populares, a força da sinodalidade que está na comunidade e dos processos de formação permanente. O texto destaca o fato de “valorizar a força dos pobres nas iniciativas comunitárias e não deixar que nos roubem as comunidades!” Uma mensagem que faz um chamado a seguir caminhando para as periferias e que anuncia que o próximo Intereclesial será no Estado do Espírito Santo. Fotos: Equipe de Comunicação 15º Intereclesial Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Inicia em Manaus o Curso sobre a Realidade Amazônica: “Um encontro muito importante para abrir horizontes”

28 missionários e missionárias chegados de diferentes países e regiões do Brasil iniciaram neste 24 de julho o Curso sobre a Realidade Amazônica, organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, em parceria com a CNBB Norte 1, a Comissão Episcopal para a Amazônia e em comunhão com a REPAM (Rede Eclesial Panamazônica), que até 05 de agosto pretende “formar agentes de evangelização a serviço da vida nestas terras e águas”. O curso responde ao desejo expressado pelos bispos da Amazônia em 2013, “investir na formação de presbíteros e de irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e saibam trabalhar em equipe com os/as leigos/as, evitando centralismo, clericalização e autoritarismo”. É por isso, que o curso “pretende ser este espaço formativo de acolhida, reflexão e aprendizados para o serviço missionário neste chão e nestas águas”. Os participantes do curso, seguindo uma metodologia participativa, irão receber ao longo de duas semanas “um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja. O curso pretende possibilitar uma imersão no território, na história e temáticas contemporâneas da realidade amazônica, refletindo sobre as questões pastorais emergentes para compreender a missão da Igreja como ‘amazonizar’ a teologia e as práticas missionárias, a partir de uma metodologia sinodal, descolonial e intercultural”. As temáticas abordadas têm a ver com a Antropologia, a Realidade sócio-política-econômica da Amazônia, os Movimentos Migratórios, a História da região amazônica e do cristianismo na Amazônia, os Povos Indígenas, Ribeirinhos e Urbanos, Bíblia e Teologia, Criação e Ecologia, Missiologia e Inculturação, Espiritualidade e Missão, a Identidade Eclesial, o Encontro de Santarém e o Sínodo para a Amazônia, os Grandes desafios pastorais e a Rede Eclesial Pan Amazônica. Também será abordada a Espiritualidade da Ecologia Integral e Laudato Si, a Juventude na Amazônia, a Questão indígena na Amazônia e o trabalho da Rede Um grito pela vida. O cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, que presidiu a Eucaristia de abertura, destacou que “o nosso Regional tem organizado todos os anos esse encontro com os missionários e missionárias que vem para nossa região, e é um encontro muito importante para abrir horizontes e as pessoas perceberem que vem para uma realidade que não é a realidade do país de onde vieram”. Dom Leonardo disse que “nós podemos proporcionar eles dimensões que possam ajudar na missão, se sentirem ainda mais missionários e missionárias, se sentirem ainda mais enviados e enviadas, mais vocacionados e vocacionadas à missão”. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “é importante recordar aquilo que dizia o Documento de Santarém em 1972 retomado no Documento de 2022, encarnação e libertação, essas duas dimensões tão importantes, essas duas diretrizes que ajudam a orientar a nossa missionariedade, a missão da nossa Igreja que está na Amazônia”. O cardeal Steiner insistiu também em “esses missionários e missionárias puderem perceber a recomendação que faz Papa Francisco dos quatro sonhos. Levarmos em conta toda a realidade, a realidade social, a realidade eclesial, a realidade cultural, a realidade ambiental”. O arcebispo de Manaus ressaltou que “é ali que a Igreja vive, é nessa casa comum que a Igreja vive e que ela dá testemunho, é ali que ela vive e anuncia o Evangelho, e tudo necessita de transformação, tudo necessita de libertação”. Segundo Dom Leonardo, “talvez eles assim vão percebendo que há uma necessidade de inculturação, uma Igreja que procura se inculturar. O longo caminho que as igrejas na Amazônia têm percorrido e que nós desejamos que esses missionários e missionárias também possam percorrer e aprender. Se eles aprenderem a escutar já terão feito a metade do caminho”. Ir Antônia, das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, chegou de Moçambique para ser missionária na diocese de Roraima. Ela vê sua participação no Curso de Realidade Amazônica como “colocar os pés no chão, mãos na massa e escutar a realidade”. A religiosa insiste em que diante da atitude de alguns missionários e missionárias de chegar nos lugares para ensinar, ela disse que “aqui não é para ensinar, é para aprender com o diferente, e com o diferente tentar fazer a vida com a sensibilidade do povo amazônico”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo Steiner: Jesus no Evangelho nos ensina o passo da pequenez

“O semeador sai a semear. A semente lançada na terra em pleno dia, tem um longo caminho. O caminho da frutificação. Lançada na terra, ela se aninha, lança raízes, apresenta lenta e silenciosa as suas folhas verdes, sinaliza o dom de seu verdor, a vida que deseja multiplicar-se. Na alegria que a brisa oferece não se apercebe do incômodo e sofrimento que a rodeia”, disse o cardeal Leonardo Steiner no início de sua homilia no 16º Domingo do Tempo Comum. Comentando o texto, o arcebispo de Manaus disse que “em meio da noite, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo. Cresce o trigo, cresce também o joio. O semeador ao contemplar o campo percebe que cresce também o que não é trigo. Difícil de distinguir. Só os cultivadores experientes percebem a sua presença e do perigo. O desejo é arrancar o joio”. Segundo Dom Leonardo, “num mesmo campo trigo e joio; num mesmo campo, mas com destinos diferentes. Num mesmo campo, o mesmo solo, o mesmo sol, a mesma chuva, mas frutos diversos. Um fruto saboroso quanto grão triturado, farinha, pão cozido. O outro apenas fungos tóxicos que podem levar à morte”. Lembrando as palavras de Papa Francisco, o cardeal disse que “Jesus nos ensina que a atitude do dono do campo é aquela da esperança fundada na certeza de que o mal não é a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que o próprio joio, ou seja, o coração maldoso, com muitos pecados, no final pode tornar-se uma boa semente. (…) Perante o joio presente no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o alento de uma confiança inabalável em Deus”. Ele insistiu em que “a semente não cresce e não chega à sua maturidade, à sua frutificação, à colheita, sem experimentar as contrariedades, as fraquezas, as desilusões, os desânimos, as frustrações. A mesma terra que nutre o pé de trigo, nutre o pé do joio”. Isso porque “o caminho da semente, da Palavra às vezes é longo. Exige paciência, humildade, para perceber a transformação que pode ocorrer em nós. Quanta desarmonia, discórdia, insatisfação, intriga, desconforto e ao mesmo tempo quanto desejo de amizade, de aconchego, de perdão, de reconciliação, de harmonia, de vida frutificada. Joio, cizânia: a discórdia, a briga, a rixa, a desavença, a falta de harmonia. Trigo: viço, força, graciosidade que vem à luz, vida flor, florida”. “E esses desejos, essas realidades falam, dizem, expressam o caminho da semente-palavra, a Palavra, o Evangelho, em nós. E na desatenção da escuta, voltamos nosso olhar e ouvidos para as limitações, as fraquezas, as impossibilidades e perdemos os passos do Evangelho. No descuido e distração às vezes não nos damos conta que damos mais atenção à cizânia que ao trigo; e às vezes nos apercebemos cheios de desejos de eternidade, de cuidado, de entrega. Vamos caminhando e vamos tentando. Mas o grande desejo seria arrancar os conflitos, o sofrimento. Essas nossas incapacidades, incompreensões, tensões que nos tiram a tranquilidade e nos levam quase ao desânimo”, segundo Dom Leonardo. O arcebispo de Manaus advertiu que “a nossa tentação é de nos livramos da finitude humana carregada de fraqueza. Quantas vezes até fazemos promessas para nos livrarmos de fraquezas que nos afligem, e damo-nos conta que elas continuam. Quantos pensamentos, sentimentos, desejos contrários à vida do Evangelho. E nós lutando para nos desfazer, superar, desvencilhar desses incômodos existenciais que nos acompanharão até a hora de nossa morte”. Uma semente do Evangelho lançada “no meio do joio da injustiça, da desigualdade, da corrupção, da vingança, da violência, da apolítica, encontra dificuldade de crescer, maturar, das fruto. No entanto, a força da semente no meio das tensões e sofrimentos da sociedade permanece como esperança de transformação. Crermos que o Evangelho recebido e semeado transforma, liberta, deixa surgir frutos de fraternidade, acolhimento, de paz. O Evangelho sempre desperta frutos de esperança em meio à realidade da fragilidade humana social”.   “Livrar, rejeitar a nossa finitude, a nossa humanidade frágil?”, perguntou Dom Leonardo, que lembrou o texto da Cata aos Romanos da segunda leitura do dia (Rm 8,26-27), e também o texto de 2Cor 12,10. Ele insistiu em “quanta confiança, quanta esperança, quanta perseverança suscita a semente da Palavra, o Evangelho. No meio das distrações, das tensões, dos desamores, das negações, das injustiças, do ódio, a semente, a Palavra, imperceptível e suavemente, tempera e anima os passos. Também na transformação da nossa sociedade”. Jesus no Evangelho nos ensina o passo da pequenez, disse o presidente do Regional Norte1 da CNBB, citando o texto e afirmando que “a semente que recebemos é pequenina, miúda, quase desprezível, mas pronta explodir e vir à luz, frutificar, abrigar”. Segundo ele, “a dinâmica, o movimento do Evangelho, é feita na pequenez, na pobreza, na simplicidade, na humildade; nada de suntuoso, grandioso, espetacular. Necessita ser despojado, pequenino, contido, recolhido. Extraordinária a semente a Palavra de Deus, quando encontra terra boa, cresce e cresce e cresce… e abriga vidas voadoras que ali descansam e fazem casas para suas crias”. “Na escuta da Palavra, às vezes, estamos à espera de grandes transformações e não nos apercebemos o seu movimento próprio: dia após dia, dia-a-dia, quase monótona e perseverantemente vai crescendo, busca espaço, seiva, transformando sais e minerais em vida verdejante. Uma semente de mostrada pequenina, mas viva; pequenina, cheia de vida, pronta para crescer e acolher. A Palavra fazendo-se vida em nossa vida, vida na vida da sociedade. E isso, sem arrancar a finitude, a humanidade”, segundo Dom Leonardo. Lembrando o texto do Evangelho, “O reino dos céus é semelhante ao fermento”, Dom Leonardo destacou que “é como se dissesse: como o fermento muda substancialmente a farinha, assim também nós somos transformados”. Ele lembrou que “Jesus não disse simplesmente: ‘Que pôs’, mas sim misturou, como que ‘escondeu’; como se tivesse dito: desapareceu, mas transformou. E assim como o fermento se vai corrompendo, mas não se destrói, e pouco a pouco muda toda a massa…
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