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Caminhada com o povo Magüta

“Cada povo que conseguiu sobreviver na Amazónia tem a sua própria identidade cultural e uma riqueza única num universo multicultural” (QA 31) Um grupo de missionários da Tríplice Fronteira Brasil-Peru-Colômbia, formado por leigos e leigas, religiosos e religiosas, e padres, que vivem em cidades e comunidadaes dos três países, de três jurisdições eclesiais diferentes, e partilham a vida e a fé com o Povo Magüta, elaborou um projeto de fortalecimento deste povo indígena originário do território. “Magüta” é uma palavra da língua Ticuna que significa “aqueles que foram pescados“, segundo a história de origem, o início do povo se deu quando Joi pescava peixes no rio e quando estes tocaram a terra, tornaram-se gente, dando origem ao Povo Magüta.  O projeto chama-se “Igreja Sinodal com rosto Magüta” e inspira-se na experiência eclesial do Sínodo para a Amazônia. Uma das principais linhas de ação é o fortalecimento dos Agentes de Pastoral do povo indígena Magüta presente na tríplice fronteira, voltado para catequistas, celebrantes da Palavra, coordenadores de grupos de jovens e diversas lideranças das comunidades católicas dos três países.   Com grandes desafios em relação às distâncias, às diferentes línguas e à rica identidade cultural do Povo Magüta, realizamos o II Encontro de Agentes de Pastoral, com 50 participantes de 9 comunidades indígenas Ticuna, de 19 a 21 de julho, na Comunidade Umariaçú I, no Brasil.  Foram três dias de trabalho em que o processo metodológico do encontro em profundo diálogo com a cultura, permitiu reconhecer que o Povo Magüta foi “Peixe para a liberdade” é “Chamado à vida plena” e “Enviado a partilhar a fé”, cada momento foi vivido com alegria, participação, cantos e danças. O enriquecimento da experiência foi expresso tanto pelos indígenas como pelos missionários, todos eles agradecidos à comunidade acolhedora e à equipe coordenadora que não mediu esforços para que o encontro fosse um sucesso.  O Papa Francisco diz-nos que “a Igreja é chamada a caminhar com os povos da Amazônia” (QA 61) esse é o segredo, navegar juntos, viver com eles, conhecer-se, respeitar-se, amar-se como família, cuidar da vida ameaçada, fortalecer a cultura e crescer em Dignidade.  Muito obrigado a todos aqueles que, de diferentes formas, apoiam e sustentam estas iniciativas da Igreja sinodal na Amazónia que se expressa a partir do seu rosto indígena.   Verónica Rubí, missionária leiga na diocese de Alto Solimões

Comunidades Eclesiais de Base, uma Igreja em saída atrás de vida plena

A fé cristã é vivida em comunidade, caminhando junto com os outros, uma dimensão presente nas comunidades eclesiais de base, que nesta semana estão realizando o 15º Intereclesial, com o tema: “CEBs, Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas”. Em Rondonópolis (MT) se fazem presentes mais de 40 representantes das dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte1 da CNBB. Junto com eles estão participando do 15º Intereclesial Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, e o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1. Na Amazônia, as pequenas comunidades são fundamentais no processo evangelizador, comunidades que são expressão de uma Igreja em saída, de uma Igreja que busca vida plena para todos e todas. O desafio é fazer com que essa reflexão possa fazer parte do processo evangelizador nas Igrejas da Amazônia. Quando essa reflexão não é levada às bases estamos diante de mais um evento, que não ajuda no caminhar da Igreja que se faz presente nas bases. Uma Igreja que quer viver a sinodalidade tem que ser uma Igreja onde o caminhar junto se torna uma necessidade e vão se dando os passos para que isso se torne uma realidade concreta na vida cotidiana das comunidades. Uma Igreja atenta à realidade, que olha o que acontece em volta, na vida das pessoas, e leva para essas pessoas, especialmente para os mais pobres e sofredores, uma proposta de vida, de cuidado. O que fazer para ser próximos daqueles que mais sofrem? Como ser voz de Deus na sociedade atual? Como ter um olhar que enxerga a vida do povo que mais sofre e se preocupa em criar melhores condições de vida para essas pessoas? Como trazer para a vida da comunidade aquilo que faz parte da vida do povo? Não podemos ser indiferentes diante daquilo que acontece do lado de fora de nossas comunidades. Seguindo o exemplo de Jesus somos desafiados a contemplar a realidade com o olhar de Deus, um olhar que atinge nosso coração de batizados e batizadas, mas também atinge a vida comunitária. Um olhar que nos faz mais empáticos com o que acontece em volta da gente, com o que acontece na vida do povo. Ser Igreja em saída que busca vida plena para todos e todas tem que ser mais do que um lema, tem que ser uma atitude que nos compromete, que mexe com nossa vida, que nos converte e nos faz sair de nós, de nosso mundo fechado, inclusive como Igreja, que nos leva a não nos preocuparmos só com o que é nosso, mas também com o que é dos outros. Uma Igreja que é missionária, que se preocupa com se fazer presente na vida de outras pessoas, evitando ser sempre os mesmos, um encontro após outro encontro, uma celebração atrás outra celebração, uma reunião atrás outra reunião. É tempo de agir, de olhar para fora, de enxergar o que muitas vezes não queremos ver, inclusive de querer ver aqueles que nunca foram enxergados. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

20º Encontro Nacional da Pastoral do Surdo em Manaus: avançar em seu protagonismo na Igreja

Manaus acolhe de 18 a 22 de julho de 2023 o 20º Encontro Nacional da Pastoral dos Surdos (ENAPAS), que tem como tema: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio.”, inspirado em João 20,21, e como lema: “Pastoral do Surdo transmitindo a paz enviada pelo Pai”, com a participação de umas 80 pessoas. Alice Costa, Coordenadora Regional da Pastoral dos Surdos, declarou com a interpretação de Renan Rodrigues, que o 20º ENAPAS acontece depois de ter parado em consequência da pandemia. Ela considera o encontro como “uma oportunidade para discussão de propostas de trabalho para a evangelização dos surdos dentro da Igreja católica”. A temática deste encontro tem a ver com a tecnologia como estratégia de evangelização através deste meio, afirmou Alice Costa. Isso, “porque é a nossa realidade hoje na sociedade e é uma novidade ainda para todos nós”. A Coordenadora Regional insistiu em que “o ENAPAS está preocupado sobre como utilizar esse meio para evangelizar, levar essa informação a todos os surdos para trazer esse despertar à comunidade surda e principalmente para a comunidade surda poder colocar sua opinião, mostrar esse jeito de ser surdo para a Igreja. Porque sabemos que infelizmente ainda precisamos dar muitos passos a respeito à questão da acessibilidade dentro da Igreja”. A Missa de abertura do 20º ENAPAS, que foi celebrada na manhã do dia 19 de julho é vista por Alice Costa como “uma experiência maravilhosa”, pois foi “uma missa totalmente realizada em LIBRAS, uma missa adaptada à realidade do surdo, à cultura surda, principalmente a questão do espelhamento, o próprio surdo sendo o intérprete sinalizando ali, sendo o agente dessa celebração”. Um momento que segundo ela, “é para provar que é possível celebrar a Eucaristia com o jeito de ser surdo, a missa em LIBRAS”. Na celebração participou Dom Tadeu Canavarros, bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus. No encontro se faz presente Dom Adilson Pedro Busin, bispo de Tubarão (SC) e referencial da Pastoral dos Surdos em nível nacional. Um encontro que é uma oportunidade para “discutirmos aqui a proposta para que haja essa inclusão dos surdos dentro da Igreja e que aqui neste encontro, seja um proliferar de proposta de trabalho, de ações locais onde tem pastoral do surdo” segundo Alice Costa. A Coordenadora Regional insistiu em que “os participantes aqui deste encontro sejam multiplicadores e também sejam aqueles que vão conseguir trazer outros para nós”, afirmando que “infelizmente há muita evasão de surdos em nossa Igreja, principalmente porque a gente não leva em consideração a cultura surda”. Ao longo do encontro será feita a memória do Pre ENAPAS e um estudo de diferentes temas, que tem a ver com estratégias para alcançar crianças, adolescentes e jovens surdos, a sinodalidade, o protagonismo e o lugar da Pessoa Surda na Igreja, e os itinerários do Intérprete e dos Ministérios. Também serão apresentado uma Mostra Missionária da Pastoral dos Surdos e será realizada a eleição para a Coordenação Nacional no período 2023-2025 e do 21º ENAPAS. Também serão estudadas as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil e o Regimento interno da Pastoral do Surdo. Entre os temas abordados está a acolhida da Pastoral do Surdo, a responsabilidade do tradutor e do intérprete na Pastoral do Surdo e a transmissão da fé e a vivência dos ritos litúrgicos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cebs do Alto Solimões presentes no 15º Intereclesial

Nesse último final de semana aconteceu o encontro das Cebs na região pastoral 2 da diocese do Alto Solimões. Mais de 40 pessoas de diversas comunidades e das paroquias São Paulo de Olivença e Santo Antônio do Içá se encontraram para estar em sintonia com o acontecimento do 15º Intereclesial das Cebs que está acontecendo em Rondonópolis no Mato Grosso. Temos três pessoas representando a diocese. Nossas irmãs Salvina e Alcirlene e nosso irmão Elimar. Em sintonia com as Cebs do Brasil refletimos o tema da Igreja em saída na busca da vida plena para todos e inspiradas nas palavras do profeta Isaías que diz que o Senhor irá criar novo céu e nova terra. Mesmo enfrentando as dificuldades as pessoas estavam animadas e fizeram o estudo da Cartilha do Intereclesial. Fomos abastecer nossa militância e espiritualidade para seguir como Igreja em saída, discípula, missionaria e solidária. A partir do olhar de Deus fizemos o estudo metodológico. Primeiro fomos buscar os olhos de irmãos e irmãs para ver a realidade. Depois procurar os olhos de discípulos e discípulas para julgar o que acontece. E, por fim adotar os olhos de profetas e profetizas para Agir na conversão e na transformação do que não dá mais. Estudamos o conteúdo da cartilha sobre a Igreja sinodal e do serviço, doméstica e inclusiva, a ecologia integral, o bem viver, a economia da vida e não do lucro, a sustentabilidade, a participação e a comunhão. Enfim, uma Igreja com rosto amazônico que entende que quando cuidamos da criação, a criação cuida da gente. Nossa ferramenta de luta para a vida vencer a morte é a Bíblia. Ela nos ajuda a criar novas comunidades e animar as que já temos. Meditamos sobre a vida das comunidades eclesiais de Paulo apóstolo e as nossas. Como a Bíblia foi escrita em comunidade ela também deve ser lida e interpretada em comunidade. Esse é o principio e fundamento. Depois temos as duas chaves de leitura: a teológica, o nosso é o Deus libertador; a sociológica porque sempre devemos interpretar as escrituras a partir da vida e da realidade do povo de Deus. Assumimos o compromisso de seguir nas Cebs com a amizade, a novidade e a responsabilidade. Nossos próximos encontros serão em São Paulo de Olivença em agosto para tratar sobre a questão da segurança pública e a participação cidadã e em setembro para sentir os ecos do 15º intereclesial. E seguimos de mãos dadas, ninguém larga a mão de ninguém. Como diz o apóstolo Paulo: é quem perseverar até o fim será salvo. Diocese de Alto Solimões

60 anos da Prelazia de Itacoatiara: oportunidade para lembrar histórias bonitas neste percurso

A Prelazia de Itacoatiara encerrou no último dia 13 com uma Eucaristia na Catedral de Nossa Senhora do Rosário a comemoração dos 60 anos da criação da Prelazia, que “significou uma organização maior da ação evangelizadora nesta área territorial do Amazonas: Itacoatiara, Silves, Itapiranga, Uatumã, Urucará e Urucurituba”, segundo lembrou Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira na missa que contou com a participação de Dom Tadeu Canavarros, bispo auxiliar de Manaus, do clero local, da vida religiosa e dos leigos e leigas da Prelazia. Seguindo as leituras do dia, o bispo começou pedindo perdão, “nem sempre fizemos a vossa vontade; nem sempre assumimos a nossa vocação e missão; nem sempre colaboramos eficazmente para a expansão de seu Reino; nem sempre defendemos o nosso bioma Amazônia; nem sempre fomos solidários com os empobrecidos, excluídos e marginalizados; nem sempre fomos coerentes entre a fé que professamos em nossas celebrações e orações com a prática de nossas vidas, palavras e ações; nem sempre fomos uma Prelazia missionária, em saída; nem sempre fomos uma Igreja de comunhão e participação; nem sempre vivemos a fraternidade; nem sempre assumimos a dimensão profética de nosso batismo, anunciando o Reino e denunciando o que se opõe a ele…”. Os 60 anos foram comemorados em cada paróquia e em algumas Comunidades, uma oportunidade para lembrar “quantas histórias bonitas foram sendo contadas neste percurso de 60 anos; quantas graças e bênçãos de Deus nós recebemos; quantos homens e mulheres movidos pela fé, pelo seguimento de Jesus Cristo, pela pertença a Igreja doaram e doam suas vidas pela missão neste chão da Amazônia, nesta nossa querida Prelazia de Itacoatiara”, disse Dom Ionilton. O bispo disse querer que a Prelazia de Itacoatiara fosse segundo o retrato das primeiras comunidades que aparece no Livro dos Atos dos Apóstolos e do Evangelho de Mateus: “Em vosso caminho anunciai: o Reino dos céus está próximo”. Ele pediu “que esta celebração sirva para nos animarmos e nos encorajarmos para a continuidade de nossa missão neste chão da Querida Amazônia”, em uma prelazia marcada pela missionariedade. Segundo Dom Ionilton, “nossa missão é a mesma de Jesus. Não temos e não devemos ter outra. É a missão dele transmitida aos discípulos: curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios”. Ele insistiu em que essa missão, “é favorecer a vida e a liberdade, é promover a dignidade das pessoas oprimidas pelas mais diferentes formas de sofrimento, abandono, discriminação, perseguição, vícios, injustiças”. Uma missão vivida na simplicidade, na gratuidade e na verdade. Lembrando o lema do Ano Vocacional, “Corações ardentes, pés a caminho”, o bispo fez um chamado a “deixando-nos guiar pelo Espírito Santo, meditando e vivendo o evangelho de Jesus, acolhendo as orientações do Papa Francisco, esforçando-nos para colocar em prática as Diretrizes da Ação Evangelizadora da CNBB Nacional e Regional e trabalhando incansavelmente para tornar efetivas as Prioridades de nossa última Assembleia da Prelazia”, pedindo “tornar nossos os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia”. Com motivo da comemoração, o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB enviou uma mensagem, onde lembra que “é o momento de celebrar e agradecer, de renovar e prospectar”, enviando as bençãos de Deus para a Prelazia de Itacoatiara, pedindo “estar sempre unidos para anunciar o Reino da verdade e a graça, da justiça, do amor e a paz”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Manaus será a sede do 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação, em 2025

O 13º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom) foi concluído com a Santa Missa do XV Domingo do Tempo Comum, na tarde deste sábado, 15 de julho. O evento, no Centro de Convenções de João Pessoa, no estado da Paraíba, iniciou na quinta-feira, 13 de julho, com o tema: “Comunicar para a cultura do encontro”. Ao final da celebração aconteceu o anúncio da cidade-sede que irá acolher o 14º Muticom, em 2025. Acolhendo uma das pautas levantadas durante o Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom), em 2022, o evento será realizado em Manaus, capital do estado do Amazonas. Além do anúncio, na Missa foi feita a leitura da carta-compromisso fruto do 13º Muticom. “Motivados pela força transformadora do Evangelho, comprometemo-nos a trilhar este caminho, assumindo a escuta como condição essencial para nos encontrarmos em todos os ambientes e base para um mundo mais unido e reconciliado.” A Missa que concluiu o 13º Muticom foi presidida por dom Valdir José de Castro, e concelebrada por diversos bispos, padres e diáconos que participaram do encontro. “Precisamos semear a semente da Palavra pelos diferentes meios, mas sobretudo, com a própria vida. Mas, antes, precisamos deixar que a Palavra germine em nós”, refletiu o presidente da celebração e da Comissão da CNBB para a Comunicação. O bispo ainda refletiu que o Muticom não é um ponto de chegada, mas de partida. “A cultura do encontro é o único caminho que temos para uma sociedade de humanidade e fraternidade”. Sobre o 13º Muticom O Muticom, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para a Comunicação, e pela Arquidiocese da Paraíba, reuniu mais de 500 pessoas presencialmente. Outras 70 pessoas participaram das conferências e seminários de forma remota, além dos agentes da Pastoral da Comunicação (PASCOM) que puderam acompanhar a transmissão pelas rádios e pela TV Aparecida.  Na quinta-feira, 13 de julho, aconteceu a palestra magna, com o tema: “Comunicar para a cultura do encontro”, com a presença virtual do biógrafo do Papa Francisco, Austen Ivereigh. Ele ressaltou o perfil reformador de Francisco, bem como os desafios da sinodalidade proposto pelo líder da Igreja Católica. A sexta-feira, dia 14 de julho, foi permeada pela conferência “Rumo à Presença Plena: a cultura do encontro no ambiente virtual”, com a assessoria de dom Valdir José de Castro, presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB. Logo depois, um painel refletiu os resultados de uma pesquisa que retrata os influenciadores digitais, a partir de seus desafios e perspectivas. Os pesquisadores Fernanda Medeiros, Aline Amaro da Silva, Alzirinha Rocha de Souza e Vinicius Borges fizeram o paralelo entre a realidade dos profissionais que atuam nas redes sociais e os influenciadores da fé. O sábado, 15 de julho, teve outras duas conferências: “amizade social na era da informação”, com a jornalista e vaticanista Mirticeli Medeiros e “ecologia integral e cultura do bem viver”, por Márcia Maria Oliveira. Na tarde de ambos os dias, o debate foi realizado por meio de seminários. Entre os assuntos abordados de forma segmentada estiveram: comunicação e mobilização social, cultura do encontro e povos originários, literacia midiática e cidadania, catequese digital, algorética e inteligência artificial. A edição atualizada do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, lançada em maio de 2023, também ganhou espaço nestas oficinas. Fonte: Felipe Padilha – PASCOM Brasil

Mauricio López: “É necessário reafirmar o papel das mulheres para curar este planeta destruído”

As perspectivas teológico sinodais e territoriais para o futuro da Amazônia foi o tema de reflexão de Mauricio López Oropeza no 35º Congresso da SOTER que está acontecendo de 11 a 14 de julho. Uma meditação que teve como porta de entrada a oração com Pierre Teilhard de Chardin, afirmando: “mergulhei no mistério de Deus como uma expressão da vida que, paciente e permanentemente, se entrelaça nas fendas mais inesperadas. A vida é um fluxo que se move à medida que a consciência se eleva e se avança em direção a uma verdadeira comunhão universal”. Mauricio López definiu a vida como “a soma de retículas associadas umas às outras, buscando a expansão da fraternidade em nosso planeta finito, mas que no amor sempre abre infinitas possibilidades”, e a Deus como “uma exibição de grandeza indomável naquilo que está sempre presente ali e pelo qual passamos em uma cegueira sistemática que nos impede de amar a beleza, que nos impede de respeitar o delicado equilíbrio de tudo e a fonte de esperança para o amanhã”. Segundo o diretor do Centro de Programas e Redes e Ação Pastoral do Conselho Episcopal de América Latina e do Caribe, “somos chamados a ser veículos, receptáculos, do poder de Deus e do mistério da vida em propagação que busca se expandir apesar da morte. Estamos matando todas as expressões da vida radial expansiva para controlar os mercados por uma visão tola de ganho momentâneo que fica nas mãos de muito poucos”. Por isso, ele vê necessário nos projetar em direção a “um Cristo cósmico e universal como meta última de nossa vida e da existência de cada ser, de cada povo, de todos os povos e de nossa Querida Amazônia”.   Ele definiu a territorialidade “como uma construção social e simbólica”, de “uma rede complexa de relações de interconhecimento, inter-reconhecimento e interdependência”, defendendo a interconexão de territórios, algo que reconhece nos exercícios de Santo Inácio, considerando o mundo “expressão de nossa humanidade pobre e esperançosa que nos mostra nossa finitude, nossas limitações e também nosso potencial”, nos permitindo “entender a noção de território ligada à premissa teológica que sustenta a contemplação da Encarnação. O caminho para a redenção ocorre em uma realidade material concreta, em um território”. Território relacionado a espiritualidade, origem e identidade dos povos, lhes fornecendo o “bem viver”. Algo que se alcança desde a ecologia integral. Em palavras de Mauricio López, “na territorialidade amazônica, especialmente a partir da cosmovisão dos povos originários, essa visão de interconexão e pertencimento ao todo sempre esteve presente em sua identidade e práticas”, algo muitas vezes irrelevante para as sociedades ocidentais e a Igreja Católica, em defesa da “suposta ‘verdade única’ e estabelecer o ‘progresso’, sempre a partir de uma visão dominante externa”. Nessa perspectiva, “o Sínodo para a Amazônia contribuiu para o desenvolvimento de novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral nesse e com esse território” segundo o auditor sinodal, buscando “criar as condições que permitam aos povos que habitam o vasto território amazônico viver com dignidade e olhar para o futuro com esperança”. O desafio diante da maior crise socioecológica planetária, é “abandonar os caminhos fracassados e reconhecer em outras tradições”.   Mauricio López ajudou a enxergar com alguns dados a riqueza e vulnerabilidade da vida da Amazônia, mostrando as ameaças aos povos da Amazônia, vindas dos Estados, que ignoram os tratados e leis assinados, e empresas estrangeiras. Frente a isso, desde sua experiência na REPAM relatou seis padrões para garantir o pleno exercício dos direitos dessas comunidades: o direito à autoidentificação e ao reconhecimento; o direito à autodeterminação; o direito à propriedade coletiva; as obrigações estatais de proteção; a proteção especial contra a discriminação étnico-cultural; e o direito a uma vida digna, conforme entendido nas cosmovisões indígenas. O conferencista destacou a importância das mulheres na Amazônia como voz profética, dizendo que “é necessário reafirmar o papel das mulheres nessa ruptura epistemológica que é exigida hoje para curar este planeta destruído”. Ele denunciou que “muitas mulheres, tanto na Igreja quanto na sociedade, são vítimas de injustiça estrutural e exclusão que parecem não ter fim”. Na Igreja da Amazônia, as mulheres representam 70% da presença missionária, mas ocupam apenas 30% dos cargos de liderança, afirmou, relatando os principais desafios enfrentados pelas mulheres na Amazônia: violência de diferentes tipos, falta de visibilização de seu papel, violação dos direitos, perda da cultura, falta de acolhida na Igreja, desigualdades na educação, saúde. Diante disso relatou a contribuição das mulheres para as sociedades amazônicas: resiliência, construção de diversos espaços de luta e resistência, reconhecimento das dores, força e organização, diálogo intercultural sobre igualdade de gênero, uma Igreja desde uma identidade de mulheres povo de Deus. Daí os horizontes para a conversão a partir das visões das mulheres, que faça realidade “uma igreja que seja irmã e aprendiz, não mais mãe e professora. Uma igreja inclusiva”, desconstruída, com raízes vivas das culturas. Recordando de novo as palavras de Teilhard de Chardin: “não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual; somos seres espirituais tendo uma experiência humana“, Mauricio Lópeez ofereceu valores necessários para mudar a sociedade atual: gratuidade e reciprocidade, sinodalidade, territorialidade; apelos urgentes e inegociáveis: desigualdade pecaminosa, violação dos direitos humanos e superar uma abordagem funcional; transformação pessoal, comunitária e institucional: metanoia, alteridade e parresia.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Moema Miranda: Igreja na Amazônia, uma mística madalena, de mulheres que constroem novas possibilidades

O Congresso Internacional da SOTER, que tem reunido presencialmente e on-line mais de 600 congressistas de 11 a 14 de julho, tendo como foco a Amazônia, contou em seu último dia com a presença de Moema Miranda, que refletiu sobre “A Amazônia e a Igreja do Brasil: desafios para a ecologia integral e a ecoespiritualidade” Desde seu chamado a um olhar esperançoso, a uma esperança muito frágil que não se perde na catástrofe, mas também não nega essa catástrofe, Moema Miranda centro sua intervenção em três elementos: floresta, mundo, Igreja. A floresta, que ela vê como aquilo que está do outro lado, como “um grande acontecimento biotecnológico em que milhares de seres humanos se encontram e interagem”. Isso nos desafia a pensar no mundo em um mundo complexo, cada vez mais complexo. Diante disso a Igreja na Amazônia está motivada por uma mística de quem não arreda o pé, uma mística madalena, inspirada em mulheres que caminhando juntas puderam construir a possibilidade de hoje falar de uma Igreja que hoje constrói a possibilidade de novos vínculos, de novas alianças. Analisando a realidade, Moema Miranda disse que no tempo atual, “estamos passando a viver em uma terra que não conhecemos, um planeta cada vez mais complexo e com mais dificuldade”. Um mundo onde tudo está interligado pela lógica do capital, uma das imensas ameaças para a Amazônia brasileira, denunciando que 80% do desmatamento da Amazônia brasileira deve-se ao avanço da pecuária, algo que vai unido à ameaça crescente do avanço da mineração. A leiga franciscana definiu a floresta como “essa comunidade ecumênica da vida à qual nós podemos mudar o nosso olhar e aprender dela a conviver”. Uma floresta onde aqueles que a defendem são vítimas da perseguição, da violência e da morte. Situações que são provocadas pelo sistema capitalista, que se apresenta em diferentes modos e realidades, apresentando o novo conceito de “hidra capitalista”, em uma sociedade onde tem acontecido uma institucionalização do delito. Diante dessa realidade, ela fez a proposta de alternativas, que levem a descobrir que “a selva não é ameaça, a selva salva”, colocando como exemplo disso as quatro crianças perdidas na floresta amazônica na Colômbia durante 40 dias, que sobreviveram porque elas estiveram em sintonia com a natureza, com uma selva que em cada centímetro tem sua espiritualidade. A Igreja na Amazônia hoje habita um mundo muito diferente ao mundo de 1972, uma data de grande importância. Diante disso sua proposta é um caminho de volta para casa, que não é só uma casa, um tempo de reconstruir caminhos e reconfigurar nosso lugar. Nessa Igreja da Amazônia, Moema refletiu sobre a figura da Ir. Dorothy, que foi para a Amazônia porque se sentiu chamada pela floresta. Ela lembrou o testemunho de quem conviveu com ela, que vê seu sangue como “um sangue que fertilizou a terra”, e afirma que “ela foi plantada e continua a crescer, ela foi convertida em encantado, ela foi sendo ressignificada como vida e ela continua presente na caminhada, viva, criando novas formas de vida, de resistência, de barrar o fim do mundo”. A Ir. Dorothy é considerada por Moema Miranda como exemplo de uma espiritualidade encarnada, “o espírito dela continua presente”, vendo a religiosa como mártir e santa do povo da floresta, “ela foi chamada pela floresta e se fez uma com muitos outros”. É por isso que se faz necessária uma conversão à cosmofilia, a amar o cosmos. Uma atitude presente nos povos indígenas, destacando o trabalho realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que ajudou a recriar as identidades dos povos indígenas e a tomar consciência de seu ser indígenas, de povos diferentes, mas unidos. Ela também destacou um outro exemplo do trabalho da Igreja com os povos indígenas, o realizado pelas irmãzinhas de Foucauld com os Tapirapés, um povo condenado a desaparecer que ressurgiu com sua presença samaritana. Finalmente, Moema Mirando insistiu em que “uma releitura apocalíptica hoje nos coloca em disputa contra o império capitalista, que não tem a última palavra”. Diante disso, ela enfatizou que “Cristo aponta para a Amazônia, onde Ela já habitava antes da chegada daqueles que vieram destruir”, desafiando a estar dispostos a acreditar nos espíritos da floresta, se colocar na escuta daqueles que hoje ainda escutam as árvores. E fazê-lo como uma Igreja madalena, acolhedora, que não tem medo porque ama. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Semana Nacional de atualização para Formadores da OSIB aprofunda na dimensão humana afetiva

Será encerrada nesta sexta-feira 14 de julho a Semana Nacional de atualização para formadores que está acontecendo desde segunda-feira 10 em Guarulhos (SP) com a participação de 170 formadores e reitores de todo Brasil, com a assessoria do padre Deolino Pedro Baldissera, Salvartoriano, mestre em Psicologia Clínica com grande experiencia na área. O assessor disse ver a afetividade e a sexualidade como aspectos essenciais da vida humana, mas que podem ocorrer conflitos que impedem sua plena maturidade. Ele insistiu na necessidade de integrar a sexualidade e a afetividade no projeto de vida dos sacerdotes. Um encontro que acontece todos os anos no mês de julho, segundo Dom José Albuquerque de Araújo, bispo da diocese de Parintins e referencial da Organização dos Seminários e Institutos dos Brasil (OSIB). O bispo insistiu em que “assim como o ano passado estamos dando enfoque à dimensão humano afetiva como meta para uma sexualidade integrada”, destacando como muito bom o resultado alcançado no encontro. A temática da Semana Nacional de atualização está em comunhão com as Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil, documento de número 110 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e com o 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Fotos Arquidiocese de São Paulo

Patricia Gualinga: “Reaprender com os saberes dos povos indígenas a se relacionar com a Natureza”

A contribuição dos povos da Amazônia para o futuro da humanidade tem sido objeto de debate no âmbito do 35º Congresso Internacional da SOTER, que com o tema “A Amazônia e o Futuro da Humanidade: Povos Indígenas, Atenção Integral e Questões Ecossociais”, decorre de 11 a 14 de julho, presencialmente, na sede da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, e on-line, com mais de 600 participantes inscritos. Uma contribuição do ponto de vista de duas mulheres, a líder indígena Patricia Gualinga, do povo Kichwa de Sarayaku, na Amazônia equatoriana, e Lady Anne de Souza, brasileira que trabalha na área da educação em Marabá (PA). Os povos indígenas habitam a Amazônia muito antes da chegada dos colonizadores, insistiu Patricia Gualinga, definindo como principal identidade a sua relação com a natureza, que consideram “um ser como nós”, uma premissa fundamental na sua luta para impedir a invasão das atividades extrativas. O povo Kichwa de Sarayaku tornou-se uma referência no direito internacional pela sua luta que levou à expulsão de uma empresa petrolífera do seu território, ganhando uma ação judicial que se tornou um paradigma. A líder indígena Kichwa deixou claro que “sem os povos indígenas não teríamos florestas“, daí a necessidade de resgatar a importância da presença dos povos indígenas na Amazônia, apelando à rutura com a forma de pensar que é compassiva para com os povos indígenas. Com eles há a Amazônia e um equilíbrio planetário, diante da investida externa e de uma história de incompreensão para com os povos indígenas, tachados de ignorantes por uma sociedade que não reconhece seu pensamento e cosmovisões milenares. Perante as contribuições da Amazônia e dos seus povos para o atual modelo climático global, Gualinga afirmou que “o mínimo que os governos devem fazer é valorizar os povos indígenas e não insistir em abrir a fronteira extrativa“, insistindo em valorizar os conhecimentos dos povos indígenas. “Está na hora de ouvir os povos indígenas porque senão não teremos ações e esperanças que possam contribuir para a humanidade”, disse. Junto com isso, ela pediu uma mentalidade aberta, quebrando paradigmas para se aproximar dos povos indígenas, “para reaprender com os conhecimentos dos povos indígenas a se relacionar com a natureza”. “Um indígena que perde a relação com a natureza perde sua força, sua identidade, daí a importância do território“, destacou Patrícia Gualinga. Segundo ela, “a luta dos povos indígenas não é mais uma luta local, mas uma contribuição para a humanidade”. Isto porque estão a cuidar de espaços de vida para todo o Planeta Terra e a evitar uma crise planetária global. A vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que foi recentemente recebida em audiência pelo Papa Francisco, juntamente com outras duas indígenas que ocupam cargos nas presidências da CEAMA e da REPAM, diz suspeitar que a sua presença nesta conferência pode ser motivada pelo fato de ter cobrado a histórica falta de acompanhamento da Igreja como instituição aos povos indígenas. Ela destacou o poder de incidência da Igreja e do Papa Francisco, que ela vê como um porta-voz global que ajuda a avançar nos processos de cuidado com a Amazônia. Ela também destacou a importância do Sínodo para a Amazônia, onde foi auditora, reconhecendo que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Segundo a líder indígena, a Igreja não entendeu esse processo de relação com a natureza, apesar de ter uma figura de grande relevância nesse campo, como São Francisco de Assis, insistindo que a Igreja tem muitos argumentos para defender a Amazônia. No que diz respeito às organizações indígenas na Amazônia, reconheceu que foram historicamente patriarcais, mas que nos últimos anos as mulheres ganharam espaço, contribuindo com a sua visão, apesar da resistência dentro das suas próprias estruturas. Enquanto indígena, pediu que não fossem minimizados, que não nos dissessem o que temos de fazer, que não houvesse planos vindos de cima, mas sim planos e decisões prioritárias enquanto povos. Isto implica esforço e determinação por parte dos nossos povos, que são muitas vezes tentados pelos governos e pelas empresas, segundo Gualinga, que denunciou o assassínio contínuo de líderes indígenas na região amazónica. Por último, sublinhou a importância do conceito de floresta viva, que definiu como o reconhecimento de que a natureza é um ser vivo consciente, sujeito de direitos. Não é uma reserva, mas um lugar que tem de ser administrado pelos povos indígenas a partir da sua cosmovisão, porque estes espaços destruídos têm consequências graves e é necessário que permaneçam intactos para o bem da humanidade, insistindo no reconhecimento da irmã terra, da floresta, a partir do reconhecimento da visão sagrada dos povos indígenas, capaz de identificar a fonte da vida na natureza. Isto porque “a maior contribuição de um povo indígena é o seu conhecimento da natureza”. Desde Marabá, Estado do Pará, na Amazônia brasileira, Lady Anne de Souza, que começou recordando as palavras de Paulos VI: “Cristo aponta para a Amazônia”, fez um chamado a ter “um olhar amoroso para a Amazônia, para os povos, para uma Amazônia que luta e se organiza para defendê-la e evangelizá-la”. La educadora, que trabalha na Secretaria Municipal de Educação de Marabá, fez um chamado a “escutar com o coração o clamor dos povos da Amazônia e começar a construir um caminho com um olhar cuidadoso que leva à esperança”. “Fazer isso desde a educação, uma educação dialoga com os saberes, especificidades, temporalidade, cultura”, enfatizou. Ela denunciou o fechamento de escolas na Amazônia, o que dificulta a construção do futuro, defendendo que “é direito de todos uma educação voltada para suas especificidades”. Por isso, se faz necessário aplicar o que está no papel e construir a educação desde as especificidades locais, denunciando a exclusão escolar que de fato acontece. Ressaltando que “é preciso sempre debater e discutir sobre o direito à educação, para que todos possam ter seus direitos garantidos”, refletiu sobre a importância do Pacto Educativo Global, uma proposta do Papa Francisco que vê como motivo de esperança para a educação na Amazônia, tendo lançado a Aliança Educativa, que trabalha de forma ecumênica…
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