Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Autor: cnbbnorte1blog@gmail.com

“Corações ardentes”, o 5º Congresso Missionário Nacional em Manaus já tem hino

O 5º Congresso Missionário Nacional que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023 já tem hino. A canção “Corações ardentes” do músico Antônio Cardoso foi escolhida não só para o Congresso, também para a Campanha Missionária 2023, que como é costume acontece no mês de outubro. Um hino que pretende animar e inspirar as ações missionárias da Igreja do Brasil ao longo de 2023. O lema da Campanha Missionária 2023 tem como tema no Brasil: “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e como inspiração bíblica, baseada no texto dos discípulos de Emaús, o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,13-35). Ela é realizada em todas as igrejas locais do Brasil. O 5º Congresso Missionário Nacional, que está sendo coordenado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), acolherá mais de 800 participantes, de 10 a 15 de novembro na capital do Amazonas, e tem assumido o mesmo tema e lema do Mês Missionário. Antônio Cardoso, compositor da música vê este hino como uma oportunidade para resgatar sua origem missionária. Ao longo de 45 de carreira musical, nascido no interior da Bahia, Antônio Cardoso iniciou sua trajetória musical com o apoio do padre Zezinho, um dos grandes ícones da música católica brasileira ao longo de décadas. Tem sido anos de vida missionária, levando o Evangelho através da música nas igrejas locais do Brasil, na vida do povo. São vários os trabalhos realizados nesse sentido. Segundo o autor da música, “construímos esta canção com simplicidade, mas, com os corações ardentes e os pés a caminho, porque é urgente caminharmos da Igreja local aos confins do mundo. Agradeço de coração a muitos que sugeriram frases e palavras nesta canção. Do nosso saber brotam profundas reflexões, mas, é o nosso querer que nos impele a sairmos do quarto escuro e intimista para a luz sobre o candeeiro, porque o saber só tem sentido quando verdadeiramente reconhecemos Jesus na canção da vida, pura e simples”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da CNBB

Rádio Rio Mar é autorizada a chegar a mais nove municípios do Amazonas

O governo federal autorizou a Rádio Rio Mar, de Manaus, a retransmitir a programação da emissora para mais nove municípios do Amazonas. Atualmente, além de Manaus, a Rádio Rio Mar já alcança Autazes, Careiro da Várzea, Iranduba, Manacapuru e Manaquiri com a frequência FM 103,5 MHz, emitido da capital. Agora, com as novas concessões homologadas pelo Ministério das Comunicações, a ‘Rádio que Toca a Vida da Gente’ terá frequências em Boca do Acre, Carauari, Humaitá, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Tabatinga e Tefé que, somadas, têm mais de meio milhão de habitantes: 517.760 pessoas, segundo o IBGE (2021). Boca do Acre: FM 92,7 MHz | canal 224 Carauari: FM 91,7 MHz | canal 219 Humaitá: FM 91,5 MHz | canal 218 Manacapuru: FM 98,1 MHz | canal 251 Novo Airão: FM 90,1 MHz | canal 211 Presidente Figueiredo: FM 92,9 MHz | canal 225 Rio Preto da Eva: FM 92,7 MHz | canal 224 Tabatinga: FM 103,7 MHz | canal 279 Tefé: FM 94,9 MHz | canal 235 Ao todo, a emissora está em processo de obtenção de concessão para retransmissão em 20 municípios do Amazonas, as nove acima já foram conquistadas. O diretor-superintendente da Rádio Rio Mar FM, Padre Charles Cunha, comemorou a conquista das concessões e afirmou que a responsabilidade aumenta. (ouça abaixo) Tocador de áudio 00:00 00:00 Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume. Veja abaixo as autorizações publicadas no Diário Oficial da União: Boca do Acre: PORTARIA MCOM Nº 9.605, DE 26 DE MAIO DE 2023  Carauari: PORTARIA MCOM Nº 9.481, DE 18 DE MAIO DE 2023  Humaitá: PORTARIA MCOM Nº 9.617, DE 29 DE MAIO DE 2023 Manacapuru: PORTARIA MCOM Nº 9.616, DE 29 DE MAIO DE 2023  Novo Airão: PORTARIA MCOM Nº 9.618, DE 29 DE MAIO DE 2023  Presidente Figueiredo: PORTARIA MCOM Nº 9.614, DE 29 DE MAIO DE 2023 Rio Preto da Eva: PORTARIA MCOM Nº 9.611, DE 29 DE MAIO DE 2023  Tabatinga: PORTARIA MCOM Nº 9.613, DE 29 DE MAIO DE 2023  Tefé: PORTARIA MCOM Nº 9.612, DE 29 DE MAIO DE 2023 Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Dom Luis Marín: O Instrumentum Laboris “não oferece soluções, mas abre caminhos”

A pouco mais de 100 dias do início da primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo 2021-2024, foi divulgado esta semana o Instrumentum Laboris, um texto que “pretende ajudar ao discernimento, procurando sempre o bem da Igreja”, segundo dom Luis Marín de San Martín, subsecretário do Sínodo. Nesta entrevista, analisa os elementos presentes num texto que pretende “facilitar o trabalho que terá lugar na primeira sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos“, destacando na primeira fase “a experiência do encontro, da escuta e do discernimento”, bem como “o crescimento na corresponsabilidade” e o fato de se tratar de um processo. Um processo sinodal que “pertence a todo o povo de Deus”, e no qual “o grande desafio é renovar a Igreja“, insiste dom Marín de San Martín. Um documento com “uma conotação eminentemente prática”, e que “não oferece soluções, mas abre caminhos”, sublinha o bispo agostiniano. Além disso, afirma que “em todo este processo, a comunhão é fundamental. Da comunhão se passa à pluralidade, e não o contrário”. Uma assembleia sinodal que é dos bispos, mas onde a presença do resto do povo de Deus, vinte e cinco por cento, pelo menos a metade de mulheres, é importante “para ajudar no discernimento“, que será enriquecido pela interculturalidade que estará presente. Juntos trabalharão a partir das perguntas que aparecem no texto, utilizando o método do diálogo no Espírito, já presente no retiro de três dias antes de iniciar os trabalhos, “uma grande novidade, que talvez não tenha sido suficientemente sublinhada”. No dia 20 de junho, a Secretaria do Sínodo divulgou o Instrumentum Laboris para a primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo 2021-2024. Como definiria este documento? O Instrumentum Laboris é, como o próprio nome sugere, um documento de trabalho. Destina-se principalmente a facilitar o trabalho que terá lugar na primeira sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos em outubro próximo. No entanto, pode e deve também ser conhecido e, se necessário, utilizado pessoal e comunitariamente nas Igrejas locais para continuar a reflexão iniciada. O objetivo é dar um impulso ao processo e encarná-lo na vida da Igreja. O texto baseia-se em todo o material recolhido durante o processo, especialmente nos documentos da Etapa Continental, e tem como objetivo ajudar o discernimento, procurando sempre o bem da Igreja. É um Instrumento de Trabalho que, como o próprio texto afirma, marca o início da segunda fase do Sínodo, que não podemos esquecer que é um processo. Como avalia o caminho percorrido, algo que aparece no início do texto, nesta primeira fase? Na primeira fase, sublinho sobretudo a experiência: do encontro, da escuta e do discernimento. Devemos ter sempre presente o carácter experiencial de todo este caminho, que provocou entusiasmo naqueles que se juntaram e participaram nele. Ao caminharmos juntos, com Cristo e com os nossos irmãos e irmãs, a Igreja sentiu-se viva. Gostaria também de sublinhar o crescimento da corresponsabilidade, que nasce da realidade batismal e que depois se desenvolve segundo os diferentes carismas, ministérios e vocações.  Hoje existe uma consciência muito forte de que o povo de Deus, todo ele, participa de Cristo, das suas funções e, portanto, é corresponsável na Igreja. E o terceiro aspeto a ter em conta é a natureza do processo, que se desenvolve ao longo do tempo e que começou a partir de baixo (paróquias, grupos, comunidades). Não se trata de eventos pastorais desconexos. Trata-se de um processo interligado e dinâmico. E não está concluído, pois ainda está a desenvolver-se. A sinodalidade veio para ficar porque remete para a essência da Igreja, para o que a Igreja é em si mesma: é chamada a aprofundar continuamente o conhecimento experiencial de Cristo e impulsiona a evangelização (caminhar); é comunhão em Cristo com os irmãos e irmãs (juntos). A Igreja é sinodal, como se vê na Igreja primitiva, nas primeiras comunidades, no ensinamento dos Padres, na história. Um Sínodo que pertence ao povo de Deus, como afirmou o Cardeal Mario Grech, Secretário do Sínodo, quando disse que é um grande insulto pensar que o povo de Deus não tem os instrumentos para oferecer uma verdadeira contribuição ao processo sinodal. Podemos dizer que tudo o que experimentámos durante o processo de escuta apoia esta afirmação? A sinodalidade afeta toda a Igreja e tudo o que é Igreja. Exprime-se e concretiza-se de diferentes formas e a diferentes níveis (conselhos pastorais, conselhos económicos, assembleias eclesiais, sínodos, concílios, etc.). Tivemos de deixar claro, sobretudo no início, que a sinodalidade não pode ser identificada apenas com o Sínodo dos Bispos, que é uma forma de exprimir a sinodalidade própria da colegialidade episcopal, mas que não a esgota. A sinodalidade pertence a toda a Igreja e assume muitas formas. Dito isto, podemos compreender que o processo sinodal é de todo o povo de Deus. Todos podem contribuir. E os pastores devem facilitá-lo. O clericalismo é profundamente injusto e errado. É uma corrupção nociva conceber o ministério como poder, como domínio que mantém o resto do povo de Deus passivo e submisso. O ministério é um serviço que se exerce sempre no seio do povo de Deus e não fora dele. Onde o pastor acompanha e se envolve, o processo sinodal funciona e a contribuição é viva e profunda.  Esta foi uma das grandes conquistas da primeira fase. O Cardeal Hollerich, relator do Sínodo, citando o Instrumentum Laboris, diz que não se trata de ler, mas de fazer. De acordo com o que diz o documento, que insiste em que não se trata de produzir documentos, poderíamos dizer que o grande desafio é estabelecer esta dinâmica sinodal na Igreja? O grande desafio é renovar a Igreja. É um trabalho de coerência como cristãos. O Instrumentum Laboris insere-se nessa dinâmica e tem uma conotação eminentemente prática. Não é uma reflexão meramente teórica, mas nasce da experiência; não oferece soluções, mas abre caminhos. É um elemento adicional para ajudar o discernimento. Articula as prioridades que emergiram da escuta e exprime-as sob a forma de perguntas dirigidas à Assembleia Sinodal, que deverá discernir. Tem em conta dois…
Leia mais

Caminhar juntos é condição necessária para ser Igreja

Na última terça-feira 20 junho, a Secretaria do Sínodo publicou o Instrumentum Laboris do Sínodo 2021-2024, que tem como temática a sinodalidade. Um lançamento que dá início à segunda fase do Sínodo, que realizará em outubro de 2023 e outubro de 2024 sua Assembleia sinodal, uma só assembleia em duas etapas. A Igreja é comunidade, comunhão, algo que aparece no nome, uma comunhão que se expressa no desejo de caminhar juntos, de ser uma Igreja sinodal. Isso faz parte da missão da Igreja, chamada a encontrar o modo de concretizar no mundo atual a mensagem do Evangelho, que tem que responder aos desafios que a realidade apresenta, um empenho muito presente no pensamento do Papa Franciso. Ele sempre olha para fora e para frente, empenhado em ajudar a encontrar caminhos para discernir a melhor escolha. E para isso temos que aprender a escutar, a escutar a todos e todas, também aqueles que nunca tiveram voz, aqueles que secularmente tiveram sua voz apagada. Só escutando podemos conhecer, e só conhecendo temos elementos para poder encontrar o caminho melhor para todos, também para os descartados, também para as vítimas. Numa sociedade polarizada, um fenômeno também presente dentro da Igreja católica, onde tem católicos e católicas que se acham melhores do que os outros, inclusive mais católicos do que o Papa, do que o bispo, somos chamados a entender que caminhar juntos precisa superar as tensões e entender que a diversidade nos enriquece, e nunca pode causar destruição. Se eu sou católico, quando olho para minha vida, quando olho para a caminhada da minha comunidade, da minha paróquia, da minha diocese, percebo sinais de uma Igreja sinodal? Estou disposto viver minha fé com aqueles que tem uma visão diferente, com aqueles que são de outra comunidade, de outra pastoral, de outro movimento? Me aproximo deles para aprender ou para criticar e destruir o que eles têm de diferente? Quando eu quero impor meu pensamento como a única verdade estou longe de uma Igreja sinodal. Quando enfrento as diferenças de forma vingativa, estou longe de uma Igreja sinodal. Quando ao escutar não vou sendo gradualmente transformado pelo Espírito, estou longe de uma Igreja sinodal. O Batismo nos aproxima, nos faz corresponsáveis, nos ajuda a sentir a necessidade de pedir perdão, também como Igreja, nos ajuda a escutar e dialogar, e a gerir as tensões sem se deixar destruir por elas. Se somos Igreja, se somos comunidade, somos família, fraternidade, isso nos aproxima e nos faz sentir a necessidade do outro ao nosso lado. Tudo isso desde a comunhão, missão e participação, temas prioritários para a Igreja sinodal. Encontrar uma unidade que abraça a diversidade sem a anular é o ponto chave, e esse deve o empenho de todos e todas se queremos ser Igreja sinodal, se queremos assumir que caminhar juntos é condição necessária para ser Igreja. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Ionilton e Dom José Albuquerque eleitos membros de comissões da CNBB

Os membros do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde o Regional Norte1 está representado por seu presidente, o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, elegeram, durante reunião realizada em Brasília-DF, de 20 a 22 de junho, os bispos que irão integrar as 12 comissões episcopais que fazem parte do organograma da instituição. Dentre os bispos do Regional Norte1, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara foi eleito para integrar a Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora no quadriênio 2023-2027, e dom José Albuquerque de Araújo, bispo da diocese de Parintins, foi reeleito para fazer parte da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. A Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora está presidida por dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA), e tem a atribuição de fortalecer a participação da Igreja na formação do desenvolvimento humano integral, na construção de uma sociedade justa e solidária, promovendo o respeito aos Direitos Humanos, à luz do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e da opção pelos pobres. Dom José Ionilton de Oliveira, que pertence à Congregação dos Padres Vocacionistas foi nomeado bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM), em 19 de abril de 2017. É referencial da CNBB para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), desde abril de 2021, e desde 9 de junho de 2022, é secretário da Rede Eclesial Pan-Amazônica no Brasil (Repam-Brasil). Junto com dom Ionilton, fazem parte dessa Comissão, dom Limacedo Antônio da Silva, bispo auxiliar de Olinda e Recife (PE), dom José Reginaldo Andrietta, bispo Jales (SP), dom João Aparecido Bergamasco, bispo de Corumbá (MS), e dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR). A Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada (CMOVC) tem como objetivo despertar, discernir, cultivar, animar, promover e acompanhar as Vocações, os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Igreja no Brasil. Sua missão é oferecer aos batizados, condições para a vivência da sua vocação específica através da do Serviço de Animação Vocacional-Pastoral Vocacional (SAV-PV), bem como acompanhar a formação para o Ministério Ordenado, por meio da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB). A Comissão é presidida pelo bispo auxiliar de São Paulo (SP), dom Ângelo Ademir Mezzari, e dela faz parte dom José Albuquerque, bispo da diocese de Parintins (AM), que coordenará a Pastoral Vocacional e a OSIB, e já fez parte dessa Comissão no quadriênio 2019-2023. Ele é bispo referencial no Regional Norte1 da CNBB das pastorais Vocacional, Presbiteral e Criança; diáconos permanentes, bispos eméritos. Também foram eleitos membros dessa Comissão dom Cleocir Bonetti, bispo da diocese de Caçador (SC), que coordenará os presbíteros, e dom Valter Magno de Carvalho, bispo auxiliar de Salvador (BA), que coordenará os diáconos.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da CNBB

Instalação da diocese de Borba: “Uma Igreja criada com o sopro do Espírito Santo para evangelizar”

No dia 18 de novembro de 2022, o Papa Francisco elevou a diocese a prelazia de Borba, o que será concretizado na celebração que acontecerá no próximo domingo 25 de junho. Um momento que segundo Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, bispo da diocese de Borba, “nos preenche de alegria”. Mas também uma nova realidade que “aumenta a nossa responsabilidade”, ao tempo que sendo diocese, “ela ganha uma certa autonomia”. Ela foi criada como prelazia em 1963, em pleno Concílio Vaticano II, e está comemorando 60 anos. O bispo diocesano vê como grande desafio “a formação do nosso laicato, continuar organizando, dinamizando a formação de uma Igreja toda ministerial”. Junto com isso, a dimensão social, buscando ser uma Igreja profeta. Ele tem em perspectiva “uma Igreja ministerial que leva o nosso povo a conhecer Jesus, a seguir Jesus e anunciá-lo com muita alegria”. Também, “uma Igreja sempre discípula da Palavra”, uma Igreja que quer “promover vocações, para todas as instâncias, vocações para a Igreja de Deus”. Dom Zenildo abouga por uma “Igreja sempre defensora da vida, que cuida da casa comum”, e “zela pela comunhão com o Papa, com a unidade e a sinodalidade”. No dia 18 de novembro de 2022, o Papa Francisco elevou a prelazia de Borba a diocese, o que isso significa para a Igreja local? Com muita alegria, a diocese de Borba se preparou como prelazia, organizando a cúria, os conselhos, o colégio de consultores. Sendo uma Igreja toda missionária, o Papa Francisco reconhece essa caminhada sinodal da prelazia de Borba e a eleva a diocese. Em primeiro lugar, nos preenche de esperança, porque se trata de um reconhecimento dando à Igreja local de Borba uma autonomia. Sendo prelazia está ligada a uma congregação religiosa, aqui sempre esteve ligada aos Franciscanos da Terceira Ordem (TOR), que nós temos uma gratidão imensa. Eles foram bondosos e ajudaram muito nesse processo de evangelização. Ganhando essa autonomia há uma promoção vocacional, há um investimento nas lideranças. Isso significa uma Igreja formada a partir do discipulado e da missionariedade. É um grande significado na nossa vida de uma Igreja que conquista a missionariedade, os ministérios, força nas pastorais e assim por diante. Em que muda o trabalho pastoral no dia a dia pelo fato de ser diocese? Aumenta a nossa responsabilidade, porque sendo diocese, ela deve caminhar com as suas próprias pernas, como está fazendo há muito tempo, mas sempre tivemos o apoio e o carinho dos Franciscanos. Nesse aspecto, ela ganha uma certa autonomia. Em segundo lugar, ela ganha uma organização, organizasse a cúria, a formação do laicato, o seminário. Ela é organizada hoje em foranias, a diferença está em que agora como diocese, ela funcionará descentralizada, uma Igreja toda ministerial. Nós temos quatro foranias, que dá muita mais habilidade na formação, na reunião, no atendimento às paróquias e comunidades. Há muitos elementos positivos em ser diocese, e um justamente é a organização e a descentralização. A cerimonia de instalação da diocese vai acontecer no próximo domingo 25 de junho, e será presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus. Como a Igreja de Borba está se preparando para essa celebração? Com muita alegria, nós já estamos preparados para essa celebração de instalação da diocese. Todas as paróquias estão já com suas caravanas organizadas e vão chegar aqui sábado à noite ou domingo pela manhã. Essa organização passa também pela dinâmica de celebrar os 60 anos da diocese. Ela foi criada em pleno Concílio Vaticano II, em 63, uma Igreja criada com o sopro do Espírito Santo para evangelizar. Nós estamos celebrando 60 anos e vamos celebrar com muito júbilo essa instalação, com a presença do cardeal arcebispo de Manaus e outros irmãos bispos que virão para cá. Ele também é presidente do Regional Norte1, e isso nos preenche de alegria, comunhão, com todo o nosso Regional da CNBB. Estamos preparando três momentos, primeiro a acolhida no aeroporto da comitiva que vem, depois vamos a dar a benção na cúria como um sinal da diocese organizada, e depois ofereceremos um café e nós vamos celebrar às 9:00 horas. Quais os desafios que a nova diocese de Borba enfrenta de cara ao futuro? O grande desafio é a formação do nosso laicato, continuar organizando, dinamizando a formação de uma Igreja toda ministerial. O segundo desafio, um dos maiores, é a dimensão social, nós estamos no Rio Madeira, onde nós temos a presença do garimpo ilegal, onde nós temos o narcotráfico, que é forte. Uma Igreja que precisa ser profeta, pensar em fortalecer as pastorais sociais, como também as comunidades. Qual é sua palavra como bispo diante desse novo momento para o povo que vive sua fé na diocese de Borba? Como bispo e pastor desse povo querido, eu quero apresentar perspectivas de muita esperança daqui para frente. Uma Igreja ministerial que leva o nosso povo a conhecer Jesus, a seguir Jesus e anunciá-lo com muita alegria, como diz o Papa Francisco. Uma Igreja sempre discípula da Palavra, que estuda a Palavra, que guarda a Palavra e que vive a Palavra de Deus. Uma Igreja com um coração ardente, no sentido de promover vocações, para todas as instâncias, vocações para a Igreja de Deus. Uma Igreja sempre defensora da vida, que cuida da casa comum, na conscientização e também no cuidado com todos. Uma Igreja que zela pela comunhão com o Papa, com a unidade e a sinodalidade. Eu quero acolher todos e todas que virão para cá com muita alegria, com muita fraternidade, com muita esperança, para todos se sentirem bem levando o evangelho da alegria ao nosso povo daqui para frente. Muito obrigado, um fraterno abraço a todos. Bem-vindos, quero contar com vocês aqui. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Instrumentum Laboris Sínodo 2021-24: “Abrir horizontes de esperança para o cumprimento da missão da Igreja”

A Secretaria do Sínodo acaba de divulgar, a 20 de junho, o Instrumentum Laboris para a primeira sessão da Assembleia Sinodal (Baixar aqui em PDF), que terá lugar em outubro. O texto começa por recordar os passos dados “desde que o Papa Francisco convocou toda a Igreja para o Sínodo, a 10 de outubro de 2021”, procurando responder à forma como o caminhar junto foi se concretizando. Começa a segunda fase do Sínodo O que foi recolhido primeiro a nível diocesano deu origem ao Documento para o Caminho (DEC), que foi a base para as sete Assembleias continentais, procurando o que priorizar na Primeira Sessão da Assembleia Sinodal. Com os documentos produzidos pelas Assembleias continentais, foi elaborado o Instrumentum Laboris, que encerra a primeira fase do Sínodo e abre a segunda, articulada nas duas sessões previstas da Assembleia Sinodal. O objetivo é “não produzir documentos, mas abrir horizontes de esperança para o cumprimento da missão da Igreja“. Um processo sinodal que reflita a situação atual: guerras, alterações climáticas, um sistema económico que explora e descarta, colonialismo cultural, emigração, comunidades cristãs minoritárias, secularização agressiva, abusos sexuais, de poder e de consciência na Igreja. Uma situação que pedirá à Assembleia Sinodal uma escuta profunda das situações em que a Igreja vive e realiza a sua missão, com os frutos recolhidos na fase de escuta, vividos num encontro sincero e cordial, na catolicidade da Igreja, que se exprime na diversidade e nas tensões, que não devem assustar, mas que “podem tornar-se fontes de energia e não cair em polarizações destrutivas“. Articular prioridades sem tomar posição Um IL que não quer ser o único material a ser levado em conta, mas que, a partir dos diferentes documentos que fazem parte do processo de escuta, “articula algumas das prioridades que emergiram da escuta do Povo de Deus, mas não como afirmações ou tomadas de posição”. Tornaram-se perguntas, que “são expressão da riqueza do processo do qual emergiram“, insistindo na importância decisiva das Igrejas locais “como lugar teológico onde os batizados experimentam concretamente o caminhar juntos”. O texto divide-se em duas secções, a primeira, intitulada “Para uma Igreja sinodal”, que “procura recolher os frutos da releitura do caminho percorrido“: sinais de identidade de uma Igreja sinodal; a importância do colóquio espiritual. Uma segunda secção, intitulada “Comunhão, Missão, Participação”, com três prioridades. A partir daí, deveriam surgir passos concretos. O que é uma Igreja sinodal O IL define a Igreja sinodal como “uma experiência integral”, sendo o processo sinodal visto como “algo inesperado, maior do que o previsto”, como “o espaço em que se torna praticável o modo evangélico de lidar com questões que muitas vezes são levantadas de forma vingativa“, sendo “uma Igreja de irmãs e irmãos em Cristo que se escutam uns aos outros e que, ao fazê-lo, são gradualmente transformados pelo Espírito”. Ao falar dos sinais característicos de uma Igreja sinodal, sublinha-se “que uma Igreja sinodal se funda no reconhecimento da dignidade comum que deriva do Batismo”, o que cria “uma verdadeira corresponsabilidade entre os membros da Igreja“, algo que é chamado a ser praticado. Juntamente com isso, uma Igreja da escuta, que “deseja ser humilde, sabe que deve pedir perdão e tem muito a aprender”, uma Igreja “do encontro e do diálogo”, que vive a sua catolicidade “numa diversidade de contextos e culturas”, que “enfrenta com honestidade e coragem o apelo a uma compreensão mais profunda da relação entre amor e verdade”, que sabe “gerir as tensões sem se deixar destruir por elas”. Neste caminho, a Igreja sinodal é chamada a dialogar no Espírito, definido no IL como “aquela dinâmica em que a palavra dita e escutada gera familiaridade, permitindo aos participantes tornarem-se íntimos uns dos outros”, que “permite a partilha de experiências de vida”, e que é visto como um método que “anima e informa cada vez mais a vida quotidiana das Igrejas”, e com um valor “requintadamente missionário”. Método muito presente no Novo Testamento, é também visto como “oração partilhada em vista de um discernimento comum”. Comunhão, missão, participação como temas prioritários Comunhão, missão, participação são definidas no texto como três temas prioritários para a Igreja sinodal, três pilares que “se articulam, se alimentam e se apoiam mutuamente”. Para os trabalhar, foram elaboradas cinco fichas de trabalho para cada prioridade, que constam no IL. Sobre uma comunhão que irradia, o primeiro pilar, o texto pergunta: “Como podemos ser mais plenamente sinal e instrumento da união com Deus e da unidade do género humano?”, vendo esta comunhão como “um caminho sobre o qual somos chamados a crescer“, colocando a liturgia como a via para o fazer. Por isso, “a vida sinodal não é uma estratégia para organizar a Igreja, mas a experiência de poder encontrar uma unidade que abraça a diversidade sem a anular”. Como partilhar dons e tarefas ao serviço do Evangelho é a questão que se coloca em relação à corresponsabilidade na missão, que “constitui o horizonte dinâmico a partir do qual pensar a Igreja sinodal”, insistindo que “a missão não consiste na comercialização de um produto religioso, mas na construção de uma comunidade em que as relações são uma transparência do amor de Deus e, deste modo, a própria vida se torna um anúncio“. Para isso, o contributo de cada batizado é precioso e indispensável, apelando “ao contributo de todos, cada um com os seus dons e tarefas, valorizando a diversidade dos carismas e integrando a relação entre dons hierárquicos e carismáticos”. Sobre a participação, a responsabilidade e a autoridade, pergunta-se “que processos, estruturas e instituições são necessários numa Igreja sinodal missionária?”, determinando a importância da “humanização das relações no coração do projeto de comunhão e do empenho missionário”. A partir daí, reflete sobre a autoridade, vista como capacidade de crescimento, e sobre a formação, que deve ser “integral, inicial e permanente, para todos os membros do Povo de Deus”, insistindo que “os candidatos ao ministério ordenado devem ser formados num estilo e numa mentalidade sinodal“. A par disso, renovar a linguagem eclesial, tornando-a mais acessível e atrativa,…
Leia mais

Ir. João Gutemberg Sampaio: “A REPAM avança, mas os problemas da Amazônia se agravam”

A Green Citizen Foundation e a Fundación Ambiental Internacional Vida Verde (FUNVIVE), distinguiram a Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), com o Prêmio Mundial de Cidadania Verde 2023, na categoria: Visão e Ação Ancestral. Um prêmio que será entregue nesta quarta-feira, 21 de junho, e que será recolhido por Dom José Ángel Divasson, Ennymar Bello, Yesenia Alcalá e o padre Nelson Briceño, membros da REPAM-Venezuela. O Ir. João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM analisa o que essa premiação representa para a instituição, ajudando a “dar essa visibilidade que corrobora, que confirma essa missão importante da REPAM no contexto amazônico”. O religioso Marista destaca o empenho da REPAM em promover o diálogo na Amazônia, uma região, onde “a REPAM avança, mas os problemas da Amazônia se agravam”. A REPAM foi reconhecida pela Green Citizen Foundation e a Fundación Ambiental Internacional Vida Verde (FUNVIVE), com o Prêmio Mundial de Cidadania Verde 2023, na categoria: Visão e Ação Ancestral. O que representa isso para a REPAM? Esse reconhecimento é muito importante, porque a REPAM está se preparando para celebrar no próximo os 10 anos de sua existência. E esse prêmio reconhece também o trabalho da rede nessa década, de formação da consciência socioambiental, da incidência, da defesa dos povos, a questão das comunidades e também a luta pelos direitos, bem focalizado, porque essas são caraterísticas da REPAM, que são reconhecidas por um organismo externo. Isso era importante para dar essa visibilidade que corrobora, que confirma essa missão importante da REPAM no contexto amazônico, e como o prêmio também menciona, o que se faz de bem na Amazônia tem uma influência para o planeta inteiro. Tanto o que se faz de bem, como o que se de ruim, mas a REPAM está no caminho do bem, do bem viver. Fala sobre um prêmio que tem sido concedido por organizações que poderíamos dizer estão fora do âmbito eclesial. A REPAM sempre tentou estabelecer pontes entre a Igreja católica, outras igrejas e diferentes organizações que cuidam da Amazônia. Esse reconhecimento dá valor ao trabalho realizado nos últimos 9 anos? Exatamente, porque a REPAM sendo eclesial, a sua caraterística de rede é exatamente de conectar-se com organizações e também indivíduos que tenham o mesmo pensamento do cuidado do planeta, do cuidado das comunidades. É um diálogo da Igreja em direção à sociedade, fazendo-se também participante da sociedade, enquanto Igreja, com um pensamento muito claro do Papa Francisco, o cuidado da casa comum e de seus habitantes. Este diálogo, ele não é religioso simplesmente, apesar de ser profundamente espiritual, ele é um diálogo socioambiental. Daí a importância dessa conexão com outros organismos não eclesiais. Esse trabalho que tem realizado a REPAM, quais os desafios que coloca no caminho da REPAM nesse trabalho em rede, nessa conexão com diferentes instâncias? O paradoxo é que a REPAM se consolida, a REPAM avança, mas os problemas da Amazônia se agravam. Existem aqui as forças externas, os modelos importados, a devastação, a invasão dos territórios, a violação dos direitos humanos. No momento ascendente da missão da REPAM existe também uma ascendência daquilo que é a destruição. É um paradigma, é um paradoxo, é uma antítese, quanto mais avançamos, mais também avança, como diz nossa vice-presidenta Yesica Patiachi, a Amazônia sangra. Isso nos confirma que precisamos cada vez mais fortalecer a missão, fortalecer a incidência para que a força do bem vai vencendo cada vez mais. Nesse sentido, todos os organismos, todas as instituições necessitamos estar muito atentos, muito conectados, para termos unidade, sinergia na defesa do bem comum. Uma dimensão de cuidado da casa comum que tem sido muito impulsionada pelo Papa Francisco, sobretudo com a encíclica Laudato Si´. Como a REPAM pode contribuir no cuidado da casa comum explicitado pelo Papa Francisco na Laudato Si´, e como trazer isso para a realidade da Igreja da Amazônia e dos povos que habitam a região amazônica?   A Laudato Si´, inclusive, ela valoriza a Amazônia quando dedica à Amazônia um parágrafo inteiro, um parágrafo longo inclusive, quando fala da Amazônia como pulmão de capital importância, junto com a floresta tropical do Congo, e também as ameaças que sofre. O conjunto da Laudato Si´ para o trabalho da REPAM é como uma carta fundacional, um plano de vida para a rede. E se nós olharmos a variedade de ações que o Papa sugere, a questão da ecologia do quotidiana, a visão cultural, a visão política, a mudança dos atos, dos costumes, evitar o consumismo, a consciência global, e também a questão da justiça entre as gerações, pensar nas gerações futuras. Tudo isso passado através de uma espiritualidade, de uma educação ecológica. É uma carta importante, uma integração importante da REPAM com a encíclica Laudato Si´, com esses caminhos tão claros de projeto de vida, de vida para defender a vida. E o Papa coloca também, dentro de uma realidade tão gritante, tão sofrida, tão triste, ele coloca esperança, porque ele pega a espiritualidade de Francisco de Assis, e ele diz que é para caminharmos e cantarmos defendendo a vida das pessoas, e a vida do planeta, superando a dicotomia entre crise social e crise ambiental. Existe uma só crise e precisamos fazer frente a essa crise unidos, com esperança, com firmeza. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Amaturá acolhe Missão Ticuna

O Sínodo para a Amazônia ajudou a avançar na concretização de uma Igreja com rosto amazônico e indígena, algo que foi assumido pelo povo Ticuna, especialmente pela paróquia São Francisco de Assis em Belém do Solimões, diocese de Alto Solimões. Um grupo de missionários e missionárias vem realizando nos últimos meses missões em diferentes comunidades da diocese, a última em Canimarú e Nova Esperança de Maepü, comunidades indígenas da paróquia São Cristóvão de Amaturá, onde realizaram sua missão de 5 a 17 de junho de 2023. Uma oportunidade para realizar a evangelização, desde a doação, protagonismo indígena e compromisso com o Reino de Deus. Segundo os missionários e missionárias, tem sido dias e noites de formações sobre a Palavra de Deus, Catequese, Dízimo, Celebração Dominical, Vocação, os Pilares da Igreja no Brasil, Ecologia e luta contra alcoolismo e drogas! Os participantes da missão destacaram que tudo isso foi muito bem acolhido pelas comunidades, desde as crianças até os idosos. O motivo dessa grande acolhida está no fato de ter sido no “jeito”, cultura e língua Ticuna. Orações, dinâmicas, partilhas de alimentos, desafios nas longas viagens de peque-peque com frio, motivado pela friagem na região nos últimos dias, chuvas e sol… Mas sempre com alegria que brota de fazer tudo por Amor a Deus e ao povo. Os missionários e missionárias agradeceram ao padre Washinton, pároco da paróquia São Cristovão de Amaturá por acolher tão bem os missionários e missionárias indígenas. Igualmente agradecem a ACN por doar material de catequese e formação Bíblica. Uma missão onde participaram o missionário Clebson, o diácono permanente Antelmo e sua esposa Lucinda, de Belém do Solimões, o missionário Nelino de Nupene, e os missionários Maraide, Roberto, Jó Jordão e Jordeval, de Vendaval. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Com informamaçoes do Blog Povo Ticuna de Belem do Solimões

Dom Leonardo: “Hoje nós temos quase uma aberração, oferecemos o Evangelho em troca de milagres”

No 11º Domingo do Tempo Comum, Dom Leonardo Steiner iniciou sua homilia lembrando que neste 18 de junho a Igreja do Brasil inicia a Semana do Migrante. Isso numa arquidiocese que recebe muitos migrantes e faz um grande esforço “em acompanhar, documentar, receber, esses irmãos e irmãs que vem de outras terras”. Comentando o evangelho do dia, o cardeal Steiner disse que as ovelhas “caminham errando e sem direção, daí o cansaço e o abatimento. Abatidas e desnorteadas pois sem norteadores, sem sinalizadores, sem indicadores de esperança”. Uma situação que provoca a compaixão de Jesus, “e envia aos discípulos para anunciar o Reino novo, o da liberdade, da justiça, da verdade, do sentido para a vida humana”, insistindo em que “a vida humana tem sentido, também na dor”. Um Reino que ele definiu como “o Reino da plenitude, o Reino capaz de superar o abatimento e o cansaço”. Da primeira leitura, o arcebispo de Manaus destacou “a declaração do amor de Deus para com o povo de Israel. Deus compassivo cuida, enaltece, encaminha, guia”. Segundo Dom Leonardo, “Deus que se compadece de seu povo, é a compaixão que envia Moises para salvar o povo e libertá-lo da escravidão”. Ele insistiu em que “Deus é um Deus compassivo, a compaixão faz ver as realidades como são, ela é como a lente do coração que nos faz entender as realidades mais profundas, as maiores necessidades das pessoas, pois a compaixão é a fraqueza de Deus, mas também a sua força, nos diz Papa Francisco”. Um Deus que “se compadeceu de nós, se tornou compassivo e nos enviou a sua compaixão, o Filho Jesus”, segundo o cardeal. Ele destacou a continua compaixão de Jesus, que “não é um sentimentalismo, mas manifestação concreta do amor que cuida das pessoas, seja do corpo, seja do espírito”. A compaixão tomou conta da vida de Jesus, afirmou, definindo a verdadeira compaixão como “sofrer com o outro, sentir-se próximo do outro, perseverador do outro”. Essa compaixão provoca que Jesus envie seus discípulos “para proclamar o Reino da proximidade, o Reino de Deus está próximo”, destacou. O cardeal definiu que “proclamar que Deus é próximo, perto de nós”, é a primeira missão de nós discípulos, chamado a que não desconfiemos de Deus, “a proximidade, a liberdade, a frutuosidade de Deus, essa esperança que anima os passos, revigora as forças, concede olhos para ver novos horizontes, pois o Reino está próximo”. Dom Leonardo fez ver que “o anúncio do Reino acontece na gratuidade”, e “nada de negociação, de enganos, de ofertas compradas, trocadas”, denunciando que “hoje nós temos quase uma aberração, oferecemos o Evangelho em troca de milagres” e insistindo em que “o Evangelho não é negócio, é proximidade de Deus, é manifestação de Deus, não é negociação”. “O Reino novo tem sinais, oferece indicações para despertar do abatimento e do cansaço”, enfatizou. Citando o Papa Francisco, quando diz que “muitos se vem empobrecidos pelo seu dinheiro e pelas coisas que pensam possuir e vem o cansaço da vida, a indiferença para com a grandeza do Espírito”, ele fez a proposta do Evangelho do dia, que nos fala de novo horizonte, sentido, proximidade de Deus. Diante disso advertiu que “também nós às vezes estamos enfermos, enfermas, necessitamos de cura, mortos e precisamos de ressurreição, possessos e esperamos ser libertos dos demônios que impedem de viver como filhos e filhas de Deus”. Dom Leonardo chamou a reparar na necessidade de “sarar o corpo e a alma dos que se sentem destruídos pela dor e angustiados pela dureza impiedosa da vida diária, pobreza, fome, abandono, sem sentido. Libertar do que rouba a vida, o bem humor, a graciosidade do bem viver, libertar de tudo o que faz sofrer”. No ressuscitar os mortos, ele vê o chamado a “despertar os homens e mulheres para o dom da vida, do amor, da força da esperança, do morrer a conta-gotas, da morte vir a vida cotidiana como graça, como suavidade, como compaixão”. O arcebispo de Manaus fez um chamado a “deixar-se renovar pelo amor, pela vontade de lutar, pelo desejo de liberdade, uma confiança ilimitada em Deus”.     Ao explicitar o “purificai os leprosos”, Dom Leonardo chamou a “purificar, limpar o corpo social da mentira, da hipocrisia, da falsidade, da vontade do poder, do convencionalismo”. Isso para “viver na verdade, na simplicidade, na bondade, na transparência, na honradez, na justiça”. No expulsar os demônios, o cardeal refletiu sobre “quantos espíritos maus a rondar as nossas relações, as nossas ações. O demônio da violência, da corrupção, do roubo, da morte. Expulsar tantos demônios que escravizam e pervertem a nossa convivência familiar, social e também eclesial”. O cardeal disse Deus estar próximo “onde há liberdade de espírito, onde o Espírito rege e multiplica as relações dignificadas pelo amor”. Ele insistiu na compaixão como mandamento de Jesus, “um anúncio gratuito, um anúncio testemunhal, sermos pessoas que vivem do Evangelho, buscam curar-se, buscam ressuscitar, abrir olhos, dar suportes para que as pessoas vivam em plenitude, enfrentem a cotidianidade com jovialidade e graça”. Por isso, Dom Leonardo chamou a “sermos tomados pela compaixão em nossos dias”, advertindo que “podemos ser tomados às vezes pela indiferença”. Dom Leonardo refletiu sobre “como a indiferença humana faz mal aos necessitados”, citando o Papa Francisco. “As margens da sociedade há muitas mulheres e homens provados pela indigência, inclusive pela insatisfação e a frustração de viver”, afirmou, criticando o sistema econômico que “explora o homem e impõe um jugo insuportável que os poucos privilegiados não querem carregar”. A falta de amor é causa de que nos sintamos cansados e abatidos, afirmou, cansaço do espírito, advertindo que “o que nos salvara não será o conforto, as riquezas, a tecnologia, mas o amor”. “O amor compartilha, acolhe, se compadece, enobrece as relações, desperta confiança, vence os demônios da violência e da ganância”, destacou. Daí ressaltou o Reino da compaixão e do amor, afirmando que “quem se compadece, atingido em suas entranhas, o coração se emociona, lacrimeja, quando no compadecimento aprende a amar. É que amor nos…
Leia mais