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Cardeal Sérgio da Rocha: Conselho de Cardeais, “buscar a comunhão em vista da missão”

No dia 7 de março de 2023, o Papa Francisco renovou o Conselho dos Cardeais, uma novidade do atual pontificado criado no dia 28 de setembro de 2013. Entre os novos membros está o cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador (BA), que participou da primeira reunião do novo C9, realizada no Vaticano na segunda e terça-feira desta semana, nos dias 24 e 25 de abril de 2023. Segundo o cardeal, “esta nomeação que o Papa me fez para o Conselho de Cardeais é uma graça, um dom, mas ao mesmo tempo uma tarefa muito exigente, uma responsabilidade grande, um serviço que a gente presta à Igreja”. Dom Sérgio da Rocha lembra na insistência do Papa em “não entender as nomeações como honraria, mas como serviço. De fato, desde o primeiro momento em que recebi esse comunicado me coloco a serviço efetivamente, e espero estar sendo um servidor da Igreja quando participo dessas reuniões”. O purpurado brasileiro afirma que “o próprio Conselho de Cardeais já se coloca nessa perspectiva de sinodalidade que o Papa tem ressaltado com muita razão e proposto para toda a Igreja”. É por isso que ele insiste em que “o Conselho de Cardeais é um instrumento de comunhão, de participação e de missão”. Sua afirmação está sustentada no fato de ser “primeiramente um espaço de diálogo, um espaço de discernimento, junto do Papa, naturalmente, prestando um serviço ao sucessor de Pedro, mas buscando justamente a comunhão em vista da missão”. O cardeal Sérgio da Rocha não se sente propriamente um representante do Brasil ou da América Latina, “não há esse critério de representatividade, mas sem dúvida que eu tenho tido a oportunidade de levar a experiência da vida da Igreja no Brasil e da missão da Igreja em América Latina, nossas alegrias e dores, nossas preocupações”, algo que espera continuar a fazer. O arcebispo de Salvador espera “contribuir sempre mais nesse Conselho de Cardeais a partir de nossa vivência eclesial, a partir da missão em América Latina, naturalmente sempre atento aos desafios, mas também levando nossos valores, nossa experiência”. Um conselho que tem na sua composição diferentes origens, o que o cardeal considera muito importante, “a sinodalidade, ela pressupõe sempre esse espaço de diálogo, de corresponsabilidade, de discernimento conjunto, uns à escuta dos outros e todos à escuta do Sucessor de Pedro, e junto com o sucessor de Pedro à escuta do Espírito Santo”. Dom Sérgio da Rocha considera muito importante essa iniciativa do Papa Francisco, pelo que ela representa para toda a Igreja. Ele espera que “nós possamos como Conselho de Cardeais contribuir efetivamente com a missão do sucessor de Pedro no discernimento das questões que o próprio Papa quiser apresentar e tudo aquilo que nós podemos levar também para essas reuniões”. “Independente de resultados”, o membro do C9 considera que é “uma iniciativa de um significado muito profundo, significado eclesiológico, sinodal”. Ele se sente, “por uma parte muito agradecido diante de Deus, diante do Papa Francisco, e ao mesmo tempo com esse senso de corresponsabilidade, mas de saber que não estou ali em nome próprio, de alguma forma levo a vida e missão daqui na Igreja”. O cardeal considera o Papa Francisco “um exemplo extraordinário de diálogo, mas de valorizar a escuta no diálogo que supõe escutar o outro, supõe aprender com o outro, reconhecer os valores do outro”, insistindo em que “o Papa Francisco tem sempre essa atitude de escuta muito generosa, e isso não é apenas nessa instância, nesse Conselho de Cardeais”. Como exemplo coloca que “nós bispos, quando vamos conversar com o Papa, seja na visita ad limina, seja quando de alguma maneira alguém vai pessoalmente a encontrá-lo, nós vemos nele essa abertura, essa atenção, essa escuta atenta de quem está falando com ele”. Uma atitude que Dom Sérgio da Rocha vê de modo especial no Conselho do Sínodo, onde ele é membro desde o Sínodo da Juventude. Nesse conselho, que o Papa preside, “nós temos uma atenção muito grande do Papa e uma atitude de escuta muito generosa. O Papa é capaz de nos ouvir durante muito tempo, sem interferir, de ouvir atentamente o que se diz, e depois, naturalmente, a palavra é dele. Se trata de um diálogo, essa escuta também é recíproca, de alguma forma nós também queremos ouvi-lo”. O cardeal destaca como admirável “o tempo e a disposição do Papa de ouvir”, refletindo sobre o fato de que nós “nem sempre conseguimos uma escuta mais prolongada, continuada e atenta”. Junto com isso destaca no Papa o “acolher com muito respeito, uma valorização daquilo que se diz, se apresenta, e o Papa faz um discernimento, mas ouve com muita atenção, acolhe, respeita, e isso falta muito no mundo de hoje”, insistindo em que “nós precisamos do diálogo, do diálogo que brota, que alimenta a disposição sincera de escutar o outro”. Como exemplo de diálogo na Igreja, o cardeal coloca a Ecclesiam suam, um texto do Concílio Vaticano II, em que “se propõe vários níveis, vários tipos de diálogo, dentro da Igreja e com o mundo, e o mundo de hoje precisa de diálogo como caminho de paz, o Papa Francisco tem insistido muito nisso, no diálogo, na fraternidade como um caminho de paz, e hoje precisamos dialogar mais, nos vários níveis, seja em nível mais interpessoal, no dia a dia, nos ambientes onde se vive, mas sobretudo nas nossas comunidades. E hoje, se fomos ver, o diálogo tão necessário entre lideranças, seja num país, seja entre os países, num mundo em guerra, num mundo tão sofrido, em situações de conflito, de guerra, nós temos mais necessidade ainda de recorrer ao diálogo como caminho de paz, como expressão de fraternidade”.     Foto: Victória Holzbach Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Os bispos convidam os brasileiros a “apoiar-se reciprocamente para o bem do País”

Os bispos brasileiros, reunidos em Aparecida para sua 60ª Assembleia Geral deram a conhecer nesta quinta-feira sua tradicional mensagem ao Povo Brasileiro (ver aqui). Diante dos grandes desafios presentes no país, movidos pela “renovação desse compromisso com a vida”, os bispos se sentem estimulados como Igreja “na promoção do Reino de Deus”. O texto mostra a “solidariedade fraterna, às consequências das tragédias socioambientais; com compromisso cidadão na defesa da democracia e, com responsabilidade social, ao drama da fome que nos assola”, presente nas comunidades. Uma atitude que é considerada “o autêntico e eficaz testemunho de que o mundo necessita”. Os bispos dizem enxergar “os sofrimentos presentes na sociedade”, denunciando aquilo que o Papa Francisco chama “uma terceira guerra mundial em pedaços. Junto com a guerra denunciam “os autoritarismos, as polarizações, as desinformações, as desigualdades estruturais, o racismo, os preconceitos, a corrupção, a banalização do mal e das vidas, as doenças, a drogadição, o tráfico de drogas e pessoas, o analfabetismo, as migrações forçadas, as juventudes com poucas oportunidades, as violências em todas as suas dimensões, o feminicídio, a precarização do trabalho e da renda, as agressões desmedidas à ‘casa comum’, aos povos originários e comunidades tradicionais, a mineração predatória, entre tantas outras, que fragilizam o tecido social e tencionam as relações humanas”. Uma realidade que é consequência de “certa cultura da insensibilidade”, denunciando a tragédia do povo Yanomami, que é expressão da “degradação da criação e o descaso com os mais pobres e abandonados”, uma situação que se repete em outras realidades, mostrando a “globalização da indiferença”. Diante disso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reconhece “a importância da resistência histórica do movimento indígena”, pedindo adotar “providências e ações concretas em defesa desses povos”, destacando dentre elas o marco temporal. A causa está “na opção por um modelo econômico cruel, injusto e desigual”, denunciando a falta de escrúpulo do sistema financeiro, que “destrói a vida, precariza as políticas públicas, em especial a educação e a saúde, adota juros abusivos que ampliam o abismo social, afeta a cadeia produtiva e reduz o consumo dos bens necessários à maioria do povo brasileiro”. Os bispos reclamam melhores condições de emprego em vista de “condições mais saudáveis de vida”, superando a informalidade e o trabalho análogo à escravidão. A mensagem faz um chamado a todas as instituições a “apoiar-se reciprocamente para o bem do País”, e uma cobrança aos governos por “uma opção clara e radical pela vida, desde a concepção até à morte natural, passando inevitavelmente pelos direitos sociais e humanos”. Os bispos conclamam “a construir um amplo projeto de reconciliação e pacificação, a partir de um diálogo franco e aberto, que possibilite superar o que nos afasta, com o objetivo de assegurar o que nos une: o país, o seu povo e a criação”. Para isso a amizade social e a cultura do encontro são o caminho. Pedindo orações e reafirmando sua profunda confiança no povo brasileiro, os bispos afirmam que “A esperança é a nossa coragem!”, convidando a ser “semeadores de mudança, de solidariedade e de vida”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Altevir: 60ª Assembleia CNBB, “um sinal de esperança para nossa Igreja”

Uma Assembleia com “um caráter diferente das demais pelo fato de ser uma assembleia eletiva onde estamos escolhendo a presidência e os presidentes das comissões”, afirma Dom José Altevir da Silva. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está realizando em Aparecida (SP) sua 60ª Assembleia Geral. Segundo o bispo da prelazia de Tefé (AM), esse fato, “para nós isso tem um grande sentido, porque a semana que antecipou, ela foi marcada justamente pelas orientações e inspirações de textos, análise de conjuntura, análise eclesial e partilha de textos significativos para vermos onde estamos e para onde queremos ir no Brasil”. Lembrando o Retiro realizado no final de semana, “em que refletimos sobre o amor de Deus por cada um de nós”, o que segundo o bispo, “implica também o amor de Deus pela Igreja e seu povo através dos seus representantes, de seus pastores, de todo o Povo de Deus”, Dom Altevir destaca a importância da organização das comissões. Ele define a atual assembleia como “um sinal de esperança para nossa Igreja e também atualização da hermenêutica da caminhada missionária da Igreja, porque essa é uma dimensão transversal na caminhada da Igreja enquanto CNBB, a dimensão missionária na vivência do Evangelho de Jesus Cristo”. Dom Altevir diz sair da 60ª Assembleia Geral da CNBB, “animado e esperançoso para que tudo seja feito nesta assembleia em prol do crescimento, da evangelização do Povo de Deus”. Isso se concretiza na missão, uma dimensão importante na vida do bispo da Prelazia de Tefé, que no último quadriênio participou da Comissão para a Ação Missionária da CNBB. Os bispos na Assembleia estão refletindo sobre como “levar essa dimensão missionária, que não é uma dimensão mais, essa essência missionária à base”, insiste Dom Altevir. O bispo de Tefé percebe que “nós precisamos dar grandes passos, porque muitas reflexões que nós fazemos, ficam muitas vezes entre os agentes, entre os pastores, entre os padres, entre um grupo que pensa, que programa”. Diante disso, Dom Altevir insiste em que “nós precisamos sair do programado para o pragmático, para o espírito da missão, em todos os sentidos, seja para a dimensão sinodal, seja para a dimensão missionária, para sair realmente dos conceitos, dos estudos, e ir até a base, aqui que está o grande desafio para uma Igreja que é por natureza missionária”. Em relação à prática missionária, “nós deveríamos ter menos trabalho para que este assunto fosse assumido e vivenciado, porque ela já é por natureza missionária”. Diante disso se questiona o que nós estamos fazendo, algo que acontece, “por falta de conscientização dos próprios batizados e isso recai sobre nós pastores também, nós estamos lutando para que a Igreja, que é por natureza missionária tenha consciência que é missionária”. Por isso, ele pede que o trabalho que está sendo feito, também pelos bispos e pela CNBB, “chegue à base, chegue junto com o povo”, reconhecendo que “aqui que está um pouco a dificuldade”. Dom Altevir faz um chamado a “ter esperança que cada assembleia que nós fazemos, cada diretriz, cada orientação que recebemos da CNBB é em prol da realização da missão junto ao povo de Deus lá na base”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

60ª Assembleia CNBB avança na eleição de presidentes de comissões

As 12 comissões episcopais que fazem da Conferência Nacional dos Bispos de Brasil (CNBB) são de grande importância para a caminhada da Igreja católica no país. Depois da eleição da Presidência e dos dois presidentes da Comissão de Animação Missionária e Bíblico-catequética, nesta quarta-feira os bispos do Brasil elegeram os membros das outras comissões. A Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé será presidida por Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), que foi secretário geral no último quadriênio. Dom Joel foi nomeado bispo em 7 de dezembro de 2016. Na Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora foi reeleito na primeira votação dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo (MA), desde agosto de 2010. Ele disse aceitar “pela confiança dos senhores, pelo compromisso de uma Igreja comprometida com o empobrecido, com o propósito da Comissão de testemunhar o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja”. Dom Hernaldo Pinto Farias, bispo de Bonfim (BA), é o novo presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB. foi o escolhido para conduzir os assuntos de Liturgia no quadriênio (2023-2026). Ele, que é bispo desde 2019, disse aceitar “por acreditar numa liturgia que nasceu do Concílio Vaticano II. A Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB será presidida por dom Ângelo Ademir Mezzari, que é bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo (SP), desde 2020. Em suas primeiras palavras disse: “Eu quero agradecer a confiança da Assembleia da CNBB. Eu sou um bispo da pandemia, e sou um bispo das assembleias virtuais. Essa é a primeira assembleia presencial, já que ano passado eu estava no curso para novos bispos. Conhecendo a caminhada e tendo participado bastante, sobretudo nesses organismos, eu hoje, também por fidelidade ao meu carisma como rogacionista, no Ano Vocacional e nessa mensagem tão bonita do Papa, ‘Vocação, graça e missão’, eu me coloco à disposição e aceito essa nova missão”. Na presidência da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB foi reeleito na primeira votação Dom Giovane Pereira de Melo, recentemente nomeado primeiro bispo da diocese de Araguaína (TO), desmembrada da diocese de Tocantinópolis, para onde foi nomeado no dia 4 de março de 2009. Ele disse aceitar “para continuar servindo o povo de Deus, de modo particular os cristãos leigos e leigas, agradeço o carinho dos irmãos e acolho esse serviço”. Na última votação do dia, a 60ª Assembleia Geral da CNBB elegeu dom Bruno Elizeu Versari, bispo de Campo Mourão (PR), de onde foi eleito bispo coadjutor no dia 19 de abril de 2017, assumindo como titular em 6 de dezembro do mesmo ano, como presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família. O novo presidente assumiu agradecendo pelos votos e dizendo esperar corresponder ao encargo confiado. Além das votações os participantes da Assembleia fizeram as últimas observações em relação ao Regimento interno da CNBB, que finalmente foi aprovado por ampla maioria, sendo apresentada igualmente a caminhada dos organismos do Povo de Deus: Comissão Nacional dos Presbíteros, Conferência dos Religiosos do Brasil, Comissão Nacional dos Diáconos, Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil, Organização dos Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil e Conselho Nacional do Laicato do Brasil. Os representantes dos organismos mostraram os elementos presentes em cada um desses organismos, insistindo em olhar para o futuro com esperança, em viver a sinodalidade e a comunhão, agradecendo à Presidência do último quadriênio pelo caminho percorrido, uma caminhada conjunta, em diálogo, em corresponsabilidade na missão, em sintonia com a Igreja do Brasil, com o Papa Francisco e seu Magistério, sendo relatadas as diferentes ações realizadas. A Assembleia escutou o relatório do Conselho Indigenista Missionário, constantemente atacados no Brasil, relatando as dores presentes na vida dos povos e o esforço dos missionários em acompanhar os povos originários. Neste dia também aconteceu a celebração interreligiosa, com representantes da Comunhão anglicana, do islamismo, Igreja presbiteriana unida, judaismo, Igreja Metodista, e Luteranos, um sinal da necessidade de caminhar juntos como humanidade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Altevir: “Missão é a Carteira de Identidade da Igreja”

O tema da missão ganhou destaque nesse sétimo dia da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Durante a plenária, realizada pela manhã, foi apresentada a I Experiência Vocacional Missionária Nacional, realizada em Manaus (AM), de 5 a 17 de janeiro deste ano, e que contou com a presença de 295 participantes, entre seminaristas, diáconos, presbíteros e bispos; de 94 dioceses e de oito congregações. A Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial pôde partilhar o trabalho realizado e as atividades em preparação durante entrevista coletiva.  Para o bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga (MT), dom Maurício da Silva Jardim, a formação deve contribuir para que ser missionário seja realmente o modo de servir. “Não dá mais para pensar em formar padres que não sejam missionários”. O arcebispo de Manaus (AM), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, considera ser preciso dar muita importância para as experiências missionárias no tempo da formação de seminaristas, pois “a missionariedade é uma graça e é importante que essas experiências aconteçam em uma realidade pobre, pois são os pobre que nos indicam o caminho de Jesus e do Evangelho”. O bispo Araçuaí (MG), dom Esmeraldo Barreto de Farias, informou ainda que a experiência será retratada em uma publicação, “que terá como tema principal o desafio de como fazer para cultivar o ardor missionário e deve estar disponível em junho ou julho deste ano”, reforça ele. Programa Missionário Nacional e Congresso Missionário O tema da missão voltou na parte da tarde, em partilha durante a coletiva de imprensa. O bispo da prelazia de Tefé (AM) e membro da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, dom José Altevir da Silva, e o bispo de Chapecó (SC) e presidente da Comissão para a Ação Missionária, dom Odelir José Magri, falaram sobre duas ações concretas que serão realizadas pela Comissão. Dom José Altevir relatou que o Programa Missionário Nacional nasceu como um dos gestos concretos da missão, com o objetivo de colaborar para que a missão seja o eixo transversal norteador das prioridades da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil – DGAE 2019-2023. “A Igreja é, por natureza, missionária. Ela nasce na missão e para a missão. É uma Igreja em saída desde a sua origem. Missão é a carteira de identidade da Igreja”, afirmou dom Altevir.  Dom Odelir José Magri, ao falar sobre o Congresso Missionário Nacional, afirmou que “os congressos missionários não querem ser um evento, mas um processo que tem o objetivo de impulsionar um novo ardor missionário nas Igrejas locais”. O 5º Congresso Missionário Nacional irá reunir missionários e missionárias de todo o Brasil na arquidiocese de Manaus (AM), entre os dias 10 e 15 de novembro. O tema “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e lema o “Corações ardentes, pés a caminho” serão os inspiradores desse importante encontro. Coordenado pelas Pontifícias Obras Missionárias juntamente com o Conselho Missionário Nacional, os Congressos Missionários têm colaborado com o amadurecimento da consciência missionária dos batizados, aprofundando a responsabilidade da Igreja com a missão além-fronteiras. “Temos um longo caminho a percorrer quando se trata de assumir a missão ad agentes, caminho de apelo de conversão para assumir mais a missão missionária. Que o Congresso Missionário Nacional seja um modo de aquecer o coração para que nossos pés, na realidade local e além fronteiras, possam se colocar em missão, em saída”, reforçou dom Odelir. Vanuza Wistuba – Pastoral da Criança (Fonte CNBB)

CNBB completa sua Presidência e inicia eleição de presidentes das Comissões

O episcopado brasileiro vai escolhendo seus novos cargos para o período 2023-2027. Segundo informa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta terça-feira, depois da eleição do presidente na segunda-feira, cargo que será desempenhado por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, foram eleitos os dois vice-presidentes, o secretário executivo, e os presidentes das comissões para a Ação Missionária e a Comissão Bíblico-catequética. O primeiro vice-presidente será dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia (GO), o segundo vice-presidente será Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns (PE), o secretário geral será Dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS). A Comissão para a Ação Missionária será presidida por Dom Maurício Jardim, bispo de Rondonópolis- Guiratinga (MT) e a Comissão Bíblico-catequética por Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS). Dom João Justino, nomeado bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) no dia 21 de dezembro de 2011, assumiu a Arquidiocese de Goiânia (GO) em 16 de fevereiro de 2022, depois de ser arcebispo de Montes Claros (MG) desde 2017. Diante da pergunta do atual presidente, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, respondeu: “Agradeço a confiança dos senhores, conto com o apoio e orações. Aceito!”. Desde 2015 era presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, e em março de 2016, dom João Justino foi nomeado membro da Comissão de Cultura e Educação do Setor Universidades do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e responsável pelas pastorais de Educação e Cultura no Cone Sul. O bispo de Garanhuns (PE) e atual presidente do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, foi eleito como segundo vice-presidente da entidade. Ele disse aceitar “por amor a Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador, como serviço à Igreja, profundamente agradecido a todos os irmãos e também para garantir a presidência da região Nordeste a todos os irmãos”. Dom Paulo Jackson foi nomeado bispo no dia 20 de maio de 2015. O novo secretário geral da CNBB é Dom Ricardo Hoepers, atual presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Diante da pergunta do presidente disse assumir com muita honra. Foi nomeado bispo da diocese de Rio Grande (RS) em 2016. Dom Maurício da Silva Jardim, bispo de Rondonópolis–Guiratinga (MT), foi eleito para presidir a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, assumindo sustentado em que “na Evangelii Gaudium, o Papa Francisco diz que a missão é uma paixão por Jesus Cristo e pelo povo. Por causa dessa paixão, eu aceito!”. Ele, que era diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias, foi nomeado bispo em 8 de junho de 2022. O último dos eleitos foi dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS), eleito presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Atualmente era coordenador das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). O arcebispo disse aceitar “porque todos nós cremos que a transmissão da fé para as novas gerações é um dos maiores desafios para a nossa missão e também por dar continuação à animação bíblica, eu aceito!”. Ele foi nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 2015, sendo transferido em 2021 para a arquidiocese de Santa Maria. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Organismos do Povo de Deus: expressão da sinodalidade já acontecendo na Igreja do Brasil

A sinodalidade não é uma novidade na Igreja do Brasil, sendo uma realidade também presente nas assembleias gerais do episcopado, que de 19 a 28 de abril realiza sua 60ª edição em Aparecida (SP), onde se fazem presentes os organismos do Povo de Deus. Seus representantes insistem em que a Igreja do Brasil já vive essa sinodalidade, mas também reconhecem que o desafio é “fazer uma caminhada em conjunto, em sinodalidade”, dado que “não existe Igreja sem comunhão e sem sinodalidade”, segundo Moema Rodrigues Muricy, presidenta da Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB). Se trata de “fortalecer essa experiencia”, insiste o padre André Luiz do Vale, presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), de, seguindo o pedido do Papa Francisco fazer realidade “esse processo de escuta, de fala, de união, especialmente criar essa comunhão entre todos”, destaca o diácono José Oliveira Cavalcante, presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND). Uma sinodalidade que “é um desafio, mas é um belo projeto do Evangelho”, segundo a Ir. Elaine Cordeiro de Souza, presidenta da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Uma necessidade de avançar que também destaca Gomes de Oliveira, presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, insistindo em que “essa sinodalidade já está acontecendo, essa assembleia aqui já traz quando nós já podemos participar, temos direito a voz, mas ainda é um passo longo que a gente precisa dar”, pois segundo ela “não dá para caminhar juntos com algumas restrições”. Os institutos seculares do Brasil mostram sua adesão, comunhão, participação e agradecimento à Presidência da CNBB, pedindo “a continuidade desse caminho em favor de uma sociedade mais justa, mais fraterna nessa caminhada comum”. Um sentir presente entre os diáconos, que dizem ter “a obrigação de estar sintonizados com tudo aquilo que acontece na própria Conferência Nacional dos Bispos”. Isso porque a sinodalidade “é algo necessário para que as coisas da Igreja, ou de modo geral do mundo, consigam chegar a um ponto que seja bom para todos, fortaleça a nossa Igreja e nos conduza ao Reino de Deus”, enfatiza o presidente da CND. Falar de sinodalidade é falar de comunhão, de participação, afirma a Ir. Elaine. A religiosa insiste em que “todos os organismos queremos ser o sinal visível do rosto da Igreja que Jesus quer”. Para isso se faz necessária “uma abertura maior”, pede Sônia Gomes de Oliveira, que ressalta que “o laicato está na base, ele consegue trabalhar, ele consegue fazer um papel organizativo nas paróquias, nas dioceses, mas quando chega no grande espaço de decisão, nós ainda não temos esse poder de decisão”. Os presbíteros do Brasil, na voz de seu presidente, dizem que eles vão “fortalecer ainda mais essa realidade, seja caminhar junto com o povo de Deus, com os nossos bispos”. Mas eles também pedem ser escutados, “tanto pelos bispos quanto também pelo povo de Deus”. Uma sinodalidade a ser construída numa Igreja “que tem muitas tendências”, segundo a presidenta da CRB, que insiste em que “isso é muito bom, porque é a eclesialidad, é a universalidade da Igreja”. Uma sinodalidade que “vivemos com muita aproximação, tentativa de comunhão, abertura e acreditando que o Espírito, a Divina ruah, vai fazer a obra boa dela para bem dos pobres, para bem da Igreja”, ressalta a religiosa. Pedindo ser rompidas algumas barreiras, e vencer o clericalismo, Sônia Gomes de Oliveira espera da Igreja, “enquanto instituição, enquanto CNBB, acreditar mais no protagonismo do leigo, nesse ser sujeito eclesial, nesse sujeito maduro que está aí e tem conseguido fazer coisas bonitas na Igreja e principalmente no testemunho efetivo de Jesus Cristo e na evangelização da nossa Igreja”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Adolfo Zon: Assembleia da CNBB, “foi muito bom ver tanta coisa num período tão marcado pela pandemia”

A 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou sua segunda semana. Depois de uma primeira semana que segundo Dom Adolfo Zon “foi preciosa, foi partilhar um pouquinho a história dos últimos quatro anos, através de um relatório frutuoso e bem substancioso da Presidência da CNBB, onde de alguma maneira estamos envolvidos todos os bispos da CNBB e todos aqueles que mais diretamente colaboram na execução de todas as linhas, que são as comissões episcopais para a ação pastoral”. O bispo da Diocese do Alto Solimões destacou que “nesse sentido foi muito bom ver tanta coisa num período tão marcado pela pandemia”. Igualmente, Dom Adolfo Zon ressaltou a importância do dia de Retiro, vivenciado pelos bispos no sábado e no domingo, com a pregação de Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, um momento para “vivenciar o amor de Deus como aquele que acompanha, ilumina e dá sentido a toda essa ação pastoral”, segundo o bispo. Esta assembleia eletiva, que nesta segunda-feira iniciou as escolhas dos novos cargos na Presidência da entidade, nas diferentes comissões, os representantes no Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam) e na assembleia sinodal do Sínodo 2021-2024, e que já elegeu Dom Jaime Spengler como seu Presidente para o período 2023-2027, é vista como um momento que está sendo “vivenciado com muita responsabilidade e sinodalidade, e sobretudo vendo quais são os desafios e procurar as pessoas mais capacitadas e com um perfil mais adaptado ao serviço que vai prestar dentro da Conferência”. Dom Adolfo Zon, que está participando do processo eleitoral pela terceira vez, insiste em que “isso tem que ter repercussão do dia a dia”, afirmando que “há uma união de corações para encontrar o melhor para a Igreja do Brasil”. Não escondendo que “sempre tem aquelas visões mais particulares”, ele ressalta que “ao final, mesmo com diferentes pontos de vista, o que vence é a unidade”. O bispo da Diocese de Alto Solimões foi eleito nesta 60ª Assembleia Geral da CNBB como vice-presidente do Regional Norte1 da CNBB. Diante do novo serviço, Dom Adolfo Zon disse sentir-se “no início com um pouquinho de medo, porque são responsabilidades grandes e sobretudo num Regional que tem muitos desafios e que esperemos desde a nossa pobreza contribuir para que as decisões tomadas em nível nacional possam ser contextualizadas naquela Igreja do chão amazônico”. O bispo de Alto Solimões insistiu em que “esse é o grande desafio, e também ter essa capacidade de escuta para dar continuidade a todo esse movimento sinodal na Igreja do Brasil e da Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Amazônia não é só água e floresta”, é povo acolhedor e religiosidade muito profunda

A Amazônia foi pauta da coletiva de imprensa da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil desta segunda-feira 24 de abril. Os “porta-vozes” da Igreja da região foram Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, o “cardeal da Amazônia”, presidente da Comissão para a Amazônia, e Dom Evaristo Spengler, que nesta terça-feira completa um mês do início da sua missão como bispo da Diocese de Roraima, e é o presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica no Brasil. Uma oportunidade para mostrar a importância que a Amazônia tem para a Igreja e para o mundo, uma região que “não é só água e floresta”, enfatizou o cardeal Steiner, que destacou o fato de o povo ser extremamente acolhedor, com uma religiosidade muito profunda, com um ritmo de vida marcado pelas águas. Tudo isso numa Amazônia que passa por dificuldades, citando como exemplo o garimpo, que tem provocado a tragedia do Povo Yanomami, uma situação que se repete no Pará com o Povo Munduruku, gravemente atingido pelo mercúrio; o desmatamento, que é muito grande, com regiões onde não tem mais mata; a pesca predatória, citando a morte do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, mortos por ajudar os indígenas a se defender da pesca predatória. O cardeal Steiner ressaltou que a agressão à questão indígena foi muito forte nos últimos anos, com um presidente da FUNAI contrário aos povos indígenas. Dom Leonardo lembrou sua visita ao Povo Yanomami, quando levou “a palavra de conforto do Papa Francisco e da presidência da CNBB”, dizendo ter ficado estarrecido com as acusações que os indígenas faziam. O cardeal enfatizou as palavras de um casal, quando disse: “estamos perdendo a nossa alma, a nossa espiritualidade”, algo que Dom Leonardo definiu como perder as motivações para existir, para estar vivo. Ele destacou a importância do Ministério dos Povos Indígenas e da FUNAI, e o fato de ser dirigidos por duas indígenas. Dom Leonardo ressaltou a união estre os bispos na Amazônia e a grande presença dos leigos e leigas na missão de evangelizar. Junto com isso destacou a grande solidariedade, “nunca vi tanta solidariedade na minha vida como em Manaus no tempo da pandemia, pessoas que souberam dar do pouco”, dizendo que na Arquidiocese de Manaus, atendemos mais de 100 mil pessoas, uma amostra do “espírito de solidariedade que existe em nosso povo”. Dom Evaristo Spengler apresentou a Igreja da Amazônia, desde sua experiência da Prelazia do Marajó e na Diocese de Roraima, uma Igreja muito viva, com grande religiosidade popular, onde a vida de fé perpassa todas as ações no dia a dia do povo. Em sua intervenção explicou como estão sendo desenvolvidas: Laudato Si´ e Amazônia sem Fome, campanhas que “transbordam do coração do Papa Francisco”. Em relação aos migrantes venezuelanos, uma realidade que aumentou neste ano, com uma média de entrada de 500 pessoas por dia, destacou a ação belíssima da Igreja de Roraima com os migrantes. A Igreja tem se colocado muito ao serviço, insistiu, mostrando números do que a Igreja local faz na alimentação e ajuda jurídica. Dom Leonardo enfatizou que “o Santo Padre sempre mostrou um carinho muito grande pela Amazônia”, como algo que está no seu coração, destacando que a criação de um cardeal da Amazônia é um modo de “ele expressar a proximidade dele com toda a Amazônia e o povo de lá está entendendo assim”. O Papa, segundo o cardeal, está preocupado pela depredação da Amazônia, “ele está pensando na humanidade, ele está pensando na Mãe Terra”, destacando igualmente a estima do Papa Francisco pelo modo de ser Igreja na Amazônia, com o protagonismo dos leigos e as pequenas comunidades. Em relação à presença da Eucaristia nas comunidades da Amazônia, disse pensar que “temos que dar passos em algumas direções”. Isso numa Igreja que é missionária, citando o exemplo da Arquidiocese de Manaus, onde depois da Assembleia Sinodal está se preparando “leigos e leigas em cada comunidade para levar a Palavra de Deus nas casas”. Ele falou de processos que gerem mudanças, de repensar a formação nos seminários com padres ao serviço das comunidades, questionando até que ponto é justo que muitas comunidades na Amazônia só tenham acesso à Eucaristia duas vezes por ano, inclusive menos, segundo acrescentou Dom Evaristo, quando a Eucaristia é centralidade na vida cristã. Em relação às igrejas irmãs destacou sua dimensão missionária e a existência de missionários e missionárias que doam sua vida na Amazônia, mas também a falta de voluntários para a missão de outras regiões do país. Junto com isso relatou a difícil situação do garimpo na Terra Yanomami e a destruição que está provocando na floresta e na vida dos indígenas, sendo muitos deles cooptados pelo garimpo. Igualmente denunciou a situação do alcoolismo, exploração e abuso sexual. Uma Igreja chamada a somar num caminho que os indígenas estão realizando. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Jaime Spengler novo Presidente da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem um novo presidente. Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, foi eleito o 14º presidente da CNBB, depois de ter sido vice-presidente nos últimos quatro anos. A eleição, que contou com a participação de mais de 300 bispos, aconteceu no 6º dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB, que se realiza em Aparecida de 19 a 28 de abril de 2023, no terceiro escrutínio com 210 votos, em que era necessária a maioria simples. Nascido em Gaspar (SC), em 6 de setembro de 1960, o novo presidente da CNBB, que sucede a Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), pertence à Ordem dos Frades Menores, onde ingressou no dia 20 de janeiro de 1982. Realizou a Profissão Solene no dia 8 de setembro de 1985, sendo ordenado presbítero no dia 17 de dezembro de 1990. Após fazer o doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, nos anos de 1995 a 1998, Dom Jaime Spengler trabalhou sobretudo no campo da formação, sendo nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 10 de novembro de 2010 pelo Papa Bento XVI, sendo ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011. Pouco mais de dois anos depois, aos 18 de setembro de 2013, o Papa Francisco o nomeou Arcebispo de Porto Alegre. O novo presidente, em breve encontro com os jornalistas os agradeceu pelo seu papel muito importante na evangelização. Dom Jaime Spengler disse acolher sua nomeação “com muita humildade, com tanta simplicidade, com temor e tremor, mas orientado pela fé”. Com esse espírito disse se colocar a serviço da CNBB durante os próximos quatro anos, esperando poder fazer “um trabalho à altura daquilo que é a Conferência na história do nosso Brasil”. Em relação às perspectivas, Dom Jaime Spengler, vice-presidente na atual gestão, enfatizou que deseja que “seja uma continuidade a esse processo que nós estamos vivendo”, em referência à sinodalidade, destacando a primeira iniciativa do Celam e depois do Papa Francisco. O arcebispo de Porto Alegre se referiu ao processo de escuta, como algo que precisa avançar, insistindo no espírito da sinodalidade, que o espírito de comunhão e participação possa crescer e se consolidar na Igreja. Finalmente, Dom Jaime Spengler chamou a ajudar no processo sinodal para que a obra da evangelização possa avançar, para promover o Evangelho do Crucificado – Ressuscitado, ressaltando que “se queremos ajudar a transformar nossa comunidades, o Evangelho é a referência”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1