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Tráfico de Pessoas, o crime que nos questiona se somos realmente humanos

Muitas vezes a gente se pergunta se ainda somos humanos. No final das contas, o que nos faz humanos é a disposição para demostrar misericórdia, compaixão, cuidado do outro. Ontem, 8 de fevereiro, na festa de Santa Bakhita, a Igreja católica celebrou pelo nono ano o Dia de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas, uma data instituída pelo Papa Francisco. Ver como 50 milhões de pessoas no mundo são vítimas das redes de tráfico humano tem que nos levar a nos questionarmos sobre o nosso grau de humanidade. Mesmo que a gente faça de conta que não sabe de nada, estamos diante de uma realidade muito próxima de nós. As vítimas estão aí, ao lado da gente e isso deveria nos levar a pensar, a cuidar daqueles que podem se tornar alvo das redes de tráfico humano. Como sociedade e como Igreja somos desafiados a tomarmos consciência e assumirmos a responsabilidade de combater um crime que provoca dor, sofrimento e morte, especialmente nas pessoas mais vulneráveis, que se tornam vítimas potenciais das redes de tráfico de pessoas. Qual é minha responsabilidade pessoal no combate ao tráfico humano? O que nossa Igreja, minha comunidade deveriam fazer para que esse crime possa desaparecer? As vítimas do tráfico humano se fazem presentes na minha oração, rezamos como Igreja, como comunidade para que essa realidade que provoca tanta dor possa ser superada e as pessoas deixem de se tornar vítima do tráfico? Não podemos fechar os olhos, fazer de conta que essa realidade, esse crime não tem nada a ver comigo. No final das contas quem cala, consente, e em certa medida se torna cúmplice. O Dia instituído pelo Papa Francisco é mais uma oportunidade para pensar nas pessoas, para nos colocarmos na pele das vítimas, para rezar e nos comprometermos. O que eu vou fazer daqui para frente? Como quero me comprometer para mudar a realidade? Nas perguntas e no fato de querer responder a essas perguntas está o desejo de mudar a realidade, de que essa realidade possa mexer comigo e me levar a ter um olhar diferente. O mundo muda quando eu estou disposto a fazer o que estiver na minha mão para que isso aconteça. Fiquemos do lado das vítimas, das crianças, adolescentes e mulheres que hoje são exploradas sexualmente nos garimpos da nossa Amazônia, dos homens e mulheres escravizados nas fazendas, nas carvoarias, em tantos espaços onde os direitos foram esquecidos e a vida clama em meio a tanta dor e sofrimento. É tempo de agir, de escolher o lado, de dizer não a um sistema que despreza as pessoas, tirando seus direitos e sua dignidade. É tempo de dizer que o direito a viver em plenitude tem que ser universal e de mostrar que só é gente, só é humano quem trata o outro como ser humano com todos os seus direitos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Padre Luís Carlos Oliveira representa Regional Norte1 no encontro da Comissão Nacional dos Presbíteros

Salvador (BA) acolhe de 6 a 10 de fevereiro a reunião da Comissão Nacional Ampliada dos Presbíteros, com a presença dos membros da Presidência da Comissão e os representantes dos Presbíteros de todos os Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Em representação do Regional Norte1 da CNBB participa do encontro o padre Luís Carlos Oliveira, presbítero da Diocese de Parintins. O encontro, onde participam 19 padres, tem como objetivo ouvir como está a caminhada dos regionais, as conquistas e as dificuldades, também para planejar metas para os próximos anos, a caminhada da pastoral Presbiteral nos diversos regionais. Um momento de conhecimento e comunhão entre os representantes dos regionais com a Presidência Nacional. No encontro se faz presente Dom André Vital Félix da Silva, Bispo de Limoeiro do Norte (CE), e referencial episcopal na Comissão Nacional dos Presbíteros. Durante a reunião foi planejado o próximo encontro nacional de presbíteros, que acontecerá em 2024 com o tema: “Presbíteros: testemunhas da esperança“, e o Lema “Sede alegres na esperança,  perseverantes na tribulação, constantes na oração ” (Rm 12, 12). Durante o Encontro a Presidência da Comissão Nacional dos Presbíteros fez a prestação de contas. Um encontro que os organizadores esperam possa dar muitos frutos para a vida presbiteral no Brasil. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Combate ao Tráfico de Pessoas, uma prioridade na Igreja da Amazônia e do Regional Norte1

O tráfico de pessoas é uma realidade presente no mundo todo, mas que na Amazônia tem “características próprias, consequências das tantas vulnerabilidades das pessoas, principalmente das crianças, adolescentes e mulheres”, segundo a Ir. Rose Bertoldo. Estamos falando de “um território de mais difícil fiscalização, com maiores dificuldades de o serviço público chegar. Muita coisa ainda na Amazônia é mais invisível”, afirma Dom Evaristo Spengler. O Presidente da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), coloca o exemplo do trabalho escravo no Brasil. As estadísticas são maiores nos Estados onde a fiscalização é mais eficaz, enquanto que “na Amazônia, nós temos regiões de fazenda, de garimpo, temos regiões de plantação extensiva, de pecuária, onde o trabalho escravo é muito presente, mas ainda de uma forma invisível, com dificuldades de fiscalização e denúncia”. Em relação ao tráfico de pessoas na Amazônia, o Bispo eleito da Diocese de Roraima destaca que a Amazônia é “um lugar propício para isso, porque de um lado nós temos a vulnerabilidade das pessoas que são muito pobres, que vivem em regiões do interior, mas que fazem fronteiras com outros países”, rotas frequentes de tráfico de pessoas para a Europa ou outras regiões. Também relata a realidade da migração, de pessoas que entram no Brasil, nos últimos anos chegados de Venezuela. Dom Evaristo Spengler cita a recente visita da Comissão que preside ao Ministério dos Direitos Humanos, onde “colocamos esse quadro do Brasil, mas também o quadro da Amazônia como um quadro que merece um olhar mais atencioso, seja para a fiscalização, seja para também para a repressão do tráfico onde ele existe”. A Ir. Rose, com uma ampla experiência no trabalho de combate ao tráfico humano, sobretudo através da Rede um Grito pela Vida, denuncia uma situação que vem de longe, mas que tem se incrementado nos últimos tempos, como é a realidade do garimpo, que é muito presente na Amazônia, principalmente para fins de exploração sexual de crianças, adolescentes e mulheres. Um crime que está sendo combatido pela Igreja da Amazônia. O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, onde a religiosa é secretária executiva, assume como prioridade o combate da exploração sexual de crianças e adolescentes e o tráfico de pessoas, e “a partir dessa prioridade tem reforçado a presença dos núcleos da Rede um Grito pela Vida na Amazônia”. A Ir. Rose Bertoldo também destaca o trabalho da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da qual ela faz parte, que “tem contribuído ao trabalho das diversas instituições que atuam no enfrentamento ao tráfico de pessoas, numa maior atenção à realidade do tráfico de pessoas nos espaços eclesiais e como fortalecer o trabalho de prevenção ao abuso e exploração sexual, e sobretudo ao tráfico de pessoas, a partir dos espações eclesiais, que até então se tinha muita dificuldade de abordar esse tema”. A religiosa do Imaculado Coração de Maria vê importante que essa realidade seja conhecida pela sociedade e por quem faz parte da Igreja. “A gente só enfrenta, só trabalha a partir daquilo que se conhece”, o que tem levado à Rede um Grito pela Vida e à Igreja da Amazônia a “dar visibilidade, a sensibilizar às lideranças que atuam nas diversas pastorais e organismos da Igreja”. A religiosa destaca o “maior envolvimento a partir dessa sensibilização, desse trabalho que vem sendo realizado”, o que faz com que “aos poucos as pessoas vão assumindo esse compromisso de enfrentar esse crime que acontece nas mais diversas formas”. Dom Evaristo lembra que “o Papa Francisco, ele instituiu este dia de hoje, 8 de fevereiro, como dia de oração pelas vítimas e também pelo fim do tráfico de pessoas”. Tendo isso em conta, o Bispo afirma que “o primeiro passo é nós termos a consciência de que esse crime diante da Lei, esse pecada diante de Deus, ele persiste e é grave, movimenta milhões de dólares a nível de mundo e também de Brasil”. No Brasil, a escravidão existiu até finais do século XIX, “mas a mentalidade ainda persiste, muitas pessoas não percebem como as pessoas estão sendo traficadas e a pessoa não se identifica que naquele momento está sendo traficada”, o que demanda uma tomada de consciência. Junto com isso, o Bispo eleito da Diocese de Roraima reclama “um olhar mais sensível a essa realidade, e o engajamento, seja nas comissões que existem nos municípios, nos estados, e também a incidência política para que o Estado assuma o seu papel diante do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, para a finalidade de trabalho forçado ou trabalho escravo, ou para tráfico de órgãos que também existe nos nossos dias”. Na Igreja do Regional Norte1 da CNBB, o dia 8 de fevereiro tem sido “momento de oração nos mais diversos espaços, nas igrejas locais, nas 9 dioceses e prelazias”. Também os Bispos reunidos em Tefé tiveram muito presente na celebração da Eucaristia o tráfico de pessoas, e os meios de comunicação da Igreja abordaram essa temática. Igualmente o roteiro de oração preparado pela Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, ou a participação da live organizada pela Rede Talitha Kum com a participação de todos os continentes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A Igreja do Brasil e do mundo convida a rezar pelas vítimas do Tráfico Humano

Um dia para lembrar das vítimas do tráfico humano, na data em que a Igreja celebra a festa de Santa Bakhita, que também foi vítima deste crime. No dia 8 de fevereiro, a Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Rede Internacional Talitha Kum, convida a participar da 9ª edição do Dia de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas. O Papa Francisco instituiu essa data para que as pessoas dediquem um tempo de orações e reflexões sobre o Tráfico de Pessoas. Em 2023 a proposta é a realização de uma “Romaria pela Dignidade Humana” (Baixar a celebração em PDF para rezar com sua comunidade). O tema deste ano é “caminhando pela dignidade”, tendo como inspiração o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos que define a dignidade humana como horizonte da liberdade, da justiça e da paz. Se busca refletir e rezar pelas vítimas desta violência silenciosa, lembrando Santa Bakhita, vítima de uma realidade que provoca grande dor e sofrimento, pedindo que ela interceda pelas vítimas e inspire ações concretas. Dentre essas ações o Papa Francisco propõe a economia solidária, uma economia de cuidado, que cria oportunidades, não explora e defende a dignidade das pessoas: “uma economia sem tráfico de pessoas é uma economia com regras de mercado que promovem a justiça e não interesses especiais exclusivos”. Estamos diante de um crime que em 2022 atingiu 50 milhões de pessoas no mundo, vítimas da escravidão moderna. As causas são as situações de instabilidade econômica, política e ambiental, e tem nas mulheres e crianças o grupo de maior vulnerabilidade, sobretudo em países mais pobres. No Brasil, a situação é preocupante, pois nos últimos 4 anos o governo brasileiro enfraqueceu os mecanismos de proteção às vítimas e poucas ações foram realizadas para combater o crime. Buscando refletir sobre essa realidade no país a Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil busca caminhar para reconhecer os processos que induzem milhões de pessoas, especialmente os jovens, à exploração e ao tráfico de pessoas; caminhar para descobrir os passos dados diariamente por milhares de pessoas em busca de liberdade e dignidade, caminhos de cuidado, inclusão e empoderamento; caminhar para promover ações de enfrentamento do Tráfico que permita redescobrir a dignidade, despertar a alegria de viver e resgatar a esperança; caminhar para construir uma cultura de encontro que leve à conversão dos corações e a sociedades inclusivas, capazes de desmascarar estereótipos e tutelar os direitos de cada pessoa. Em nosso Regional Norte1, a Rede um Grito pela Vida organiza atividades nas diocese e prelazias em vista de contribuir para que cada pessoa tome consciência da necessidade de se envolver no combate a um crimem que acaba com a dignidade de muita gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Disponibilizada Mini Cartilha do Instituto Federal de Roraima para Combate ao Racismo Indígena

Uma mini cartilha, intitulada Antirracismo Indígena foi disponibilizada para o público no início deste ano de 2023. O trabalho foi executado após as primeiras etapas do projeto “Racismo e suas implicações nos povos indígenas de Roraima. Percepções de estudantes do IFRR nos campus Amajari e Boa Vista Zona Oeste”, durante o ano de 2022. Com o objetivo de promover o respeito aos povos originários, por meio da linguagem, tendo como foco expressões racistas e/ou pejorativas ouvidas, constantemente por indígenas, o conteúdo é resultado de projeto de pesquisa, que contou com o apoio do Pipad (Programa de Incentivo à Pesquisa Aplicada – Docente) do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), e foi antecedido por rodas de conversas e oficinas a respeito do racismo local. Segundo o coordenador da pesquisa, o professor do CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste), Marcos Oliveira, a proposta inicial, junto com o estudante bolsista indígena do CAM (Campus Amajari), Renato Gabriel Francisco, foi investigar a existência de racismo com os povos indígenas, em particular, com os e as estudantes dos campi Amajari e Boa Vista Zona Oeste, e a partir das primeiras etapas de execução do projeto, já foi possível produzir o material, criado no sentido de ajudar estudantes indígenas e não indígenas a lidarem com o racismo no IFRR, ampliando esses conhecimentos para população em geral. “Gostaríamos de disponibilizar esse material para todos e todas que quiserem conhecer. Esperamos que de alguma maneira possamos contribuir para uma relação mais igualitária na nossa comunidade acadêmica e para a promoção de uma instituição antirracista”, ressaltou Oliveira. O projeto de pesquisa deverá ser finalizado neste ano de 2023, após a execução da última etapa, que será a aplicação de um questionário a estudantes indígenas dos dois campi envolvidos na pesquisa. Fonte: Rádio Monte Roraima FM

52 Seminaristas iniciam Ano Letivo no Seminário São José de Manaus

O Seminário São José da Arquidiocese de Manaus, onde se formam os seminaristas do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil celebrou nesta terça-feira 7 de fevereiro a Missa de abertura do Ano 2023. A celebração foi presidida pelo Reitor do Seminário São José, Padre Zenildo Lima, e concelebrada pelos formadores, o Padre Rubson Vilhena, do clero da Arquidiocese de Manaus, que acompanha a Etapa da Configuração, da qual fazem parte os 22 estudantes de Teologia, e o Padre Alex Mota, do clero da Prelazia de Itacoatiara, que será o formador da Etapa do Discipulado, formada pelos 30 estudantes de Filosofia. Em 2023 o número de seminaristas no Seminário São José é de 52, sendo 13, 11 no primeiro ano de Filosofia e 2 no primeiro ano de Teologia, os seminaristas que passam a integrar a comunidade formativa, sendo acolhidos na celebração de abertura. 4 seminaristas são da Diocese de Roraima, 4 da Diocese de Parintins, 6 da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, 4 da Prelazia de Itacoatiara, 6 da Diocese de Alto Solimões, 4 da Prelazia de Borba, 7 da Diocese de Coari e 17 da Arquidiocese de Manaus. Entre os seminaristas, 12 são indígenas, quase a quarta parte do total, são indígenas, 4 Tukanos, um Tikuna, 2 Kokamas, 3 Macuxis, um Maraguá e um Sateré Maué. Sua presença é importante em vista da proposta do Sínodo para a Amazônia de avançar numa Igreja com rosto indígena na Amazônia. Durante a homilia, o Padre Zenildo Lima, tomando como ponto de partida a leitura do Livro do Génesis, onde faz a narrativa da Criação, resgatou a Aula Inaugural da Faculdade Católica do Amazonas, aonde o Padre Adelson Araújo dos Santos, chamava a atenção para as implicações da fé e o meio ambiente e a relação com a ecologia, fazendo memória da Laudato Si´ e do Sínodo para a Amazônia, assim como também a intervenção da Professora Marilene Corrêa, que dizia que as políticas públicas não contemplam a nossa região da Amazônia, para quem o Brasil está de costas. O Reitor do Seminário São José insistiu na necessidade de que “estabeleçamos uma relação nova com toda a realidade criada, a partir da categoria do saber, do conhecimento”. Segundo o Padre Zenildo, “onde existe o conhecimento dos nossos povos ancestrais, a relação com toda a realidade criada é bem mais plena, é bem mais equilibrada”. O padre da Arquidiocese de Manaus fez ver aos seminaristas que “todo vocacionado ao ministério presbiteral é também um homem vocacionado ao saber para que se relacione de um modo novo com toda a realidade”. Se faz necessário, destacou o Reitor do Seminário São José de Manaus, “uma sadia experiência de ritualidade e de memória. Não vale a pena tradições e tradicionalismos que não nos permitam esse contato com a realidade”. No final da celebração foram chamados os novos seminaristas que vão compor a casa, assim como Hugo Barbosa, do 4º Ano de Teologia, e Michel Carlos, do 3º Ano de Teologia, que juntamente com o diácono Mateus Marques e o seminarista Marcos Vinicius, da Arquidiocese de Brasília, que está fazendo uma experiência na Arquidiocese de Manaus, irão constituir uma comunidade de seminaristas na Area Missionária São João Paulo II. Uma formação que está dividida em diferentes áreas: dimensão humana, dimensão intelectual, dimensão espiritual e dimensão pastoral, uma faceta que se concretiza no trabalho pastoral dos seminaristas nas paróquias e áreas missionárias onde são enviados aos finais de semana, visando sempre formar padres no coração da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Fotos: Seminário São José 

Faculdade Católica do Amazonas: continuidade a uma formação teológica integral, pastoral e missionária

A Faculdade Católica do Amazonas iniciou seu primeiro ano letivo completo. Após seu lançamento em 23 de setembro de 2022, continuando o trabalho realizado pelo Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES), no dia 6 de fevereiro deu início aos trabalhos que pretendem contribuir com a formação da Igreja do Regional Norte1 da CNBB, num contexto amazônico, seguindo a bússola da caminhada da Igreja da Amazônia. Um momento que foi oportunidade para fazer memória da história do ensino da Igreja na região, que a Faculdade Católica do Amazonas quer dar continuidade com gratidão, paixão e esperança, na busca de novos caminhos e horizontes, a uma formação teológica integral, pastoral e missionária, buscando caminhos de diálogo, inserindo-se, inculturando-se e encarnando-se na vida das diversas comunidades amazônicas. A Aula Inaugural contou com a presença do Padre Adelson Araújo dos Santos, que refletiu sobre “Teologia, ecologia, espiritualidade e cosmovisão indígena: Ecos da Laudato Si´ e Querida Amazônia”. Desde Roma, com um coração amazonense, quis refletir de modo virtual sobre o diálogo entre Teologia e Ecologia. O professor da Universidade Gregoriana partiu da ideia de que a Laudato Si’ não é uma “encíclica verde”, e sim um escrito pontifício que defende “uma ecologia integral, apoiada na fé cristã”, na linha das outras dez encíclicas sociais, iniciadas em 1891 com a Rerum Novarum do Papa Leão XIII. Um texto que mostra o que a ecologia diz “respeito à evangelização, à missão da Igreja, ao serviço dos cristãos ao mundo”, afirmou o jesuíta manauara. Segundo ele, “não se pode falar de compromisso social cristão sem incluir a ecologia”, insistindo em que essa é uma atitude que nasce do pedido do Concílio Vaticano II que chama a Igreja a estar no mundo. De fato, o professor considera indissociável o trinômio Igreja-Reino-Mundo, pois “a missão da Igreja, de realizar o Reino de Deus, realiza-se no mundo e para o mundo”. O Reino de Deus tem “uma dimensão imanente, intra-histórica”, segundo o Padre Adelson. Ele defende que o conceito de ecologia “nos remete à relação do ser humano com o planeta como um todo”, considerando que o cristianismo concebe a ecologia numa tríplice relação: ser humano – natureza – Deus. Isso fez com que o conceito de ecologia fosse assumindo diferentes rostos no Magistério dos últimos pontífices. No Magistério do Papa Francisco, a ecologia é integral “porque envolve todas as relações do ser humano”, afirmou o jesuíta, “tudo está relacionado”, nos diz Laudato Si´. Daí podemos dizer que “é a nossa fé cristã que nos leva à preocupação pela ecologia e ao compromisso social pelo cuidado da nossa Casa Comum e seus habitantes”, insistiu o professor da Gregoriana. O Padre Adelson considera o Sínodo para a Amazônia, onde ele foi perito, como “um marco na caminhada da Igreja”. Segundo o religioso, na Amazônia, o anúncio de Cristo Jesus, “está sempre ligado à defesa da casa comum, à ecologia integral, à vida e à luta pela garantia dos direitos humanos”. Ele lembrou que a palavra central que atravessa o todo o Documento Final do sínodo é a palavra conversão: integral, pastoral, cultural, ecológica, sinodal. Uma conversão que “deve fazer parte de todos os programas formação e evangelização na Amazônia”, insistiu o professor. Ele fez um chamado a “criar uma Igreja com rosto indígena, crescer na fé e celebrar o mistério de Cristo em sua pluralidade cultural, com símbolos e gestos das culturas locais, numa verdadeira liturgia da Igreja na Amazônia”. Analisando os quatro sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia (social, cultural, ecológico e eclesial), o jesuíta destacou que o sentido desta Exortação é expressar as ressonâncias, ser caminho de diálogo e discernimento, um resumo de algumas das principais preocupações, ajudar e orientar, dentre outras. Um caminho que deve conduzir ao diálogo entre espiritualidade cristã e cosmovisões indígenas, que nos ensinam como buscar “uma conexão harmoniosa com a Mãe Terra e seu mundo espiritual”, dado que “a espiritualidade indígena é fortemente marcada por uma mística cosmológica, na qual o cosmos, a natureza, a comunidade e um senso de interdependência com todos os seres são características-chave”, destacou o professor da Universidade Gregoriana. Um Deus que é transcendente, mas que “está oculto na imanência de todas as coisas e de todos os seres presentes na natureza”. Umas espiritualidades “marcadamente sapienciais, ou seja, ensinam a sabedoria de viver em harmonia com a natureza”. Daí surgem caminhos de “eco espiritualidade” ou “eco teologia”, fundamentados numa espiritualidade ecológica que nos ensina a abraçar o Cosmos e o Deus do Cosmos. Umas cosmovisões indígenas que ajudam a compreender sua importância na preservação da vida em nosso mundo ameaçado, de renovar o compromisso do ser humano com a preservação da casa comum. Na segunda intervenção da Aula Inaugural, a Professora Marilene Corrêa levou os presentes a refletir sobre o tema “Educação e Ciência no Amazonas: Desafios e Esperanças em Tempos de Ataque à democracia“. Ela partiu da ideia de que no Brasil a democracia está em constante ameaça, são constantes a violência e os ataques à democracia no Brasil, numa sociedade reacionária, segundo a professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Num país governado por um sistema presidencialista, a organização do Estado e as políticas publicas fizeram com que durante muito tempo só o 30 por cento dos brasileiros participavam da plena cidadania. Políticas nacionais que deixam fora a Amazônia, que se restringem ao ambiente urbano, que demandam maior inclusão, o que desafia a transformar as políticas setoriais em políticas nacionais, dentre elas a educação. A professora colocou vários desafios para a sociedade brasileira, refletindo sobre a realidade amazônica ao longo da história do Brasil e o que ela representa na conjuntura mundial, com uma agenda que envolve a Amazônia, num momento em que o Brasil se afastou da América Latina, especialmente nos últimos 4 anos. As políticas de todo tipo não alcançam a Amazônia em sua totalidade, insistiu a professora, que denunciou a hipocrisia dos brasileiros em relação à Amazônia, chegando dizer que “o Brasil sempre esteve de costas para a Amazônia”,…
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Os Bispos do Regional Norte1 chegam em Tefé para um encontro muito esperado na Prelazia

Já se tornou costume que no início do mês de fevereiro os Bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se reúnam numa das dioceses ou prelazias. “Uma visita fraterna para conhecer melhor o irmão bispo e a realidade em que ele exerce o seu ministério, com seus desafios, suas esperanças”, segundo Dom Edson Damian, Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira e Presidente do Regional Norte1 da CNBB. Entre os vários assuntos a serem tratados no encontro desta semana, de 6 a 9 de fevereiro, que será realizado em Tefé, onde seu Bispo, Dom José Altevir da Silva, assumiu no dia 1º de maio de 2022, Dom Edson destaca “as tumultuadas eleições, a vitória da democracia, o simbolismo da posse de Lula, seu novo ministério e seu primeiro mês de governo”. Junto com isso, “o ato de terrorismo naquela multidão que movida pelo ódio, pela intolerância, extrema violência, destruiu a sede dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. E também as medidas oportunas e enérgicas que estão sendo tomadas para defender definitivamente a democracia e o vigor da Constituição”. Os Bispos do Regional Norte1, segundo seu Presidente, também disse que dentro da pauta está “a revelação do genocídio que está acontecendo com o Povo Yanomami em Roraima e as ações que estão sendo realizadas para salvar tantas vidas ameaçadas pelas doenças, pela miséria, pela fome”. Dom Edson lembrou da recente visita do Cardeal Leonardo Steiner em nome do Papa e da CNBB, que relatará, junto com o Padre Lúcio Nicoletto, Administrador diocesano de Roraima, a situação em Roraima. Os Bispos do Regional Norte1, segundo seu Presidente, “vamos nos alegrar com Dom Giuliano Frigenni, que receberá seu sucessor”, um momento que vai acontecer no próximo domingo, 12 de fevereiro, com o início do ministério como Bispo da Diocese de Parintins de Dom José Araújo de Albuquerque, até agora Bispo auxiliar de Manaus, que contará com a presença de seus irmãos bispos. Dom Edson também lembrou que os Bispos irão se preparar para acolher Dom Evaristo Spengler, Bispo eleito da Diocese de Roraima, transferido da Prelazia do Marajó, que irá assumir no dia 25 de março. A preparação da 60ª Assembleia Geral da CNBB, que será realizada em Aparecida de 19 a 28 de abril, finalmente totalmente presencial, insiste Dom Edson, também está na pauta do encontro. Uma assembleia importante, “porque serão renovados todos os cargos e serão aprovadas as novas Diretrizes para a Ação Evangelizadora na Igreja do Brasil para os próximos 4 anos”. O Presidente do Regional Norte1 considera importante, “destacar a graça do encontro, que fortalece nossa colegialidade episcopal, nossa amizade e fraternidade, que também se expressa nos vários momentos de oração entre nós e de celebração com as comunidades de Tefé”. Dom Altevir expressou sua alegria de “receber todos os Bispos do Regional Norte1 para uma semana de encontro”, afirmando que a expectativa é grande e “a Prelazia preparou tudo com muito carinho para receber os nossos Bispos”, que foram acolhidos por uma grande equipe da Prelazia no aeroporto. Os Bispos se encontrarão com os padres de Tefé e algumas autoridades locais, lembrou Dom Altevir, que destacou a celebração eucarística que acontecerá na Catedral de Santa Teresa com a participação de todas as paróquias de Tefé. Os Bispos também irão celebrar nas comunidades de Tefé na terça-feira, segundo Dom Altevir. “Um encontro muito animado, tranquilo, sem correria”, segundo o Bispo da Prelazia de Tefé, que disse que os Bispos também irão conhecer a realidade das reservas na região de Tefé, uma iniciativa que ajuda na preservação e cuidado da casa comum. Dom Altevir insistiu na grande expectativa de um encontro tão esperado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Arquidiocese de Manaus, que “continua sendo a sua casa”, agradece e envia Dom José Albuquerque

Dom José Albuquerque de Araújo, que no próximo domingo 12 de fevereiro assume a Diocese de Parintins como Bispo diocesano, se despediu neste domingo 5 de fevereiro da Arquidiocese de Manaus, onde ele nasceu, foi ordenado presbítero e desde 2016 assumia a missão de Bispo Auxiliar. A despedida aconteceu numa celebração eucarística na Catedral da Imaculada Conceição e contou com a presença do Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, Dom Edson Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira e Presidente do Regional Norte1 da CNBB, presbíteros, familiares e amigos de Dom José, dentre eles sua mãe, e o povo da Arquidiocese. Uma celebração de agradecimento e de envio, segundo lembrou Dom Leonardo, que mostrou o agradecimento pelo tempo que Dom José serviu a Arquidiocese de Manaus como presbítero e depois como Bispo auxiliar. Uma celebração para agradecer “o dom da sua vida, o dom do seu ministério, e que ele possa lá igualmente ajudar o povo de Deus a ser sal da terra e luz do mundo”. Na homilia, o Bispo eleito de Parintins disse que Jesus nos convoca a “ser sal da terra e luz do mundo”, destacando como algo impressionante o jeito de falar de Jesus, “simples, acessível, compreensível, mas de uma forma muito profunda”. Dom José definiu o ser sal como “saber fazer a diferença, o sal nos dá sabor”, dizendo que pelo fato de ser sal, “o cristão, a cristã no mundo é chamado a ser aquele que vai fazer a diferença, aquele que conhece a Cristo, que aceita o seu chamado, que responde o seu chamado e que procura por meio de seu vida dar um testemunho”, um testemunho que tem que ser uma luz. Dom José Albuquerque insistiu na necessidade de se importar com a vida do outro, afirmando que “um dos males do nosso tempo é sem dúvida a indiferença, a falta de sensibilidade, a falta de solidariedade, a falta de amor”, algo que ele vê como vocação e missão, “estarmos no mundo como uma presença consoladora, uma presença solidária”. Seguindo o texto do Profeta Isaías da liturgia do dia, o Bispo destacou que “a vida cristã tem que sempre nos levar a agirmos pela caridade”. Sua nomeação e envio como Bispo de Parintins é visto por Dom José Albuquerque como um presente dos céus, insistindo em que “o que mais me conforta o coração é saber que eu vou continuar servindo à Igreja na Amazônia”. Ele disse “como é bom dar continuidade a minha caminhada vocacional junto com um presbitério muito querido”, e em poder continuidade à missão de Dom Giuliano Frigenni, que está lá quase 24 anos como Bispo na Diocese de Parintins. Da sua nova diocese, Dom José destacou o fato de ser um povo muito fervoroso e com uma caminhada muito bonita de Igreja, dizendo levar em seu coração, em sua vida a Igreja de Manaus, a quem diz que sempre estará unido pela sua oração e pela gratidão que vai levar para a vida toda. Para isso o Bispo eleito de Parintins disse contar com a oração de todos, “para que eu não atrapalhe o Espírito Santo na missão de ser Bispo daquela Diocese”, dizendo se sentir “um instrumento, um servidor, alguém que vai de alguma forma ajudar a comunicar a Palavra e fazer com as pessoas possam se apaixonar por Cristo como eu sou apaixonado”. Em nome do Regional Norte1, seu Presidente Dom Edson Damian disse ser tão bonito “ver o Papa escolhendo padres daqui da Amazônia para serem os bispos das nossas dioceses”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira mostrou a gratidão e estima fraterna do Regional Norte1, onde Dom José vai continuar seu ministério episcopal, também a colegialidade episcopal e fraternidade. Dom Edson agradeceu ao Cardeal Leonardo Steiner por sua visita ao Povo Yanomami que estava sofrendo um verdadeiro genocídio, em nome do Regional, do Papa Francisco e do episcopado brasileiro, “mostrando solidariedade e denunciando tantas atrocidades que foram cometidas lá naquela região”. Dom Leonardo disse em nome da Arquidiocese “agradecer de coração o seu ministério aqui em Manaus e desejamos todas as bençãos de Deus agora em Parintins”. Seguindo as palavras de Dom Edson, o Cardeal insistiu no fato do Papa Francisco ter buscado no meio do nosso clero, da nossa região, homens para servir à Igreja, pedindo poder continuar com isso, escolhendo “homens de nossa região, que compreendem nossa cultura, religiosidade e assim animar nossa Igreja a sermos sal da terra e luz do mundo”. O Arcebispo de Manaus pediu àquele que tem sido seu Bispo auxiliar que “esse sal seja o tempero que você possa levar junto do povo de Deus, que eles sintam sempre que Deus os acolhe, que Deus os tempera, que Deus os vivifica e restaura”. Dom Leonardo deu seu “muito obrigado pelo seu ministério aqui no nosso meio e que Deus o abençoe”, lembrando que “Manaus continua sendo a sua casa”. Em nome do clero, Monsenhor José Carlos Sabino de Andrade disse a Dom José, que “é filho desta terra”, que “você realizou um grande trabalho, serviu com dedicação, espírito de doação, entrega total por causa do Reino de Deus”, agradecendo por isso e pedindo a Deus ardor missionário para sua nova missão como Bispo da Diocese de Parintins, fazendo realidade uma Igreja em saída, insistindo em que Manaus é sua primeira casa e que “aqui será sempre recebido, será sempre acolhido, sempre se sentirá entre irmãos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Sal da terra, luz do mundo, sermos uma presença transformadora não inofensiva, sem gosto, sem sabor”

Ser sal da terra e luz do mundo é aquilo que “Jesus continua a nos indicar a que fomos chamados”, nos lembra o Cardeal Leonardo Steiner no comentário às leituras do 5º Domingo do Tempo Comum. O Arcebispo de Manaus lembra que “no Evangelho do domingo que passou, vimos que fomos chamados a perseverar, a ser fidelidade, a permanecer a caminho, ser fiéis”. O chamado a ser sal e luz é visto pelo cardeal como a “necessidade de uma transformação radical do nosso existir”, insistindo em ser “sal e luz que anunciam o novo céu e a nova terra, onde possa desabrochar, livre de toda a servidão, uma nova felicidade. Somos, mais uma vez convidados à plenitude”. Lembrando que as bem-aventuranças nos ensinam “o modo de viver, de caminhar de jamais voltar para trás com a texto das chamadas”, vemos neste domingo “Jesus a nos dizer que somos sal da terra e luz do mundo. É o chamado à conversão radical, o retorno do coração à fonte do ser, a Deus. As palavras de Jesus a destravar, desvencilhar a nossa vida, para impulso dinâmico do sopro divino, sagrado, criador, iluminador, libertador da vida. Entrarmos na dinâmica da luz, do sal”. Fazendo ver que “o sal pode destruir por corrosão”, Dom Leonardo afirma que “o próprio do sal é conservar a comida, proteger contra a putrefação, a decomposição. Ele mantem os nossos alimentos saudáveis. Sobressai no sal a sua virtude protetora e purificadora, fazendo dele um condimento fisiologicamente necessário à vida, um remédio, símbolo da incorruptibilidade, de perenidade”. O cardeal lembra “o pacto de sal” no Antigo Testamento, “que designa uma aliança que Deus não pode romper com seu povo”. Segundo ele, “o sal que acompanha as ofertas e os sacrifícios. Como a mesa é o altar e toda refeição um sacrifício, o hebreu oferece aos convivas o pão e o sal. O sal é símbolo da hospitalidade e da comunhão”. Ser ouvintes de Jesus, nos torna “um povo que é sal, tempero, sinal, preservação da presença, do cuidado de Deus”, segundo Dom Leonardo. Citando um poeta, ele diz que “o sal a simbolizar o Povo de Israel, e o novo Povo de Deus, a Igreja”. Ser o sal da terra é “um testemunho da presença salvadora e criadora de Deus”, insistindo em cada um de nós e como comunidade de seguidores e seguidoras de Jesus, “se deixamos de ser sal, se deixarmos de sermos preservação, condimento necessário à vida, um remédio, o símbolo da incorruptibilidade, de perenidade, ‘não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens’”. Diante disso, “o sal que deveríamos ser, é dispensado, jogados fora”, ressalta Dom Leonardo, que questiona: “Se somos sal, qual a nossa valia, a nossa contribuição, na visibilização do Reino de Deus; da transformação da nossa sociedade como sal da terra?”. O Arcebispo vê o ser sal como “tempero de paz, de concórdia, de solidariedade, de samaritanidade; sal de justiça, de equidade; sal de ânimo, de caminho a ser percorrido, jamais desanimar”. Daí faz um chamado a “não deixar que a nossa humanidade esteja corrompida. O sal não pode deixar de salgar. Mas nós como sal da terra, podemos perder a força cuidadora, purificadora, salgadora, mostrando o sentido de conviver pelas sendas e caminhos de Deus”. Seguindo a tradução bíblica, “se somos sal e deixamos de ser sal, enlouquecemos, não sabemos mais quem somos, não conservaremos a preciosidade da vida, não preservamos mais a vida na sua totalidade”, diz Dom Leonardo. Ele reflete dizendo que “se um povo deixar de ser sal, se um povo enlouquecer, perder a razão de existir, de ser, quem executará a sua missão de salvar o mundo?”. Citando André Chouraqui em sua obra “A Bíblia Matyah”, o Cardeal diz que “Israel não será mais suficientemente forte para nada senão ser jogado fora e pisado pelos homens. É o que aconteceu efetivamente em 70 d.c., quando as legiões romanas destruirão a pátria e o templo de Israel, pisando no povo e jogando fora os sobreviventes, vendidos como escravos nos mercados do império romano”. Nesse ser sal da terra, o Cardeal Steiner afirma que “somos chamados, vocacionados a ser o tempero, o sabor da vida de tantas existências que perderam a razão de existir, de ser. Seguidores e seguidoras de Jesus somos, pela cruz e ressurreição de Jesus sal. A sinalizar o sentido da agradabilidade e suavidade do Reino”. “A luz se faz mais luz na noite, nas trevas”, segundo o Cardeal, que lembra que “na criação Deus concede a luz, tudo fica iluminado. A luz, o conhecimento, a iluminação, como o sopro de vida, o sopro de Deus, o Espírito que paira e ilumina.  A sua vibração é criadora, ela traz em si o real que ela forma e esculpe em sua transparência. A luz precede as trevas e as sucede tanto na ordem real quanto na iluminação interior de uma dualidade universal que se exprime desde os primeiros versículos do Gênesis”, se referindo novamente às palavras de André Chouraqui. Dom Leonardo ressalta que “a luz simboliza a vida, a salvação e o amor que brotam da fonte única: Deus que é própria Luz”. Ele destaca que “a dinâmica das palavras de Jesus segue o método talmúdico do geral ao particular”. Junto com isso, o Arcebispo de Manaus nos faz ver que “Jesus nos chamou de ‘luz do mundo’ porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna Luz, nos tornássemos, a luz que brilha nas trevas. Jesus é o Sol da Justiça; nos chama a todos para ser ‘luz do mundo’; pois é por meio de nós que irradia sobre o mundo a luz esplendorosa de Jesus”. Diante disso, “deveríamos, com nosso modo de vida, afugentar dos corações das pessoas as trevas do erro, da injustiça, do abandono, do desprezo, do egoísmo. Manifestar a luz da verdade, da bondade, da proximidade, da samaritanidade”. Recordando as palavras de São Paulo, nos diz que “iluminados por Jesus e pelos irmãos e irmãs que seguem a Jesus,…
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