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Autor: Emmanuel Grieco Nascimento Barroso

Dom Altevir: CEBs, “um chamado às águas mais profundas”

A prelazia de Tefé realiza de 09 a 13 de julho, na cidade de Alvarães, a VI Assembleia das Comunidades Eclesiais de Base. Um encontro que mostra uma Igreja que ‘luta e que acredita que o amanhã pode ser e vai ser bem melhor”, segundo disse o bispo da prelazia e secretário do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), dom José Altevir da Silva, na saudaçao aos mil participantes. O bispo acrescentou que “é com profunda alegria e gratidão a Deus que eu acolho a cada uma, a cada um de vocês, cada comunidade aqui presente e aquelas que vocês trouxeram, cada um de vocês, porque vocês são delegados, representando as nossas comunidades.” Celebrar a vida e resistência com alegria Nas palavras do próprio bispo, o encontro “é um sinal de alegria muito grande, por isso acolho vocês, nossas comunidades dessa amada Prelazia de Tefé. Sejam todos bem-vindos para a nossa VI Assembleia das CEB´S. Tempo de escuta, o tempo de partilha, oração, discernimento, onde o Espírito Santo sopra e nos guia na missão. Este é o momento sagrado, onde fortalecemos a nossa caminhada sinodal, reafirmando o protagonismo do povo de Deus reacendendo o compromisso com o Reino de Deus no coração da Amazônia em nossa amada prelazia.”  Acentuou ainda que “é tempo de celebrar a vida, a resistência e a esperança que brota no chão das comunidades, dos rios, igarapés, do sonho de cada jovem, criança, adulto, idosos. É tempo de renovação da fé, da escuta mútua e comunhão. Que Maria, Nossa Senhora que caminha conosco, Mãe de Deus e nossa mãe, discípula-missionária nos acompanhe com ternura e coragem. Por isso, com o coração cheio de esperança, alegria, vibração.” O bispo incentivou que esses mesmos sentimentos tomassem conta de “cada uma, de cada um de nós nessa Igreja Particular, eu declaro oficialmente aberta a VI Assembleia Eclesial de Base da Prelazia de Tefé.” Lutar juntos fortalece nossas comunidades Dom Altevir recordou o que significa essa experiência de “viver em comunidades eclesiais de base. Quando vamos juntos, lutar pela preservação do lago. Quando a comunidade vai junta lutar para que as espécies de peixes sobrevivam. Quando a comunidade está junto para celebrar, para lutar pelos seus direitos. Isso é vivência de comunidade de base, aumentando cada vez mais o fortalecimento das nossas lutas nas águas e nas terras dessa querida Prelazia.”  O bispo ofereceu também um “caloroso acolhimento as comunidades ribeirinhas que evangelizam com os pés nas margens dos rios, lagos e igarapés.” Ele também enfatizou que ela ocorre “com o coração no Evangelho, ou seja, uma mão na Bíblia e a outra na vida. É assim que o catequista local faz para evangelizar. Uma mão na Bíblia, outro na vela para clarear o caminho das comunidades, para sustentar essa caminhada.” A presença laical é a beleza da assembleia Com um número expressivo de participantes, o prelado fez questão de saudar à todos “nosso clero, os religiosos e religiosas, seminaristas, diáconos permanentes, cristãos leigos e leigas, uma salva de palmas para os cristãos leigos e leigas, são vocês a beleza dessa assembleia.”  O bispo dirigiu seus cumprimentos à imprensa “que cumpre o seu papel de levar ao mundo o testemunho daquilo que nós estamos vivenciando.” Em sua fala evocou que “uma igreja sinodal em saída é o tema que nos une e o lema nos inspira também a evangelizar nas águas mais profundas. Então essa assembleia, nós somos chamados a dar um verdadeiro mergulho nessas águas mais profundas, da escuta, nas águas profundas da conversão pastoral, nas águas profundas do compromisso profético, nas águas profundas da defesa pela vida em nossa Casa Comum.” Diálogo para vencer a indiferença Dom Altevir reforçou que “o nosso objetivo geral é fortalecer a sinodalidade da Igreja na Prelazia de Tefé e para isso nós vamos refletir temas centrais à nossa missão, como o protagonismo feminino e juvenil”, ressaltando a “mulher dentro das áreas de decisões da Igreja” com um pedido de palmas. E também a “convivência pacífica na Casa Comum, o compromisso de todos nós, a força do laicato e da participação popular nas estruturas comunitárias, a influência da realidade sócio-política e nossa fé, que é o tema transversal e que posteriormente seria aprofundado juntamente com a temática dos influenciadores digitais na Igreja Católica.” Em relação à essa temática “é uma situação que não podemos recuar. E nós devemos nos preparar para saber com inteligência, sabedoria e muita fé, conviver e aproveitar o melhor que isso pode oferecer, porque sem dúvida tem coisa boa também. Ficar atento ao que vai ser ameaça para a nossa fé e também descobrir novos horizontes de evangelização em um mundo polarizado, onde queremos ser sinal de reconciliação e de justiça”, disse o bispo.  Ao final, dom Altevir convidou os participantes a viverem esses dias “com o coração aberto, com espírito de diálogo com todos para vencer a indiferença” e pediu que o “Espírito Santo nos conduza e Maria Mãe da Igreja, da Igreja na Amazônia, interceda por nossa caminhada”.

Cardeal Steiner: “A Amazônia hoje é brasileira por causa dos religiosos que levaram o Evangelho”

O arcebispo de Manaus e presidente Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), cardeal Leonardo Steiner, esteve na tarde desta terça-feira, 08/07, na 27ª Assembleia Geral Eletiva da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Com convicção serena, recordou que o Brasil deve à Vida Religiosa, em particular com a Igreja na Amazônia, onde muitos consagrados e consagradas ofereceram generosamente suas vidas ao serviço do povo e da missão evangelizadora. Vida religiosa: os primeiros missionários O cardeal Steiner fez memória da presença religiosa na construção do país perguntando “O que seria do Brasil se não fossem os religiosos especialmente?” e enfatizou que “a Amazônia hoje é brasileira por causa dos religiosos que levaram o Evangelho. A minha palavra é uma palavra de gratidão. Nós, o Brasil, devemos muita à Vida Religiosa. Os primeiros que vieram foram os religiosos, os meus irmãos Frades Menores.” A Encarnação do Verbo na Amazônia através dos Religiosos Ao dirigir-se ao público presente, o presidente do regional disse que “O Verbo se fez carne na Amazônia através dos religiosos, das religiosas e continuou sendo assim. Então a gratidão à Vida Religiosa. Existem religiosos e religiosas que nós não sabemos onde foram parar na Amazônia.” O cardeal recordou os irmãos e irmãs que “foram levadas pelas águas, foram levados pelas matas, nós não sabemos onde estão os corpos, sabe Deus.” Essa perspectiva realça a dimensão da entrega para à missão vivida pelos religiosos que se dedicam, especialmente, à região amazônica. A Vida Religiosa como uma travessia Ao abordar a temática da assembleia, o arcebispo de Manaus refletiu que “essa Vida Religiosa que tinha vibração e que continuou tendo vibração, uma Vida Religiosa que tem esperança, uma Vida Religiosa que faz travessia, a Vida Religiosa é uma travessia.”  A CRB recordou que o cardeal Steiner “é uma voz profética na defesa da vida, da ecologia integral e dos povos amazônicos e que sua presença fortalece o compromisso da Vida Religiosa Consagrada com as causas urgentes do nosso tempo” Sentinela de esperança A 27ª AGE acontecerá de 8 a 11 de julho, no Colégio Marista, em Brasília (DF), com o tema “Vida Religiosa Consagrada: Sentinela de esperança em tempos de travessia.” A assembleia reunirá Superiores e Superioras Maiores de Institutos e Congregações do Brasil para a eleição da presidência e da diretoria da CRB Nacional, que assumirá a condução da entidade no período de 2025 a 2028.

Frei Paolo: os indígenas me ajudaram a ser um franciscano melhor

Após 26 anos de missão entre os Ticunas de Belém de Solimões, frei Paolo Maria Braghini voltou para a Itália. Ele não apenas anunciou o Evangelho com palavras, mas o viveu com gestos concretos de amor, solidariedade e justiça. O frade menor capuchinho Paolo Maria Braghini voltou para a Itália depois de 26 anos de missão entre os Ticunas de Belém do Solimões, na Amazônia Brasileira. O missionário italiano natural da Lombardia, dedicou sua vida missionária ao povo Ticuna, o mais numeroso da Tríplice Fronteira Colômbia, Peru e Brasil países onde vivem os indígenas Ticunas. Frei Paolo visitou recentemente a Rádio Vaticano – Vatican News e contou sua experiência de vida na Amazônia, onde foi irmão, amigo e servidor desse povo indígena, partilhando suas alegrias, dores, lutas e experiências. “Recebi este chamado junto aos frades capuchinhos de estar na Amazônia. Eu entre os frades capuchinhos da Amazônia tive o privilegio de viver a maioria dos meios vinte e poucos anos lá junto aos povos indígenas. Sempre em fraternidade. Ao longo desses anos aprendemos muito com os povos indígenas. Cheguei lá frade capuchinho franciscano, mas os indígenas me ajudaram a ser um franciscano melhor. Nós convivemos mais com os Ticunas que é mais numeroso. Uma realidade de pobreza e apesar da pobreza material essas comunidades, os povos indígenas têm uma riqueza cultural e humana impressionante”, disse o frade capuchinho. Fonte: Vatican News