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Autor: Luis Miguel Modino

Prelazia de Tefé agradece os 19 anos de missão de Padre Valdemar dos Reis

Após 19 anos de missão na Prelazia de Tefé, o padre Valdemar Aparecido dos Reis retorna para a diocese de Assis (SP), por motivos de saúde, onde a partir de 1º de janeiro de 2026, será pároco na paróquia São João Batista, na cidade de Iepê. Segundo o bispo de Tefé, dom José Altevir da Silva, “sua trajetória é marcada por serviço incansável, presença fraterna e profundo compromisso com o Evangelho”, que e nome da Igreja local agradece profundamente por sua entrega e testemunho, desejando que Deus continue sendo sua força e paz. Diversos serviços na prelazia O missionário, enviado pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, chegou na prelazia em 06 de março de 2006. Ao longo dos anos desempenhou diversas funções: foi pároco, vigário, auxiliar da Catedral Santa Teresa D´Avila, ajudou nas apresentações da Rádio Rural de Tefé, atuou na Coordenação de Pastoral, realizou visitas ao Hospital Regional, foi Vigário Geral, por duas etapas, trabalhou no Propedêutico, formação inicial dos seminaristas, e foi colaborador próximo dos bispos, residindo por vários anos na casa episcopal. Sua atuação também se estendeu à Capelania Militar, onde ofereceu assistência espiritual aos militares com zelo e dedicação. Dom Altevir, em mensagem ao missionário, disse: “tua presença entre nós foi sinal de esperança, dedicação e amor ao Evangelho, vivido com simplicidade e coragem nas terras amazônicas”. Em sua missão, o bispo destacou “o testemunho silencioso, firme e constante”. Uma volta a sua diocese de origem que, segundo o bispo, “carrega o carinho e admiração de todo o povo desta prelazia”. Agradecimento ao bispo de Assis Em carta ao bispo da diocese de Assis, dom Argimiro Azevedo, o bispo de Tefé manifesta seu “profundo reconhecimento à Diocese de Assis, na pessoa de Vossa Excelência, pela generosa colaboração missionária prestada à nossa Prelazia de Tefé ao longo dos últimos 19 anos”. No texto, dom Altevir define os 19 anos de missão de padre Valdemar como “sinal concreto da fraternidade eclesial e do compromisso com a missão evangelizadora nesta Igreja Local, marcada pela simplicidade e pelo serviço aos pobres na vasta região amazônica. Sua dedicação pastoral, marcada por zelo, humildade e amor ao povo, deixou frutos que permanecerão vivos na memória e na caminhada de nossas comunidades”. Ao mesmo tempo, a carta manifesta “nosso firme compromisso com a missão e com a comunhão entre nossas Igrejas Particulares, fortalecendo os laços entre os Regionais Norte 1 e Sul 1 da CNBB”, afirmou dom Altevir. Ele mostrou o desejo de “continuar a caminhar juntos, partilhando dons, experiências e testemunhos, na construção de uma Igreja sinodal, missionária e servidora”. Diante do pedido de um novo missionário, o bispo da diocese de Assis manifestou que diante da atual realidade pastoral e do número de sacerdotes disponíveis, não pode atender o pedido no momento, abrindo a possibilidade de fazê-lo no futuro. Carta ao presidente do Regional Sul 1 Dom José Altevir da Silva mostrou sua gratidão ao bispo da diocese de São Carlos e presidente do Regional Sul 1, dom Luiz Carlos Dias. Em abril de 1994 nasceu o Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1, voltado ao atendimento das necessidades da Igreja na Amazônia. Uma colaboração que acontece na prelazia de Tefé desde 1997, “padres, leigos e leigas que, com dedicação e espírito evangélico, têm se empenhado na missão de anunciar o Reino de Deus, assumindo conosco as Prioridades Pastorais da Prelazia, definidas em assembleia. Com esforço humano admirável, esses missionários buscam uma profunda encarnação e enculturação na realidade amazônica, marcada por sua diversidade e riqueza cultural”, disse o bispo. 19 missionários oriundos do Regional Sul 1 que tem contribuído “significativamente para a evangelização e o fortalecimento das comunidades”, que atualmente continua com as leigas missionárias Aparecida Severo, da Diocese de Santo André, e Helena Pereira, da Diocese de Guarulhos. Algo que é motivo de sincero agradecimento, pelo apoio contínuo e pela generosidade com que têm atendido às necessidades missionárias da Prelazia de Tefé. Diante da realidade da prelazia e o pouco número de presbíteros, dom Altevir fez um apelo fraterno ao Regional Sul 1, pedindo “o envio de mais dois padres e dois leigos(as) missionários(as), para que possamos continuar atendendo com dignidade e presença evangelizadora às nossas comunidades ribeirinhas e urbanas, que somam mais de quinhentas comunidades”.

Leão XIV chama a CEAMA a não ter pressa e buscar caminhos mais sólidos, bem definidos

Na tarde desta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, Papa Leão XIV recebeu em audiência a Presidência da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). O encontro com o Santo Padre aconteceu no final da visita institucional realizada de 23 a 29 de outubro, tempo em que participaram do Jubileu das equipes e organismos sinodais. Conversa acolhedora e fraterna Um encontro sereno, segundo o bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da CEAMA, dom Zenildo Lima. Durante quase uma hora, “o Papa se colocou à disposição em uma conversa bastante acolhedora, fraterna, de interesse pela Conferência Eclesial da Amazônia, os passos vividos até aqui e as perspectivas e caminhos”. Depois de ser apresentados ao Papa os participantes do encontro, o presidente da CEAMA, cardeal Pedro Barreto fez um resumo da visita aos dicastérios da Santa Sé. Leão XIV conheceu o acontecido no encontro dos bispos realizado em Bogotá no último mês de agosto, o alcance deste encontro e a disponibilidade das igrejas da Amazônia para um caminho sinodal. Igualmente, foi compartilhado a construção coletiva que se vem fazendo num processo de escuta em vista da definição de linhas, de horizontes sinodais. a serem definidos na próxima Assembleia de março de 2026. Assembleia que também terá o caráter eletivo quando será escolhida a nova presidência da Conferência Eclesial da Amazônia. Cuidado com a vida e com os povos Papa Leão XIV, a partir de sua experiência missionária, é alguém que conhece a Amazônia, tendo consciência dos desafios ali enfrentados pela população e pela ecologia integral. Segundo dom Zenildo Lima, o Santo Padre “manifestou todo o seu apoio para as iniciativas que são de cuidado com a vida, de cuidado com os povos e com o anúncio do Evangelho”. A Presidência da CEAMA apresentou ao Papa a perspectiva da construção de um fundo patrimonial da Conferência Eclesial da Amazônia, para a qual o Santo Padre se revelou aberto e disponível a apoio dentro das condições que lhe são oportunas. O bispo auxiliar de Manaus destaca como muito interessante “a abertura do Papa ao comentar sobre as necessidades, os passos ministeriais para a Igreja que está na Amazônia. Segundo o bispo, “com muita serenidade, o Papa afirmou que não tem pressa com os processos, mas que prefere caminhos mais sólidos, bem definidos”, exortando à Presidência da CEAMA “a não termos a pressa de tentar estruturar”, dado que “determinadas situações se manifestam bem mais como carismas do Espírito Santo”. As mulheres um dom do Espírito Nessa perspectiva, Leão XIV vê a participação das mulheres como um dom do Espírito, uma realidade profundamente marcada pelo carisma. Ele fez um chamado para que a igreja que está na Amazônia acolhesse esses carismas, mas tivesse o devido cuidado de evitar estruturá-los demasiadamente, evitando se tornar engessados, segundo relatou dom Zenildo Lima. Ele destacou a escuta atenta do Papa às mulheres que faziam parte desta comitiva, duas vice-presidentes, Patrícia Gualinga e Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, e uma agente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cecília Barja. Entre os presentes entregues ao Papa Leão XIV estava uma rede de tucum, tecida pelos indígenas warao, originários do Delta do Orinoco, na Venezuela, que atualmente são migrantes em Roraima. Junto com a rede, eles enviaram diversas cartas em que relatam suas vivências e demandas. Por sua vez, o Santo Padre concluiu o encontro abençoando objetos e lembranças religiosas, estendendo a sua bênção às igrejas que estão na Amazônia.

Mais de 120 mortos no Rio de Janeiro: outro episódio da violência incontrolada

A operação policial, o massacre, a chacina no Rio de Janeiro, como está sendo definido o acontecido na terça-feira 28 de outubro de 2025, tem que nos levar a refletir. Um número de mortos indeterminado, mas que já superou as 120 vítimas, mesmo que o governador do Rio de Janeiro só considere como tais os quatro policiais falecidos. Enfrentar as causas da violência Um sucesso que tem virado manchete na imprensa internacional e que muitos organismos tanto brasileiros como transnacionais pedem sejam apuradas as circunstâncias. Mais um episódio da violência que tem se instalado nas periferias de muitas cidades brasileiras. O grande problema é que não querem se enfrentar as causas dessa realidade. O povo das periferias sente o abandono do poder público, que aos poucos entregou o controle social ao crime organizado. Um poder alternativo que controla e determina a vida do povo e atrai de diversos modos a parte da população, sobretudo jovens e adolescentes. Soldados do tráfico que muitas vezes, como aconteceu na última terça-feira, são os primeiros a morrer. Um povo que apenas sobrevive As imagens que aparecem na mídia são estarrecedoras. A fila de corpos na rua e as sacolas pretas jogadas no chão às portas do Instituto Médico Legal da capital fluminense é uma situação que deve provocar uma reflexão. Mais do que um sucesso, o acontecido no Rio deveria ser visto como um chamado a enfrentar a violência de modo diferente. Encarar as causas dessa violência deveria ser a grande preocupação do poder público. Mas para isso se faz necessário acompanhar a vida do povo da periferia, um povo que apenas sobrevive, mas que não tem vida em plenitude. Viver sob a ameaça constante da morte já foi assumido por muitos moradores da periferia como uma possibilidade real em suas vidas. Pessoas constantemente ameaçadas, vítimas dos diversos tipos de violência instalados nesses locais. Uma realidade que determina o dia a dia da população e condiciona gravemente a convivência. Cuidar da vida Diante do acontecido as reações são diversas. Nos deparamos, especialmente nas redes sociais, com pessoas que mostram sua alegria diante da morte dessas pessoas. Diante dessa atitude somos chamados a refletir com as palavras de Papa Francisco: “Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”. A primeira obrigação de todos, especialmente do poder público, é cuidar da vida, e isso está acima de qualquer política de segurança. A dor e o sofrimento é um sentimento comum. Daí a necessidade de nos colocarmos ao lado daqueles que choram diante da morte de seus entes queridos. Sejamos construtores de paz, superemos os sentimentos de ódio, de vingança, de indiferença, que destroem o tecido social. É tempo de parar e pensar, de encontrar caminhos que ajudem a superar a violência e gerar uma sociedade onde os direitos humanos sejam respeitados por todos e para todos. Editorial Rádio Rio Mar

Willian Aragão novo presbítero da diocese de Coari: “não um mérito individual, mas um dom que vem de Deus”

A cidade de Codajás, na diocese de Coari, acolheu na noite de 25 de outubro de 2025 a ordenação presbiteral de Willian da Silva Aragão. Uma celebração presidida pelo bispo diocesano, dom Marcos Piatek, que contou com a presença do clero da diocese e de outras igrejas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), colegas do Seminário São José de Manaus, onde se formou o novo presbítero, Vida Religiosa, familiares e amigos. Uma experiência humana e outra transcendente Na homilia, o bispo diocesano, depois de saudar os presentes na ordenação, iniciou sua homilia afirmando que “nesta celebração de hoje, se juntam duas experiências, uma experiência humana, palpável, visível, e outra experiência, a experiência transcendente”, que segundo dom Marcos “ela tem o seu fundamento na fé, no amor a Deus.” Tudo isso porque “sem a fé, sem o amor a Deus, sem o amor a Jesus, sem o amor a Igreja, tudo aquilo que nós vemos é apenas algo palpável e visível”, disse o bispo, que fez um chamado a “ver esta celebração com os olhos da fé”. Na primeira leitura, onde aparecia o relato do chamado do profeta Jeremias, dom Marcos enfatizou que “a vocação dele é desde o ventre materno, não é algo humano, é um dom gratuito de Deus.” Segundo ele, “a vocação presbiteral, ela é movida, alimentada, fortalecida, renovada, santificada pelo amor”, uma dimensão que aparece no Evangelho lido, onde Pedro é questionado por Jesus sobre se ele lhe ama. O bispo de Coari sublinhou que “a fonte da vida presbiteral deve estar no amor a Jesus, no amor a Deus. Se faltar isso, ela não vai durar, não vai florescer.” Junto com isso, dom Marcos disse que “quando a gente celebra a ordenação presbiteral, nós temos que olhar para Jesus, o Sumo e Eterno Sacerdote.” Para aquele que ia ser ordenado, o bispo desejou “que ele seja ancorado, baseado no amor a Jesus. E assim você vai ser, ao exemplo de Jesus, um bom pastor”. Munus profético, do serviço e de santificar Dom Marcos Piatek destacou três tarefas na vida do presbítero: o munus profético, “padre é aquele que se torna profeta, anunciador da boa nova de Jesus, missionário, evangelizador”; o múnus do serviço, “o presbítero é aquele que serve, lava os pés dos irmãos, estende a mão aos pequenos, fracos, abandonados, esquecidos, viúvas, órfãos, migrantes, importância do monos, serve isso”; o múnus de santificar, celebrar, rezar, louvar a Deus, “o sacerdote é aquele que santifica a si mesmo e santifica o povo. Reza por si mesmo, pelos seus pecados e reza pelo povo a ele confiado. Por isso na nossa vida não pode faltar contemplação, reza, meditação, celebração, sacramentos, devoções, meditações”. O presidente da celebração recordou que Papa Leão XIV tem falado recentemente que “o sacerdote encontra sempre a Deus em Jesus como bom pastor.” Nessa perspectiva, “não lhe basta um coração humano e sábio, mas sente a necessidade de um coração como o de Jesus, sempre unido ao Pai, apaixonado pela Igreja”, enfatizou, e pediu que “nos esforcemos todos por ser sacerdotes exemplares”, enfatizando que “só unidos a Deus e entre nós, padres, podemos dar fruto e testemunho ao mundo de hoje”. Ele recordou as palavras de Santo Agostinho, que disse: “ai de mim, se sou pastor de nome e mercenário de vida”. Caminho de santidade O bispo, seguindo as palavras de Papa Leão XIV, afirmou que “os padres têm que zelar pela sua vida interior, pela formação, pela saúde emocional, pela sua integridade.” Ele recordou o chamado do pontífice a viver a fraternidade sacerdotal. Junto com isso, dom Marcos advertiu sobre a necessidade de sacerdotes santos, não de gerentes, vendo a formação como caminho que tem por objetivo a santidade e não apenas a competência. Ele mostrou sua gratidão a todos aqueles que colaboraram na formação do novo presbítero, a família, os formadores, os professores, a paróquia. Dom Marcos Piatek destacou a importâncias dos presbíteros na vida da Igreja e refletiu sobre a escassez de vocações, diante de outras possibilidades que a sociedade considera mais atraentes. A vocação é vista pelo bispo como aquilo que ajuda a ganhar a vida plena, e para isso enfatizou a importância do cuidado das famílias e de criar nelas um clima vocacional. Junto com isso a importância da oração, pedindo rezar pelos padres e para que o padre Willian seja “um servidor de Deus e do povo, para que ele seja homem de contemplação de santidade”. Gratidão do novo presbítero No final da celebração, o novo presbítero realizou seus agradecimentos ao bispo, aos padres, religiosos e religiosas, professores e todos os presentes. O padre disse que “o sacerdócio não é um mérito individual, é um dom que vem de Deus”, algo que ele disse ver em sua pessoa, percebendo a escolha de Deus, que lhe chamou e deseja lhe santificar, moldando de acordo a seus propósitos. Ele enfatizou que “a vida presbiteral é um chamado radical, não se trata só de um projeto pessoal, mas de uma entrega total a Deus”, antes de receber diversas homenagens por parte dos presentes na ordenação.  

Dom José Albuquerque no Curso Latino-americano para Formadores de Seminários Propedéuticos: “um sonho antigo”

Belo Horizonte acolheu de 20 a 24 de outubro um encontro latino-americano de formadores da etapa propedêutica. Promovido pela Organização dos Seminários Latino-Americanos (Oslam), em colaboração com o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mais de 70 participantes, chegados de 11 países da América Latina e do Caribe aprofundaram sobre a primeira fase da formação presbiteral, com especial atenção às dimensões pastoral, espiritual, humana e pedagógica, em sintonia com a nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis. Um sonho antigo Um dos participantes foi o bispo da diocese de Parintins e referencial da Comissão para o Ministério da Vida Consagrada (CMOVIC) da CNBB, dom José Albuquerque de Araújo. Segundo o bispo, a etapa propedêutica constitui um verdadeiro alicerce da formação sacerdotal. Dom José enfatizou que “este era um sonho antigo: reunir formadores de toda a América Latina. A etapa propedêutica é o ponto de partida, onde se constrói a base humana, intelectual e espiritual do seminarista, para que ele possa avançar com solidez e consciência nas etapas seguintes”. Segundo o bispo de Parintins, “muitos jovens vêm de realidades familiares e sociais complexas, com diferentes níveis educacionais e pouca experiência pastoral. É necessário acompanhá-los não só no aspecto intelectual, mas também na disciplina, na organização do tempo, na espiritualidade e na vida comunitária”. Fortalecer a articulação internacional Dom José Albuquerque sublinhou que a presença de representantes de diferentes países permite conhecer realidades diversas e compartilhar boas práticas. Segundo o bispo, o encontro também foi uma oportunidade para fortalecer a articulação internacional entre seminários, e “nos dá base para continuar com novos cursos, materiais e espaços de intercâmbio entre os seminários do continente”. Em palavras do bispo da diocese de Parintins, “não podemos olhar apenas para a experiência brasileira. É fundamental ir além, aprender com os desafios e acertos de outros contextos, inclusive do Caribe. Esse intercâmbio de experiências fortalece a formação e contribui para construir uma rede latino-americana de formadores”. Tempo de graça, de encontro, de partilha O encontro dá continuidade ao realizado em Bogotá com os formadores dos seminários e mais um realizado virtualmente com os diretores espirituais. O bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Júlio César Gomes Moreira, assessor do encontro disse ter sido “um tempo de graça, de encontro, de partilha, de formação e de oração”. Segundo ele, “criamos um verdadeiro intercâmbio de experiências e uma consciência de corresponsabilidade no cuidado desta missão tão importante: o acolhimento dos vocacionados que iniciam seu caminho formativo”. Um encontro que ajuda a “criar um espaço de fraternidade onde os participantes possam compartilhar experiências, refletir sobre metodologias pedagógicas e práticas de acompanhamento espiritual, sem perder a perspectiva de um projeto continental”, segundo o secretário da OSLAM, padre Vagner Moraes. Tudo isso em vista de um projeto latino-americano de formação inicial, adaptável a cada país, que fortaleça o trabalho dos formadores e prepare melhor os seminaristas para o ministério.

CEAMA, com a participação de Dom Zenildo Lima, visita a Santa Sé

A presidência da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), com a participação do bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da instituição, dom Zenildo Lima, realiza de 23 a 29 de outubro de 2025 uma visita institucional à Santa Sé. O propósito é fortalecer os vínculos de comunhão com Papa Leão XIV, que irá receber em audiência os participantes da visita, e colaborar com os dicastérios da Santa Sé envolvidos na missão da CEAMA no marco do processo sinodal que anima a vida eclesial da Pan-Amazônia. Exemplo de Igreja Sinodal Os membros da presidência da CEAMA, que o Documento de Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade coloca como exemplo de Igreja sinodal, irão participar do Jubileu dos organismos sinodais, que está sendo realizado de 24 a 26 de outubro no Vaticano. A visita iniciou com uma missa no Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, dicastério que a pedido de Papa Leão XIV acompanha mais diretamente a CEAMA. Depois da Eucaristia foi realizada uma primeira reunião com o cardeal Michael Czerny, prefeito do dicastério, e alguns agentes ligados ao dicastério, para uma primeira discussão em vista de alinhar um caminho de captação de recursos em vista da criação de um fundo patrimonial e da autossustentabilidade da Conferência Eclesial da Amazônia. Uma comunicação do território Posteriormente, foi realizado um encontro com o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, o secretário, Lucio Ruiz, e a diretora do departamento teológico-pastoral, Natašia  Goverkar, onde foram apresentados, segundo dom Zenildo Lima, “alguns caminhos de comunicação da CEAMA e a necessidade de darmos mais visibilidade, não somente comunicando fatos, mas construindo processos de intercâmbio, a fim de que toda a estrutura do Dicastério para a Comunicação possa nos ajudar a fazer ecoar vozes da Amazônia”. No encontro foi destacado a importância da CEAMA para o dicastério, dada sua presença no território, assim como divulgar os passos dados pela CEAMA. Ruffini enfatizou que a comunicação é importante porque promove a comunhão e a faz crescer, considerando a CEAMA como um exemplo para o continente e para toda a Igreja, mostrando o valor da Amazônia para a humanidade. Daí a necessidade de ajudar a conhecer e socializar os desafios e as lutas do território. Para isso é importante a presença no território daqueles que podem contar de primeira mão o que acontece, contribuindo ao crescimento da comunicação da Igreja ao mundo, gerando pequenas luzes de esperança. Na reflexão apareceu a necessidade de estruturar a comunicação em vista da incidência. Uma comunicação direta, que dá a conhecer o testemunho vivo que relata histórias de vida. Junto com isso, a importância de estruturar e fortalecer a comunicação amazônica, que deve ser veloz, ágil e constante. Nesse sentido, o encontro da CEAMA realizado em Bogotá em agosto de 2025, aportou pautas para reconhecer a prioridade da comunicação e a necessidade de construir narrativas. Desafios da educação na Amazônia No final da tarde, a presidência da CEAMA visitou o Dicastério para a Educação e Cultura, se encontrando com o prefeito, cardeal José Tolentino de Mendonça. Na ocasião, foi discutido o estado dos processos de educação na Pan-Amazônia. Dom Zenildo Lima destaca que em relação à Amazônia brasileira, “falamos dos desafios do ensino religioso, do processo de ocupação de espaços estratégicos da educação por parte dos segmentos evangélicos, embora a Igreja ainda goze de algum respaldo por causa do Acordo Brasil-Santa Sé. Apresentamos também o fato que as escolas católicas vêm sendo preteridas nas escolas militares. E também falamos a respeito do ensino superior presente na Pan-Amazônia e a possibilidade real de incluir nessa dinâmica dos saberes uma nova epistemologia a partir dos saberes das populações originárias presentes na Pan-Amazônia”. Ao longo dos próximos dias será realizado um encontro no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com a presença do prefeito, cardeal Kevin Josehp Farrel, em vista de uma reflexão sobre a corresponsabilidade laical e vida comunitária na Amazônia, assim como a colaboração da CEAMA com a JMJ e o Encontro Mundial das Famílias. Depois da participação do Jubileu dos organismos sinodais a presidência da CEAMA terá um novo encontro no Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, realizarão uma visita e momento de oração ao túmulo de Papa Francisco, na Basílica de Santa Maria Maior. Além disso, está prevista uma reunião com o cardeal Luiz Antônio Tagle, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, onde será realizado um intercâmbio sobre processos missionários e acompanhamento pastoral na Amazônia. Igualmente, a presidência da CEAMA visitará a Secretaria Geral do Sínodo, onde será partilhado com o secretário, cardeal Mario Grech, a experiência sinodal na Amazônia. Na dinâmica sinodal, será realizado um encontro com padre Giacomo Costa, secretário especial da Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade, onde será refletido sobre os horizontes apostólicos sinodais. Audiência com Papa Leão XIV Em encontro com a prefeita do Dicastério para a Vida Consagrada, Ir. Simona Brambilla, será debatido sobre a presença da Vida Religiosa na Amazônia e a contribuição da CEAMA junto com a CLAR. No Instituto para as Obras da Religião (IOR) será realizada uma reunião para abordar o seguimento administrativo financeiro. No Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, com a presença do prefeito, cardeal Arthur Roche, será realizado um diálogo sobre liturgia inculturada e experiências celebrativas na Amazônia. A presidência da CEAMA participará de um encontro no Dicastério dos Bispos, onde será recebida pelo prefeito, dom Filippo Iannone, e o secretário, dom Ilson de Jesus Montanari, onde será refletido sobre comunhão episcopal e acompanhamento pastoral.  Finalmente, a visita será encerrada com a audiência com Papa Leão XIV, na tarde de 29 de outubro, no Palácio Apostólico. Fotos: CEAMA

Das crianças e adolescentes cuidar juntos é o caminho

A violência contra as crianças e adolescentes é um crime presente no Brasil, que demanda a colaboração de todos para ser erradicado. Um passo a mais, que mostra que cuidar juntos das crianças e dos adolescentes é o caminho, foi dado nesta semana em Manaus com a inauguração do Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente (CIACA), um dos nove centros especializados existentes no Brasil. Um acompanhamento mais eficiente e mais humanizado Um espaço para centralizar o acolhimento das crianças e adolescentes vítimas da violência, que é fruto da luta de mais de dez anos e que desde o início contou com o envolvimento da Igreja católica. Se busca que as crianças tenham um acompanhamento mais eficiente e mais humanizado. Isso se tornou realidade com o apoio do Ministério Público do Trabalho, que financiou o investimento. Diante desse crime todos devemos tomar consciência e fazer o que estiver em nossa mão para erradicá-lo. Defender a vida em plenitude, especialmente das crianças e adolescentes, é uma exigência para todo ser humano. Ninguém pode ficar de fora, pois o envolvimento de todos faz a diferença e ajuda as vítimas a superar os traumas que carregam em consequências dos abusos sofridos. Políticas públicas que cuidem das crianças e dos adolescentes O poder público tem a exigência de se comprometer com políticas públicas que cuidem das crianças e dos adolescentes, providenciando os instrumentos que façam possível a implementação dessas políticas públicas. Junto com isso a denúncia tem que ser assumida como um costume que ajude a erradicar esse crime. A defesa das vítimas tem que ser sempre o caminho a seguir. A falta de cuidado das crianças e dos adolescentes condiciona gravemente a vida social. Uma sociedade que não cuida dos vulneráveis deve se questionar sobre seu comportamento. Um olhar atento para com as vítimas da violência, especialmente quando a curta idade dificulta a autoproteção, tem que ser assumido como atitude presente em cada coletivo social e em cada indivíduo. Desafiados a entrar nesse caminho Quando as pessoas olham para o outro lado, quando ignoramos o sofrimento das vítimas nos tornamos cumplices. O cuidado tem que ser uma atitude comum e constante. Só assim os crimes são resolvidos e superados. Só assim as vítimas recuperam sua vida em plenitude. Daí a importância de espaços como o Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente para entender e assumir que das crianças e adolescentes cuidar juntos é o caminho. Todos nós, eu e você, somos desafiados em cada momento a entrar nesse caminho, a assumir essa luta. A sociedade vai ganhar com isso, mas especialmente as vítimas, as crianças e os adolescentes, vão se sentir protegidos. Que possam contar com a gente é uma necessidade. Ninguém está dispensado desse compromisso de cuidado comum. Será que podem contar comigo? Será que podem contar contigo? Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: o juiz mostra “o desprezo pela justiça, a injustiça para com os pobres e desvalidos”

No 29º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia dizendo que “o Evangelho nos despertar para ‘a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir’. Não se trata de rezar de vez enquanto, quando temos vontade. O convite de Jesus é permanecermos, de estarmos em oração. Em um estado de oração. Um modo de viver ‘de rezar sempre, e nunca desistir’”. A injustiça para com os pobres Em suas palavras, o arcebispo de Manaus disse que “Jesus se refere a um juiz”, recordando que “o livro do Êxodo recomenda que os juízes sejam pessoas tementes a Deus, dignas de fé, imparciais e incorruptíveis (cf. Êx 18,21). Moisés instituiu juízes imparciais e inimigos do suborno, que julgassem segundo a Lei. Assim, as palavras do juiz, diante da pobre viúva, nos espantam”. Segundo o cardeal “aquele que tem a justiça como guia, como orientação de vida afirma: ‘Eu não temo a Deus e não respeito homem algum’. Linguagem que expressa a dureza de coração, a autossuficiência, o desprezo pela justiça, a injustiça para com os pobres e desvalidos, os quase sem ninguém”. O presidente do Regional Norte 1 explicou que “a viúva era, em geral, a mais pobre dos pobres. O juiz no texto usa uma linguagem de quem se julgam acima de todos, intocável e único intérprete da verdade. O Evangelho a nos apresentar uma pessoa que, diante da responsabilidade da justiça colocar-se na distância, na irresponsabilidade da justiça, no desprezo pela viúva, necessitada, desamparada. Sem escrúpulos, sem consideração à Lei, fazia o que queria, é um surdo, um insensível; vive como que a parte da justiça”. Ele citou o texto do Evangelho: “Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: Faz-me justiça contra o meu adversário”. Diante disso, o cardeal Steiner citou as palavras de Papa Francisco em 25 de maio de 2016: “as viúvas, os órfãos e os estrangeiros, eram as pessoas mais frágeis da sociedade. Os direitos assegurados pela Lei podiam ser espezinhados com facilidade, pois eram pessoas sós e indefesas: uma pobre viúva, ali sozinha, ninguém a defendia, podiam ignorá-la, sem lhe fazer justiça. Do mesmo modo também o órfão, o estrangeiro, o migrante: naquela época esta problemática era muito acentuada”. Apenas guiada pela justiça “Ela sem guarida, sem valia, pobre, normalmente perdia até os filhos, uma vez viúva”, enfatizou o cardeal. Segundo ele, “o que nos encanta é a mulher que vive no desamparo, na desvalia, na não escuta, permanecer fiel na busca de receber justiça, ser justiça. A confiança, o destemor, a perseverança, a crença na justiça. Apenas guiada pela justiça permanece dia a dia na sua busca. Injustiçada e lesada em seus direitos, sente-se incapaz de ser ouvida, mas persevera. Sem poder fazer pressão por influências, muito menos dar presentes, sem dar compensação, àquele juiz insensível e descrente, retorna pacientemente, insiste, apresenta-se à presença do juiz. A surdez da justiça foi um confronto de liberdade, busca de encontro de amor e de doação de si mesma. Humilde, perseverante, sem gritos, sem desesperos, continua a apresentar-se ao juiz, guiada pela justiça e necessidade de vida. Como não lhe restava ninguém permaneceu fiel ao desejo de receber o dom da vida na justiça”. Depois de citar o texto do Evangelho: “Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me”, o presidente do Regional Norte 1 destacou que “a perseverança, a ousadia, o comprometimento, desperta o surdo da insensibilidade, se não pela justiça, pela insistência da presença. A perseverança, a insistência, o destemor, foi tal que infundiu temor. O que desperta o homem de sua insensibilidade é o permanecer na busca, de apresentar-se quase cotidianamente, de oferecer as mesmas palavras, a mesma necessidade, sem desfalecer. Havia nela um ânimo e uma disposição que amedrontou o juiz. O apresentar-se na sua viuvez, temperada, fortalecida, acordou o juiz injusto para a justiça, a verdade. A fortaleza, a segurança, a determinação, a constância, fez descer a justiça!” O exercício da justiça é mais que direito De novo partindo do texto bíblico: “Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me”, o cardeal disso que “sentiu-se agredido! Agredido na sua percepção de juiz, no cumprimento do seu dever, na aplicação da Lei, do seu dever de cuidar dos fracos, pequenos, desvalidos, estrangeiros, viúvas e órgãos. A presença da viúva na sua persistência e constância, acorda este homem para o exercício da justiça que é mais que direito”. O arcebispo de Manaus recordou que “Santo Agostinho ensinando a partir da oração nos diz: ‘Será mesmo necessário pedir-te em oração? Ora, quem nos diz: ‘Não useis de vãs repetições’ declara-nos noutro passo: ‘Pedi e recebereis’; e, para que não pensemos que o diz com leveza, acrescenta: ‘Procurai e encontrareis’; e, para que não pensemos que se trata de uma simples maneira de falar, vede como termina: ‘Batei, e vos será aberto’ (Mt 7,7). Ele quer, portanto que, para que possas receber, comeces por pedir, para que possas encontrar, te ponhas a procurar, para que possas entrar, não deixes, enfim, de bater à porta. […] Por que pedir em oração? Por que procurar? Por que bater? Porque cansarmo-nos a pedir, a procurar, a bater, como se estivéssemos a instruir Aquele que tudo sabe já? E lemos inclusive, noutra passagem: ‘Disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer’ (Lc 18,2). […] Pois bem, para esclareceres este mistério, pede em oração, procura e bate à porta! Se Ele cobre com véus este mistério, é porque quer animar-te e levar-te a que procures e encontres tu próprio a explicação. Todos nós, todos, devemos animar-nos a orar’” (Santo Agostinho, Sermão 80). A prece em favor do povo Na primeira leitura, o cardeal Steiner ressaltou que “ouvíamos a prece de Moisés em favor de seu povo, diante da luta desigual, desconfortável, sem possibilidade de vitória. Confiança, determinação, permanência em prece diante de Deus, de abraços estendidos. No…
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Dom Luiz Soares: “Não estão nos dando a possibilidade de pensar”

O Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas acolheu no dia 18 de outubro de 2025 o lançamento da reedição de dois livros que tem a ver com a história da Amazônia e da Igreja na capital amazonense. “Centenário da Igreja de São Sebastião de Manaus 1888-1988”, de autoria de Aristóteles Alencar, e “Já é Tempo de Pensar”, de dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus. Estão nos roubando a interioridade O escrito do arcebispo emérito pode ser visto como foi relatado na apresentação como uma voz harmônica com a realidade social de seu tempo, um instrumento para edificar com o bem, ensinar com o exemplo e com a caridade, para fortalecer a fé dos amazonenses, considerando a palavra de dom Luiz Soares Vieira como uma permanente benção de amor para melhor construirmos o futuro. Em suas palavras, dom Luiz iniciou sua reflexão falando sobre o fenómeno de Maio de 1968 e suas consequências em diversos países. O arcebispo emérito citou Marcuse, que disse “estão nos roubando a interioridade”, um fenômeno que hoje continua presente, inclusive está se incrementando, e que levou dom Luiz a dizer que “não estão nos dando a possibilidade de pensar”. Uma realidade que se manifesta na vida corrida, as muitas informações, a perdida do hábito de leitura, o auge da Inteligência Artificial, que coloca em nossa frente o perigo de sermos dominados pela máquina. Mesmo reconhecendo as ajudas da Inteligência Artificial, ele advertiu sobre o perigo de sermos escravizados e perder a possibilidade de pensar. Não perdermos a interioridade Por sua vez, Aristóteles Alencar destacou a importância da obra como instrumento para preservar a história de Manaus e do Amazonas, relatando diversos fatos históricos que provam essa importância. Muitos desses fatos têm a ver com a caminhada da Igreja católica na capital do Amazonas. O arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, destacou a importância dos livros na vida e na cultura. Segundo ele, os livros sempre vão dizendo o caminhar da humanidade, nos ajudam a permanecermos lúcidos, a não perdermos a interioridade, que nos faz ser quem somos. Ele destacou a necessidade de sermos pessoas mais completas e mais maduras, de ajudar a ler, a pensar. Isso porque não podemos viver das informações, precisamos reaprender a pensar e os livros nos ajudam muito, encerrou o cardeal.

Dom Adolfo Zon: “Com a Coleta Missionária, estamos dizendo ‘sim’ ao Evangelho que transforma vidas”

No próximo domingo 19 de outubro acontece o Dia Mundial das Missões, que em 2025 tem como tema “Missionários da Esperança entre os povos”, e como lema “A esperança que não decepciona” (Rm 5, 5). Para motivar a Coleta Missionária, que a Igreja do Brasil pede ser realizada nos dias 18 e 19 de outubro, o bispo da diocese de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), dom Adolfo Zon, divulgou uma mensagem nesta quinta-feira, 16 de outubro. Missionários da esperança O texto lembra que “a Igreja no Brasil se une mais uma vez em oração, solidariedade e generosidade com a Coleta Missionária do Dia Mundial das Missões.” Junto com isso, dom Adolfo Zon afirma que “neste ano, o Papa nos convida a sermos missionários da esperança, uma esperança firme, enraizada na fé, que não decepciona porque está voltada para Deus e sustentada pelo amor”. O bispo, que é Missionário Xaveriano, disse que “em um mundo marcado por guerras, desigualdades, desespero e isolamento, os missionários e missionárias da Igreja anunciam que a vida tem sentido, que o amor de Cristo alcança todos os povos, que a esperança cristã permanece mesmo em meio à dor”. Somar-se ao esforço missionário da Igreja É por isso que, “ao contribuirmos com a Coleta Missionária, estamos dizendo ‘sim’ ao envio da Igreja, ‘sim’ à partilha com quem mais precisa, ‘sim’ ao Evangelho que transforma vidas e realidades”, enfatizou o vice-presidente do Regional Norte 1. Segundo ele, “nosso gesto se soma ao esforço missionário da Igreja no mundo inteiro, apoiando dioceses pobres, projetos de evangelização, formação de seminaristas, catequistas e obras de caridade”. Finalmente, dom Adolfo Zon faz um chamado para que “neste mês missionário, sejamos também nós missionários da esperança!” Para isso, ele pede que, “com alegria, fé e generosidade, façamos a nossa oferta nos dias 18 e 19 de outubro. Que a nossa contribuição seja sinal de que a esperança não decepciona (Rm 5,5), porque é sustentada pelo amor de Deus”, e junto com isso que “Sejamos generosos!”