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Autor: Luis Miguel Modino

Diocese de Borba celebra o Jubileu da Juventude

Com a temática, “Juventude, peregrinos entre rios, anunciadores da esperança” sob a luz do lema; “Nas margens do Rio Madeira floresce a esperança em Cristo” a diocese de Borba, cumprindo o calendário, realizou o ll Congresso da Juventude Nos dias 25, 26 e 27 de julho de 2025, no município de Nova Olinda do Norte, na Forania São Mateus.  Estiveram presentes cerca de oitocentos jovens das quatro foranias para celebrar o Jubileu da Juventude com o Congresso Diocesano.  O local escolhido para sede foi a Escola Estadual de Tempo Integral Professora Rosária Marinho Paes. A prefeita do município de Nova Olinda do Norte, Professora Aracy, esteve presente e em seu pronunciamento incentivou a juventude para o seguimento do caminho de bondade, sonhos e realizações. “A juventude mora no coração da Igreja e é fonte de renovação da sociedade. Os jovens de todos os tempos e lugares buscam a felicidade” (DOCUMENTO – CNBB, 85), nesta afirmativa, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva pontuou o propósito da Juventude peregrina. O peregrino está em movimento e segue com o coração cheio de esperança para nunca estagnar. A juventude deve seguir como âncora, fixa em Cristo. O bispo diocesano também acolheu a juventude chamando-a de felizes e amados, pois este é também o ano do jubileu, tem na centralidade o perdão, a alegria e a misericórdia. A origem da prática do jubileu está em Levítico 25, anunciado pelo Papa Francisco. Assim, concomitante ao jubileu da Juventude no Vaticano, também acontece o Congresso da Juventude da Diocese de Borba. Apoiados na temática do jubileu, “Peregrinos da esperança”, o objeto da esperança é a Santíssima Trindade. Assim a juventude deve vencer o pessimismo, que é um dos pecados contra a esperança – nenhum jovem pode ser pessimista, nos exortou Dom Zenildo. Outro pecado contra a esperança é o egoísmo, sendo este a raiz de todo pecado. Apontamentos como, “A Esperança é virtude obrigatória para o Cristão”. “A esperança não decepciona”, “a esperança é a luz que vence as trevas” foram proclamadas para os jovens, bem como a afirmativa do Papa Bento XVI, “Deus é o fundamento da esperança”. Sendo esta a vertente formadora na qual seguiu o ll Congresso da juventude da diocese de Borba. O Documento Christus Vivit diz que “a verdadeira juventude é ter um coração capaz de amar. E a fonte da vida e da fé está na palavra de Deus.” Outro apontamento reflexivo  do evento seguiu para a encíclica Documento Laudato Sí, por conta da crise climática global,  uma vez que “não podemos ignorar que, nos últimos anos, temos assistido a fenómenos extremos, a períodos frequentes de calor anormal, seca e outros gemidos da terra que são apenas algumas expressões palpáveis duma doença silenciosa que nos afeta a todos (LAUDATE DEUM, CAP. 1), bem como o Documento de Aparecida e o “Querida Amazônia” que foram estudados nas oficinas ofertadas pela assessoria do Congresso. Dinâmica esta que dividiu a juventude em grupos nas salas para abordagem das temáticas; Liderança e espiritualidade ecológica; Igreja missionária em saída; Formação do discípulo missionário; Grupos de Jovens; Vocação; Juventude; Espiritualidade e ecologia integral; Sinodalidade e A missão da família no acompanhamento dos jovens na igreja. Outro ponto importante do momento foi a “Caminhada Ecológica” que a juventude realizou, com brados de alegria e louvor, fechando a tarde do dia vinte e seis até a frente da Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazaré. O momento cultural ficou com a participação da Banda Ministério Santa Cruz, da arquidiocese de Manaus, que animou e rezou com todos os congressistas. No dia 27 de julho, neste domingo o encerramento do evento se deu com a Santa Missa, presidida por Dom Zenildo, que em sua homilia frisou que na primeira Leitura “Abraão conversa com Deus e sente a sua presença por meio da oração. A oração é o diálogo com Deus, é preciso ter a vivência da oração para discernir, para evangelizar e evangelizar não é ativismo, evangelizar é estar a serviço do reino de Deus, como fez Abraão. Em seguimento na explicação, o bispo diocesano frisou que a segunda leitura coloca você diante do poder da cruz, do amor e da presença de Deus, todo ser humano tem o valor da dignidade. O Evangelho mostrou o amor de Jesus por nós. E um dos ensinamentos de Dom Zenildo para os jovens foi que a juventude não divide, a juventude uni e evangeliza. O jovem cristão não desmata, ele planta! Para isso a Juventude precisa estudar sobre a ecologia que fala da presença de Deus na Laudato Sí. A Juventude é convocada por Cristo ao ministério, os jovens devem fazer, devem executar, devem protagonizar, devem anunciar o caminho da salvação, deixar crescer e brilhar o rosto de Cristo, com característica amazônica, pois temos coisas bonitas para enaltecer, como a nossa identidade. A igreja acredita e tem esperança na força da juventude. A igreja jovem necessita da missão, do SIM, e do entusiasmo. Ainda na celebração de encerramento, o bispo proferiu a oração das Indulgências plenárias para toda juventude congressista.  E o coordenador de pastoral diocesano, Ademir Jackson anunciou a entrada da simbologia que identificaria a forania que sediará o próximo Congresso. No ensejo, o grupo musical tocou o hino do município de Borba e uma jovem adentrou o local com o banner da imagem de Santo Antônio, revelando que a Forania São Marcos – Borba AM, será sede do próximo congresso da juventude, no ano de 2027. E assim encerrou-se o ll Congresso da Juventude da diocese de Borba. Rezemos para que todos sigam com o coração cheio de esperança e entusiasmo, prontos para levar os ensinamentos e a energia adquiridos para nossas comunidades. Que cada jovem saia inspirado a fazer a diferença, vivendo a fé com alegria e compromisso. Juntos, poderemos construir um futuro mais solidário, com espiritualidade ecológica. Agradecemos a todos os envolvidos neste evento e um agradecimento muito especial à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), por seu apoio, inspiração e pela confiança depositada em nossa juventude…
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Catequese indígena: “descobrir Deus e nossa relação com Ele, com os outros, com a natureza”

Mais de 300 catequistas da Amazônia se reuniram de 24 a 27 de julho em Castanhal (PA), para participar do Nortão da Catequese, que teve como tema: “Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: Anúncio, Mistagogia e Ecologia Integral.” Tem sido dias de partilha de experiências para oferecer elementos para as igrejas locais em seus processos catequéticos, fortalecendo a pluralidade da identidade amazônica. Catequese indígena no Alto Rio Negro Uma dessas experiências foi partilha pela catequista indígena da paróquia Nossa Senhora Aparecida, diocese de São Gabriel da Cachoeira, Deusimar Uahó, do povo desano. Na Igreja do Alto Rio Negro, com 294 mil quilómetros quadrados, moram 24 povos originários, com uma forte influência das cosmovisões indígenas, entendendo a catequese como “nosso descobrir a Deus e nossa relação com Ele, com os outros, com a natureza”, segundo a catequista indígena. Depois da chegada dos primeiros missionários, e do processo de colonização que se deu naquele momento, a catequese indígena está fazendo um caminho de ressignificação, seguindo um princípio norteador: “a boa nova da cultura dos povos indígenas, acolhe a boa nova de Jesus.” Segundo Deusimar, “nossa relação com Deus, Tupãna, Oãkʉ, O’amʉ, com nossos antepassados, nossos pais e mães primeiros, vem do sagrado de nossas culturas e religiosidades. Nossa catequese nasce, se desenvolve aí, é em casa/nossa aldeia que somos educados ao sagrado e à espiritualidade”. Ressignificar   “Essa ressignificação do sagrado está sendo realizada a partir do conhecimento tradicional dos povos, valorizando e rezando como batizados, fazendo essa relação, para caminhar junto em diálogo intercultural entre a Igreja e o sagrado dos povos indígenas”, ressalta a catequista. Nas comunidades, como parte da espiritualidade indígena, ela destaca “a nossa partilha, a hospitalidade, as nossas orações, os nossos catequistas antigos que ainda têm vivido essa vocação em nossas comunidades, é essa nova geração que vem trazendo também um resgate cultural, inserindo dentro da Igreja os nossos valores, os nossos rituais, as nossas línguas, músicas, trabalhando também os nossos nomes tradicionais”. Um processo devagar, mas que vem tendo cada vez mais visibilidade, ajudando a entender a importância da sua identidade como povo indígena. Durante décadas a Igreja do Rio Negro foi confiada aos Salesianos e Salesianas, sendo a educação, os internatos e as comunidades elementos importantes na missão. Após o Concílio Vaticano II e o encontro e Documento de Santarém, em 1972, os internatos são fechas e a catequese se realiza nas comunidades, sendo criado o ministério do catequista em cada comunidade, com um grande avanço na formação desses catequistas e de outros agentes. Nessa época começam a aparecer as vocações indígenas à Vida Religiosa e o presbiterato, os indígenas do Rio Negro para o mundo. Se realizam assembleias pastorais, se avança no processo de inculturação, recolhendo a proposta do Documento de Aparecida para ser discípulos missionários. Diálogo intercultural Em 2015 acontece uma missão da Catequese: “A boa nova das Culturas acolhe a Boa Nova de Jesus”, incentivando o diálogo intercultural. Também foi de grande importância o Sínodo para a Amazônia, a figura do Papa Francisco e sua valorização dos povos e culturas indígenas e sua exortação pós sinodal Querida Amazônia. Deusimar destaco o impulso que está sendo dado pelo atual bispo, dom Raimundo Vanthuy, que define como bispo pastor e sinodal. Está se avançando numa catequese integral, onde é valorizada a partilha, os encontros comunitários, as convivências, a participação dos catequizandos, o resgate cultural: artes, línguas indígenas, medicina indígena, povo, rios, territórios, nomes tradicionais, grafismos, dentre outros elementos. O novo bispo, com esse olhar sinodal, “ele tem dado essa abertura para que os indígenas tenham esse espaço para manifestar, expressar a sua fé a partir dos seus valores locais. Ele é um bispo que está indo aonde os indígenas estão para conhecer a realidade local e ele tem se mostrado que ele quer aprender, quer partilhar o que ele sabe e aprender também com ele os caminhos que ele pode nos direcionar como bispo”, destacou a catequista indígena. Ela agradeceu o incentivo e apoio do bispo para poder participar do Nortão da Catequese”.

Congresso Missionário de Seminaristas (COMINSE) tem expressiva participação do Norte

Entre os dias 21 e 26 de julho, a capital piauiense acolheu o 5º Congresso Nacional Missionário de Seminaristas (COMINSE). O evento aconteceu no Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus, da Arquidiocese de Teresina, e reuniu cerca de 240 participantes entre seminaristas, formadores, reitores e bispos de 79 dioceses e arquidioceses, além de três congregações religiosas. Celebrando 40 anos de caminhada dos COMISEs (Conselhos Missionários de Seminaristas) no Brasil, o congresso teve como tema “Discípulos da Esperança“, com o objetivo de fortalecer a consciência missionária nos seminários, cultivar a comunhão entre os COMISEs regionais e promover uma formação presbiteral mais sensível, pastoral e comprometida com a missão evangelizadora da Igreja. A programação contou com conferências, painéis temáticos, oficinas, momentos de oração e noites culturais. O COMINSE contou com a participação de Dom Maurício da Silva Jardim, Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga e Presidente da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB; Dom José Albuquerque, Bispo da Diocese de Parintins e membro da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada; Padre Vagner João Pacheco de Moraes, Presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB); e Pe. Alessandro Brandi, representante da Obra de São Pedro Apóstolo, de Roma. Norte em destaque A Região Norte teve participação expressiva no evento, em seus respectivos regionais. Entre os representantes do Regional Norte 1 da CNBB destaca-se seminaristas das seguintes Igrejas Particulares: Arquidiocese de Manaus (1), Diocese de Roraima (2), Diocese do Alto Solimões (2), Diocese de São Gabriel da Cachoeira (1), Diocese de Borba (1), Diocese de Coari (1), Diocese de Parintins (1) e Prelazia de Itacoatiara (1). A presença significativa do Norte reafirma o compromisso missionário da Igreja na Amazônia e o protagonismo de seus seminaristas no processo de construção de uma Igreja mais encarnada, dialogante e sinodal. O COMINSE 2025 deixa como legado a renovação do ardor missionário nos corações dos futuros presbíteros do Brasil e uma forte mensagem de esperança diante dos desafios da evangelização contemporânea. Seminarista Lucas Santos Maia (Diocese de Roraima)Assessor de Comunicação do Comise Labontè

Cardeal Steiner no Nortão da Catequese: Na Amazônia, uma catequese inculturada

A diocese de Castanhal (PA), acolhe de 24 a 27 de julho o 1° Nortão da Catequese, com a presença de mais de 300 catequistas dos Regionais Norte 1, Norte 2, Norte 3 e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O tema do encontro é “Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: Anúncio, Mistagogia e Ecologia Integral”. A Igreja deve crescer na Amazônia Em sua reflexão sobre “A Igreja deve crescer na Amazônia (QA 66): Querigma, um anúncio de Esperança”, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da CNBB, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, tentou demonstrar “a relevância, a identidade e as características do anúncio querigmático no território amazônico, iluminado pelas reflexões do Jubileu 2025, tendo em conta que os povos da Amazônia ‘têm direito ao anúncio evangelizador’, (QA, 64); o Evangelho da Esperança”. O Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade nos leva a dizer, segundo o cardeal Steiner, que “somos todos enviados para anunciar Jesus nossa Esperança.” Ele explicou a origem da palavra catequese, “instruir por viva voz”, insistindo em que “a Catequese é anúncio”. Inspirado na Evangelii Nuntiandi de São Paulo VI, o arcebispo de Manaus falou de “anúncio decisivo para a vida da Igreja, para ser Igreja”, de ser crístico, de “chegarmos, todos juntos, à unidade na fé e conhecimento do Filho de Deus”, segundo ensina São Paulo. Fazer ecoar o novo Reino O cardeal lembrou a importância significativa da catequese, segundo São João Paulo II, uma importância que brota dos Evangelhos, que leva a ver a catequese como “fazer ecoar pelo mundo inteiro o novo Reino, o Reino de amor, a vida da Trindade, a todas as criaturas, como Jesus com sua vida, palavra, gestos, morte e ressurreição”. Se trata, seguindo as palavras do Catecismo da Igreja, de fazer discípulos e discípulas, de aprofundar na fé. O Papa Francisco ressaltava a presença no Novo Testamento de batizados que exerceram o ministério de transmitir o ensinamento dos apóstolos. Nesse sentido, o arcebispo de Manaus vê a catequese como “o ecoar da vida recebida de Jesus Crucificado-Ressuscitado, o Reino de Deus”, uma ideia presente em Lumen Gentium. Mas também, seria “a possibilitação de encontro, um modo de ser que gera relações novas, uma nova fraternidade, leva à pertença a uma nova comunidade”. Um anúncio que “deve ressoar constantemente na Amazônia”, enfatizou o presidente do Regional Norte 1 da CNBB, seguindo Querida Amazônia. Ele mostrou que o Documento Santarém, em 1972, “sinalizou que a evangelização tornaria visível a Jesus crucificado-ressuscitado pela encarnação na realidade e pela libertação dos filhos e filhas de Deus.” Isso porque a catequese “deseja despertar para a presencialização de Deus na realidade de hoje na Amazônia”, que demanda uma “catequese que leve em consideração a realidade concreta das comunidades”, sublinhou o cardeal. Uma catequese que seja “evangelização libertadora”, e “não seja um código de doutrinas, um manual de moral, de regras a serem seguidas”. Cresce na vida em Cristo com rosto amazônico “A catequese possibilita crescer na identidade cristã, na vida em Cristo. A vida em Cristo com rosto amazônico”, segundo o cardeal. Ele refletiu sobre o conceito de identidade, como “um processo existencial de ser”, e afirmou que “identidade cristã tem a ver com o que damos ao nosso ser discípulo missionário, discípula missionária”, e junto com isso, “é a responsabilidade em ser sempre cada vez mais livremente discípula missionária, discípulo missionário.” Por isso, “a catequese deveria ser esse despertar para possibilitar uma participação, um pertencimento a Cristo”. Um iniciar à vida cristã que acontece na comunidade, que cuida para que “haja a catequista, o catequista, que ajude à iniciação à vida cristã, no aprofundamento da vida segundo o Evangelho.” Na Amazônia isso se concretiza nas Comunidades Eclesiais de Base, “primeiro e fundamental núcleo eclesial, que deve, em seu próprio nível, responsabilizar-se pela riqueza e expansão da fé”, seguindo a proposta de Medellín e Santarém. Uma dinâmica que tem a ver com a sinodalidade, tão presente na Amazônia. É por isso que “a catequese numa comunidade de espírito sinodal na Amazônia, desperta a comunidade para a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados de autoridade”. Um processo necessário de inculturação Para crescer na Amazônia, a Igreja deve, afirmou o arcebispo de Manaus, “moldar a sua própria identidade na escuta e diálogo com as pessoas e realidades e histórias do território, desenvolvendo cada vez mais um processo necessário de inculturação”, com uma catequese que não despreza as culturas amazônicas, nem “a riqueza de sabedoria cristã transmitida ao longo dos séculos pela piedade das comunidades.” Ele lembrou a insistência de Papa Francisco na inculturação, pois “a graça supõe a cultura”, em um movimento duplo, uma dinâmica de fecundação e outro de recepção por parte da Igreja. Nessa perspectiva, “a catequese aberta à receptividade das culturas, por exemplo indígenas, torna-se uma riqueza para a evangelização, para ser e existir da Igreja”, segundo o cardeal, citando exemplos disso. Uma inculturação que “tem a ver em formar catequistas indígenas”, com “ministérios que sejam expressão do estilo de vida, da cultura do povo”, com um acolher as riquezas culturais na catequese, na liturgia, nos Sacramentos, na organização da comunidade eclesial e os ministérios. Diante da realidade amazônica, marcada por diversas dificuldades, “o ministério do catequista recebe nessa realidade uma verdadeira missão: realizar o querigma”, disse o arcebispo de Manaus. Ele insistiu em que “para conseguir uma renovada inculturação do Evangelho na Amazônia, a Igreja precisa escutar a sabedoria ancestral, voltar a dar voz aos idosos, reconhecer os valores presentes no estilo de vida das comunidades nativas, recuperar a tempo as preciosas narrações dos povos”, reconhecendo os valores já recebidos dos povos da Amazônia. Uma catequese chamada a ser hermenêutica da totalidade, presente nos quatro sonhos de Querida Amazônia, que são dimensões do todo. O arcebispo defende “uma sensibilidade para não impor, mais uma vez, a cultura, as expressões religiosas, as devoções.” Nesse sentido, ele insiste em que “as estruturas sociais, as expressões culturais, os seres na sua totalidade, a comunidade de fé, necessitam ser…
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Regional Norte 1 no 5º Congresso Nacional da CPT

A Comissão Pastoral da Terra Regional Amazônia se faz presente no 5º Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, que está sendo realizado em São Luís do Maranhão de 21 a 25 de julho de 2025. Uma oportunidade para celebrar o Ano Jubilar e ser presença, resistência e profecia junto aos povos da terra, das águas e da floresta. CPT 50 anos O tema que conduz o congresso é “CPT 50 anos – Presença, Resistência e Profecia” e o lema “Romper Cercas e Tecer Teias: A Terra a Deus Pertence! (cf. Lv 25)”. Numa grande tenda são realizadas as plenárias, as discussões e as celebrações. E em sete tendas, com nomes inspirados em danças culturais e ancestrais dos povos negros e indígenas, são partilhadas as experiências, com momentos de reflexão sobre as diversas lutas camponesas e a contribuição da CPT como presença solidária junto aos povos para o enfrentamento do latifúndio, da exploração e da expropriação pelo grande capital, que historicamente o Brasil tem uma dívida social. Um momento destacado tem sido a Caminhada dos Mártires, com uma celebração e a caminhada no Centro Histórico de São Luís. “Uma caminhada muito marcante, muito forte, para fazer memória a todos os povos que foram tombados pela violência desse grande capital, com os povos que defendem a vida, e defendem a terra, e defendem o bem viver”, segundo os participantes. Nossa voz jamais vai se calar Um momento de aprendizado, segundo Francisco Batista Arcanjo, do município de Tonantins, na diocese de Alto Solimões. Ele insiste na necessidade de mais agentes para realizar o trabalho da CPT na região, “junto do povo ribeirinho, aquele povo que sofre pelas ameaças do narcotráfico da região que assola os ribeirinhos.” O agente da CPT destaca o conhecimento e sabedoria que está descobrindo no congresso, a riqueza de cada cultura e a luta pelos territórios, pela água, pela floresta, pelas reservas, pela preservação dos lagos. É por isso, que ele enfatiza que “nossa voz jamais vai calar e vamos estar juntos nessa luta”. Alberto dos Santos de Oliveira mora no assentamento da Reforma Agrária PA Panelão, no município de Careiro Castanho. Ele vê como grande dificuldade os incêndios: “quando ele vem, ele vem desbastando tudo e acabando com as nossas plantações, nossas criações.” Alberto é criador de abelhas e produtor de mel, e já perdeu 10 caixas de abelha por causa do incêndio. “O incêndio acaba a floresta e acaba a florada, e a abelha não tem como se alimentar e morre”, disse o apicultor. Do congresso, ele destaca sua importância, a busca de conhecimento, as trocas de sementes crioulas. Uma riqueza para ele e para sua comunidade. Ameaças aos ribeirinhos Adilson da Costa Silva, de Parintins, trabalha com os ribeirinhos do Baixo Amazonas, na regularização fundiária e acordos de pesca. Ele disse que “a importância da participação aqui no Congresso da CPT é que nós trazemos também as nossas experiências e a esperança de que esse trabalho continue e ele possa se ampliar para as outras áreas, inclusive não só na nossa região, mas na calha do Rio Amazonas e Solimões, onde os ribeirinhos moram e estão ali entre os pecuaristas”. Segundo Adilson, “é preciso regularizar esse território para que eles tenham território reconhecido. Os ribeirinhos são povos tradicionais, mas não têm território reconhecido. E é isso que nós buscamos junto à CPT”. Da comunidade ribeirinha Centenário, no município de Itacoatiara, participa no 5º Congresso da CPT, Anilson Costa de Oliveira. Em suas lutas, ele denuncia as empresas supranacionais que querem expulsá-los de suas comunidades. Ele vê o congresso como espaço de apoio às comunidades que lutam por um pedaço de terra.

Destruir, uma atitude cada vez mais presente na humanidade

O empenho em destruir está cada vez mais presente e essa atitude deve nos levar a refletir como humanidade. A destruição do meio ambiente, da economia, da vida das pessoas, tem que provocar uma análise que nos leve a encontrar caminhos alternativos que favoreçam o cuidado da casa comum, modelos econômicos que favoreçam os mais pobres e uma paz duradoura que evite a morte de inocentes em tantas guerras espalhadas pelo mundo. Economia, guerra, meio ambiente A guerra económica empreendida pelo presidente estadunidense contra diversos países é algo inaceitável, dado que, além da mesquinhez que encerra, isso prejudica os mais pobres. Suas atitudes autoritárias e arbitrárias, aprovadas inclusive por aqueles que serão prejudicados pelas medidas tomadas, é um caminho que só beneficia pequenos grupos de poder, que se enriquecem ilicitamente com o sofrimento de muitos. Uma situação que também se repete nas guerras espalhadas pelo mundo, especialmente em Gaza, onde nos deparamos cada dia com cenas dantescas, que mostram a falta de humanidade daqueles que matam de fome a população, também muitas crianças, e assassinam àqueles que esperam receber pequenas migalhas que não dá nem para matar a fome. Não pode ser tolerado o bombardeio à população civil ou que alguém morra tiroteado enquanto espera na fila para receber um pouco de comida. A fome tem se tornado uma arma de guerra, que vai matando silenciosamente milhares de pessoas. Junto com isso, nos últimos dias o poder legislativo brasileiro aprovou o chamado PL da Devastação, que abre a possibilidade de destruir o meio ambiente no país de forma impune. Se garante a possibilidade de acabar com a vida em benefício de uma economia que mata e que só favorece os interesses desmedidos de pequenos grupos de poder econômico. Cuidar daquilo que é de todos São situações em que as decisões são tomadas por aqueles que lhes foi confiado o cuidado daquilo que é de todos, mas que só cuidam dos interesses de poucos. Junto com isso, nos deparamos com uma manipulação da informação, que leva a uma polarização cada vez maior, enfrentando a população, que não se une para combater aquilo que prejudica a todos ou a uma grande maioria do povo. Uma realidade que demanda posicionamento, toma de atitudes decididas, que superem a passividade que tem tomado conta da maioria das pessoas. Parece que nada nos atinge, que não nos importamos com o sofrimento. Um desinteresse que nos desumaniza, que nos isola, que nos encerra em bolhas que nos distanciam cada vez mais dos outros, mas também de nós mesmos. O bem comum vai deixando de ser uma preocupação comum, os interesses particulares colocam em risco o bem-estar de muitos. Os ditadores, aqueles que se preocupam única e exclusivamente por eles mesmos, acusam dessa atitude àqueles que pretendem garantir o bem comum e o respeito pela lei.

Fórum das Equipes: rede que sustenta esperanças, une nomes e rostos na luta e missão do Regional Norte 1 em defesa dos povos

Missionários e missionárias das dez equipes que compõem o Regional Norte 1 se (re) encontraram no Fórum das Equipes, idealizado para formação, avaliação, planejamento e fortes abraços A noite estava escura,Tão sem um ponto de luz,Tão noite,Que cheguei a me angustiarApesar do amor profundoQue sempre tive à noiteFoi quando ela me segredouQuanto mais noite é a noiteMais bela costuma serA auroraQue ela carrega no seio!– Dom Helder Câmera, Escuridão Total O poema de Dom Helder Câmera, Escuridão Total, apesar do título, foi fonte de inspiração e luz para missionários e missionárias participantes do Fórum das Equipes, realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Norte 1 entre os dias 11 a 15 de julho, no Centro de Formação Xare, em Manaus. Promovido duas vezes por ano, o Fórum das Equipes é um momento de formação, integração, avaliação, planejamento e partilha dos desafios e conquistas, alegrias e preocupações das dez equipes que compõem o Regional e que atuam com diferentes povos indígenas em diferentes realidades amazônicas dos estados do Amazonas e Roraima. Distantes geograficamente, missionários e missionárias do Norte 1 têm no Fórum das Equipes um encontro de renovação do compromisso e missionariedade na defesa incondicional dos direitos e existência indígenas. “O Fórum é um momento de formação, integração, avaliação, planejamento e partilhas das dez equipes que compõem o Regional” A cada encontro trazem suas realidades, compartilham suas experiências e planejam suas ações. Nessa edição do Fórum, os assuntos trazidos para o debate, além das avaliações e planejamentos de ações para o segundo semestre do ano, foram a análise de conjuntura da política nacional e os povos indígenas que, em meio aos contextos e cenários políticos, são afetados pelas estratégias armadas pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; formação em proteção de defensores de direitos humanos por meio da metodologia Proteção Popular, do Projeto Defendendo Vidas e Garantindo Direitos Expropriados, realizado pela articulação coletiva entre a Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos (SMDDH), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH); e capacitação na Plataforma dos Territórios Vivos, organizada pelo Ministério Público Federal (MPF), Rede de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) e Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ). Em todos os temas foram detectados sérios desafios enfrentados pela missionariedade. O contexto político no Brasil está mais ameaçador do que nunca para os povos indígenas. Há perseguição, ameaças explícitas e violências cruéis empreendidas contra defensores de direitos humanos no país, e os defensores dos direitos indígenas estão na mira de seus inimigos. As realidades das aldeias trazidas pelas equipes apresentam duros desafios na proteção de seus territórios. “Fórum trouxe luz no horizonte materializada nos companheiros de caminhada, no reencontro, nos abraços que recarregam as forças, nos sorrisos” Amparados pelo poema de Dom Helder, missionários e missionárias olham para o momento histórico que o Brasil passa e, à primeira vista, parece não haver saída. Tantos ataques por todos os lados trazem dificuldades em manter as forças e esperanças. Mas, como o poema reflete, “quanto mais noite é a noite, mais bela é a sua aurora”, o Fórum trouxe luz no horizonte materializada nos companheiros de caminhada, no reencontro, nos abraços que recarregam as forças, nos sorrisos, ideias, dificuldades e conquistas compartilhadas, e, principalmente, nas estratégias de ação planejadas em conjunto. Para o missionário Queops Melo, da equipe Lábrea, “é preciso dizer que o cenário nacional sempre foi desfavorável aos direitos dos povos indígenas e neste momento a situação é bem delicada. E é nesse contexto que [o Fórum] vem para animar as equipes do Regional, fortalecendo sua espiritualidade e mística, seus laços e suas redes”, encoraja Queops. Almério Waldick, o missionário Kell da equipe do Vale do Javari, também vê a escuridão do momento político, mas sente a força na luta conjunta. “Aqui no Fórum, a gente se atualiza nas políticas indigenistas que perpassam sobre a estrutura do Estado, onde a gente percebe que a política indigenista está sendo sucateada. Mas, também, [no Fórum] é onde a gente se inspira e se fortalece para a caminhada na missão, onde a gente se incorpora na espiritualidade para fortalecer a luta em prol dos povos indígenas”, assegurou “Aqui no Fórum, a gente se atualiza nas políticas indigenistas que perpassam sobre a estrutura do Estado, onde percebe-se estar sucateada” O Fórum das Equipes, realizado pelo Cimi Regional Norte 1, ocorreu entre os dias 11 a 15 de julho, no Centro de Formação Xare, em Manaus. Foto: Ligia Apel | Ascom Cimi Regional Norte 1 No escuro há movimento Para contribuir com informações atuais e reflexões do que pode ou não afetar os povos indígenas, Luiz Ventura, secretário executivo do Cimi, trouxe a análise de conjuntura e foi contundente ao dizer que “está difícil entender o caminhar das políticas nacionais pelo absurdo que está posto nas estratégias”. Em meio ao caos, o secretário destaca “a chantagem tarifária de Trump ao Brasil”, a “derrota do governo federal no congresso que derrubou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que planejava taxar os super ricos”, o “fim da Mesa de Conciliação que resultou na manutenção da Lei 14.701/2023”, que faz valer o marco temporal e acrescenta outras maldades aos territórios indígenas como a abertura para mineração e agronegócio, e, ainda, o PL da Devastação (Projeto de Lei 2159/2021) que flexibiliza o licenciamento ambiental e representa grave ameaça à Casa Comum, aprovado pelo Congresso na calada da noite. “Na atual conjuntura está difícil entender o caminhar das políticas nacionais pelo absurdo que está posto nas estratégias” Essas situações, analisa Ventura, configuram que a “política do absurdo é proposital, é caótico, é orquestrado, organizado e faz parte de um projeto político que, dando o nome aos bois, é de regime fascista. E a natureza do fascismo é destruir. O Brasil se encontra em um projeto fascista que está destruindo as relações institucionais”, interpreta, apontando que “golpes vêm acontecendo há anos, desde a abertura [política] e que esses golpes rompem processos e avanços anteriores”. No entanto, para Ventura, a chantagem de Trump, a situação…
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Secretários/as executivos/as dos Regionais da CNBB realizam encontro em Salvador

Salvador, igreja primaz do Brasil, acolhe de 21 a 25 de julho de 2025, o encontro das secretárias e secretários executivos dos 19 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nossa secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo participa representando o Regional Norte 1 da CNBB. Acolhida do primaz do Brasil A reunião iniciou com uma celebração eucarística na paróquia Ressurreição do Senhor, presidida pelo arcebispo de Salvador, cardeal Sérgio da Rocha, que contou com a presença do bispo de Camaçari e presidente do Regional Nordeste 3, dom Dirceu de Oliveira Medeiros, e do bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers. Do encontro também participam o subsecretário adjunto de pastoral da CNBB, padre Jânison de Sá, e o subsecretário geral da CNBB, padre Leandro Megeto. O cardeal agradeceu dom Ricardo pelo seu trabalho na CNBB, que “não é fácil, muito exigente”, destacando o convite da Palavra de Deus a “ir em frente com coragem, com ânimo e com esperança”. O primaz do Brasil acolheu o secretário geral do episcopado e também agradeceu dom Dirceu pelo seu trabalho como presidente do Regional Nordeste 3, “com competência e dedicação.” Igualmente, ele agradeceu “a todos os secretários, secretárias que estão a serviço dos regionais”, e aos padres Jânison e Leandro por acompanhar o trabalho que “é realizado pela Igreja do Brasil através da CNBB”. O Brasil é uma Igreja viva Dom Ricardo Hoepers destacou a importância do encontro, agradecendo a acolhida do arcebispo local e do presidente do Regional Nordeste 3. Ele lembrou que o Brasil é “o maior colegiado de bispos do mundo, nós temos 495 bispos no Brasil.” ele destacou que “em cada pedaço deste Brasil afora, tem ali uma igreja constituída, tem um bispo, tem um pastor, tem um pai, tem um clero, tem os religiosos, religiosas, leigos”. “O Brasil é uma igreja viva”, disse dom Ricardo Hoepers, sublinhado que “por isso que não dá para fazer tudo sozinho.” Ele ressaltou a necessidade de apoios, algo que se faz presente nos 19 regionais em que se divide a Igreja do Brasil. Igualmente, o bispo mostrou a importância das secretárias e secretários executivos em cada regional. Segundo dom Ricardo, “eles são aqueles que fervem a água do chimarrão. E para ferver a água do chimarrão tem que estar na temperatura certa, senão o chimarrão fica ruim. E eles são aqueles que, lá no lugar deles, dão a temperatura certa da igreja, fazem acontecer, trabalham muito”, padres, religiosas, leigas que “ajudam a igreja a se unir e se organizar”. Um encontro frutífero O secretário geral da CNBB espera que “esse encontro seja muito frutífero e, se Deus quiser, podemos cada vez mais nos fortalecer.” Ele pediu orações pelos bispos do Brasil, pelo Papa Leão e para que “a nossa igreja seja cada vez mais unida e a gente possa trabalhar bem”. Os participantes do encontro irão conhecer a realidade do Regional Nordeste 3, partilharão sobre a CNBB e a vida dos regionais, o Jubileu, a COP-30 e outros assuntos de atualidade. Igualmente, serão realizadas visitas para conhecer diversos locais da capital baiana.

5º Congresso Missionário de Seminaristas tem início em Teresina

Evento reúne seminaristas de todo o Brasil para refletir sobre a vocação missionária e sacerdotal Teve início nesta segunda-feira (21) o 5º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas (Comise), sediado na capital piauiense, Teresina. O evento, que reúne seminaristas de diversas dioceses do Brasil, começou com uma Celebração Eucarística presidida por Dom Juarez Marques Sousa da Silva, Arcebispo de Teresina, marcando oficialmente a abertura do congresso. Logo após a missa, os presentes participaram da cerimônia oficial de abertura, que contou com momentos de acolhida, apresentações culturais. O evento se estende até sábado (26). 11 seminaristas, um padre e um bispo do Regional Norte 1 Entre os destaques da programação está a conferência de Dom José Albuquerque, bispo diocesano de Parintins (AM), com o tema: “A celebração da vocação sacerdotal e missionária como dom de Deus”. A expectativa é que Dom José aprofunde a compreensão teológica e pastoral da vocação à luz da missão evangelizadora da Igreja, oferecendo uma reflexão que inspire os seminaristas em sua caminhada formativa. O evento conta ainda com a participação de 11 seminaristas das Igrejas Particulares do Amazonas e Roraima, acompanhados de padre Odilio Gentil, da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que faz parte da equipe de formação do Seminário São José de Manaus. Eles representam o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A presença dos seminaristas da região amazônica reforça o caráter missionário do congresso e destaca a importância das realidades eclesiais da Amazônia para a Igreja no Brasil. Fomentar o ardor missionário O Congresso Missionário de Seminaristas é promovido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), em parceria com a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB), e busca fomentar nos seminaristas o ardor missionário, especialmente nas regiões de maior necessidade evangelizadora. Durante os próximos dias, o evento contará ainda com painéis temáticos, partilhas de experiências missionárias, momentos de espiritualidade e visitas missionárias a comunidades locais. Acompanhe a cobertura completa do congresso no Instagram do @comiselabonte e @comisebrasil, com atualizações diárias sobre os principais momentos do encontro. Lucas Santos MaiaAssessor de Comunicação do COMISE Labontè

Clero de Manaus despede padre Orlando Barbosa: “um dom que Deus compartilhou conosco”

O clero da arquidiocese de Manaus despediu neste domingo 20 de julho seu irmão presbítero, Orlado Gonçalves Babosa, falecido no dia 19 de julho de 2025. Uma missa presidida pelo arcebispo emérito, dom Luiz Soares Vieira, que fez um convite a celebrar “o sacramento da vida”, a vivenciar “momento de muita fé”. Ao longo do dia, na paróquia São Francisco de Assis, onde o falecido era pároco e está sendo velado seu corpo, antes de ser levado para a cidade onde mora sua família, Vicentina (MS), tem sido celebradas diversas missas de corpo presente e momentos de oração, com a participação dos paroquianos e de centenas de pessoas da arquidiocese de Manaus. Mensagem do cardeal Steiner Antes da homilia, o bispo auxiliar de Manaus, dom Samuel Ferreira de Lima, leu uma mensagem do arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, enviada em nome dos bispos dessa igreja local. No texto, o arcebispo citou o texto do profeta Isaias: “Os meus pensamentos não são os vossos”! Umas palavras que levaram o cardeal Steiner a expressar um sentimento comum nesse momento da Páscoa do padre Orlando Barbosa: “estamos todos procurando as razões da morte de um irmão presbítero: surpresa é tão cedo!” O arcebispo disse: “desejamos assumir os desígnios de Deus e nos colocarmos ainda mais a serviço dos irmãos e irmãs. Ele enviou uma mensagem descrevendo alguns sintomas. Insisti para que procurasse o hospital e Pe. Charles ajudou na internação.” Diante disso, “desejamos entrever na morte de Pe. Orlando a grandeza do mistério da Ressurreição. O Ressuscitado é nossa Esperança e nessa esperança continuaremos o nosso caminho como Igreja Particular de Manaus. Nossa gratidão a padre Orlando por todo bem na Paroquia São Francisco, na Faculdade Católica, na Pastoral com os irmãos e irmãs das nossas ruas e tantas participações na nossa vida eclesial”, afirmou o cardeal. Finalmente, o cardeal Steiner fez um pedido a Deus: “participe da glória da Trindade que sempre invocamos e com quem abençoamos!” Ele agradeceu aos pais e irmãos de padre Orlando “pelo ministério presbiteral e presença na Arquidiocese”, pedindo que “a dor seja para todos possibilidade de reafirmar a o amor é a fé na ressurreição”. A vida é um dom Na homilia, o bispo auxiliar iniciou sua fala dizendo que “a vida é um dom”, definindo o padre Orlando Barbosa como “um dom que Deus compartilhou conosco. Um dom de serviço, um dom de acolhida, um dom de entrega, que foi ao encontro dos mais necessitados, humilhados, marginalizados.” Segundo dom Samuel, “a sua vida não foi tirada, mas a sua vida foi transformada, porque na fé em Jesus Cristo, nós somos plenificados, porque somos filhos da ressurreição.” Uma certeza que vem da fé, dado que “crer em Cristo é vivenciar essa experiência do caminho para o encontro do Pai.” Ele enfatizou que “hoje o nosso irmão foi liberto de toda dor, de todo sofrimento, de toda angústia, para viver a plenitude da graça, o encontro definitivo com o amor que é o próprio Deus”. “Quando nós celebramos a memória de alguém que nós queremos agradecer a Deus por ser um dom na nossa vida, por aquilo que compartilhou com cada um de nós, por aquilo que nos ensinou, por aquilo que vivenciou, nós bendizemos a Deus, porque o dom da vida de padre Orlando, hoje foi plenificado porque retornou ao dom de Deus, que é o Senhor de todas as coisas”, disse dom Samuel. O bispo auxiliar afirmou que “por isso, sentimos a dor partida, mas ao mesmo tempo, enchemos nosso coração de gratidão. Gratidão a Deus por aquilo que ele compartilhou conosco, vivenciou, testemunhou, a sua fidelidade ao Evangelho, a sua alegria de anunciar a Boa Nova e se comprometer no seguimento de Jesus Cristo”, algo que é motivo para bendizer a Deus, “por tudo aquilo que Ele compartilhou conosco. Fidelidade ao Evangelho O bispo auxiliar de Manaus pediu para o falecido, “que Deus o acolha na plenitude do reino, porque o nosso irmão buscou viver cada dia a fidelidade do Evangelho, traduzida em gestos, em atitudes, em serviços.” Partindo da ideia de que Jesus é o caminho, dom Samuel sublinhou que “todos nós estamos traçando esse caminho, esse caminho que nos leva a amar, esse caminho que tem dores, sofrimentos, angústias, guerras, contratempos, mas em tudo isso nós somos mais que vencedores, porque o Cristo Senhor caminha conosco. E ao assumir a nossa humanidade, Ele aponta para nós a divindade, a plenitude do Reino.” Refletindo sobre a cruz e a morte, que “para nós, muitas vezes, parece ser algo terrível, para nós, cristãos, é a porta que nos abre o caminho para o encontro definitivo com o Pai. A nossa vida é plenificada nessa passagem, porque somos libertos de todas as nuances humanas”, refletiu o bispo. Ele pediu “que o nosso irmão, que hoje terminou a sua missão junto a nós, possa também, junto de Deus, interceder por nós.” Dom Samuel fez um convite a que a continuar “nessa peregrinação, para que possamos buscar vivenciar esse dom que Deus nos concede, o dom da vida, o dom do ministério, o dom da vocação”. Momento de ação de graças Um dom que o bispo pediu “seja vivido como ação de graças ao Senhor, a quem devemos todo louvor, toda bênção, toda graça. Porque hoje nosso irmão alcançou a plenitude do Reino, hoje ele terminou a sua missão e verdadeiramente habita na casa do Pai.” Segundo dom Samuel, “essa é a fé que nos sustenta e que dá significado e sentido a tudo aquilo que fazemos e buscamos.” Mesmo diante da dor da separação, ele fez um convite a “nos deixar inundar da alegria daquele que combateu com o combate, terminou a sua missão vivendo a radicalidade da vida”. Movidos pela fé, o bispo auxiliar pediu que “o Cristo Jesus todo-poderoso, na plenitude do Reino, apoie o nosso irmão e nos dê o consolo, a paz e a fortaleza, para que todos nós possamos nos encher de esperança, da certeza de que todos…
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