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Autor: Luis Miguel Modino

Cardeal Steiner no Nortão da Catequese: Na Amazônia, uma catequese inculturada

A diocese de Castanhal (PA), acolhe de 24 a 27 de julho o 1° Nortão da Catequese, com a presença de mais de 300 catequistas dos Regionais Norte 1, Norte 2, Norte 3 e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O tema do encontro é “Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: Anúncio, Mistagogia e Ecologia Integral”. A Igreja deve crescer na Amazônia Em sua reflexão sobre “A Igreja deve crescer na Amazônia (QA 66): Querigma, um anúncio de Esperança”, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da CNBB, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, tentou demonstrar “a relevância, a identidade e as características do anúncio querigmático no território amazônico, iluminado pelas reflexões do Jubileu 2025, tendo em conta que os povos da Amazônia ‘têm direito ao anúncio evangelizador’, (QA, 64); o Evangelho da Esperança”. O Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade nos leva a dizer, segundo o cardeal Steiner, que “somos todos enviados para anunciar Jesus nossa Esperança.” Ele explicou a origem da palavra catequese, “instruir por viva voz”, insistindo em que “a Catequese é anúncio”. Inspirado na Evangelii Nuntiandi de São Paulo VI, o arcebispo de Manaus falou de “anúncio decisivo para a vida da Igreja, para ser Igreja”, de ser crístico, de “chegarmos, todos juntos, à unidade na fé e conhecimento do Filho de Deus”, segundo ensina São Paulo. Fazer ecoar o novo Reino O cardeal lembrou a importância significativa da catequese, segundo São João Paulo II, uma importância que brota dos Evangelhos, que leva a ver a catequese como “fazer ecoar pelo mundo inteiro o novo Reino, o Reino de amor, a vida da Trindade, a todas as criaturas, como Jesus com sua vida, palavra, gestos, morte e ressurreição”. Se trata, seguindo as palavras do Catecismo da Igreja, de fazer discípulos e discípulas, de aprofundar na fé. O Papa Francisco ressaltava a presença no Novo Testamento de batizados que exerceram o ministério de transmitir o ensinamento dos apóstolos. Nesse sentido, o arcebispo de Manaus vê a catequese como “o ecoar da vida recebida de Jesus Crucificado-Ressuscitado, o Reino de Deus”, uma ideia presente em Lumen Gentium. Mas também, seria “a possibilitação de encontro, um modo de ser que gera relações novas, uma nova fraternidade, leva à pertença a uma nova comunidade”. Um anúncio que “deve ressoar constantemente na Amazônia”, enfatizou o presidente do Regional Norte 1 da CNBB, seguindo Querida Amazônia. Ele mostrou que o Documento Santarém, em 1972, “sinalizou que a evangelização tornaria visível a Jesus crucificado-ressuscitado pela encarnação na realidade e pela libertação dos filhos e filhas de Deus.” Isso porque a catequese “deseja despertar para a presencialização de Deus na realidade de hoje na Amazônia”, que demanda uma “catequese que leve em consideração a realidade concreta das comunidades”, sublinhou o cardeal. Uma catequese que seja “evangelização libertadora”, e “não seja um código de doutrinas, um manual de moral, de regras a serem seguidas”. Cresce na vida em Cristo com rosto amazônico “A catequese possibilita crescer na identidade cristã, na vida em Cristo. A vida em Cristo com rosto amazônico”, segundo o cardeal. Ele refletiu sobre o conceito de identidade, como “um processo existencial de ser”, e afirmou que “identidade cristã tem a ver com o que damos ao nosso ser discípulo missionário, discípula missionária”, e junto com isso, “é a responsabilidade em ser sempre cada vez mais livremente discípula missionária, discípulo missionário.” Por isso, “a catequese deveria ser esse despertar para possibilitar uma participação, um pertencimento a Cristo”. Um iniciar à vida cristã que acontece na comunidade, que cuida para que “haja a catequista, o catequista, que ajude à iniciação à vida cristã, no aprofundamento da vida segundo o Evangelho.” Na Amazônia isso se concretiza nas Comunidades Eclesiais de Base, “primeiro e fundamental núcleo eclesial, que deve, em seu próprio nível, responsabilizar-se pela riqueza e expansão da fé”, seguindo a proposta de Medellín e Santarém. Uma dinâmica que tem a ver com a sinodalidade, tão presente na Amazônia. É por isso que “a catequese numa comunidade de espírito sinodal na Amazônia, desperta a comunidade para a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados de autoridade”. Um processo necessário de inculturação Para crescer na Amazônia, a Igreja deve, afirmou o arcebispo de Manaus, “moldar a sua própria identidade na escuta e diálogo com as pessoas e realidades e histórias do território, desenvolvendo cada vez mais um processo necessário de inculturação”, com uma catequese que não despreza as culturas amazônicas, nem “a riqueza de sabedoria cristã transmitida ao longo dos séculos pela piedade das comunidades.” Ele lembrou a insistência de Papa Francisco na inculturação, pois “a graça supõe a cultura”, em um movimento duplo, uma dinâmica de fecundação e outro de recepção por parte da Igreja. Nessa perspectiva, “a catequese aberta à receptividade das culturas, por exemplo indígenas, torna-se uma riqueza para a evangelização, para ser e existir da Igreja”, segundo o cardeal, citando exemplos disso. Uma inculturação que “tem a ver em formar catequistas indígenas”, com “ministérios que sejam expressão do estilo de vida, da cultura do povo”, com um acolher as riquezas culturais na catequese, na liturgia, nos Sacramentos, na organização da comunidade eclesial e os ministérios. Diante da realidade amazônica, marcada por diversas dificuldades, “o ministério do catequista recebe nessa realidade uma verdadeira missão: realizar o querigma”, disse o arcebispo de Manaus. Ele insistiu em que “para conseguir uma renovada inculturação do Evangelho na Amazônia, a Igreja precisa escutar a sabedoria ancestral, voltar a dar voz aos idosos, reconhecer os valores presentes no estilo de vida das comunidades nativas, recuperar a tempo as preciosas narrações dos povos”, reconhecendo os valores já recebidos dos povos da Amazônia. Uma catequese chamada a ser hermenêutica da totalidade, presente nos quatro sonhos de Querida Amazônia, que são dimensões do todo. O arcebispo defende “uma sensibilidade para não impor, mais uma vez, a cultura, as expressões religiosas, as devoções.” Nesse sentido, ele insiste em que “as estruturas sociais, as expressões culturais, os seres na sua totalidade, a comunidade de fé, necessitam ser…
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Regional Norte 1 no 5º Congresso Nacional da CPT

A Comissão Pastoral da Terra Regional Amazônia se faz presente no 5º Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, que está sendo realizado em São Luís do Maranhão de 21 a 25 de julho de 2025. Uma oportunidade para celebrar o Ano Jubilar e ser presença, resistência e profecia junto aos povos da terra, das águas e da floresta. CPT 50 anos O tema que conduz o congresso é “CPT 50 anos – Presença, Resistência e Profecia” e o lema “Romper Cercas e Tecer Teias: A Terra a Deus Pertence! (cf. Lv 25)”. Numa grande tenda são realizadas as plenárias, as discussões e as celebrações. E em sete tendas, com nomes inspirados em danças culturais e ancestrais dos povos negros e indígenas, são partilhadas as experiências, com momentos de reflexão sobre as diversas lutas camponesas e a contribuição da CPT como presença solidária junto aos povos para o enfrentamento do latifúndio, da exploração e da expropriação pelo grande capital, que historicamente o Brasil tem uma dívida social. Um momento destacado tem sido a Caminhada dos Mártires, com uma celebração e a caminhada no Centro Histórico de São Luís. “Uma caminhada muito marcante, muito forte, para fazer memória a todos os povos que foram tombados pela violência desse grande capital, com os povos que defendem a vida, e defendem a terra, e defendem o bem viver”, segundo os participantes. Nossa voz jamais vai se calar Um momento de aprendizado, segundo Francisco Batista Arcanjo, do município de Tonantins, na diocese de Alto Solimões. Ele insiste na necessidade de mais agentes para realizar o trabalho da CPT na região, “junto do povo ribeirinho, aquele povo que sofre pelas ameaças do narcotráfico da região que assola os ribeirinhos.” O agente da CPT destaca o conhecimento e sabedoria que está descobrindo no congresso, a riqueza de cada cultura e a luta pelos territórios, pela água, pela floresta, pelas reservas, pela preservação dos lagos. É por isso, que ele enfatiza que “nossa voz jamais vai calar e vamos estar juntos nessa luta”. Alberto dos Santos de Oliveira mora no assentamento da Reforma Agrária PA Panelão, no município de Careiro Castanho. Ele vê como grande dificuldade os incêndios: “quando ele vem, ele vem desbastando tudo e acabando com as nossas plantações, nossas criações.” Alberto é criador de abelhas e produtor de mel, e já perdeu 10 caixas de abelha por causa do incêndio. “O incêndio acaba a floresta e acaba a florada, e a abelha não tem como se alimentar e morre”, disse o apicultor. Do congresso, ele destaca sua importância, a busca de conhecimento, as trocas de sementes crioulas. Uma riqueza para ele e para sua comunidade. Ameaças aos ribeirinhos Adilson da Costa Silva, de Parintins, trabalha com os ribeirinhos do Baixo Amazonas, na regularização fundiária e acordos de pesca. Ele disse que “a importância da participação aqui no Congresso da CPT é que nós trazemos também as nossas experiências e a esperança de que esse trabalho continue e ele possa se ampliar para as outras áreas, inclusive não só na nossa região, mas na calha do Rio Amazonas e Solimões, onde os ribeirinhos moram e estão ali entre os pecuaristas”. Segundo Adilson, “é preciso regularizar esse território para que eles tenham território reconhecido. Os ribeirinhos são povos tradicionais, mas não têm território reconhecido. E é isso que nós buscamos junto à CPT”. Da comunidade ribeirinha Centenário, no município de Itacoatiara, participa no 5º Congresso da CPT, Anilson Costa de Oliveira. Em suas lutas, ele denuncia as empresas supranacionais que querem expulsá-los de suas comunidades. Ele vê o congresso como espaço de apoio às comunidades que lutam por um pedaço de terra.

Destruir, uma atitude cada vez mais presente na humanidade

O empenho em destruir está cada vez mais presente e essa atitude deve nos levar a refletir como humanidade. A destruição do meio ambiente, da economia, da vida das pessoas, tem que provocar uma análise que nos leve a encontrar caminhos alternativos que favoreçam o cuidado da casa comum, modelos econômicos que favoreçam os mais pobres e uma paz duradoura que evite a morte de inocentes em tantas guerras espalhadas pelo mundo. Economia, guerra, meio ambiente A guerra económica empreendida pelo presidente estadunidense contra diversos países é algo inaceitável, dado que, além da mesquinhez que encerra, isso prejudica os mais pobres. Suas atitudes autoritárias e arbitrárias, aprovadas inclusive por aqueles que serão prejudicados pelas medidas tomadas, é um caminho que só beneficia pequenos grupos de poder, que se enriquecem ilicitamente com o sofrimento de muitos. Uma situação que também se repete nas guerras espalhadas pelo mundo, especialmente em Gaza, onde nos deparamos cada dia com cenas dantescas, que mostram a falta de humanidade daqueles que matam de fome a população, também muitas crianças, e assassinam àqueles que esperam receber pequenas migalhas que não dá nem para matar a fome. Não pode ser tolerado o bombardeio à população civil ou que alguém morra tiroteado enquanto espera na fila para receber um pouco de comida. A fome tem se tornado uma arma de guerra, que vai matando silenciosamente milhares de pessoas. Junto com isso, nos últimos dias o poder legislativo brasileiro aprovou o chamado PL da Devastação, que abre a possibilidade de destruir o meio ambiente no país de forma impune. Se garante a possibilidade de acabar com a vida em benefício de uma economia que mata e que só favorece os interesses desmedidos de pequenos grupos de poder econômico. Cuidar daquilo que é de todos São situações em que as decisões são tomadas por aqueles que lhes foi confiado o cuidado daquilo que é de todos, mas que só cuidam dos interesses de poucos. Junto com isso, nos deparamos com uma manipulação da informação, que leva a uma polarização cada vez maior, enfrentando a população, que não se une para combater aquilo que prejudica a todos ou a uma grande maioria do povo. Uma realidade que demanda posicionamento, toma de atitudes decididas, que superem a passividade que tem tomado conta da maioria das pessoas. Parece que nada nos atinge, que não nos importamos com o sofrimento. Um desinteresse que nos desumaniza, que nos isola, que nos encerra em bolhas que nos distanciam cada vez mais dos outros, mas também de nós mesmos. O bem comum vai deixando de ser uma preocupação comum, os interesses particulares colocam em risco o bem-estar de muitos. Os ditadores, aqueles que se preocupam única e exclusivamente por eles mesmos, acusam dessa atitude àqueles que pretendem garantir o bem comum e o respeito pela lei.

Fórum das Equipes: rede que sustenta esperanças, une nomes e rostos na luta e missão do Regional Norte 1 em defesa dos povos

Missionários e missionárias das dez equipes que compõem o Regional Norte 1 se (re) encontraram no Fórum das Equipes, idealizado para formação, avaliação, planejamento e fortes abraços A noite estava escura,Tão sem um ponto de luz,Tão noite,Que cheguei a me angustiarApesar do amor profundoQue sempre tive à noiteFoi quando ela me segredouQuanto mais noite é a noiteMais bela costuma serA auroraQue ela carrega no seio!– Dom Helder Câmera, Escuridão Total O poema de Dom Helder Câmera, Escuridão Total, apesar do título, foi fonte de inspiração e luz para missionários e missionárias participantes do Fórum das Equipes, realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Norte 1 entre os dias 11 a 15 de julho, no Centro de Formação Xare, em Manaus. Promovido duas vezes por ano, o Fórum das Equipes é um momento de formação, integração, avaliação, planejamento e partilha dos desafios e conquistas, alegrias e preocupações das dez equipes que compõem o Regional e que atuam com diferentes povos indígenas em diferentes realidades amazônicas dos estados do Amazonas e Roraima. Distantes geograficamente, missionários e missionárias do Norte 1 têm no Fórum das Equipes um encontro de renovação do compromisso e missionariedade na defesa incondicional dos direitos e existência indígenas. “O Fórum é um momento de formação, integração, avaliação, planejamento e partilhas das dez equipes que compõem o Regional” A cada encontro trazem suas realidades, compartilham suas experiências e planejam suas ações. Nessa edição do Fórum, os assuntos trazidos para o debate, além das avaliações e planejamentos de ações para o segundo semestre do ano, foram a análise de conjuntura da política nacional e os povos indígenas que, em meio aos contextos e cenários políticos, são afetados pelas estratégias armadas pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; formação em proteção de defensores de direitos humanos por meio da metodologia Proteção Popular, do Projeto Defendendo Vidas e Garantindo Direitos Expropriados, realizado pela articulação coletiva entre a Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos (SMDDH), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH); e capacitação na Plataforma dos Territórios Vivos, organizada pelo Ministério Público Federal (MPF), Rede de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) e Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ). Em todos os temas foram detectados sérios desafios enfrentados pela missionariedade. O contexto político no Brasil está mais ameaçador do que nunca para os povos indígenas. Há perseguição, ameaças explícitas e violências cruéis empreendidas contra defensores de direitos humanos no país, e os defensores dos direitos indígenas estão na mira de seus inimigos. As realidades das aldeias trazidas pelas equipes apresentam duros desafios na proteção de seus territórios. “Fórum trouxe luz no horizonte materializada nos companheiros de caminhada, no reencontro, nos abraços que recarregam as forças, nos sorrisos” Amparados pelo poema de Dom Helder, missionários e missionárias olham para o momento histórico que o Brasil passa e, à primeira vista, parece não haver saída. Tantos ataques por todos os lados trazem dificuldades em manter as forças e esperanças. Mas, como o poema reflete, “quanto mais noite é a noite, mais bela é a sua aurora”, o Fórum trouxe luz no horizonte materializada nos companheiros de caminhada, no reencontro, nos abraços que recarregam as forças, nos sorrisos, ideias, dificuldades e conquistas compartilhadas, e, principalmente, nas estratégias de ação planejadas em conjunto. Para o missionário Queops Melo, da equipe Lábrea, “é preciso dizer que o cenário nacional sempre foi desfavorável aos direitos dos povos indígenas e neste momento a situação é bem delicada. E é nesse contexto que [o Fórum] vem para animar as equipes do Regional, fortalecendo sua espiritualidade e mística, seus laços e suas redes”, encoraja Queops. Almério Waldick, o missionário Kell da equipe do Vale do Javari, também vê a escuridão do momento político, mas sente a força na luta conjunta. “Aqui no Fórum, a gente se atualiza nas políticas indigenistas que perpassam sobre a estrutura do Estado, onde a gente percebe que a política indigenista está sendo sucateada. Mas, também, [no Fórum] é onde a gente se inspira e se fortalece para a caminhada na missão, onde a gente se incorpora na espiritualidade para fortalecer a luta em prol dos povos indígenas”, assegurou “Aqui no Fórum, a gente se atualiza nas políticas indigenistas que perpassam sobre a estrutura do Estado, onde percebe-se estar sucateada” O Fórum das Equipes, realizado pelo Cimi Regional Norte 1, ocorreu entre os dias 11 a 15 de julho, no Centro de Formação Xare, em Manaus. Foto: Ligia Apel | Ascom Cimi Regional Norte 1 No escuro há movimento Para contribuir com informações atuais e reflexões do que pode ou não afetar os povos indígenas, Luiz Ventura, secretário executivo do Cimi, trouxe a análise de conjuntura e foi contundente ao dizer que “está difícil entender o caminhar das políticas nacionais pelo absurdo que está posto nas estratégias”. Em meio ao caos, o secretário destaca “a chantagem tarifária de Trump ao Brasil”, a “derrota do governo federal no congresso que derrubou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que planejava taxar os super ricos”, o “fim da Mesa de Conciliação que resultou na manutenção da Lei 14.701/2023”, que faz valer o marco temporal e acrescenta outras maldades aos territórios indígenas como a abertura para mineração e agronegócio, e, ainda, o PL da Devastação (Projeto de Lei 2159/2021) que flexibiliza o licenciamento ambiental e representa grave ameaça à Casa Comum, aprovado pelo Congresso na calada da noite. “Na atual conjuntura está difícil entender o caminhar das políticas nacionais pelo absurdo que está posto nas estratégias” Essas situações, analisa Ventura, configuram que a “política do absurdo é proposital, é caótico, é orquestrado, organizado e faz parte de um projeto político que, dando o nome aos bois, é de regime fascista. E a natureza do fascismo é destruir. O Brasil se encontra em um projeto fascista que está destruindo as relações institucionais”, interpreta, apontando que “golpes vêm acontecendo há anos, desde a abertura [política] e que esses golpes rompem processos e avanços anteriores”. No entanto, para Ventura, a chantagem de Trump, a situação…
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Secretários/as executivos/as dos Regionais da CNBB realizam encontro em Salvador

Salvador, igreja primaz do Brasil, acolhe de 21 a 25 de julho de 2025, o encontro das secretárias e secretários executivos dos 19 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nossa secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo participa representando o Regional Norte 1 da CNBB. Acolhida do primaz do Brasil A reunião iniciou com uma celebração eucarística na paróquia Ressurreição do Senhor, presidida pelo arcebispo de Salvador, cardeal Sérgio da Rocha, que contou com a presença do bispo de Camaçari e presidente do Regional Nordeste 3, dom Dirceu de Oliveira Medeiros, e do bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers. Do encontro também participam o subsecretário adjunto de pastoral da CNBB, padre Jânison de Sá, e o subsecretário geral da CNBB, padre Leandro Megeto. O cardeal agradeceu dom Ricardo pelo seu trabalho na CNBB, que “não é fácil, muito exigente”, destacando o convite da Palavra de Deus a “ir em frente com coragem, com ânimo e com esperança”. O primaz do Brasil acolheu o secretário geral do episcopado e também agradeceu dom Dirceu pelo seu trabalho como presidente do Regional Nordeste 3, “com competência e dedicação.” Igualmente, ele agradeceu “a todos os secretários, secretárias que estão a serviço dos regionais”, e aos padres Jânison e Leandro por acompanhar o trabalho que “é realizado pela Igreja do Brasil através da CNBB”. O Brasil é uma Igreja viva Dom Ricardo Hoepers destacou a importância do encontro, agradecendo a acolhida do arcebispo local e do presidente do Regional Nordeste 3. Ele lembrou que o Brasil é “o maior colegiado de bispos do mundo, nós temos 495 bispos no Brasil.” ele destacou que “em cada pedaço deste Brasil afora, tem ali uma igreja constituída, tem um bispo, tem um pastor, tem um pai, tem um clero, tem os religiosos, religiosas, leigos”. “O Brasil é uma igreja viva”, disse dom Ricardo Hoepers, sublinhado que “por isso que não dá para fazer tudo sozinho.” Ele ressaltou a necessidade de apoios, algo que se faz presente nos 19 regionais em que se divide a Igreja do Brasil. Igualmente, o bispo mostrou a importância das secretárias e secretários executivos em cada regional. Segundo dom Ricardo, “eles são aqueles que fervem a água do chimarrão. E para ferver a água do chimarrão tem que estar na temperatura certa, senão o chimarrão fica ruim. E eles são aqueles que, lá no lugar deles, dão a temperatura certa da igreja, fazem acontecer, trabalham muito”, padres, religiosas, leigas que “ajudam a igreja a se unir e se organizar”. Um encontro frutífero O secretário geral da CNBB espera que “esse encontro seja muito frutífero e, se Deus quiser, podemos cada vez mais nos fortalecer.” Ele pediu orações pelos bispos do Brasil, pelo Papa Leão e para que “a nossa igreja seja cada vez mais unida e a gente possa trabalhar bem”. Os participantes do encontro irão conhecer a realidade do Regional Nordeste 3, partilharão sobre a CNBB e a vida dos regionais, o Jubileu, a COP-30 e outros assuntos de atualidade. Igualmente, serão realizadas visitas para conhecer diversos locais da capital baiana.

5º Congresso Missionário de Seminaristas tem início em Teresina

Evento reúne seminaristas de todo o Brasil para refletir sobre a vocação missionária e sacerdotal Teve início nesta segunda-feira (21) o 5º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas (Comise), sediado na capital piauiense, Teresina. O evento, que reúne seminaristas de diversas dioceses do Brasil, começou com uma Celebração Eucarística presidida por Dom Juarez Marques Sousa da Silva, Arcebispo de Teresina, marcando oficialmente a abertura do congresso. Logo após a missa, os presentes participaram da cerimônia oficial de abertura, que contou com momentos de acolhida, apresentações culturais. O evento se estende até sábado (26). 11 seminaristas, um padre e um bispo do Regional Norte 1 Entre os destaques da programação está a conferência de Dom José Albuquerque, bispo diocesano de Parintins (AM), com o tema: “A celebração da vocação sacerdotal e missionária como dom de Deus”. A expectativa é que Dom José aprofunde a compreensão teológica e pastoral da vocação à luz da missão evangelizadora da Igreja, oferecendo uma reflexão que inspire os seminaristas em sua caminhada formativa. O evento conta ainda com a participação de 11 seminaristas das Igrejas Particulares do Amazonas e Roraima, acompanhados de padre Odilio Gentil, da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que faz parte da equipe de formação do Seminário São José de Manaus. Eles representam o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A presença dos seminaristas da região amazônica reforça o caráter missionário do congresso e destaca a importância das realidades eclesiais da Amazônia para a Igreja no Brasil. Fomentar o ardor missionário O Congresso Missionário de Seminaristas é promovido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), em parceria com a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB), e busca fomentar nos seminaristas o ardor missionário, especialmente nas regiões de maior necessidade evangelizadora. Durante os próximos dias, o evento contará ainda com painéis temáticos, partilhas de experiências missionárias, momentos de espiritualidade e visitas missionárias a comunidades locais. Acompanhe a cobertura completa do congresso no Instagram do @comiselabonte e @comisebrasil, com atualizações diárias sobre os principais momentos do encontro. Lucas Santos MaiaAssessor de Comunicação do COMISE Labontè

Clero de Manaus despede padre Orlando Barbosa: “um dom que Deus compartilhou conosco”

O clero da arquidiocese de Manaus despediu neste domingo 20 de julho seu irmão presbítero, Orlado Gonçalves Babosa, falecido no dia 19 de julho de 2025. Uma missa presidida pelo arcebispo emérito, dom Luiz Soares Vieira, que fez um convite a celebrar “o sacramento da vida”, a vivenciar “momento de muita fé”. Ao longo do dia, na paróquia São Francisco de Assis, onde o falecido era pároco e está sendo velado seu corpo, antes de ser levado para a cidade onde mora sua família, Vicentina (MS), tem sido celebradas diversas missas de corpo presente e momentos de oração, com a participação dos paroquianos e de centenas de pessoas da arquidiocese de Manaus. Mensagem do cardeal Steiner Antes da homilia, o bispo auxiliar de Manaus, dom Samuel Ferreira de Lima, leu uma mensagem do arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, enviada em nome dos bispos dessa igreja local. No texto, o arcebispo citou o texto do profeta Isaias: “Os meus pensamentos não são os vossos”! Umas palavras que levaram o cardeal Steiner a expressar um sentimento comum nesse momento da Páscoa do padre Orlando Barbosa: “estamos todos procurando as razões da morte de um irmão presbítero: surpresa é tão cedo!” O arcebispo disse: “desejamos assumir os desígnios de Deus e nos colocarmos ainda mais a serviço dos irmãos e irmãs. Ele enviou uma mensagem descrevendo alguns sintomas. Insisti para que procurasse o hospital e Pe. Charles ajudou na internação.” Diante disso, “desejamos entrever na morte de Pe. Orlando a grandeza do mistério da Ressurreição. O Ressuscitado é nossa Esperança e nessa esperança continuaremos o nosso caminho como Igreja Particular de Manaus. Nossa gratidão a padre Orlando por todo bem na Paroquia São Francisco, na Faculdade Católica, na Pastoral com os irmãos e irmãs das nossas ruas e tantas participações na nossa vida eclesial”, afirmou o cardeal. Finalmente, o cardeal Steiner fez um pedido a Deus: “participe da glória da Trindade que sempre invocamos e com quem abençoamos!” Ele agradeceu aos pais e irmãos de padre Orlando “pelo ministério presbiteral e presença na Arquidiocese”, pedindo que “a dor seja para todos possibilidade de reafirmar a o amor é a fé na ressurreição”. A vida é um dom Na homilia, o bispo auxiliar iniciou sua fala dizendo que “a vida é um dom”, definindo o padre Orlando Barbosa como “um dom que Deus compartilhou conosco. Um dom de serviço, um dom de acolhida, um dom de entrega, que foi ao encontro dos mais necessitados, humilhados, marginalizados.” Segundo dom Samuel, “a sua vida não foi tirada, mas a sua vida foi transformada, porque na fé em Jesus Cristo, nós somos plenificados, porque somos filhos da ressurreição.” Uma certeza que vem da fé, dado que “crer em Cristo é vivenciar essa experiência do caminho para o encontro do Pai.” Ele enfatizou que “hoje o nosso irmão foi liberto de toda dor, de todo sofrimento, de toda angústia, para viver a plenitude da graça, o encontro definitivo com o amor que é o próprio Deus”. “Quando nós celebramos a memória de alguém que nós queremos agradecer a Deus por ser um dom na nossa vida, por aquilo que compartilhou com cada um de nós, por aquilo que nos ensinou, por aquilo que vivenciou, nós bendizemos a Deus, porque o dom da vida de padre Orlando, hoje foi plenificado porque retornou ao dom de Deus, que é o Senhor de todas as coisas”, disse dom Samuel. O bispo auxiliar afirmou que “por isso, sentimos a dor partida, mas ao mesmo tempo, enchemos nosso coração de gratidão. Gratidão a Deus por aquilo que ele compartilhou conosco, vivenciou, testemunhou, a sua fidelidade ao Evangelho, a sua alegria de anunciar a Boa Nova e se comprometer no seguimento de Jesus Cristo”, algo que é motivo para bendizer a Deus, “por tudo aquilo que Ele compartilhou conosco. Fidelidade ao Evangelho O bispo auxiliar de Manaus pediu para o falecido, “que Deus o acolha na plenitude do reino, porque o nosso irmão buscou viver cada dia a fidelidade do Evangelho, traduzida em gestos, em atitudes, em serviços.” Partindo da ideia de que Jesus é o caminho, dom Samuel sublinhou que “todos nós estamos traçando esse caminho, esse caminho que nos leva a amar, esse caminho que tem dores, sofrimentos, angústias, guerras, contratempos, mas em tudo isso nós somos mais que vencedores, porque o Cristo Senhor caminha conosco. E ao assumir a nossa humanidade, Ele aponta para nós a divindade, a plenitude do Reino.” Refletindo sobre a cruz e a morte, que “para nós, muitas vezes, parece ser algo terrível, para nós, cristãos, é a porta que nos abre o caminho para o encontro definitivo com o Pai. A nossa vida é plenificada nessa passagem, porque somos libertos de todas as nuances humanas”, refletiu o bispo. Ele pediu “que o nosso irmão, que hoje terminou a sua missão junto a nós, possa também, junto de Deus, interceder por nós.” Dom Samuel fez um convite a que a continuar “nessa peregrinação, para que possamos buscar vivenciar esse dom que Deus nos concede, o dom da vida, o dom do ministério, o dom da vocação”. Momento de ação de graças Um dom que o bispo pediu “seja vivido como ação de graças ao Senhor, a quem devemos todo louvor, toda bênção, toda graça. Porque hoje nosso irmão alcançou a plenitude do Reino, hoje ele terminou a sua missão e verdadeiramente habita na casa do Pai.” Segundo dom Samuel, “essa é a fé que nos sustenta e que dá significado e sentido a tudo aquilo que fazemos e buscamos.” Mesmo diante da dor da separação, ele fez um convite a “nos deixar inundar da alegria daquele que combateu com o combate, terminou a sua missão vivendo a radicalidade da vida”. Movidos pela fé, o bispo auxiliar pediu que “o Cristo Jesus todo-poderoso, na plenitude do Reino, apoie o nosso irmão e nos dê o consolo, a paz e a fortaleza, para que todos nós possamos nos encher de esperança, da certeza de que todos…
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Diocese de Roraima comemora 300 anos de Evangelização: “Uma sucessão de unções e entregas”

A diocese de Roraima celebrou no dia 19 de julho de 2025, fazendo memória da chegada dos primeiros missionários no ano 1725, 300 anos de evangelização. Um Jubileu que tem como tema: “300 anos de fidelidade e novos desafios numa Igreja sinodal”, que iniciou sua comemoração com uma caminhada até a catedral, onde foi recordada a história dos três séculos de missão evangelizadora. Memória da história vivida Na celebração eucarística, que contou com a presença das autoridades e de grande número de participantes, chegados das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais e movimentos, o bispo diocesano, dom Evaristo Spengler, fez memória da história vivida nessa igreja local, “escrita, sim, com suor, com perseguições, com superação, com busca de novos caminhos, com coragem e com doação”. O bispo ressaltou que “só foi possível esse caminho, porque os que vieram antes de nós firmaram-se na fé e na esperança. A fé em Jesus Cristo, anunciada pelos missionários, aqui se entrelaçou com as sementes do verbo, já plantadas no coração dos povos originários.  Esse anúncio fez germinar frutos de vida, de dignidade, de respeito e de justiça.” Tudo isso em uma terra, “enriquecida com a pluralidade de pessoas provenientes de tantos recantos”, onde “todos aqui foram acolhidos, irmanados pelo evangelho. O evangelho se fez história na vida do nosso povo”. Semente plantada Dom Evaristo Spengler destacou “três símbolos que iluminam nosso caminho: a semente que é plantada, o óleo que unge e o rio que corre.” Segundo o bispo, “a semente e os pés no chão são sinais da Igreja que caminha junto”. Ele disse que “a Igreja que se fixou em Roraima, chegou aqui muito simples, despojada, desprovida de recursos e com poucos missionários”, recordando a chegada de 9 carmelitas, que “trouxeram apenas uma semente a ser plantada: a boa notícia do Reino de Deus”.   Uma palavra que “ao longo dos séculos, germinou: em pequenas comunidades, em escolas de fé, em gestos de solidariedade, na luta pela vida, em lideranças para a Igreja e para a sociedade”, segundo o bispo. Ele sublinhou que a Igreja “dedicou-se à promoção humana, à saúde, à educação, à formação de profissionais, etc. A evangelização aqui nunca foi colonização! Foi inculturação, sempre encarnada no chão e na história do povo.” Uma Igreja que caminhou com o povo, “com os pés descalços nas estradas empoeiradas e enlameadas, com mãos calejadas construindo comunidades e com os braços fraternos acolhendo a todos.” Uma missão que continua hoje, “mantendo os pés firmes na luta pela justiça; trilhando com os pés enlameados onde a vida clama; caminhando com pés sinodais, para fortalecer a esperança.” Óleo que unge Falando do óleo, o bispo explicou que “a unção é um gesto do Espírito Santo. Deus unge seus profetas, seus discípulos, para curar, consolar, libertar os pobres e os cativos”, sublinhado que “esta unção não é privilégio de poucos, é de todos os batizados.” Nesse sentido, dom Evaristo Spengler definiu a evangelização em Roraima como “uma sucessão de unções e entregas”, citando os missionários e missionárias, as várias ordens e congregações, as mães indígenas, os catequistas, os agentes de pastoral. Uma unção que “continua viva e operante em nosso meio”, com “comunidades vivas, dinâmicas e comprometidas com o Evangelho”, que ele identificou com “uma Igreja toda ministerial”, onde “cada fiel descobre a sua vocação e assume com generosidade o serviço ao Reino”, mediante “serviços exercidos com fé e simplicidade”. O bispo fez um chamado a avançar “ainda mais nesse caminho de comunhão e corresponsabilidade”, colocando como desafios atuais “denunciar todas as formas de violência e agressão à vida; acolher os migrantes, o povo em situação de rua, os doentes, os prisioneiros; servir com as mãos estendidas às crianças, aos jovens, aos idosos e a todas as famílias”. Rio que corre Se referindo ao rio que corre, imagem do “Rio Branco, que atravessa todo o nosso Estado e também o nosso coração”, o bispo disse que “ele é testemunha da evangelização, caminho da missão, veia de vida para o nosso povo.” Nessa perspectiva, dom Evaristo Spengler ressaltou que “a evangelização aqui foi paciente como um rio, contornando obstáculos, gerando vida e esperança nas malocas, nas periferias, nos acampamentos, nas vicinais, nas cidades e suas periferias.” Ele definiu o rio como “sinal da presença de Deus que flui, purifica e dá vida”, uma imagem que chama a “ser como esse rio: livres, fecundos e em constante movimento.” Nesse sentido, “a missão que recebemos não pode ficar estagnada, nem presa ao medo ou ao comodismo”. “Agora é tempo de avançar com coragem, sem medo, com generosidade!”, disse o bispo de Roraima. Para isso, precisamos ser discípulos e discípulas com os pés no chão e o coração aberto. Discípulos que mergulhem com ousadia na missão. A missão não é tarefa de poucos. Não é só para os religiosos nem apenas para os ministros ordenados. Essa missão é tarefa de todos nós”, fazendo um chamado a não parar diante dos obstáculos, e sim “aprender a contorná-los, a enfrentá-los, ou, se necessário, a abrir novos caminhos.” Diante disso, dom Evaristo pediu aos presentes: “sejamos rios de esperança que fertilizam este chão amazônico com o Evangelho da vida!” Para manter esse rio, o caminho é dialogar com a sabedoria nesse mundo tão polarizado; proteger a Casa Comum, como guardiões da criação, segundo o bispo. Finalmente, dom Evaristo Spengler fez um chamado a “um novo Sim para Roraima”, destacando que “esta celebração não é apenas memória, é profecia e envio”. Para isso ele pediu ser “Semeadores do Reino, Ungidos pelo Espírito e como um Rio que leva esperança.” Ele pediu a intercessão de Nossa Senhora do Carmo, que acompanhou os primeiros missionários, para que “nos ensine a dizer ‘sim’ como ela.” Uma Igreja que cuida da vida, um convite recebido no momento final da celebração em que foram entregues 450 mudas de planta a cada uma das comunidades que conformam a diocese de Roraima. Fotos: Kayla Silva – Rádio Monte Roraima FM

Solidariedade do Regional Norte 1 da CNBB pela Páscoa de Pe. Orlando Barbosa

O Regional Norte 1 mostra sua solidariedade pela Páscoa de Pe. Orlando Gonçalves Barbosa, padre da arquidiocese de Manaus.

As taxas de Trump: Uma conta que sempre pagam os mais pobres

Uma das notícias que acaparam as manchetes nos últimos dias é a taxação que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem imposto sobre o Brasil. Aumentar em 50 por cento o preço dos produtos brasileiros no território estadunidense, uma prática que, com diversas porcentagens, também atinge outros países, tem consequências graves, que irão pagar os mais pobres, tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos. Intromissão na política interna Ainda mais surpreendente do que a medida são as motivações que estão atrás dessa decisão. Uma disposição que é uma intromissão na política interna do Brasil e que pretende defender interesses pessoais de um réu, para assim reverter as decisões da justiça brasileira. Uma atitude inaceitável para um país democrático, um sistema político que seria claramente prejudicado se o governo brasileiro aceitasse pressões externas. A Igreja católica, através de documentos como Populorum Progressio, uma encíclica do Papa Paulo VI, e Caritas in Veritate, encíclica do Papa Bento XVI, oferece uma perspectiva sobre o uso de taxas e seu impacto nos países em desenvolvimento e as populações. Taxas que também têm um forte impacto nas bolsas e no comercio internacional, provocando uma guerra comercial a grande escala que irá atingir a economia mundial, existindo a clara possibilidade de uma recessão econômica e de aumento dos preços dos produtos. Desenvolvimento das economias locais Paulo VI, em 1967, insistia em Populorum Progressio na importância de umas relações comerciais justas. De fato, a doutrina católica promove os preços justos nas relações comerciais para garantir que os países recebam ingressos suficientes para respeitar sua dignidade. Por sua vez, o Papa Bento XVI escrevia em 2009 na encíclica Caritas in Veritate, que as taxas são um problema que obstaculiza o desenvolvimento econômico dos países pobres. Ele defendia o desenvolvimento das economias locais, algo que se consegue na medida em que os produtos podem ser comercializados nos mercados do mundo, o que dificulta claramente a imposição de taxas. As atitudes colonialistas dos Estados Unidos com relação a América Central e América do Sul é algo evidente nos últimos cem anos. O país tem se intrometido militarmente, economicamente, religiosamente e culturalmente. A tentativa de dominação tem sido uma constante na política estadunidense, uma atitude que não pode ser aceita do ponto de vista moral. Defender interesses pessoais O cuidado daquilo que é comum a todos é uma dinâmica que não pode ser deixada de lado no exercício da política. Quando aqueles que exercem o poder executivo se deixam levar por interesses pessoais ou de grupos de poder, nos deparamos com personagens que estão traindo sua função primeira como governantes. Uma atitude que aparece como pano de fundo nas medidas adotadas pelo presidente estadunidense. No final das contas, a conta das decisões erradas dos que mandam é paga pelos mais pobres, que sofrem as consequências no bolso e no recorte dos direitos trabalhistas. Para quem tem muito, o sofrimento sempre é menor do que para aqueles que dependem do pouco que eles têm para garantir seu sustento e suas condições de vida. Mais um capítulo de uma história que se repete ao longo dos anos. Editorial Rádio Rio Mar