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Autor: Luis Miguel Modino

Bispos da Amazônia apoiam vetos presidenciais ao PL do Licenciamento Ambiental

Os bispos da Amazônia lançaram no dia 5 de setembro, Dia da Amazônia, uma nota, assinada por 56 bispos, em que analisam a “Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a Proteção da Casa Comum”. O texto, dirigido à sociedade brasileira e aos povos amazônicos, analisa mais uma tentativa de mudança na legislação ambiental, e denuncia as ameaças que se cernem sobre a Amazônia e os outros biomas. Proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável Os bispos mostram o objetivo do Projeto de Lei 2.159/2021, e as “significativas flexibilizações nos procedimentos de licenciamento”, assim como sua aprovação e envio à Presidência da República, que vetou em 63 ponto o PL. Diante disso, os bispos da Amazônia brasileira, manifestam sua posição, “impulsionados pela força da Palavra criadora de Deus “a quem pertence a terra e tudo que nela há” (cf Dt 10,14)”. No texto, os bispos declaram seu apoio aos vetos do Presidente da República, explicitando as motivações: “garantir a integridade do processo de licenciamento, que proteja o meio ambiente e promova o desenvolvimento sustentável; assegurar os direitos de povos indígenas e comunidades quilombolas; dar segurança jurídica a empreendimentos e investidores; incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil, sem comprometer sua qualidade”. Segundo os bispos, os vetos asseguram o alinhamento “à Política Nacional de Meio Ambiente, à Constituição Federal e à Lei Complementar 140”. Junto com isso, se torna “mais sólido e equilibrado, fortalecendo a proteção dos ecossistemas, conferindo previsibilidade aos investimentos e reduzindo riscos de judicialização”.  Os bispos afirmam abertamente que “a revogação dos vetos significa uma tragédia para a Amazônia”. Isso porque “os vetos presidenciais representaram uma contenção necessária aos aspectos mais danosos do projeto original”, coloca o texto, que sublinha a importância de “critérios nacionais para licenciamento”. Uma reflexão que se situa no contexto de um “momento crítico para nosso planeta e especialmente para a Amazônia”. Uma Igreja presente no território    A nota faz uma análise técnica, mostrando os riscos derivados da fragilização dos Estudos de Impacto; a pressão sobre Órgãos Ambientais; o Risco de Precedente. Também mostra as consequências da derrubada dos vetos e o afrouxamento na legislação ambiental, por parte do Congresso Nacional. Igualmente, é denunciado o crescimento do paradigma tecnocrático. Uma denúncia que cobra valor pelo fato de que “a Igreja está presente neste território há séculos e tem uma história de compromisso com a vida nesta região, vida de seus povos e de toda realidade criada”, e o fato de conhecer a realidade amazônica e os impactos de empreendimentos mal licenciados. Os bispos, como Igreja profética e vigilante, fazem um chamado a exigir aos parlamentares que “votem pela manutenção dos vetos presidenciais e pela rejeição de quaisquer propostas que enfraqueçam o licenciamento ambiental, preservando as regras ambientais mais rigorosas”. Tudo isso diante de um momento que demanda “responsabilidade máxima com o futuro da Amazônia e do planeta”. NOTA DOS BISPOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA   Sobre a Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a Proteção da Casa Comum   “Então Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom” (Gn 1,31)  À sociedade brasileira e aos povos amazônicos,   O Brasil tem vivido muitas tentativas de mudanças na legislação ambiental que ameaçam a proteção dos nossos biomas, especialmente da Amazônia, e uma das mais impactantes foi a do PL 2.159/2021. Este Projeto de Lei, conhecido como “Lei Geral do Licenciamento Ambiental”, foi proposto pelo Congresso Nacional, com o objetivo declarado de modernizar e agilizar os processos de licenciamento ambiental no Brasil. O projeto estabelecia novos marcos regulatórios para o licenciamento de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, modificando substancialmente a sistemática atual de avaliação de impactos ambientais.   Em sua versão original, o PL previa significativas flexibilizações nos procedimentos de licenciamento, incluindo a possibilidade de procedimento de licença única, transferência de competências para os estados e municípios sem critérios técnicos adequados, e redução de prazos para análise de projetos complexos, dentre outros retrocessos. Após intensa tramitação no Congresso Nacional e mobilização de diversos setores da sociedade, o projeto foi aprovado e enviado à Presidência da República.   Em agosto de 2025, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o PL 2.159/2021 – que se tornou a Lei nº 15.190/2025 –, com 63 vetos, eliminando os dispositivos considerados mais prejudiciais ao meio ambiente e mantendo apenas aqueles aspectos considerados tecnicamente viáveis para aprimoramento dos processos de licenciamento.    Diante deste contexto, nós, bispos católicos da Amazônia brasileira, dirigimo-nos ao povo brasileiro para manifestar nossa posição sobre esta nova legislação e seus possíveis impactos sobre a proteção ambiental e os povos amazônicos. O fazemos impulsionados pela força da Palavra criadora de Deus “a quem pertence a terra e tudo que nela há” (cf Dt 10,14). Deste modo, somamos nossa voz a de tantos homens e mulheres que se fazem partícipes de uma responsabilidade perante a terra que é de Deus e que implica a nós, dotados de inteligência, respeitar as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo. (cf. Laudato Si’, 68)  Declaramos nosso apoio aos vetos do Presidente da República que “após criteriosa avaliação técnica e jurídica, vetou 63 trechos do texto. As decisões seguem quatro diretrizes principais: garantir a integridade do processo de licenciamento, que proteja o meio ambiente e promova o desenvolvimento sustentável; assegurar os direitos de povos indígenas e comunidades quilombolas; dar segurança jurídica a empreendimentos e investidores; incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil, sem comprometer sua qualidade. A decisão mantém avanços relevantes para a celeridade e eficiência de processos de licenciamento ambiental e assegura que o novo marco legal esteja alinhado à Política Nacional de Meio Ambiente, à Constituição Federal e à Lei Complementar 140. Com os vetos, o novo marco do licenciamento ambiental nasce mais sólido e equilibrado, fortalecendo a proteção dos ecossistemas, conferindo previsibilidade aos investimentos e reduzindo riscos de judicialização”.  A revogação dos vetos significa uma tragédia para a Amazônia.    Reconhecemos que os vetos presidenciais representaram uma contenção necessária aos aspectos mais danosos do projeto original. A manutenção de critérios nacionais para licenciamento, evitando a…
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Dom Samuel no encontro de novos bispos em Roma: “uma experiência da catolicidade da Igreja”

Organizado pelo Dicastério dos Bispos, acontece em Roma, de 3 a 11 de setembro de 2025, o Curso Anual de Formação para Novos Bispos, com a participação do bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Samuel Ferreira de Lima. O curso tem como tema: “Testemunhas e Anunciadores da Esperança fundada em Cristo”. Uma visão do todo da Igreja “Uma experiência muito importante e rica pela dimensão que a gente tem da catolicidade da Igreja”, segundo dom Samuel. O bispo auxiliar de Manaus destaca a diversidade de procedências e de ritos entre os participantes, o que “dá uma visão do todo da Igreja”. O encontro é um momento de “animação em vista de nós percebermos, todos iniciantes nesse ministério”, com bispos que ainda não têm sido ordenados. A programação, que pretende ser uma ajuda para compreender a missão episcopal, iniciou com a introdução ao curso pelo arcebispo de Marselha (França), cardeal Jean-Marc Avelline. Os bispos refletiram, com a assessoria do Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, Seção para as Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo, dom Rino Fisichella, sobre o “Decálogo da Esperança para um Bispo do Ano Jubilar”, que insistiu na necessidade de ir ao encontro do povo com os olhos de Deus e ao encontro de Deus com os olhos do povo. Igualmente, abordaram os “Desafios da Igreja como Testemunha e Força Construtora de Esperança”, com os aportes do Professor Giuseppe De Rita, Presidente da Fundação “Centro Studi Investimenti Sociali – CENSIS”. Momento de partilha e comunhão Dom Samuel Ferreira de Lima destaca no curso como “momento de partilha, comunhão, de conhecimentos dos outros nossos irmãos, e das dimensões humanas e religiosas que todos nós vivenciamos nesse novo ministério”. Nessa perspectiva, o bispo destaca os momentos de partilha, que ajudam a pôr em comum “as vivências que cada um teve desde a nomeação e nos primeiros messes de atuação e as expectativas”. Ele insiste na profundidade dos momentos orantes, formativos, que “agregam para nosso serviço muitos valores, uma consciência da missão e também essa comunhão de sermos Igreja, uma Igreja universal, uma Igreja sinodal, uma Igreja a serviço dos irmãos”. Durante o encontro os bispos têm momentos de diálogo fraterno e encontros por grupos de idioma, assim como encontros com os responsáveis pelos dicastérios. Entre os temas de reflexão está “A Missão na Igreja como Mensagem de Esperança: Um Testemunho”, com a ajuda do arcebispo de Florença, dom Gherardo Gambelli. Igualmente, aparece no programa a reflexão sobre “Um Caminho de Esperança – O Bispo como Construtor de Pontes Culturais no Mundo de Hoje”, com a assessoria do Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cardeal José Tolentino de Mendonça. A prefeita e o Pró-Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Ir. Simona Brambilla e cardeal Angel Fernández Artime, abordarão o tema “Vida Religiosa, Profecia de Esperança”. O Reitor-Mor dos Salesianos, dom Fabio Attard, irá refletir sobre “Educar à Esperança – Jovens em Busca de Sentido e de Pontos de Referência”. Missa Jubilar e Canonização Os participantes do curso celebrarão a Santa Missa Jubilar com a passagem dos Bispos pela Porta Santa e a veneração das relíquias do Apóstolo, presidida pelo Arcipreste da Basílica de São Pedro, cardeal Mauro Gambetti. Igualmente, com a assessoria do Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández, refletirão sobre “Os Autênticos Desafios da Sinodalidade”. No domingo 7 de setembro, os bispos poderão participar da Canonização dos Beatos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis. Com a assessoria do Arcebispo Emérito de Viena, cardeal Christoph Schönborn, será apresentado “O Ministério Episcopal como Testemunho e Anúncio da Esperança Fundada em Cristo”. Também faz parte do programa a reflexão sobre “Esperança e Sofrimento – o Fenômeno Migratório”, com os aportes do Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Fabio Baggio. A sinodalidade nas estruturas diocesanas Os cardeais Sergio da Rocha e Fridolin Ambongo, arcebispos de Salvador de Bahia e de Kinshasa, apresentarão “O Impacto do Caminho Sinodal nas Estruturas, na Vida e na Liderança das Comunidades Diocesanas”. Também será falado sobre o Óbolo de São Pedro, com a assessoria de representantes do Dicastério para a Evangelização, dentre eles o cardeal Luis Antônio Tagle. Os participantes irão receber formação sobre Tutela de Menores, com a assessoria do secretário da comissão, dom Luis Manuel Alí Herrera e dom Filippo Iannone. Junto com isso, o arcebispo de Cagliari e Secretário da Conferência Episcopal Italiana, dom Giuseppe Andrea Salvatore Baturi, abordou “Os Desafios da Administração para o Futuro da Igreja: Corresponsabilidade, Transparência e Solidariedade”. O encontro contará com a presença do Secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que irá mostrar “O Trabalho da Santa Sé no Mundo Globalizado em favor da Esperança e da Paz”. No dia 11 de setembro, na Sala do Sínodo, os bispos serão recebidos em audiência pelo Papa Leão XIV. Um encontro que marcará o final do curso.

Seminário dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Metropolitana de Manaus

Aconteceu no dia 03/09 o Seminário dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Metropolitana de Manaus. O evento foi realizado pela Arquidiocese de Manaus, Ministério Público do Trabalho, Cáritas Arquidiocesana de Manaus, Associação Madre Tereza e a Rede de Catadores/as de Materiais da Amazônia Legal, participaram catadores dos municípios: Manaus, Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. No evento também participaram o arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, o bispo auxiliar de Manaus, Dom Hudson Riberto, Frei Paulo Xavier da Comissão da Ecologia Integral da arquidiocese de Manaus, Padre Danival Lopes pela Associação Madre Tereza, Dra Alzira Melo Costa Procuradora Chefa do MPT e o Procurador Dra. Rafael Feres e de forma online os representantes da Associação Di Fratelli, além destes apoiadores e militantes das causas ambientais. O evento foi uma oportunidade de diálogo e escuta da Arquidiocese aos catadores de materiais recicláveis e de pensar coletivamente alternativas de melhores a vida e o trabalho dos catadores/as que em sua maioria ainda estão trabalhando nos lixões. O Cardeal Dom Leonardo Steiner enfatizou a preocupação da Arquidiocese quanto ao tratamento e disposição do lixo e a necessidade da escuta dos catadores. Na oportunidade Dom Hudson trouxe uma reflexão do Papa Francisco: “a escuta e a reflexão como essenciais para a boa comunicação, a construção da paz e a superação de preconceitos.” Dra. Alzira Melo ressaltou a preocupação do Ministério Público do Trabalho quanto as ações que de fato incluam e valorizem os catadores/as. Já da parte dos catadores, foi unânime quanto a necessidade de apoio, a valorização do trabalho que fazem e a remuneração justa por este trabalho. A catadora Irineide Lima relatou a importância do apoio da Arquidiocese na luta dos catadores. Ao final foram encaminhados, o apoio que a Arquidiocese ofereceu aos grupos de catadores quanto a regulamentação as licenças; a reinstalação do Fórum de Lixo e Cidadania; a articulação quanto a obtenção de emenda parlamentar para a compra de caminhões para apoiar a logística dos catadores de Novo Airão, Manacapuru e Iranduba na comercialização dos recicláveis; a possibilidade de uma audiência com o setor empresarial que atua na reciclagem, juntamente com o Centro da Industria do Amazonas, a Superintendência da Zona Franca de Manaus e Federação da Industria do Estado do Amazonas. O evento encerrou com a reafirmação do apoio da Arquidiocese de Manaus, Dom Hudson ressaltou o apoio das Cáritas Diocesanas e Prelazias aos catadores, e também do Regional Norte 1 Amazonas e Roraima ao qual Dom Leonardo é o presidente. Marcela Vieira – Apoiadora da Rede de Catadores da Amazônia Legal

A Palavra caminho de mudança e não de justificativa de nossos erros

Uma ajuda para caminhar no cotidiano. Será que vemos desse modo a Palavra de Deus? O Mês da Bíblia deveria ser uma oportunidade para aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus, para nos aproximarmos dela. Estamos diante de mais do que um texto do passado, pois ela é atualidade que nos questiona e nos leva a refletir sobre nossa vida pessoal e comunitária. Esperança No Brasil, a Igreja católica nos oferece há muitos anos a possibilidade de estudar um livro da Bíblia. Em 2025 a Carta aos Romanos vai cobrar uma dimensão especial, em vista de nos ajudar a transformar a realidade atual à luz da proposta divina. A ênfase desse escrito paulino é a esperança, uma temática que acompanha o caminhar da Igreja católica em 2025, em que estamos celebrando o Jubileu da Esperança. De fato, a esperança é atitude decisiva na vida dos discípulos e discipulas de Jesus. A esperança sustenta nosso relacionamento com Deus, nossa fé N´Ele. São Paulo afirma que a “esperança não decepciona” e nós somos chamados a descobrir na Palavra o caminho que nos ajuda a superar os momentos de desesperança, a encontrar o caminho a seguir, uma realidade cada vez mais presente na vida da humanidade. Ser sinal de esperança O que fazer para ser sinal de esperança para tantas pessoas desesperançadas? Como potencializar a escuta, o diálogo, o discernimento que nos ajude a encontrar caminhos de esperança para a sociedade e para cada pessoa? Até que ponto experimentamos a presença do Espírito como aquele que ilumina nossa vida, que fecunda nossa existência, que nos leva a crescer em esperança? Vivemos um momento histórico em que a vida das pessoas, a vida de muitos inocentes está sendo ameaçada de modo constante. A dor e a morte tem se instalando como ameaças para boa parte da humanidade. O ódio vai gerando sentimentos de desconfiança, de enfrentamento, fazendo minguar a esperança nas pessoas. Uma realidade que demanda de uma esperança crescente, que cabe a nós gerar as condições para que as pessoas possam recuperá-la. Entender o papel da religião Podemos encontrar similitudes entre os primeiros anos do cristianismo, momento em que foi escrita a Carta aos Romanos, e o atual momento histórico. Um texto que promove uma reflexão em volta da solidariedade, da acolhida de Deus a todos, da necessidade de entender que a religião não pode ser usada em função de uma ideologia ou de uma política que pretende ser usada em benefício de pequenos grupos. Uma carta que nos leva a descobrir a necessidade de cuidar das pessoas, de todas as pessoas, a cuidar da Casa Comum, assumir a Ecologia Integral. A Bíblia sempre nos leva a olhar para fora, a no buscar nela uma justificativa para nossos posicionamentos pessoais ou grupais. Não nos sirvamos da Palavra e sim vejamos a Palavra como caminho de mudança, de conversão, como instrumento que nos aproxima de Deus e dos outros.

Dom Adolfo Zon no Mês da Bíblia: “Deixamos que ela transforme nossa vida e fortaleça nossa missão”

No início do Mês da Bíblia, “um tempo especial de escuta, meditação e vivência da Palavra de Deus”, segundo dom Adolfo Zon Pereira, o bispo da diocese de Alto Solimões escreveu uma carta àqueles que vivenciam sua fé nesse Igreja local. O amor de Deus sustenta nossa esperança Em suas palavras, o vice-presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lembra que “este ano, somos iluminados pelo lema: ‘A esperança que não decepciona’ (Rm 5,5).” O bispo disse que “essa Palavra do apóstolo Paulo nos recorda que, mesmo em meio às lutas e desafios do dia a dia, o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, e é isso que sustenta nossa esperança”. Analisando a realidade atual, dom Adolfo Zon ressalta que “vivemos tempos em que muitas pessoas se sentem desanimadas, cansadas, feridas pelas dificuldades da vida.” Diante disso, ele enfatiza que “a Palavra de Deus nos convida a olhar além, a manter firme a fé e a certeza de que Deus caminha conosco. A esperança cristã não é ilusão ou fuga da realidade. É força, é resistência, é luz que não se apaga, porque nasce do encontro com o Ressuscitado”. Participar do Mês da Bíblia No Mês da Bíblia, o bispo faz um convite a “cada família, cada comunidade, cada irmão e irmã do Alto Solimões a participar dos Encontros do Mês da Bíblia nas casas.” Encontros que ele afirmou que “momentos de partilha e oração são verdadeiras sementes de esperança”. “Ao abrirmos as portas de nossos lares e corações para a Palavra, deixamos que ela transforme nossa vida e fortaleça nossa missão”, disse o bispo de Alto Solimões. Uma realidade que lhe levou a fazer um convite para organizar os grupos de reflexão bíblica: “reúna seus vizinhos, sua família, sua comunidade! Não deixemos de viver essa experiência tão rica de fé e comunhão. Cada casa que se abre para escutar a palavra de Deus se torna um lugar de encontro com Deus e com os irmãos”. Finalmente, dom Adolfo Zon pediu “que Maria, Mãe da Esperança e fiel ouvinte da Palavra, interceda por todos nós. Que o Espírito Santo nos ilumine e fortaleça nesta caminhada”.

Cardeal Steiner: “É melhor escolher o último lugar e ser conduzido ao primeiro”

No 22ºDomingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia afirmando que “o Evangelho parece nos indicar o banquete da gratuidade! No banquete da gratuidade, no amor de Deus, o primeiro se faz o último, o maior o menor, o senhor servo. Vemos o significado do viver banquetear-se na gratuidade, de receber e ofertar. Tudo na liberdade e na liberalidade”. A gratuidade do amor Uma realidade que ele definiu como “uma festa convidando os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos, aqueles que não podem retribuir com uma festa. É a expressão profunda da gratuidade de um conviver festivo, de um banquete da vida, sem cobranças, sem trocas. A gratuidade do amor, a gratuidade de viver. A fé é gratuita, o amor é gratuito”. O arcebispo destacou que “Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares e, por isso, diz que é melhor escolher o último lugar e ser conduzido ao primeiro. Entre nós, na sociedade agressiva e competitiva, o valor da pessoa mede-se pelo ter êxito, triunfar, ser o melhor. É a busca pelos primeiros lugares. É um lutar que recorre a muitos meios: intriga, exibição, defesa feroz do lugar conquistado, humilhação de quem faz sombra ou incomoda. Percebemos que o motivo e estímulo são os títulos, as honras; quem tem valor é quem aparece, mesmo pisando os outros”. Segundo o cardeal Steiner: “Jesus a nos oferecer relações que unem, transformam na graça de convivas, membros da comunidade de fé. Relações que se baseiam no amor desinteressado e gratuito, desviando-nos de ‘critérios comerciais’: interesses, negociatas, intercâmbio de favores. Nessa dinâmica do amor gratuito todos: pobres, humildes, excluídos, desprezados, sem títulos, são participantes e são servidos. Os que vivem sem poder, sem dinheiro, que estão na desvalia da retribuição, dos favores, pertencem à comunidade de amor e de fraternidade e, por isso, tem lugar certo no banquete da gratuidade. Todos são convidados ao primeiro lugar, pois todos convidados especiais. No banquete do convívio amoroso todos recebem o convite: ‘Amigo, vem mais para cima’”. Aproximação com os últimos “Esse convite de aproximação com os que são últimos, nos atrai. Sim, pois a vida às vezes é ingrata, às vezes tropeçamos, às vezes passamos pela separação, mesmo pela morte. Nos tornamos trôpegos, coxos, mudos, surdos. Pode ser que a vida tenha sido dura demais. E o Evangelho a nos dizer da gratuidade do banquete. Somos convidados, não interessa o nosso estado, os nossos títulos, o nosso lugar na sociedade e na Igreja, como estamos a viver. O convite é para todos. O convite para estarmos na cercania de Deus, na sua proximidade. O desejo de Deus é de participarmos do seu banquete”, enfatizou. Citando o texto evangélico: “Porque eles não te podem retribuir”, ele disse que “Jesus a nos ensinar que a gratuidade é dom de Deus: graça, amor gratuito, gracioso. E Deus não nos ama porque merecemos, mas porque não pode não nos amar, pois Ele é Amor. Jesus a nos pedir para amar como Ele ama, isto é, gratuitamente. É uma revolução nas nossas relações: ofertar sem esperar, apenas a alegria de entregar! Aquela gratuidade de nada esperar, sem troca”. A alegria que o coração O cardeal recordou que “talvez nos ajude a conhecida expressão do místico Johannes Schaefler, conhecido como Ângelus Silésius, que expressou de modo muito feliz a gratuidade. ‘A rosa é sem por quê. Ela floresce ao florescer’. A rosa aberta sem por que no orvalho da manhã: a alegria que acolhe o coração do Mortal no frescor e na nascividade da inocência matinal. O Mortal descansa, respira mais livre, se alegra, renasce, porque é acolhido e recolhido no desvelamento da inocência da natureza: no recato e na gratuidade de ser. A rosa não sabe de sua beleza, da admiração que causa, nem mesmo sabe que alguém está ao seu redor, nem mesmo sabe de sua existência. Ele é simplesmente sem por quê. floresce ao florescer”, inspirado nas palavras de Harada. Isso porque, “ali, na cercania do encanto da flor que viceja, apenas encanto, silêncio, admiração. Não emerge a possibilidade de um negócio, de uma troca. Essa admiração da gratuidade do dar-se da rosa orvalhada, desperta o gosto, o sabor da vida, a graça de viver”. “Na quase impossibilidade de dizer da gratuidade como é gratuito o amor de Deus o mítico nos dizia: ‘A rosa é sem por quê. Ela floresce ao florescer’.  A gratuidade não é como algo, alguma coisa, não é um objeto, não é um sentimento, não é uma paga. É um acontecer na bondade da revelação da bondade. Do contrário, seria troca, negócio, negociação. No amor esposo-esposa, amor de vida consagrada, amor de presbítero, há um libertar-se de trocas, satisfação, recompensa. O próprio, o original, fontal é a gratuidade”, disse o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Uma fonte no cerrado Algo que “é como uma fonte no cerrado em tempo de seca: pequena, mas doadora. Água límpida, fresca, brotando sem parar. Ela está ali, sem saber que é. Ela simplesmente está ali na sua generosidade. Ela continua e incansavelmente, sem porque, sem para quê, sem perguntar, sem saber, oferece a água. Ela é a gratuidade: não troca, não espera, apenas, simplesmente, generosamente, ininterruptamente, entrega água. Ela é sem porque, sem para quê, ela é fonte! Na seca de quatro meses, ela é água brotando, amavelmente: doação; é a gratuidade!”, segundo o arcebispo de Manaus. Nessa perspectiva, ele afirmou que “perdendo a gratuidade da fé as nossas preces, nossas esmolas, nossa caridade podem tornar-se um dar para receber em troca. Então perdemos a liberdade, perdemos a independência, perdemos a autonomia, perdemos a sensibilidade tão gratificante de sermos amados, acolhidos, recolhidos, embalados, por Deus. E perdemos o entusiasmo, o vigor, a força que nos leva a buscar, a sempre transformar a vida e o mundo, como o fez Jesus! Não sonhamos mais! Perdemos o bom humor diante das dificuldades e defeitos pessoais e dos outros, perdemos a disposição de uma…
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Aliança Interinstitucional em vista da despoluição e saneamento dos igarapés de Manaus

O cuidado da casa comum é uma urgência, especialmente na Amazônia. Um chamado que em 2025 está sendo redobrado pela COP30 e pela Campanha da Fraternidade, que teve como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Na arquidiocese de Manaus, um gesto concreto dessa Campanha foi a despoluição e saneamento dos igarapés de Manaus. Uma proposta ousada, mas necessária “Uma proposta ousada, mas necessária”, segundo salientou o vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana da Manaus, padre Alcimar Araujo, na Abertura do 31º Grito dos Excluídos e Excluídas 2025 de Manaus, realizada no Parque Municipal do Mindu, na tarde do dia 29 de agosto, onde foi lançada a “Carta Compromisso, Água e Lixo não combinam”. Uma iniciativa interdisciplinar, que quer ser o início de um processo de mudança com a participação de mais de 40 entidades, segundo enfatizou o vice-presidente da Cáritas Manaus. Entre os assinantes da Carta, além do arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, representantes do poder público, instituições ligadas à defesa do meio ambiente, ONGs, igrejas cristãs, povos indígenas, associações ambientais e partidos políticos. Mais do que uma soma de estrategias Uma iniciativa que “não é só uma soma de estratégias”, segundo o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Zenildo Lima. Ele enfatizou o que chamou de antropológico, “um dado de relação”, lembrando suas vivências infantis como manauara. O bispo disse que “a história da urbis em Manaus é uma história de relação com os igarapés”, que foram vistos como “empecilho para um projeto arquitetônico urbano”, o que levou a “soterrar, canalizar, fazer sumir os igarapés”. Segundo dom Zenildo Lima, “isso entrou na vida da gente”, que lembrou que ele tomou banho ou seu pai pescou no Igarapé do 40, que atravessava sob uma ponte para ir para a aula. Na aula ele disse ter aprendido que “a água é um líquido sem cor, sem cheiro e sem sabor”, algo que no igarapé do 40 não era bem assim, em um tempo em que o lixo era despejado em qualquer lugar ou queimado no fundo do quintal. Superar a visão negativa do igarapé Uma realidade que fez com que fosse construído “um ethos, sempre criando polos e sempre criando relações, ora equilibradas, ora desequilibradas”, disse o bispo. Ele recordou que “a gente foi aprendendo a ter medo do igarapé, foi aprendendo a interpretar o igarapé como uma realidade negativa.” A partir dessa relação histórica entre os igarapés e a população de Manaus, o bispo auxiliar advertiu sobre a necessidade de tomar cuidado “para não criar novos inimigos”, recordando o lema da campanha “Lixo e igarapé não combinam”, dado que os resíduos devem ser vistos como matéria que pode ser aproveitada. Nessa perspectiva, dom Zenildo Lima se situou como parte “dessa grande massa de manauaras comuns que tem que ser envolvidos neste processo.” Isso porque “se esta fosse uma luta apenas da sociedade organizada, a gente vai atingir alguns intelectos. Mas se tornar uma luta de um povo, a gente vai ter que atingir corações também.” Daí a importância da linguagem nessa iniciativa, disse o bispo, que afirmou que “nós estamos lidando com realidades sagradas”, recordando as palavras de louvação da Criação nos Salmos ou as palavras de São Francisco no Cântico das Criaturas. Uma aliança interinstitucional A Carta pretende “promover uma visão holística do meio ambiente e da justiça social, inspirada na Encíclica Laudato Sí do Papa Francisco”, e se tornar “uma aliança interinstitucional pela despoluição e saneamento dos igarapés de Manaus”, com objetivos e planos de trabalho coletivos. Parte de uma introdução, que explica o sentido do texto e relata a realidade social e ambiental, especialmente em Manaus, “localizada no coração da maior floresta tropical do mundo”, e quer ser “um documento que busca o compromisso de toda a sociedade juntamente com seus poderes constituídos, para a preservação e recuperação dos igarapés da cidade”. Nessa perspectiva são propostas 11 ações, pedindo promover a educação ambiental; criar a Aliança Global Pela Despoluição e Saneamento dos Igarapés de Manaus; exigir o cumprimento da Lei sobre os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Manaus; reta aplicação de recursos públicos em políticas sociais e ambientais; acompanhar o cumprimento do Plano Municipal de Saneamento Básico; colaborar com a criação de um Programa Integrado de Saneamento e Despoluição de Igarapés construído de forma interinstitucional; políticas urbanas capazes de reduzir gradativamente a poluição dos igarapés; realizar a 1ª Conferência Municipal sobre os Igarapés de Manaus; fortalecer o Fórum das Águas; Projeto de Lei de Iniciativa Popular para aplicação de políticas públicas ambientais; fomentar a participação cidadã e a fiscalização. Um caminho longo, segundo reconhece a Carta, mas que não hesita no total compromisso os assinantes.

Diocese de Roraima é homenageada pela Assembleia Legislativa pelos 300 anos de evangelização

A Diocese de Roraima recebeu, nesta sexta-feira (29), uma das maiores homenagens institucionais de sua história. Em Sessão Especial realizada no Plenário Noêmia Bastos Amazonas, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) reconheceu publicamente o papel da Igreja Católica na formação do Estado e na vida do povo roraimense ao longo de três séculos de evangelização. A cerimônia marcou a celebração do Jubileu dos 300 anos de evangelização em Roraima e reuniu autoridades, fiéis, missionários e missionárias. A homenagem foi aprovada em plenário por meio dos Projetos de Decreto Legislativo nº 51 e nº 52 de 2025, de autoria do presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), que concederam a Comenda Orgulho de Roraima a personalidades e instituições ligadas à Diocese. Na abertura da solenidade, o bispo de Roraima, Dom Evaristo Pascoal Spengler, lembrou que a presença da Igreja precede a própria criação do Estado e destacou a importância histórica desse reconhecimento. “A Igreja de Roraima chegou antes do território federal, antes da Constituição do Estado. Contribuiu muito no início com a saúde, construindo hospitais, com a educação, formando técnicos e professores. Esse papel histórico é hoje reconhecido e nós agradecemos a Deus por tudo o que foi construído com o povo ao longo desses 300 anos”, declarou. Por meio de vídeo, o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), Dom Raimundo Vanthuy Neto, que fez uma retrospectiva da presença missionária na Amazônia desde 1725, com os carmelitas, jesuítas, franciscanos e beneditinos, até a chegada dos missionários da Consolata. “Celebrar os 300 anos é lembrar que a presença da Igreja está ligada à história da Amazônia, ao cuidado com os povos indígenas, à educação e à defesa da vida. Cada missionário e missionária deixou uma marca que precisa ser lembrada. Hoje celebramos não só a memória, mas também o compromisso de seguir evangelizando”, destacou. Voz dos missionários de hoje O pároco de Pacaraima, Pe. Jesus Esteban Lopes Fernández Bobadilla, um dos homenageados, dedicou a honraria a todos que trabalham no acolhimento de migrantes. “A homenagem não é só para mim. É para toda a Diocese, para as instituições e para o povo brasileiro que acolhe os imigrantes. Nossa missão é viver o espírito do bom samaritano e aliviar o sofrimento de quem chega até nós”, disse. Quem recebeu a Comenda Orgulho de Roraima A Comenda foi entregue a diversas personalidades religiosas e leigas, além de instituições e pastorais que representam a presença missionária e social da Igreja. Personalidades religiosas e leigas Leiga, Ângela Maria Shardong, catequista, Deolinda Melquior da Silva, irmã, Elizabeth Sales de Lucena Vida, Luzinete Gomes Lima Maria Joselha Lima, Irmão Carlo Zacquini – presente, Jacir José de Souza – representado por Júlio José de Sousa (filho), Pe. Antônio Jerffeson de Almeida Resende, Pe. Jesus Esteban Lopes Fernández Bobadilla, Pe. Josimar Lobo, Pe. Mauro Sérgio Maia da Silva – representado por Pe. Jeferson Homenagens In Memoriam Irmã Telma Cristina Lage dos Santos – representada pelas irmãs Marineis Xavier de Oliveira e Lúcia Souza e Silva, Dom Aldo Mongiano – representado por Pablo Sérgio. Dom José Aparecido Dias – representado por Irmã Ivani Krenchinski (Missionária Serva do Espírito Santo de Alto Alegre). E Pe. Francisco Mário Ribeiro Castro – representado pela Vereadora, Valquiria Ribeiro. Bispo atual e os que já passaram pela Diocese Dom Evaristo Pascoal Spengler, Bispo da Diocese de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva é Arcebispo de Cuiabá – representado por Pe. Josimar Lobo, Dom Raimundo Vanthuy Neto, bispo de são Gabriel da Cachoeira– representado por dona Vaneide e seus irmãos Instituições e pastorais reconhecidas Apostolado da Oração, Colégio Claretiano, Articulação dos Serviços Eclesiais aos Migrantes e Refugiados (ASEMIR), Cáritas Diocesana, Conferência dos Religiosos do Brasil Regional Roraima (CRB-RR), Fazenda da Esperança,  Instituto Missões da Consolata, e Padres Fidei Donum.  Pastoral da Criança, Pastoral da Juventude, Pastoral Familiar  e a Rádio Monte Roraima FM 107,9 – Pe. Luiz Botteon (diretor-geral) e Cléo Silva Rocha (diretora comercial). Reconhecimento histórico Para o deputado Soldado Sampaio, autor da homenagem, a entrega da comenda simboliza o reconhecimento do povo de Roraima à Igreja. “A Igreja Católica teve papel fundamental na história, na cultura e no desenvolvimento de Roraima. Reconhecer isso publicamente é valorizar não só o passado, mas também o presente e o futuro do serviço que ela presta à nossa população”, afirmou. Na ocasião foi assinado o termo de Cooperação Técnica que tem como objetivo preservar, digitalizar e divulgar o acervo histórico documental da Diocese de Roraima. Além disso, de 01 até 05 de agosto ficará disponível para visitação no rol da Assembleia Legislativa, estandes com memórias dos 300 anos da Diocese de Roraima. O Jubileu dos 300 anos segue sendo celebrado com missas, encontros culturais e atividades sociais em todo o Estado, consolidando o legado histórico da Diocese de Roraima e reafirmando sua missão evangelizadora junto ao povo.  FONTE/CRÉDITOS: Dennefer Costa – Monte Roraima fm

VII Nortão de Presbíteros em Tocantinópolis: “Presbíteros Comunicadores da Esperança”

A diocese de Tocantinópolis (TO) acolheu de 25 a 29 de agosto de 2025 o VII Nortão de Presbíteros, com representantes dos Regionais Norte I, Norte II, Norte III e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Inteligência humana e inteligência artificial O tema a refletir tem sido: “Presbíteros Comunicadores da Esperança“, com a assessoria do bispo da diocese de Leopoldina (MG), dom Edson Oriolo, que brindou uma reflexão a respeito da inteligência humana, e a inteligência artificial, mas especificamente sobre esse mundo virtual do multiverso, essa nova ferramenta que está surgindo entre nós. Diante dessa nova realidade, o assessor ofereceu aos participantes caminhos e instrumentos para aproveitar isso ao nosso favor, para trabalho pastoral, para o dia a dia, para a evangelização que os presbíteros desenvolvem nas igrejas locais, nas paróquias, comunidades, pastorais. Junto com isso, dom Edison Oriolo fez um chamado a descobrir os riscos que essa nova realidade traz se não for usada de forma adequada. Do Regional Norte 1 participaram cinco padres, quatro da diocese de Parintins e um da diocese de Coari. O encontro tem sido muito gratificante, dado que ele fortalece cada vez mais o ministério e a colegialidade entre os irmãos presbíteros e com a Igreja. Pe. Luiz Carlos – Presidente da Comissão Regional de Presbiteros Norte 1 – diocese de Parintins

Uma profecia cada vez mais escassa e necessária

27 de agosto é uma data marcante na história da Igreja do Brasil. Foi nessa data que faleceram três bispos com grande destaque na vida do povo católico brasileiro: dom Hélder Câmara, em 1999, dom Luciano Mendes de Almeida, em 2006, e dom José Maria Pires, em 2017. Três homens de fé, esperança e caridade Três homens de fé, esperança e caridade, virtudes que sustentaram sua profecia, expressada em suas palavras, mas sobretudo em seu compromisso de vida, em suas causas, em seu compromisso por um Brasil mais justo, menos desigual. Mas também na concretização de uma Igreja mais missionária, mais próxima dos pobres, uma Igreja de todos. Eles acreditaram na Igreja católica como instrumento para ajudar a superar situações sociais que levam as pessoas ao sofrimento, para superar a pobreza, a desigualdade, o racismo, a luta pela terra, a exclusão social, as violações de direitos. Bispos companheiros de caminho do povo, que sabiam ir na frente, no meio ou atrás do povo, dependendo de cada momento e situação. Bispos que não duvidaram em incomodar os poderosos para defender os pequenos. Bispos que ajudaram a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, a ser uma voz respeitada na sociedade brasileira. Com sua sabedoria, inteligência, capacidade de raciocínio, experiência de Deus, eles se tornaram anunciadores do Reino de Deus. E faziam isso com gestos concretos, onde mostravam às claras aquilo que define o próprio Deus: sua capacidade de amar aos pequenos, aos descartados, àqueles que não tem lugar. Comprometidos com o Concílio Vaticano II Comprometidos com os ensinamentos do Concílio Vaticano II, encontraram em sua doutrina elementos para denunciar tudo aquilo que na sociedade brasileira contradiz o Evangelho. Bispos que chamavam as coisas pelo nome, apostando no cristianismo encarnado, comprometido com a justiça de Deus em defesa daqueles que ninguém defende, que a sociedade condena. Seguindo o Ano Jubilar que estamos vivenciando em 2025 podemos dizer que os três bispos falecidos na mesma data, 27 de agosto, foram peregrinos de esperança. As pessoas encontraram e continuam enxergando sementes de esperança em suas vidas. Seu exemplo tem que nos levar a nos questionarmos como sociedade e como Igreja, ainda mais diante de tantas pessoas que perderam a esperança em nosso tempo atual. Um espelho para o Brasil atual Homens que devem ser um espelho para o Brasil atual, para a Igreja católica que hoje peregrina no país. Somos desafiados a assumir que o Evangelho tem que ser vivenciado fora dos templos, que acreditar em Deus tem que nos levar a um compromisso de vida com as pessoas, especialmente na defesa dos descartados, daqueles que não contam. Bispos que colocaram seu ministério ao serviço de todos, que entenderam que ser bispo é um serviço e um compromisso com um mundo melhor. Falecer no mesmo dia não pode ser visto simplesmente como uma coincidência, mas como um sinal de Deus, que se faz presente nas pessoas. Eles são presença de Deus no meio de nós e sua vida é um chamado a sermos cada vez mais profetas, a não ficar indiferentes com a vida dos outros, especialmente com a vida dos pequenos. Editorial Rádio Rio Mar