Os ministros ordenados da arquidiocese de Manaus realizaram seu Jubileu no dia 9 de agosto. Uma oportunidade para vislumbrar “não apenas o sentido do nosso ministério, mas o dom da fé”, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Suas palavras deram início a uma celebração penitencial na comunidade São Francisco de Assis, área missionária Cidade de Deus, com a presença dos bispos, padres e diáconos.
O caminho da misericórdia e da bondade
Segundo o arcebispo, “é o fato de termos sido salvos e redimidos que vivemos a esperança. A esperança de que a redenção acontecida nos ilumina, nos fortalece, nos aquece e sempre de novo nos coloca a caminho. É o caminho da misericórdia e da bondade.”. Nessa perspectiva, a importância da celebração penitencial, pois “reconhecer a fraqueza é reconhecer o amor, reconhecer o amor é reconhecer a fraqueza, é reconhecer que fomos salvos e redimidos”, fazendo um chamado a buscar o perdão e a misericórdia. Juno com isso, que o Ano Santo “fortaleça nosso ministério, ajude a nos colocarmos cada vez mais a caminho para bem servir às comunidades e sermos anúncio do Reino novo, o Reino da Salvação”.

A celebração penitencial foi ocasião para descobrir, segundo o cardeal Steiner, que “quem nos faz caminhar não é o pecado, a infidelidade, quem nos faz caminhar é a atração de Deus, o que nos faz caminhar é a atração de ter sido amados até a morte e morte de Cruz. O que nos faz caminhar é justamente podermos perceber a participar do Reino novo que foi restaurado na redenção de Jesus. O que nos faz caminhar é esse novo céu, essa nova terra”, proclamada pelo profeta Isaías. Um pedir perdão com o coração confiante e alegre, “porque recebemos a graça de reconhecer a fraqueza do pecado é a possibilidade de uma participação cada vez maior da redenção, da salvação, da misericórdia”, sublinhou o arcebispo.
Esse momento penitencial foi seguido de uma pequena peregrinação, saindo da comunidade São Francisco de Assis até a comunidade São Benedito, onde aconteceu a celebração eucarística. Junto com os ministros ordenados caminhou o povo da área missionária Cidade de Deus. Um momento que recebeu o reconhecimento daqueles que em suas casas, nos comércios, se juntaram com esse momento jubilar dos ministros ordenados. Povo da periferia de Manaus que sente a presença e companhia dos ministros ordenados em seu cotidiano.

Deixar-se tocar pela Palavra
Na homilia, o cardeal Steiner disse que “tendo ouvido a Palavra, deixando se tocar pela Palavra, Jesus percebe agora qual é a sua missão”, que Ele assume. Essa missão é “cantar eternamente o amor do Pai, era espalhar, esparramar o amor do Pai, se cumprir o amor que Deus havia prometido.” Algo que se concretiza no envio para os pequenos, para os pobres, “é de novo despertar, é iluminar, é abrir olhos, mas especialmente envio para a liberdade. O amor da cruz é a liberdade”, enfatizou o arcebispo de Manaus.
Isso porque “o único amor que realmente liberta e libertou toda a humanidade a cada um de nós, do qual vem o nosso ministério, seja diaconal, presbiteral, episcopal, é um amor à vida nova”. Aos ministros ordenados, o cardeal Steiner fez um chamado a se comprometer, a no amor de Deus “assumir ainda melhor o nosso ministério.” Para isso ele pediu que “a nossa participação da vida da Igreja, seja uma participação de disposição, de alegria”.

Guiados pelo amor esperançoso
Mesmo diante dos momentos difíceis na Igreja, na política, na sociedade, o cardeal disse que “sempre nos deixaremos guiar pelo amor esperançoso.” Junto com isso, ele pediu aos ministros ordenados “ajudar as pessoas a viverem o Evangelho, a remeter sempre de novo, não para as normas, não para o comportamento moral, mas para a alegria de sermos redimidos, termos sido salvos, termos sido inseridos no amor da Trindade, termos sido conquistados elo amor de verdade.” Uma dinâmica que ajude para que “esse nosso ministério possa sempre de novo apontar para essa realidade original, fontal. E nós vivemos o nosso ministério a partir dessa fonte, dessa graça, desse dom”.
Isso fará com que os ministros ordenados possam servir com alegria às comunidades, “mas especialmente, ser uma pessoa profundamente realizada, porque tocado por um amor”, afirmou o arcebispo de Manaus. Ele pediu finalmente que “Deus nos dê a graça de vivermos com intensidade do nosso ministério, porque é o ministério da redenção, porque é o ministério da salvação, que assim possamos sempre de novo apontar para a fonte”.