Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Tag: Diocese de São Gabriel da Cachoeira

Diocese de São Gabriel da Cachoeira aprofunda os caminhos da Sinodalidade em Assembleia Pastoral

Nos dias 14 e 15 de novembro a Diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou a primeira Assembleia Pastoral da cidade. Com o tema “A Sinodalidade, passos e caminho para a uma Pastoral de Conjunto”, o encontro tratou da redivisão da presença missionária dos presbíteros e da vida religiosa consagrada, da iniciação cristã e da catequese nas comunidades urbanas. A experiência enfatiza o desejo de comunhão, participação e missão. Com mais de 100 participantes, entre leigas e leigos, as Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora, as Irmãs Filhas de Santa Maria da Providência, as Irmãs Catequistas Franciscanas e as Irmãs Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração. E também com os missionários do Sagrado Coração, os padres diocesanos locais e os padres fidei donum e o serviço pastoral paroquial dos Salesianos de Dom Bosco buscando uma melhor presença e experiência nas itinerâncias. No primeiro dia, foi apresenta a história desde o tempo das missões até o surgimento da nova área missionária que se chamará Sagrada Família, no bairro Miguel Quirino. Segundo Dom Vanthuy Neto, bispo da Diocese, com a ajuda de Pe. Sidcley e o Sr. Edivaldo, descobriram “espaços na cidade de São Gabriel onde nós não temos uma presença física ou uma capela ou mesmo uma comunidade humana”. E a partir disso, as comunidades urbanas se dividirão em três paróquias: Catedral Arcanjo São Gabriel, São João Bosco e Nossa Senhora Aparecida e a Área Missionária Sagrada Família. Caminhar juntos Durante o sábado, os participantes da assembleia identificaram a necessidade da construção de um Plano Pastoral de Conjunto para atender as necessidades da cidade. Especialmente após o último censo, que indicou um crescimento do número de evangélicos. Por isso, optaram por quatro caminhos: o da ministerialidade, da iniciação à vida cristã, da catequese e da sustentabilidade da Evangelização na região. Quanto a dimensão transversal da ministerialidade, as quatro áreas eclesiásticas da cidade contarão com uma comissão de trabalho para formação do povo de Deus à serviço nas comunidades. Já para os temas da iniciação cristã e da catequese, priorizarão a construção dos caminhos da catequese dentro da cidade, nas comunidades do Rio Negro, do Rio Curicuriari e do Rio Uaupés. Valorizando as duas experiências fortes das comunidades: o batismo e a catequese. Sustentar a vida comunitária Além disso, Dom Vanthuy Neto destaca “um clamor que veio das comunidades” de “como sustentar a Evangelização”. Essa perspectiva da sustentabilidade passa pelo dízimo, ofertas, envolvimento do povo, pela construção de capelas e sustento da formação do povo de Deus. Mas também pelo lado humano, com famílias que enfrentam o alcoolismo e o suicídio entre os jovens, nesse ponto, o carisma Salesiano apoiará a organização de um serviço juvenil. Ao final, as comissões de leigas e leigos formadas e demais participantes demonstram animação com o caminho pastoral iniciado para a cidade de São Gabriel, que os conduzirá a Assembleia do ano seguinte. Dom Vanthuy Neto sublinha que “a ideia é que se cada vez, mais se estreite uma comunhão”, principalmente com o crescimento urbano e as dinâmicas de êxodo rural e presença dos migrantes venezuelanos. Desse modo, o trabalho conjunto entre missionários, religiosos e religiosas; e padres diocesanos, nas quatro comissões, ajudaram a fazer o caminho completo em 2026. Fotos: Diocese de São Gabriel da Cachoeira

A Igreja do Rio Negro recebe a benção de Papa Leão XIV

O padre Wellington Abreu, religioso Salesiano, diretor da Missão Salesiana em Iauaretê, diocese de São Gabriel da Cachoeira, participou da audiência geral com o Papa Leão XIV, realizada nesta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, o padre teve a oportunidade de cumprimentar o Santo Padre, lhe entregando um trançado de arumã, confeccionado por Jocivaldo Padilha, onde dizia: “Papa Leão XIV – Igreja do Rio Negro”. Segundo o salesiano, o Papa abençoou a diocese de São Gabriel da Cachoeira e a Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, e disse que é muito feliz pelas missões indígenas. Leão XIV pediu para não desanimar e ser cheios de esperança. Estreita comunhão com o Papa O bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto destacou a alegria do encontro do padre Wellington com o Papa Leão XIV neste ano em que a Igreja do Rio Negro comemora 100 anos de evangelização, e ter recebido a benção do pontífice. Segundo o bispo, “contar com a benção do Papa é saber da estreita comunhão que nós queremos ter com o Papa, mas também do Papa para conosco. A benção dele confirma o caminho da Igreja do Rio Negro, de modo especial no diálogo, na escuta, de uma convivência linda com esses 24 povos originários”. “Na escuta, no diálogo do Espírito, que o Espírito quer dizer a esta igreja da Amazônia, considerada a maior em território geográfico aqui do Brasil, se fala até das Américas, mas também a mais plural, 18 línguas, 24 povos”, acrescentou dom Vanthuy. “Para mim, que a igreja confiou o serviço no ministério de Bispo, uma alegria muito grande, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade, porque a bênção do Papa nos faz lembrar a nossa estreita comunhão com ele, mas também nos faz lembrar que ele confirma o caminho dessa igreja”, refletiu o bispo da Igreja do Rio Negro. “Como pequeno bispo, iniciando nesses quase dois anos de ministério, é uma alegria muito grande, porque nos faz descobrir que as sementes plantadas aqui pelos grandes missionários salesianos, pelos bispos que aqui passaram ultimamente, de modo especial Dom Walter, Dom José Song e Dom Edson, que trilharam por esse caminho de diálogo com os povos originários e de servi-los de modo especial naquela grande causa que é a defesa dos seus territórios, de suas culturas e, de modo especial, num grande incentivo, como foi dos salesianos, no campo da educação, para não só colocar os povos do Rio Negro num pé de igualdade aos povos do Brasil, mas, de modo especial, dizer que aqui, Deus também fez e continua a fazer e abrir caminhos de santidade nessas várias experiências dos caminhos religiosos que ele instaurou com estas culturas”, finalizou dom Vanthuy.

Seminaristas vivenciam 12º Experiência Missionária na Prelazia de Itacoatiara

Os seminaristas do Regional Norte 1 estão reunidos na Prelazia de Itacoatiara para a 12° Experiência Missionária, organizada pelo Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE Labontè). A experiência integra o processo formativo dos futuros presbíteros do regional, oportunizando a vivência com as realidades pastorais das igrejas locais. A programação iniciou no sábado (18) e se estende até o próximo domingo (26). A Missa de envio, na Catedral da Prelazia, marcou o início das atividades e contou com presença de agentes de pastoral e fiéis. Depois, os seminaristas seguiram para comunidades ribeirinhas e urbanas, onde fizeram visitas, celebrações, momentos de oração, encontros e rodas de conversa para fortalecer a “comunhão e a corresponsabilidade missionária”, segundo Lucas Santos, seminarista da Diocese de Roraima. Para ele, a experiência missionária é “um momento formativo para os futuros presbíteros, que vivenciam a realidade amazônica e são convidados a cultivar um olhar sempre mais próximo, fraterno e comprometido com a vida do povo”, explicou. O caminho comunitário As atividades da experiência missionário estão alinhadas ao Jubileu da Esperança, com o tema “Missionários da esperança entre os povos”, escolhido pelo Papa Francisco, e o lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). E buscam responder, como sinal de Esperança, ao grito urgente das pessoas que ecoa de diversas partes do mundo. O encontro com as realidades da igreja na Amazônia é fundamental para que os jovens seminaristas aprimorem seu modo de atuação. Na Exortação Apostólica Querida Amazônia, Papa Francisco recorda, ao citar o Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, que a “vida é um caminho comunitário onde as tarefas e as responsabilidades se dividem e compartilham em função do bem comum. Não há espaço para a ideia de indivíduo separado da comunidade ou de seu território”. Essa dinâmica corresponde às aspirações evangélicas de caridade, e é um “estímulo à cultura do encontro”, onde as relações são novamente restabelecidas. É uma possibilidade para que os seminaristas recordem a vocação evangelizadora presente em cada cristão e cristã batizado. Ou seja, para que desde agora sejam capazes de reconhecer as necessidades dos povos amazônicos, exercendo seus trabalhos com a força profética do Evangelho encarnado na realidade. Aprofundar a fé Dessa forma, a experiência missionária é o espaço para que os jovens missionários aprofundem sua fé. O encontro com os povos permite que haja um reconhecimento mútuo como anunciadores do Evangelho. E o vínculo, nascido nos caminhos, nos diálogos e nos encontros, é a manifestação da Esperança oferecida por Jesus, convida à uma abertura de coração para tocar, compreender e transformar o modo de ver o mundo. Nesse aspecto, o seminarista Jainer Reina, da Diocese do Alto Solimões, comentou que a experiência na Paróquia de Nazaré, em Itapiranga, “está sendo maravilhoso, visitando as famílias, os idosos, os necessitados”. Ele enfatiza que esses momentos motivam “a nossa fé, a minha vocação para ser um sacerdote”. E espera que os frutos dessa missão “possa amadurecer mais e mais na minha vocação”, terminou. Fotos: Lucas Santos.

Cardeal Steiner: “A Sinodalidade é o modo de ser Igreja assumido pelo Regional Norte 1”

O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), finalizou a 52ª Assembleia. Aproximadamente 70 pessoas, das nove Igrejas Locais, estiveram presentes em Manaus, entre os dias 15 e 18 de setembro. O encontro foi um momento de aprofundamento das dinâmicas de Sinodalidade e de construção das diretrizes nacionais e regionais para a Ação Evangelizadora. O arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1, cardeal Leonardo Steiner, comentou que a sinodalidade é um modo de ser Igreja assumido pelo regional. E mesmo que já seja uma realidade presente, é possível continuar avançando nessa dinâmica. “O nosso regional se caracteriza já por ser uma igreja sinodal, mas isso não significa que não temos muito a caminhar ainda. Temos muito para caminhar. O próprio modo da Assembleia é um modo muito sinodal, a participação de todos, mas nós desejamos que esse modo sinodal esteja também presente nas comunidades, seja presente nas áreas missionárias, nas paróquias, e assim a igreja toda seja ela sinodal, onde todos participam, onde todos pelo batismo se sentem profundamente integrados na igreja, se sintam realmente povo de Deus”, explicou o arcebispo. A escuta presente na Igreja da Amazônia O cardeal Steiner participou do Sínodo da Sinodalidade. Em suas palavras, destaca que a Igreja da Amazônia possui elementos significativos para oferecer à sinodalidade na Igreja Universal. Mas que esse processo nasce da escuta e é como a igreja “pode contribuir, no sentido de nós buscarmos ouvir as pessoas, ouvir os fiéis, e da escuta, irmos como que planejando as nossas ações”. Essa compreensão levanta questionamentos de “como sermos uma igreja presente? Como anunciarmos o Reino de Deus? Como anunciarmos Jesus Cristo crucificado e ressuscitado nas diversas culturas, nas diferentes situações, nas tensões que muitas vezes existem?”. É nesse contexto “que podemos dar uma grande contribuição no sentido de sermos todos nós pessoas que escutam e porque escutam são capazes de perceber. Assim se pode anunciar o Reino de Deus. Assim se pode anunciar Jesus crucificado e ressuscitado”, reforçou o arcebispo. Prestar contas da Ação Evangelizadora O Documento Final do Sínodo norteou as discussões durante os dias de assembleia. Ele fornece pistas para que as igrejas do Regional Norte 1 identifiquem os caminhos a serem seguidos. O presidente do Regional enfatizou que é importante aprofundar o conhecimento desse documento principalmente quanto à prestação de contas da Evangelização. “Eu penso que aprofundada na nossa região ainda precisa muito a questão de fazermos uma avaliação, uma espécie de prestação de contas, não apenas financeira. Mas de como vai a nossa Ação Evangelizadora? Como estamos anunciando? Como somos presença?”, questionou o cardeal. Daí necessidade de que o caminho a ser percorrido seja de fazer que as comunidades se sintam “cada vez mais corresponsáveis pelo Anúncio, pela Evangelização, ao mesmo tempo também perceberem: não, aqui ainda precisamos caminhar, aqui ainda podemos dar mais, aqui ainda podemos participar mais”. E esse aspecto avaliativo “nos ajuda muito a sermos cada vez uma igreja mais viva, uma igreja mais presente, uma igreja mais consoladora, uma igreja mais samaritana, diante das dificuldades que existem”, destacou Steiner. Um processo coletivo A secretária executiva do regional, Ir. Rose Bertoldo, que coordenou a preparação da assembleia, avaliou o encontro como “um processo construído coletivamente e construído na Sinodalidade. Eu pude perceber que cada diocese, cada prelazia, as pastorais sociais, a vida religiosa que esteve presente, se sentiu construtora dessa Assembleia. Foi uma Assembleia de estudo, uma Assembleia muito leve, mas também com muita responsabilidade, que é a característica do Regional Norte 1”. Além disso, o Regional tem o desafio de continuar criando os processos que posteriormente se desdobrarão nas dioceses e prelazias, juntamente com as pastorais sociais e todos os organismos de participação. “E a gente vem estudando as diretrizes da ação evangelizadora que serão aprovadas em 2026 na Assembleia da CNBB Nacional, mas também já estamos apontando caminhos para a construção do nosso documento, as nossas diretrizes. A gente vai elaborar um documento inicial, já com as proposições que foram tiradas durante essa Assembleia, que depois serão complementados a partir das diretrizes nacionais e também dos encaminhamentos que a próxima Assembleia dará do documento”, explicou Ir. Rose Bertoldo. Conhecer o Documento Final Junto com isso, a expectativa é que as dioceses e prelazias continuarão a estudar o documento final do Sínodo da Sinodalidade. Esse processo continuado vai aos poucos moldando o futuro da Evangelização no Regional. “E essa é a ideia, é de dar a conhecer o documento para as nossas lideranças que estão lá nas comunidades. E também dar a conhecer tudo aquilo que a gente foi construindo como perspectiva de construção das novas diretrizes. Tendo esse olhar para a realidade, para o território do Regional Norte 1, que tem, assim, realidades que são comuns, mas também tem realidades que são específicas, dependendo de cada igreja local”, finalizou a secretária executiva.

Catequese indígena: “descobrir Deus e nossa relação com Ele, com os outros, com a natureza”

Mais de 300 catequistas da Amazônia se reuniram de 24 a 27 de julho em Castanhal (PA), para participar do Nortão da Catequese, que teve como tema: “Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: Anúncio, Mistagogia e Ecologia Integral.” Tem sido dias de partilha de experiências para oferecer elementos para as igrejas locais em seus processos catequéticos, fortalecendo a pluralidade da identidade amazônica. Catequese indígena no Alto Rio Negro Uma dessas experiências foi partilha pela catequista indígena da paróquia Nossa Senhora Aparecida, diocese de São Gabriel da Cachoeira, Deusimar Uahó, do povo desano. Na Igreja do Alto Rio Negro, com 294 mil quilómetros quadrados, moram 24 povos originários, com uma forte influência das cosmovisões indígenas, entendendo a catequese como “nosso descobrir a Deus e nossa relação com Ele, com os outros, com a natureza”, segundo a catequista indígena. Depois da chegada dos primeiros missionários, e do processo de colonização que se deu naquele momento, a catequese indígena está fazendo um caminho de ressignificação, seguindo um princípio norteador: “a boa nova da cultura dos povos indígenas, acolhe a boa nova de Jesus.” Segundo Deusimar, “nossa relação com Deus, Tupãna, Oãkʉ, O’amʉ, com nossos antepassados, nossos pais e mães primeiros, vem do sagrado de nossas culturas e religiosidades. Nossa catequese nasce, se desenvolve aí, é em casa/nossa aldeia que somos educados ao sagrado e à espiritualidade”. Ressignificar   “Essa ressignificação do sagrado está sendo realizada a partir do conhecimento tradicional dos povos, valorizando e rezando como batizados, fazendo essa relação, para caminhar junto em diálogo intercultural entre a Igreja e o sagrado dos povos indígenas”, ressalta a catequista. Nas comunidades, como parte da espiritualidade indígena, ela destaca “a nossa partilha, a hospitalidade, as nossas orações, os nossos catequistas antigos que ainda têm vivido essa vocação em nossas comunidades, é essa nova geração que vem trazendo também um resgate cultural, inserindo dentro da Igreja os nossos valores, os nossos rituais, as nossas línguas, músicas, trabalhando também os nossos nomes tradicionais”. Um processo devagar, mas que vem tendo cada vez mais visibilidade, ajudando a entender a importância da sua identidade como povo indígena. Durante décadas a Igreja do Rio Negro foi confiada aos Salesianos e Salesianas, sendo a educação, os internatos e as comunidades elementos importantes na missão. Após o Concílio Vaticano II e o encontro e Documento de Santarém, em 1972, os internatos são fechas e a catequese se realiza nas comunidades, sendo criado o ministério do catequista em cada comunidade, com um grande avanço na formação desses catequistas e de outros agentes. Nessa época começam a aparecer as vocações indígenas à Vida Religiosa e o presbiterato, os indígenas do Rio Negro para o mundo. Se realizam assembleias pastorais, se avança no processo de inculturação, recolhendo a proposta do Documento de Aparecida para ser discípulos missionários. Diálogo intercultural Em 2015 acontece uma missão da Catequese: “A boa nova das Culturas acolhe a Boa Nova de Jesus”, incentivando o diálogo intercultural. Também foi de grande importância o Sínodo para a Amazônia, a figura do Papa Francisco e sua valorização dos povos e culturas indígenas e sua exortação pós sinodal Querida Amazônia. Deusimar destaco o impulso que está sendo dado pelo atual bispo, dom Raimundo Vanthuy, que define como bispo pastor e sinodal. Está se avançando numa catequese integral, onde é valorizada a partilha, os encontros comunitários, as convivências, a participação dos catequizandos, o resgate cultural: artes, línguas indígenas, medicina indígena, povo, rios, territórios, nomes tradicionais, grafismos, dentre outros elementos. O novo bispo, com esse olhar sinodal, “ele tem dado essa abertura para que os indígenas tenham esse espaço para manifestar, expressar a sua fé a partir dos seus valores locais. Ele é um bispo que está indo aonde os indígenas estão para conhecer a realidade local e ele tem se mostrado que ele quer aprender, quer partilhar o que ele sabe e aprender também com ele os caminhos que ele pode nos direcionar como bispo”, destacou a catequista indígena. Ela agradeceu o incentivo e apoio do bispo para poder participar do Nortão da Catequese”.

1° Nortão de Catequese: o caráter querigmático e mistagógico da Catequese como folêgo da Evagelização

De 24 a 27 de julho de 2025, em Castanhal, no Pará, acontece o 1° Nortão de Catequese, com o tema: Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: Anúncio, Mistagogia e Ecologia Integral. A reflexão busca oferecer elementos para as Igrejas Locais em seus processos catequéticos, fortalencendo a pluralidade da idetidade amazônica. Representação do Regional Norte 1 O evento contará com a presença do Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 23 catequistas, 2 irmãs Consagradas e 2 padres das dioceses de Parintins, Alto Solimões, São Gabriel da Cachoeira, Borba, Roraima, Coari, Prelazia de Tefé e Arquidiocese de Manaus. Dentro dos 5 painéis, nosso regional apresentará 3: Catequese Ribeirinha (Diocese de Parintins), Catequese Indígena (Diocese de São Gabriel da Cachoeira) e Catequese Urbana (Arquidiocese de Manaus), partilhado nossas experiências. Chegada dos participantes Padre Jânio Negreiros, do clero da Diocese de Parintins e coordenador de catequese do Regional Norte 1, expressou a expectativa dos participantes “com muita alegria que nós assim acompanhamos esse início e da chegada dos das nossas catequistas, assessores da catequese, dos nossos bispos, dos conferencistas, dos que vão conduzir as oficinas as e também os painéis”. Destacou também a Catedral de Castanhal como “lugar extraordinário de convivência”, visto que ela é “toda pensada no aspecto bíblico” e é como “um ver a bíblia desenhada, expressada nas paredes” e “toda sua estrutura pensada dessa forma” favorecendo um “ambiente acolhedor” e aumentando a “expectativa dos nossos catequistas”. Novo olhar para catequese na Amazônia O evento reunirá aproximadamente 500 catequistas, juntamente com as religiosas e religiosos, padres, diáconos e bispos que estarão juntos tratando das diversas temáticas e desenvolvendo o tema geral. O coordenador enfatizou que isto traz um “novo olhar para uma realidade em nossa Amazônia”. O padre explicou que o encontro acolhe “todos os regionais do Norte para esse momento realmente inaugural, inicial” de algo que “foi pensando pelos nossos bispos no ano passado, em agosto, e assim foi levado adiante essa preparação” e culminou “para vivenciar esse primeiro momento”. Por fim, padre Jânio manifestou que o evento “é algo de grande significado pra nossa catequese na nossa região amazônica”. E por isso “queremos que seja um encontro de partilha, de aprendizado e que possa trazer realmente um fôlego para Evangelização”. E “especialmente para o processo inicial da fé das nossas crianças, adolescentes e adultos que estão no processo de Iniciação à Vida Cristã e também o trabalho pastoral, bíblico dentro das nossas pastorais e movimentos de nossas prelazias, dioceses e arquidioceses”. As temáticas das quatro conferências serão: “A Igreja deve crescer na Amazônia (QA, 66): Querigma, um anúncio de Esperança“, (Cardeal Leonardo Steiner,OFM); “Aceitar corajosamente a novidade do Espírito (QA, 69): Fundamentos para catecumenatos amazônicos”, (Victor Paiva, OFS); “Cuidar da Amazônia (QA, 51): Catequese a serviço de uma ecologia integral” (Moema Miranda, OFS); e “A este mundo, só a poesia poderá salvar (QA, 46): A literatura na transmissão da fé”, (Dom Antônio Fontinele), respectivamente, e finalizará com a peregrinação Jubilar até a Igreja Catedral.

Igreja do Rio Negro reza por Francisco, “o Papa que ficou mais perto de nós”

A Igreja do Rio Negro se reuniu na manhã desta segunda-feira da Oitava da Páscoa para elevar uma prece a Deus na gratidão pela vida e ministério do Papa Francisco. Os religiosos e religiosas presentes na sede de diocese de São Gabriel da Cachoeira, bem como os vocacionados, com a presença do bispo, dom Raimundo Vanthuy Neto, mais ou menos umas 60 pessoas, cantaram o ofício, lembrando de modo especial o Salmo do Bom Pastor, onde boa parte dos presentes fizeram uma bela memória do Papa Francisco. Todo discípulo chamado a ser pequeno Dom Vanthuy definiu Francisco como “o Papa que nos ajudou a redescobrir a alegria do Evangelho, e a alegria como mistério e como dom da missão.” Do Papa, o bispo destacou o fato de que se deixou beijar e beijou muitas crianças, sua predileção para que as crianças pudessem se aproximar dele. Igualmente, o chamado a que “todo discípulo é chamado de ser pequeno. Todo discípulo, de uma certa forma, é como criança ainda no conhecimento e na adesão ao amor de Jesus Cristo.” Segundo dom Vanthuy, na oração foi lembrado que Francisco foi o Papa que mais pediu às pessoas para rezar por ele. Para o bispo de São Gabriel da Cachoeira, isso significa que “todo ministério a serviço da Igreja é uma comunhão também com os outros, que participam de modo especial nesse caminho da oração”, afirmando que “o Papa que nós rezávamos por ele e que agora com certeza vai rezar por nós no céu.” O cocar do Papa O bispo disse que “outra imagem muito bonita é o Papa que se aproximou muito da Igreja do Rio Negro, da Amazônia. Seja pela experiência do Sínodo, seja porque um dos presentes da última visita Ad limina, foi o cocar levado pelo bispo do Rio Negro, Dom Edson, para o Papa. Quando ele mesmo disse na brincadeira, essa parece uma mitra, mas não é possível chegar na praça de São Pedro com ela.” Algo que tocou profundamente e emocionou os presentes, pois foi um cocar feito no Rio Negro para um Papa que sempre próximos com as causas dos povos indígenas, algo que ele mostrou na canonização de São José Allamano. Dom Vanthuy destacou a imagem do Papa que “se faz irmão da ecologia, o Papa que ficou mais perto de nós. Essa região tão preservada, mas ao mesmo tempo que tem tanto medo diante das ameaças.” Ele recordou que será celebrada uma missa às 18 horas, momento quem as igrejas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foram convocadas a tocar os sinos das paróquias e comunidades. A Igreja de São Gabriel da Cachoeira irá celebrar o sétimo dia de Papa Francisco “como um sinal onde todas as paróquias vão experimentar celebrar com o povo de Deus”, encerrou o bispo.

No final do Retiro do clero, diocese de São Gabriel da Cachoeira celebra Missa dos Santos Óleos

Sob a orientação do bispo emérito da diocese de Araçuaí (MG), dom Esmeraldo Barreto de Farias, o clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou de 31 de março a 3 de abril seu retiro anual, que encerrou com a celebração da Missa dos Santos Óleos. Centralidade da Palavra Na homilia, o bispo diocesano, dom Raimundo Vanthuy Neto, destacou três imagens de Jesus no texto do capítulo 4 do Evangelho de Lucas. A primeira, Jesus voltando a Nazaré, onde experimenta fortemente ser acolhido na sua comunidade com um papel bonito de leitor da Palavra de Deus. Segundo o bispo, “a centralidade da Palavra na vida de Jesus é a Palavra que se torna central na vida do discípulo, o discípulo presbítero”, recordando que, segundo o Beato Antônio Chevrier, a primeira tarefa do presbítero, daquele que quer ser discípulo verdadeiro, é estudar nosso Senhor Jesus Cristo, é mergulhar na Palavra. Dom Vanthuy sublinhou que “a Palavra transforma, a Palavra converte, a Palavra nos faz parecidos com a Palavra, o Verbo”, o que “nos faz lembrar que toda a vida discipular e toda a vida da Igreja é um ao redor da Palavra.” Junto com isso, disse que Jesus que foi educado a uma escuta, a uma compreensão e a uma prática da Palavra.” A escuta da Palavra nos torna sensíveis Uma segunda imagem que destacou o bispo é que é dado o livro do profeta, e nesse momento “Jesus acolhe um programa dado pela profecia”, vendo nas Palavras do profeta Isaias que “a escuta da Palavra torna os homens sensíveis às experiências humanas frágeis, de opressão, de cegueira, de cativeiro, e aponta para caminhos. A Palavra conduz o homem à liberdade, conduz o homem a enxergar de verdade, a ver a partir do olhar de Deus e com o olhar também dos outros, e a enfrentar todo tipo de opressão. O bispo lembrou que “Jesus se torna sensível às fragilidades humanas, aos limites humanos, aos pobres, à pobreza, à escravidão, à cegueira e à opressão”, como um dos sinais de sua vida. É por isso que “Jesus, depois de ler o Evangelho, descobre que não tem como ler o Evangelho e ficar insensível aos sofredores, aos pequenos.” O bispo também destacou que “a Palavra nos conduz a uma missão, é um chamado à missão”, afirmando que a vida presbiteral se encontra aí. Ele lembrou aos padres a beleza da caridade pastoral, que a escuta da Palavra atenta torna o discípulo, o presbítero, um homem sensível às realidades humanas. O presbítero, como diz o Papa Paulo VI, “ele é convidado a ajudar as pessoas que estão em condições menos humanas para a passagem para condições mais humanas”. Nesse sentido, ele disse que “o Evangelho conduz a erguer os outros na sua dignidade.” Fazemos a evangelização com os outros Recordando que o texto do Evangelho diz que “ele fecha o livro e entrega ao ajudante”, dom Vanthuy disse que isso, “nos faz descobrir que Jesus também necessitou de ajuda para compreender a Palavra do Pai, para descobrir a vontade do Pai”, vendo nos pobres aqueles que ajudam a descobrir a verdadeira Palavra do Pai. Junto com isso, o bispo enfatizou que “nós somos necessitados uns dos outros”, que “nós não fazemos evangelização sozinhos, fazemos com os outros”. Isso lembra as Palavras de Papa Francisco, uma Igreja que caminha junto, em sinodalidade. Por isso, o bispo recordou aos padres que “os presbíteros precisam de uma grande ajuda do povo de Deus, das lideranças, para que a missão aconteça. Não se pode fazer missão solitária”. Dom Vanthuy destacou que “nós vivemos em um processo de que somos dependentes uns dos outros na missão”, o que pode ajudar a poder enfrentar as forças que oprimem o Rio Negro, como a bebida e o suicídio. No centenário da Igreja do Rio Negro, o bispo lembrou que “tantos homens e mulheres vieram de fora para nos educar a olhar a Jesus”. Um olhar que “aponta para as nossas reais necessidades e nos socorre.” Dom Vanthuy destacou e agradeceu a presença de Dom Esmeraldo e sua participação ativa na celebração, refletindo sobre o sentido dos óleos abençoados: batismo, para compreender melhor a Palavra; dos enfermos, para ser solidários na hora do sofrimento e dar coragem; e do Crisma, que leva os presbíteros a assumir a missão de Cristo.

Seminaristas de Novo Hamburgo e Colatina iniciam experiência missionária em São Gabriel da Cachoeira

Dois seminaristas da diocese de Novo Hamburgo (RS) e dois seminaristas da diocese de Colatina (ES) iniciaram recentemente uma experiência missionária na diocese de São Gabriel da Cachoeira. Os seminaristas da diocese de Novo Hamburgo são Anderson Possamai e Luan Carneiro, que ficarão nessa experiência durante um ano. Eles chegaram em São Gabriel da Cachoeira acompanhados do reitor do seminário da diocese de Novo Hamburgo, padre Miguel Arnold. Da diocese de Colatina chegaram os seminaristas Carlos Daniel de Souza Martins, que igualmente ficará por um ano, e Wellington Tolentino Gomes, que vai fazer uma experiência missionária de um mês. A Amazônia desperta o deseja de uma Igreja em missão Segundo o bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto, a experiência pastoral que os seminaristas irão realizar, para servir na Igreja da Amazônia, mostra que “a Amazônia continua atraindo e continua despertando o desejo de uma Igreja em saída, uma Igreja em missão”. Ele destacou a alegria com que os seminaristas têm sido acolhidos pelo povo da diocese. Eles estão participando da Escola de Teologia e Pastoral da diocese, iniciada no dia 15 de janeiro, onde será trabalhado a Campanha da Fraternidade, o Jubileu, a história da Igreja no Rio Negro e Liturgia, que reúne mais de 70 lideranças das comunidades da diocese de São Gabriel da Cachoeira, dando assim continuidade a uma experiência de formação “para servir bem ao Povo de Deus”, enfatizou dom Vanthuy. Um desejo dos seminaristas Segundo o padre Miguel Arnold, os seminaristas de Novo Hamburgo “se dispuseram a fazer essa experiência missionária como parte de seu processo formativo, foi um desejo do coração deles, que a gente acolheu de muito bom grado, porque a gente percebe o benefício para a formação deles e a repercussão que essa experiência missionária vai trazer dentro do próprio seminário, dentro da própria diocese, na sensibilização de todos os seminaristas e de toda nossa realidade diocesana para a missão”. O reitor do seminário da diocese de Novo Hamburgo disse que “a partir do fato deles estarem aqui, inseridos na missão junto aos povos originários aqui na região amazônica, nós estaremos acompanhando de perto com as nossas orações, de alguma forma também nos mobilizando para enviar ajuda para eles. Estamos todos muito mais sensíveis para a dimensão missionária e quem sabe o Espírito Santo vai suscitando cada vez mais missionários na nossa diocese. Fazendo essa experiência de igrejas irmãs vamos enriquecendo cada vez mais nossa eclesiologia, nossa consciência de sermos uma só Igreja, espalhada pelo mundo todo, pelo Brasil inteiro, somos sempre a mesma Igreja com a única missão de levar Jesus Cristo a todas as pessoas”. A diocese de Novo Hamburgo tem uma experiência de igreja irmã com a arquidiocese de Porto Velho (RO), e “nós estamos alargando essa experiência missionária com a diocese de São Gabriel da Cachoeira”, disse o padre Miguel, que enfatizou o desejo da diocese de “desenvolver cada vez melhor a dimensão missionária”, com o apoio e incentivo do bispo da diocese, dom João Francisco Salm, querendo “estar em linha com a Igreja de Papa Francisco, essa Igreja em saída, essa Igreja que busca as periferias existenciais e geográficas, pois aí onde há povo, aí há razão para estar o anúncio da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse o reitor de seminário de Novo Hamburgo, que mostrou o desejo de “crescer cada vez mais nessa compreensão, nesse esforço missionário”. Apoio e incentivo do bispo e formadores Para Anderson Possamai, seminarista de 25 anos, da cidade de Parobé (RS), que será missionário na paroquia São Sebastião de Cucui, um distrito do município de São Gabriel da Cachoeira, o desejo missionário surgiu do Congresso Missionário realizado em Manaus, representando o Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE), do Rio Grande do Sul, quando disse ter se apaixonado pela realidade local e a Igreja local. Ele destacou o apoio e incentivo do bispo e dos formadores, e espera “não só ensinar o amor de Deus para aquelas pessoas, mas que eu possa aprender muito também com essas pessoas que encontrar pelo caminho”. Sinal para a Igreja de missão e a Igreja local Também da diocese de Novo Hamburgo chegou o seminarista Luan, do primeiro ano da Teologia, que também realizará sua missão em Cucui. “Esse desejo de fazer missão, de levar Cristo aos outros e aprender deles também sempre esteve comigo desde que entrei no seminário há oito anos”, disse o seminarista, que foi amadurecendo seu desejo na direção espiritual e no diálogo com os formadores. Ele destaca que a diocese sempre ficou muito feliz em acolher seu pedido, pois existe o desejo de ter uma diocese mais missionária. Ele disse que “nós na seremos um sinal para as pessoas aqui, mas para as pessoas que deixamos em nosso Estado, vai ser um grande crescimento para todos”. Desde criança encantado pela missão Carlos Daniel, seminarista da diocese de Colatina, tem 25 anos e terminou os estudos de Teologia no final de 2024, iniciando agora a etapa da síntese vocacional. Ele destacou que “desde pequeno, eu sempre estive muito envolvido com a atividade missionária da Igreja”, participando da Infância e Adolescência Missionária. Um encanto pela missão que continuou quando ele entrou no seminário, sendo reforçado com a participação ativa do Conselho Missionário de Seminaristas, chegando a ser secretário do COMISE Nacional. Ele disse estar em São Gabriel da Cachoeira para acompanhar as celebrações do Ano Santo e vivenciar o centenário da Igreja do Rio Negro, destacando que se encheu de alegria quando soube que iria realizar essa experiência, que “pode enriquecer muito a minha vida e a minha vocação”. Ele disse saber os desafios logísticos e culturais existentes em São Gabriel, pelas distâncias e os muitos povos indígenas que vivem na diocese, “mas venho com muita disposição missionária, venho como um irmão entre irmãos para contemplar o rosto Amazônico da Igreja”, sublinhado que le espera de todo coração, “ser testemunha de Cristo para o povo de São Gabriel da Cachoeira, mas sobretudo encontrar Cristo no…
Leia mais

Assembleia da diocese de São Gabriel da Cachoeira: “Não é possível caminhar separado, mas em sinodalidade”

A diocese de São Gabriel da Cachoeira iniciou com uma celebração carregada de simbolismo sua 37ª Assembleia Diocesana, que tem como tema “Na Tua Palavra, cheios de esperança, lançaremos as redes do Evangelho” acontece de 14 a 17 de novembro de 2024, com representantes das 11 paróquias da diocese. Uma assembleia que segundo o bispo local, dom Raimundo Vanthuy Neto, passará a se chamar, após ser proposto aos participantes, de Assembleia Sinodal da Igreja do Rio Negro. A celebração de abertura foi marcada por três grandes momentos: na praia foi lembrado e feito a memória dos primeiros missionários, que chegaram ao Rio Negro, foram acolhidos pelos povos indígenas e experimentaram a oferecer a luz da fé, marcada pelos limites, pelos acertos, mas também pelos erros, iniciando uma procissão, à luz das velas, conduzidos pelo Cirio Pascal, onde foi pedido perdão pelas falhas no caminho da evangelização, e a luz do Espírito Santo. No segundo momento, dentro da Catedral, foi entoada uma ladainha, lembrando os santos que o povo do Rio Negro tanto gosta e celebra, como auge de sua fé, concretizada nas festas dos santos. Com os padroeiros e padroeiras das comunidades, o povo foi repetindo cânticos populares e hinos dos santos, sendo feita uma memória com a ajuda do padre Ivo Trevisol, missionário de longa data na diocese, sobre a presença da Igreja na vida social, de modo especial na demarcação das terras indígenas, no compromisso da formação das lideranças, na formação das comunidades e no diálogo, na defesa da vida, de modo especial o fórum das instituições do Rio Negro. A celebração deu continuidade, com a ajuda da Ir. Cidinha Fernandes com uma leitura da vida pastoral dos caminhos que a Igreja do Rio Negro foi assumindo, sobretudo a partir das prioridades de Santarém: formação das comunidades, formação das lideranças, povos indígenas e a questão da migração, uma questão muito atual na Igreja local. A Ir. Nazaré fez memória de um dos caminhos mais intensos da evangelização no Rio Negro, que foi a questão da educação, os grandes colégios, os internados, que levou a região a ser a mais alfabetizada da Amazônia, fruto da grande contribuição salesiana. A passagem do Evangelho de Lucas, onde Jesus na sinagoga se diz cheio do Espírito e apresenta o seu programa, proclamado em português e nheengatu, deu pé à partilha do padre Maurício Sete, que convidou os participantes a descobrir o caminho comum. Jesus continua a missão dele através de nós, lembrou o missionário italiano, afirmando que somos capazes porque somos homens e mulheres do espírito, destacando como Jesus tem um programa de companhia com os pobres, da defesa da vida e dos oprimidos e da questão da libertação. A celebração da Palavra continuou com a benção e partilha do pão. Na celebração, o bispo diocesano destacou três aspetos: o primeiro, que, no caminho, as nossas velas se apagam e nós precisamos dos outros. Isso nos faz lembrar que “a fé é vivida comunitariamente e quando nossa fé fica mais frágil, outros podem ajudar ela a se tornar mais intensa, luminosa”, disse dom Vanthuy, dando passo a um canto para pedir que as luzes se espalhassem na vida de cada um e cada uma, a ajuda do Santo Espírito. O segundo aspecto foi que “a experiência da assembleia é como o movimento de Jesus, as primeiras comunidades que seguem a missão de Jesus”, afirmou o bispo, que sublinhou que “a assembleia se pauta na experiência do Cristo que envia seus discípulos. Por isso, é comum, na vida discipular dos homens e mulheres que seguem Cristo, sentarem juntos para pensar o caminho que Jesus lhes ofereceu, o caminho que o Senhor lhes convidou a participar, e como responder a esse anúncio na atualidade”. O terceiro aspecto colocado por dom Vanthuy foi a formação das comunidades, que levou a assembleia a cantar que é feliz viver na comunidade. Ele lembrou o caminho vindo do Concílio, “a Igreja comunidade, Povo de Deus, testemunha, sal e fermento no mundo e na sociedade, de modo especial numa pluralidade de povos indígenas, comunidade que tem no chão a experiência tão própria dos povos originários”. Finalmente, o bispo convidou a se somar ao grande movimento iniciado no Sínodo para a Amazônia e agora confirmado “não é possível caminhar separado, mas caminharmos juntos, em sinodalidade”. Diante do flagelo das guerras em que muitas comunidades no mundo vivem, a assembleia rezou pela paz no mundo, pedindo a benção e a invocação da Virgem Maria, nela que residiu a força do Espírito e a docilidade para, como ela, seguir seu Filho mais de perto. A assembleia tem na programação a avaliação do Plano diocesano de evangelização e partilhas sobre a caminhada da diocese e como viver o centenário da criação da prelazia 1925-2025, sendo lançado o logo do Centenário. Da assembleia participa a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, que ajudará a refletir sobre o Protocolo de Proteção de Crianças e Adolescentes e Pessoas Vulneráveis. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1