No Ano Jubilar,
que nos faz um chamado a viver com esperança. nos deparamos com que a paz entre
israelitas e palestinos é possível. O diálogo dos últimos dias faz vislumbrar a
possibilidade, a esperança da paz entre dois povos historicamente inimigos, que
nos últimos 15 meses se enfrentaram em mais uma guerra com consequências
dramáticas, especialmente para a Franja de Gaza.
Uma guerra sem
sentido, que tem que nos levar a refletir sobre como superar os conflitos em
diversos níveis, mas também os conflitos dos quais cada um, cada uma de nós é
protagonista. Em uma sociedade cada vez mais polarizada, onde qualquer
situação, muitas vezes nímias, é motivo de enfrentamento, somos chamados a nos
perguntarmos até que ponto a paz é importante em nossa vida.
Sermos conscientes
da necessidade da paz é o primeiro passo para iniciar o caminho que possa nos
conduzir até alcançá-la. A paz depois de qualquer conflito é consequência do
diálogo e da negociação para encontrar caminhos comuns, que nos permitem conviver
com os outros, também com aqueles que pensam de modo diferente. Só no respeito
mútuo conseguimos avançar nesse caminho de paz que nos leva a conviver com os
outros em um espaço comum.
A guerra vivida
entre Israel e Palestina deve nos ajudar a entender que o sofrimento dos
pequenos é consequência das decisões dos grandes, que respondem a interesses
políticos, económicos, pessoais…, mas que fazem com que esses interesses
prejudiquem gravemente a vida de muita gente. O egoísmo de poucos provoca o
sofrimento de muita gente.
Como isso atinge
nossa vida? Até que ponto os diversos conflitos presentes no mundo marcam nossa
vida cotidiana? Como nos posicionamos diante das guerras que hoje provocam dor
e sofrimento em tanta gente? Qual postura tomamos quando vemos tantas cenas de
morte, especialmente de morte de inocentes, sobretudo de morte de crianças em
tantas guerras espalhadas pelo mundo?
Infelizmente,
parece que temos nos acostumados com essas situações, fazendo com que nosso
coração tenha se endurecido e a compaixão tenha se esfumado de nossos
sentimentos. A dor dos outros não produz dor em nossa vida, o sofrimento dos
outros não é mais nosso sofrimento. Permanecemos impassíveis diante dessas
realidades e aos poucos vamos nos desumanizando.
O sofrimento, a
dor de qualquer ser humano não pode ser algo indiferente para ninguém. Sermos
conscientes disso é um caminho para avançar até a paz, para não perder a
esperança de que podemos viver em paz. Se faz necessário um esforço para
encontrar o caminho de algo que sempre é possível, inclusive entre inimigos
irreconciliáveis: viver em paz.