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Assembleia Geral da CNBB conhece o trabalho da Igreja numa Amazônia “tomada pelos agrotóxicos e pelo mercúrio”

Assembleia Geral da CNBB conhece o trabalho da Igreja numa Amazônia “tomada pelos agrotóxicos e pelo mercúrio”

A Amazônia se fez presente na plenária da 61ª
Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
, que está sendo
realizada em Aparecida (SP) de 10 a 19 de abril de 2024. Rede Eclesial
Pan-Amazônica (REPAM), Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) y Comissão
Especial para a Amazônia, mostraram o trabalho missionário da Igreja amazônica numa
região que
nos
questiona todos os dias!”, segundo o bispo de Roraima e presidente da
REPAM-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler.

Ele
denunciou a destruição da Amazônia, consequência das tensões existentes e das “violações
históricas e estruturais de direitos humanos e dos direitos da natureza”
,
consequência do “paradigma tecnocrático e consumista que assola nossas vidas,
sufoca a natureza e nos deixa sem uma existência verdadeiramente digna”, da ganância.
O bispo relatou situações presentes na Amazônia: seca, realidade dos povos indígenas,
incidindo na situação dos Yanomami, sofrimento dos diversos povos, o narcogarimpo,
a violência no campo, nas águas e nas florestas, demarcação das terras
indígenas, desmatamento, falta de consulta livre prévia e informada, grandes
empreendimentos, numa Amazônia que “está tomada pelos agrotóxicos
e pelo mercúrio”
.

Uma
realidade que foi levada em novembro de 2023 a 13 ministérios do Governo
Federal, ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, em Brasília. Uma realidade
que deve estar presente na COP 30, a ser realizada em novembro de 2025 em Belém
do Pará. Diante disso, a a REPAM-Brasil pede “uma Igreja unida e caminhando com
os povos da Amazônia
”, saudando a esperança que chega desde a Amazônia.

 

A
Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) nasceu a partir das propostas que aparecem
no Documento Final do Sínodo para a Amazônia, segundo apresentou o bispo
auxiliar de Manaus e vice-presidente da CEAMA, Dom Zenildo Lima. O Papa
Francisco sugeriu que o organismo episcopal, proposta na assembleia sinodal, se
concretizasse numa conferência eclesial, cujos estatutos foram aprovados com
rapidez pelo Santo Padre, que tem apostado muito nessa conferência eclesial,
dado que “ela aponta para aquilo que é um futuro viável da Igreja, estruturas
sinodais

O
Bispo apresentou aquilo que poderia ser definido como “uma Igreja sinodal com
rosto amazônico
”, sua missão, que é  “promover
a sinodalidade e a pastoral de conjunto entre as Igrejas do território,
fomentar a interculturalidade da fé, ajudar a delinear o rosto 
amazônico
da Igreja e propiciar a tarefa de encontrar novos caminhos para a missão 
evangelizadora
incorporando a proposta da ecologia integral e fortalecendo assim a fisionomia da
Igreja na região”. Da CEAMA fazem parte as 103 circunscrições eclesiásticas na
Pan-Amazônia,

 

O
arcebispo de São Luís do Maranhão e presidente da Comissão para a Amazônia, dom
Gilberto Pastana partilhou com os participantes da 61ª Assembleia Geral da CNBB,
um pouco de nossa triste e cruel realidade, a partir da escuta do Clamor dos
Povos da Amazônia e da Natureza
”. Lembrando a importância do Encontro de
Santarém em 1972 e sua proposta de encarnação na realidade, ele denunciou que “os
povos amazônidas continuam a ser desrespeitados em um dos seus direitos mais
básicos: a autodeterminação”, criticando os “projetos de desenvolvimento” que
continuamente querem ser impostos na região, que “acarretam impactos
desastrosos na Natureza e nos habitantes da região”.

Dom
Gilberto Pastana ressaltou a necessidade da escuta dos clamores que da
Amazônia, inclusive de uma natureza que é sujeito de direitos, mas cada vez é
mais destruída, o que demanda superar a visão antropocêntrica utilitária está
superada, que submete os recursos e coloca em risco a própria humanidade. Um
caminho defendido pela Laudato Si´, “a Encíclica mais lida na História da
humanidade”. Por isso, a Comissão Especial para a Amazônia apoia “a luta pela
autodeterminação dos povos da floresta; pela demarcação dos territórios; pela
consulta prévia sobre os projetos que lhes atingem, e pelo reconhecimento dos
direitos da Natureza”
.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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