“O
Evangelho proclamado, narra a transfiguração de Jesus: enquanto Ele rezava no
alto da montanha, muda de aparência, a sua veste torna-se branca e brilhante, e
na luminosidade da sua glória aparecem Moisés e Elias”, disse o arcebispo de
Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, no Segundo Domingo da Quaresma. Segundo
ele, “eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que
Jesus iria sofrer em Jerusalém. Moisés e Elias a lançar luz sobre a paixão, a
morte e a ressurreição.”
São
Lucas nos diz, lembrou o arcebispo, que “‘seu rosto mudou de aparência’ enquanto
rezava e, no rezar, conversava com Moisés e Elias.” Ele ressaltou que “o
ao ler e meditar os
observar Moisés. O
a
as
a
que apontavam para a presença da Vida nova. Veio à
o
do
E na
verdadeira do Filho amado iluminou, brilhou, cintilou a
dos
Os profetas que iluminam o rosto do Filho de Deus e o rosto de Filho de Deus a
iluminar a Moisés e os profetas.”
“O
rosto mudou de aparência, na conversação da paixão, da morte, que Jesus haveria
de sofrer em Jerusalém. Foi revelado o
do
o
do
paixão, do sofrimento, da cruz! A aparência mudou, desapareceu a aparência
fez-se transparência na prece da Cruz!”, insistiu o cardeal Steiner.
“Diante
da transfiguração, Pedro João e Tiago,
entenderam,
da desaparência do rosto, ao verem a transparência do
uma
dizia: ‘este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que Ele diz!’
de
o aproximado, o
convidara
aparência, a humanidade do Filho do Homem, sem perceber o Filho de Deus. Ao
verem Elias e Moisés a conversarem com Jesus viram como resplandecia o rosto do
Filho de Deus no rosto do Filho do Homem.”
O
arcebispo de Manaus comentou que “na
na
Deus, o Escolhido, entreveem o esplendor da Cruz e da Ressurreição. O
brilha, ilumina o caminho da dor e da cruz. Ao vê-lo
diafania do Homem das Dores. Viram a
pende da cruz por amor.”
Segundo
o cardeal, “na conversação sobre o sofrer e a morte em Jerusalém, entreleram
todas as dores, sofreres, doenças, mortes, as desumanidades, as violências, os
abusos. Viram a finitude, a fraqueza da humanidade ser transformada, a
história dor e do sofre e da morte ser elevada. Resplandecente nas vestes,
o rosto sem aparência, o Filho Amado, o rosto do Filho de Deus,
de
Analisando
o texto, ele sublinhou que “o Rosto
de
e vida. E viram
na
os
nascidos. Viram na transfiguração do rosto e no brilho das vestes
a
e
estavam
nascer: ‘o meu Filho, o escolhido. Escutai o que Ele diz!’. E na escutação
do ensinar do Filho amado, a transformação do ser humano revestido de Cristo
Jesus.”
“Como
escreveu São Paulo aos Filipenses: Nós somos cidadãos do céu. De lá
aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo. Ele transformará o nosso
corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que
tem de sujeitar a si todas as coisas (cf. Fl 3,20-21). Na transformação, na transfiguração
do rosto de Jesus e na iluminação de suas vestes, no apercebemos pertencentes a
esse modo transformativo e por isso, salvífico. Somos na morte de Jesus na cruz
também transformados e na sua ressurreição participamos da vida nova!”, lembrou
o cardeal Steiner.
Segundo
ele, “no sofrer de Jerusalém, na morte, tomamos parte do amor de Deus. Esse
amor que se manifestou na promessa a Abraão, como ouvíamos na primeira leitura:
olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz. Assim será a tua
descendência (cf. Gn 15,5). E continuava o texto: aos teus descendentes darei
esta terra! Sim, a terra onde Deus viu que tudo era muito bom, o Reino de Deus.
O desejo e a promessa de Deus: a participação de todos na abundância, na generosidade,
na magnanimidade de amor, o Jardim de Deus que tudo cria e nos gera.”
“Estamos
no caminho quaresmal”, lembrou o arcebispo, recordando que “expressa o nosso
desejo de sempre mais pertencermos ao Reino de Deus, participarmos do mistério
amoroso da Cruz e da Ressurreição. O caminho quaresmal, por isso, é por
excelência da busca da conversão, e, assim entrevermos no rosto do Amado, o
nosso rosto. No tempo de conversão meditamos a fraternidade e a ecologia
integral. É a possibilidade de também vermos que tudo o que Deus fez é muito
bom.”
Ele disse que “Papa Francisco nos lembra que a crise ecológica é um
apelo a uma profunda conversão interior. Alguns cristãos, até comprometidos
e piedosos, diz ele, com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se
desviam das preocupações pelo meio ambiente. Outros são passivos, não se
decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Falta uma conversão
ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia,
todas as consequências do encontro com Jesus (cf. LS, 217).”
Com
relação à Campanha da Fraternidade, o arcebispo de Manaus destacou que “deseja promover
uma conversão integral, uma mudança de atitudes e convicções. Mudar a
forma de nos relacionarmos com a Terra e com os seres vivos que a habitam. Vivermos
uma fraternidade onde todas as pessoas vivam e todas as criaturas tenham o
espaço necessário. Uma conversão que semeie a paz, a concórdia e
fraternidade entre todas as criaturas. Uma conversão que mude o pensamento da
ideologia da dominação, da morte, da subjugação do outro e das criaturas.”
Algo que
aparece no Hino da Campanha, que diz: “O Cristo-Deus se fez humano nesta terra
e às criaturas deu valor e atenção. A vida plena, que no mundo já se espera,
ganha sentido com a nossa redenção. Ao entregar o Paraíso ao ser humano, Deus
contemplou sua beleza e seus dons: ‘Deus viu que tudo, tudo era muito bom!’ No
Universo tudo está interligado Nele vivemos e, com todos, “somos um”. Nesta
Quaresma somos chamados à conversão, a conversão para recebermos da paixão,
morte e ressurreição de Jesus o seu rosto. A conversão ecológica para cuidarmos
da Casa, que é Comum a todos os seres (cf. CF 2025).”
“Continuamos
a peregrinar na esperança, no tempo da quaresma. Talvez ainda mais
esperançados nesse tempo no qual somos convidados a uma vida plena pela
conversão pessoal e ecológica. No Ano Jubilar, somos chamados à conversão
através de sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem
em condições de dificuldade. Tantos irmãos e irmãs que sofrem violência,
marginalização, segregação, guerras, políticas discriminatórias, sofrimento. Vemos
crescer a dor, a morte reinar”, afirmou o cardeal Steiner.
“Na
quaresma ao nos dirigirmos à
Jerusalém, deixamo-nos guiar, e envolver pela nuvem da paixão e morte e escutemos:
este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que Ele diz! E
caminhamos, como
nascente, nova luz a iluminar a humanidade dos rostos desfeitos, sofridos,
maltratados pelas guerras, pelo abuso, pela exploração econômica, pelo tráfico.
E no Sofredor somos
humano. A mudança, a transformação do
do
da humanidade. Na
criadora, nascente, ressurreta. Somos
a deixar
os
e
Amado no
disse o arcebispo.
Finalmente,
ele pediu que “a quaresma do Ano Santo do Senhor, caminhemos na esperança! Na
esperança da transformação que a morte, a cruz e a ressurreição nos oferecem.
Vamos percorrer o caminho da esperança com sinais de
e de
A
identificado
de
mudou de aparência e iluminou a roupa que ficou muito branca e brilhante.
Escutemos o que Jesus diz e viveremos com o rosto sem aparência do Filho de
Deus. O
conceda a
do Ressuscitado.