Em 2013 a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu o 30 de julho
como Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Buscando mobilizar ações
para lembrar essa data, a Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico
Humano (CEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), elaborou vários
materiais e sugestões para ajudar nesse sentido, querendo responder ao objetivo
desse dia: conscientizar e promover direitos para as vítimas, um empenho presente
na Igreja católica sempre esteve presente nestas ações.
São ações para ajudar a comissão a reforçar a caminhada pela dignidade,
que colocou como lema: “Tráfico de
pessoas existe e precisa ser enfrentado. Basta!”, querendo mostrar a existência desta violência no Brasil. No
mundo, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 50
milhões de pessoas são vítimas da escravidão moderna, reconhecendo a
dificuldade em identificar as vítimas em razão da dinâmica do crime que muda a
todo momento. No Brasil, dados do Ministério do Trabalho, apontou que 2.575
pessoas foram resgatadas de trabalho análogo a escravidão em 2022. Diante
desses números, Aa igreja católica reforça que são pessoas que sofrem graves
violações e precisam que seus direitos e vida digna sejam respeitados.
Dentre os materiais elaborados pela comissão está o cartaz (baixar aqui) e o folheto (baixar aqui),
disponíveis para fazer downloads e ser impresso. O folheto sugere um
roteiro de reflexão que pode ser adaptado de acordo com a realidade local. Junto
com isso, um seminário de formação e prevenção previsto para 31 de julho e 01
de agosto em Lages (SC). Segundo Dom Evaristo Spengler, bispo de Roraima e presidente
da comissão as ações são uma forma também de denunciar o tráfico de pessoas e
reforça para que as comunidades coloquem o cartaz em exposição e que dediquem
um momento para pensar na caminhada e promover a dignidade para as vítimas da
violência do tráfico.
“A mentalidade mercantilista e escravocrata ainda persiste em nossa
sociedade e precisamos tomar consciência deste grave problema que é
invisibilizado até mesmo em nossa igreja. Muitas vezes as pessoas perguntam:
‘será que ainda existe tráfico de pessoas?’ Esta comissão reafirma que o
Tráfico de Pessoas existe e precisa ser enfrentado”, enfatizou dom Evaristo
Spengler, que reforça que toda a sociedade pode e deve contribuir para combater
esse crime. Um dos primeiros passos é debater a temática nos grupos organizados
das comunidades, igrejas e coletivos.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1, com
informações de Cláudia Pereira | Comunicação CEETH