Inserir-se na
realidade amazónica e na eclesiologia, no modo de ser da Igreja da Amazônia é
um dos propósitos da Semana Missionária que de 04 a 09 de novembro será
realizada na periferia da cidade de Manaus e em outros municípios da
Arquidiocese, na Diocese de Borba e na Prelazia de Itacoatiara. 90 missionários
e missionárias procedentes de todas as regiões do Brasil serão distribuídos nas
comunidades de 10 paróquias e áreas missionárias.
Os recém-chegados
foram acolhidos no Centro de Treinamento de Lideranças Maromba e participaram
de um momento de formação que começou com a apresentação da realidade local. O
padre Geraldo Bendaham, Coordenador de Pastoral da Arquidiocese, foi relatando aquilo
que faz parte da vida do povo e da Igreja da região, destacando a presença dos
povos indígenas e sua importância na história e na vida local.
Uma
realidade que se vê condicionada pela seca histórica que está sendo vivenciada
e pela grave poluição do ar em consequência das queimadas, que está
influenciando na vida e na saúde do povo, também no trabalho pastoral. É nessa
realidade que os missionários e missionárias estão sendo enviados, seguindo o
tema do 5º Congresso Missionário Nacional, que será realizado de 10 a 15 de
novembro na Arquidiocese de Manaus, “Ide da Igreja Local aos confins do mundo”,
e o lema, “Corações ardentes, pés a caminho”.
A Semana
Missionária quer ajudar a fazer ressoar as temáticas do Congresso Missionário
desde a vida das comunidades eclesiais que estão na Amazônia, segundo o padre
Matheus Marques, membro da equipe de coordenação da Semana e do Congresso
Missionário. A experiência missionária quer ajudar desde o tema do Congresso a entender
que “nossa Igreja que está na Amazônia, nossa Igreja que está em Manaus pode
ser iluminadora, pode mostrar caminhos de evangelização e de uma evangelização
que se faz de modo sinodal”.
Os missionários
e missionárias, destaca o padre, participarão de uma realidade que “deve
despertar muitos processos novos de evangelização”, insistindo em que “nós
queremos ser uma Igreja aberta à missionariedade, uma Igreja que possa partir
da sua realidade local aos confins do mundo”. Uma experiência missionária que
ajude a conhecer outros modelos de ser Igreja, insistiu o padre Matheus
Marques.
A Semana
Missionária quer “nos ajudar olhando a realidade aqui de Manaus como as igrejas
podem ser parceiras, como a Igreja pode despertar para as igrejas irmãs poder olhar a realidade de cada um e cooperar com a
missão”, segundo o padre Genilson Sousa, secretário da Pontifícia Obra da
Propagação da Fé. O 5º Congresso Missionário Nacional acontece no espírito sinodal
que “nos faz unir as forças da nossa Igreja do Brasil com a missão ad gentes, mas
também potencializar o apoio, a oração com as igrejas da Amazônia, que
necessitam de missionários e missionárias”.
Uma Semana
Missionária que tem sido preparada com encontros de formação on line, segundo a
Ir. Rosana Marchetti, da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese de Manaus,
insistindo em que é um trabalho que está sendo feito aos poucos. A religiosa
destacou a disponibilidade para escutar o que acontece na realidade local dos
missionários e missionárias. A seca tem impossibilitado que os missionários e
missionárias sejam enviados para as comunidades ribeirinhas, sendo enviados
para algumas áreas missionárias da periferia, “onde podem entrar em contato com
as realidades mais gritantes de Manaus“.
A Semana Missionária
será oportunidade para uma experiencia muito positiva de conhecer a vida das comunidades,
entrar em contato direto com as dinâmicas sinodais presentes nas comunidades,
onde o povo organiza a vida eclesial, segundo Mons. Zenildo Lima, que será
ordenado bispo e assumirá a missão de Bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus,
no dia 15 de novembro na Missa de Encerramento do 5º Congresso Missionário. Ele
destacou a importância do Sínodo da Amazônia, como referencialidade na missão
evangelizadora da Igreja, e afirmou que o Congresso Missionário é “um convite
para a gente pensar um novo horizonte da evangelização desde a perspectiva do
cuidado da Casa Comum”, agradecendo o esforço que os missionários e
missionárias fizeram para participar da Semana e do Congresso Missionário.