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O Espírito não pode ficar preso no sambódromo

O Espírito não pode ficar preso no sambódromo

Não é fácil
juntar oitenta mil pessoas, um número importante, mas que só representa pouco
mais de seis por cento daqueles que se declaram católicos na arquidiocese de
Manaus. A Festa de Pentecostes, a Festa do Espírito Santo é um momento
importante na vida das comunidades da Igreja de Manaus, mas o desafio é que
esse momento seja mais do que um evento, que se torne parte de um processo que
leve aos católicos a assumir sua condição de enviados e enviadas
com a força do
Espírito Santo para anunciar o Evangelho.

Nessa
grande festa, que encheu de alegria o coração de muitos daqueles que se fizeram
presentes, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, refletiu na homilia
sobre a riqueza da Igreja católica nas vocações, nos ministérios, nos serviços,
nas pastorais, “tudo sendo alimentados, revigorados, fortalecidos pelo
Espírito”, que vai suscitando ministérios. Ele fez um chamado a ter na arquidiocese
de Manaus o ministério da missão, “em cada comunidade termos irmãos e irmãs que
levam a Palavra de Deus nas casas, para que a nossa Igreja seja cada vez mais
missionária, cada vez mais evangelizadora, empurrada pelo Espírito, atraída
pelo Espírito”. Isso porque “a comunidade não é para ela, a comunidade é para
os outros”, pedindo “colocar os nossos dons ao serviço”.

Esse
ministério da missão tem que nos levar àqueles que nos dizemos católicos a
pensar em caminhos de missão, lá onde a gente vivencia seu batismo. O grande
desafio é conseguir que as pessoas possam descobrir a presença de Jesus em sua
vida do dia a dia
, que Jesus é alguém que está ao nosso lado sempre, que Deus
está no meio das panelas, segundo dizia Santa Teresa D´Avila.



Ninguém
pode prender Deus ou pensar que Deus só se faz presente em alguns lugares, em
alguns momentos
. Deus habita a história em todo momento, em todo lugar, em toda
circunstância, o desafio é fazer com que cada pessoa possa descobrir essa
presença. Daí a importância do nosso testemunho, de assumir a missão como
batizados e batizadas, mas também como Igreja.

Sem isso,
Deus vai continuar preso em determinados momentos, em determinados lugares. A
gente vai precisar esperar o tempo passar ou se deslocar num lugar concreto
para poder nos encontrarmos com Deus. Isso faz com que a gente esqueça que
Deus, através de seu Espírito habita todos os cantos do mundo, Ele está no meio
de nós, se faz presente na vida cotidiana
, uma afirmação que faz parte da
liturgia da Igreja católica, e que deve nos levar como cristãos a ter um olhar
diferente, que nos permita enxergar essa presença.

Uma Igreja
missionária ajuda a entender quem é o Deus Trinitário, esse Deus que é Pai,
Filho e Espírito Santo, esse Deus que se manifesta de diversos modos e que
sempre acompanha a vida da humanidade. Quando cada batizado, cada batizada,
descobre isso e o testemunha com sua vida, as pessoas vão se interessando em
seguir esse Deus que nunca fica preso em nenhum espaço, em nenhum evento
, esse
Deus que em todo momento e em todo lugar acompanha a vida da humanidade, também
a tua e a minha.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

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