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Oitava da Páscoa: ressuscitar um Brasil a caminho da morte

Oitava da Páscoa: ressuscitar um Brasil a caminho da morte

A Oitava da Páscoa é tempo para celebrar a Vida,
aquela que nasce da Ressurreição e permanece para sempre. Mas como celebra-la
diante de tanta morte
, vendo como a cada dia se supera o trágico número de
mortos pela Covid-19, numa escalada que ninguém sabe até onde vai chegar? Quem
não se importa com 4.000 também não vai se importar com números ainda maiores.

Celebrar a Oitava da Páscoa faz parte de quem sente a
necessidade de defender a vida, lutando para que ela nunca seja ceifada. Nunca
podemos esquecer que cuidar da vida tem que ser sempre a prioridade e tudo o
que a gente faz tem que estar ao cuidado da vida de todos e todas, nem só da
vida da gente. No final das contas, a Páscoa é a vitória sobre a morte de
alguém que entregou sua própria vida para que todos tenham vida e vida em
abundância.

Também a religião deve estar em função desse cuidado
da vida
, superando a tentação de manipula-la e coloca-la ao serviço de
interesses particulares. A religião nos oferece a possibilidade de nos
relacionarmos com Deus, o Deus da vida, que fica distante de toda religião,
falsa religião, que promove ou faz a vista grossa diante da morte,
especialmente da morte dos inocentes.

Ontem, 07 de abril, era comemorado o Dia Mundial da
Saúde
, uma boa oportunidade para refletir sobre esse cuidado com a vida, mas
também para agradecer por aqueles que se empenham cada dia, especialmente no
último ano, no cuidado com a vida, muitos dos quais tem perdido a própria vida
em consequência do seu empenho em cuidar da vida dos outros.



Num mundo em que tudo está interligado, como nos
lembrava o Papa Francisco na encíclica Laudato Si´, o cuidado com a vida é algo
que deve se tornar uma proposta multidisciplinar. A harmonia pessoal só se faz
realidade quando a gente consegue alcançar uma harmonia com todos os seres
humanos e com o ambiente
do qual a gente faz parte. Isso tem que nos levar a
superar o egoísmo, que parece ter tomado conta da vida de muita gente, e
cultivar atitudes solidárias e de empatia, a promover a equidade como caminho
de futuro, ainda mais para quem se guia pelos princípios cristãos e quer
caminhar como discípulo e discípula de Jesus.

Celebrar a Páscoa tem que nos levar a fazer tudo o que
estiver na nossa mão para cuidar do SUS, para que remédios eficientes possam
chegar a todos, para que a vacina seja aplicada a todo mundo e imediatamente,
para garantir os direitos que favorecem a vida em plenitude, para cuidar do
Planeta e das relações com as pessoas, promovendo mecanismos que ajudem a
superar a exploração desmedida dos recursos e das pessoas, que deixem para trás
nossa convivência social, injusta, desigual e intolerante.

Nunca esqueçamos que a Páscoa é Ressurreição,
celebração da vida, agradecimento a esse Deus
que continua se fazendo presente
no meio da gente e nos mostrando o caminho da vida em plenitude.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

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