O Sínodo para a
Amazônia, e os documentos que emergiram das suas reflexões, fizeram da Igreja
Católica uma das principais instituições em defesa da Amazônia e dos seus
povos.
Nesta perspectiva,
63 bispos da Amazônia brasileira, dentre eles todos os bispos titulares e auxiliares e dois eméritos do Regional Norte 1, querendo ser uma Igreja que “sob a
perspectiva da ecologia integral, busca dialogar com a sociedade pela defesa
dos interesses dos mais pobres, da justiça social e da preservação do meio
ambiente”, enviaram uma carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na
qual pedem a retirada do Projeto de Lei 510/2021, “que altera regras de
regularização fundiária em terras da União”.
Na carta, os
bispos mostram diferentes estudos onde são recolhidos os graves impactos contra
a Amazônia e os seus povos que a aprovação desta lei traria. A isto se
acrescenta, como se afirma na carta, as intenções do governo brasileiro na
recente Cúpula Internacional do Clima, onde mostrou as suas intenções de
preservar a Amazônia, algo que está agora sendo posto em causa.
Face a esta
situação, os bispos da Amazônia brasileira afirmam que aprovar o Projeto de Lei
510/2021, “significa concordar que o nosso patrimônio natural seja objeto
de ocupação irregular para posterior desmatamento e titulação”, que isto
” pode acirrar ainda mais os conflitos no campo e aumentar a procura por
terras”. Portanto, “deve-se, sim, punir os que roubam o patrimônio
público, e não premiá-los“, dizem os bispos, que argumentam que “a
criação de unidades de conservação são essenciais para a conservação da
Amazônia e o uso sustentável dos recursos da região”, bem como a
convocação de “audiências públicas” para discutir esta questão,
“requisito que não deve ser cumprido enquanto estivermos em pandemia”.