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Primeiros passos para a Articulação da Economia de Francisco e Clara no Regional Norte 1

Primeiros passos para a Articulação da Economia de Francisco e Clara no Regional Norte 1

Criar uma
economia com alma, um sistema que pensa no ser humano e no cuidado da casa comum,
esse é o propósito da Economia de Francisco e Clara. Trazer essa reflexão para
o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tentando envolver os jovens, tem sido a motivação do
encontro virtual
que aconteceu nesta terça-feira, 06 de abril, dando início a
uma semeadura.
 

Na
Amazônia foi criado em agosto de 2020
um grupo de animação com representações dos estados do Acre, Amazonas,
Roraima, Rondônia e Pará, que nos últimos meses tem pensado juntos uma
caminhada de semeaduras sobre o anúncio do Papa e como pensar os rostos dessa
outra economia que já existe e acontece em nosso território.

Partindo da ideia das
vilas ou aldeias temáticas em que é dividida a Economia de Francisco e Clara,
12 espaços temáticos para debater a economia em nível global, querem ser dados
passos que ajudem trazer essas propostas para o Regional Norte 1. Trata-se de subdivisões
em grupos temáticos, realizadas com os jovens selecionados para o encontro em
Assis. São laboratórios de diálogo, escuta e partilha de vida, com o propósito
de encontrar soluções conjuntas e caminhos alternativos para uma nova economia.
Junto com economistas, os jovens são chamados a pensar de forma crítica e
sustentável, soluções para os problemas do mundo contemporâneo.

O encontro serviu para
fazer uma apresentação geral de cada uma das vilas, fazendo referência à articulação
de cada uma delas no Brasil. Ao falar sobre “Finanças e Humanidade”, a Ir.
Michele Silva
, que faz parte da coordenação da Economia de Francisco e Clara no
Regional Norte 1 e também em nível nacional e que apresentou as vilas,
destacava a necessidades de promover o bem-estar das pessoas com as finanças,
de investimentos que trabalhem pelo bem comum. A vila sobre “Agricultura e
Justiça
”, reflete sobre o papel da agricultura para enfrentar as mudanças
climáticas e os conflitos por terra, assim como os direitos trabalhistas, o
direito à água, a demarcação dos territórios dos povos indígenas, a segurança
alimentar, a produção de biocombustíveis e as novas tecnologias.

 

A vila sobre “Energia
e Pobreza
” procura um futuro onde a energia não divida, não polua e inclua as
pessoas mais frágeis. Falar de “Lucro e Vocação” deve levar a encontrar
caminhos que ajudem as pessoas a florescer e encontrar sua vocação no trabalho.
A vila sobre “Negócios em Transição”, nos faz entender a grande transformação
que está vivendo a economia em decorrência da crise ambiental, a revolução
tecnológica e as mudanças sociais envolvidas. Tudo isso buscando incluir os
mais pobres e vulneráveis. “Gestão e Dom”, que é uma outra vila, deve levar a
entender que a economia convencional pode levar a uma visão reduzida da
natureza e dos seres humanos. Nela são abordadas questões antropológicas,
éticas, relacionais, explorando novas abordagens para a gestão sustentável.
 

Trabalho e Cuidado”,
é uma vila que leva a refletir sobre novas perspectivas culturais da atividade
do trabalho, a descobrir a necessidade de cuidar da criação a través do
trabalho, desde uma perspectiva de “ecologia humana integral”. Falar sobre “Políticas
e Felicidade
”, bem-estar individual e social, relações em famílias, comunidades
e cidades, é o propósito de uma outra vila, que fomenta as dimensões
comunitárias. O “CO2 das Desigualdades
é o nome de outra vila, que leva a refletir
sobre as
crescentes
desigualdades, determinadas pela economia, mas também a saúde e expectativa de
vida, conquistas educacionais, bem-estar, funcionamentos, habilidades e
competências, apoio social, pegada ecológica, poder democrático, direitos
humanos e empoderamento de gênero.
 

Vida e Estilo de Vida
é uma reflexão presente em outra das vilas, que deve nos levar a refletir sobre
os hábitos de consumo, a combater a cultura do desperdício e propor novos modos
de vida. Uma outra vila é “Negócios e Paz”, que quer levar a descobrir que a
paz é frequentemente ameaçada pela desigualdade, vulnerabilidade econômica,
pobreza e injustiça. Tudo isso gera conflitos, que podem ser resolvidos através
das práticas de sustentabilidade socioambiental. Finalmente, a vila “Mulheres
pela Economia
”, procurando uma economia mais inclusiva, equitativa e centrada
nas pessoas, que promova o reconhecimento total das capacidades das mulheres, assim
como a necessidade da divisão de tarefas, novos estilos de governança e
liderança, novas ferramentas de inclusão e equilíbrio entre trabalho e vida
pessoal.

 

Partindo dessa visão
geral, o desafio planteado tem sido construir as “Malocas” que contemplem a Articulação
Brasileira da Economia de Francisco e Clara na realidade do Regional Norte 1. O
primeiro passo é identificar as iniciativas que já existem, escutar as pessoas
que dinamizam essa economia e pensar com elas meios de ampliá-la e torná-la
sustentável. Também subsidiar essas iniciativas e ampliar o trabalho, para que
Economias alternativas, tenham espaço e fomentem um consumo consciente e construir
as Malocas com as temáticas (grupos de estudo) ligadas a nossa realidade local.
Finalmente, criar uma Casa ou mais Casas de Francisco, como referencial da
ECOFRAN Norte 1.

A partir da partilha de experiências já
presentes no Regional Norte 1, os partcipantes do encontro tem conhecido
algumas realidades que fazem parte do trabalho de algumas pastorais, movimentos
e grupos ligados com a Igreja católica
, se propondo abrir esse espaço a outra
igrejas e pessoas que não tem relação com nenhuma igreja. Na partilha tem
aparecidos os rostos de pessoas e realidades, presidiarios, indígenas, famílias
atendidas pela partoral da criança, vítimas do abuso e exploração sexual, juventudes,
pessoas acompanhadas pela Caritas
. Tem sido refletido sobre as consequências da
pandemia
em relação com aquilo que é abordado pela Economia de Francisco e
Clara, que deve levar a pensar em diferentes alternativas diante de uma
realidade que está provocando muito sofrimento, especialmente nos mais pobres.

Frente ao desafio de semear e a
necessidade de re-almar a economia, Marcela Vieira, que faz parte da
coordenação da Economia de Francisco e Clara no Regional, foi realizado um chamado a somar
forças
, propondo frentes para actuar, no campo da formação, que ajude a entender
o chamado do Papa Francisco, e gerar uma economia de comunhão, indígena e que
gere oportunidades para os jovens
; no campo da articulação, fazendo um
mapeamento de parceiros e ações transversais; e na busca da sociedade do Bem
Viver
, analisando os rostos da economia de Francisco e Clara no Regional Norte 1
e descobrindo se uma outra economia é possível e já acontece.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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