Comunhão,
participação e missão são as palavras-chave do Sínodo sobre a Sinodalidade, que
recentemente encerrava a primeira sessão da Assembleia Sinodal. São elementos presentes
na Igreja da Amazônia, uma Igreja que há muito tempo vive a sinodalidade,
especialmente em nosso Regional Norte1. Um caminhar junto que está presente
entre os bispos, que se sentem corresponsáveis em uma missão que leva a
concretizar o Reino de Deus neste chão, nestas águas e florestas que tanto
sofrem as consequências da insensatez humana.
Um episcopado que
ganhou mais dois membros nesta quarta-feira, Mons. Vanthuy Neto e Mons. Hudson
Ribeiro, e que na próxima quarta, 15 de novembro, participará da ordenação de
mais um bispo, Monsenhor Zenildo Lima. Três bispos nascidos e formados em uma
Igreja que sempre teve consciência de sua vocação missionária, da necessidade
de estar presente e defender a vida do povo da região, de ser uma Igreja de
todos e todas.
Uma Igreja que
quer compartilhar essa vida missionária com os mais de 800 participantes do 5º
Congresso Missionário Nacional que de 10 a 15 de novembro vai ser realizado
aqui em Manaus, no coração de uma floresta que é fonte de vida, mesmo diante da
tentativa de alguns que movidos pelo lucro e a falta de consciência pretendem
reduzi-la a cinzas para plantar aquilo que a longo prazo só irá trazer
destruição, morte, fome e pobreza.
Uma Igreja que
quer irradiar para o Brasil e para o mundo o que é a sinodalidade na prática,
na vida cotidiana das comunidades, ajudando a entender que o papel das mulheres
é decisivo nas comunidades da Amazônia, que sua voz é escutada, que elas ajudam
a mostrar que a missão é instrumento de vida neste chão, que são instrumento da
ternura de Deus, que em Jesus Cristo se encarna em uma região com uma Igreja
sempre disposta a alargar a tenda para que todos aqueles que chegam possam ter
aconchego.
É um tempo de
esperança, de encontro, onde poderemos conhecer modos de vida, de missão, de
ser Igreja, que chegarão nas malas daqueles e aquelas que se abeiram a Manaus
de todos os cantos do Brasil. Um tempo para descobrir que somos mais Igreja
quando a missão pulsa com força em nossas comunidades, quando olhamos mais para
fora, para a vida e as necessidades do povo, do que para dentro, para nosso
umbigo, para tanta coisa pequena que quando não é vista desde a perspectiva
necessária se torna um grande problema.
Sejamos
testemunhas na vida do povo daquilo que é fonte de vida para cada um e cada uma
de nós, mas também para todos nós como Igreja que se sente comunidade. Vamos ao
encontro de tantos homens e mulheres que esperam por Deus em sua vida, não
tenhamos medo de colocar os pés a caminho, movidos por um coração ardente, que
precisa sair de se próprio e assim contagiar aquilo que dá sentido a nossa
existência: a certeza de que o Reino de Deus vai se fazendo presente no meio de
nós.