Dom Leonardo: “No Reino de Deus não existem desempregados, todos a trabalhar, a servir!”
Refletindo sobre as palavras do profeta na primeira leitura, iniciou o cardeal Leonardo Steiner sua homilia do 25º domingo do Tempo Comum, afirmando que “animava nossos passos para encontrar a Deus”. Segundo o arcebispo de Manaus, “é animador percebermos o quanto Deus se deixa procurar e, ao mesmo tempo, nos oferecer medidas e pensamentos muito acima dos nossos”. “No Evangelho é Deus a buscar e desejar, encontrar; é Ele que se aproxima de modo atrativo e convidativo. A insistência da oferta para a participação na sua vinha, no seu Reino, na sua vida”, segundo dom Leonardo. Ele disse que “na generosidade e amabilidade, ouvíamos como os pensamentos de Deus é diverso do nosso pensamento. Talvez, é o que nos incomoda no Evangelho ouvido: ‘Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti’. Além de buscar, de não desistir de nos buscar, de permanecer a nossa procura, oferece a todos o dom de sua vida com a mesma medida da desmedida do amor!” “Deus chama a todos para participar do seu Reino; oferece a todos a mesma retribuição: participação de sua bondade, de seu amor. Deus está continuamente saindo, está em busca. Incansavelmente busca a cada pessoa para participar do seu Reino. Que ninguém fique fora de seu amor materno-paterno”, destacou o cardeal. Ele lembrou as palavras de Jesus: “Reino dos Céus é como! Trabalhar no Reino, servir o Reino, participar do Reino, ser do Reino”. Lembrando o prefácio de Cristo Rei, dom Leonardo disse: “reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino de justiça, do amor e da paz”. É por isso que “o Reino, novo modo de viver, de conviver; uma antecipação da vida em plenitude. O que importa é o Reino. O que importa é o amor que Deus por nós!” O cardeal lembrou as várias saídas do patrão: “de madrugada, às nove, ao meio-dia, às três da tarde, às cinco da tarde”, insistindo em que “saiu, saiu, saiu e chamou. Cinco vezes vai à praça e chama: às seis, nove, doze, três e cinco da tarde. Sempre a chamar, não se cansa de buscar e chamar. Nos toca a busca, o chamado do proprietário da vinha que tantas vezes vai à praça à procura de trabalhadores”. “Deus a oferecer a graça da participação em sua vida, na vida do Reino. Oferece, quase força a participar da abundância de seu amor. A insistência da parábola em dizer madrugada, às nove, às doze, às quinze e às cinco, quando o sol já deseja se pôr, nos faz perceber o quanto somos buscados por Deus. O dia todo, o dia inteiro, sai ao encontro dos filhos e filhas e oferece o dom, a graça, a benevolência de uma vida cheia razões e realizações: a vida do Reino. A prata oferecida, é a preciosidade da vida que recebe quem aceita o convite, aceita participar, ser receptivo à graça de sua benevolência”, segundo o arcebispo de Manaus. Segundo o cardeal, inspirado nas palavras do Papa Francisco, “É modo de Deus que chama todos e chama sempre, a cada dia, a toda a hora, sem descanso. Também hoje Ele continua a chamar todos, a qualquer hora, e convida a participar de sua vida, a trabalhar no seu Reino. Somos chamados a aceitar e imitar este estilo de Deus. Ele não está fechado no seu mundo, mas “sai”: Deus está sempre em saída, à nossa procura; Ele não está fechado: Deus sai. Ele sai continuamente à nossa procura, porque não quer que ninguém seja excluído do seu desígnio de amor”. “Aos que aceitam participam da vida do Reino de Deus”, disse dom Leonardo, destacando que “a participação é graça, pois chamado e correspondência de amor. A participação, a forma de recompensar aos trabalhadores vem expressa de forma nova e inusitada. Ao sair e encontrar os primeiros, o dono da vinha, acorda um denário. Àqueles que começaram mais tarde, ele diz: “tereis o salário que for justo”. No final do dia, o dono da vinha, concede a todos o mesmo pagamento para todos: um denário. Mas o dono da vinha, oferece o máximo a todos, mesmo aos que chegaram por último. Todos recebem uma moeda de prata”. “Os que entraram primeiro, na manhã, ficam indignados e lamentam contra o proprietário”, mas a reposta “é de amabilidade e de recordação: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? (…) Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti”, o que mostra “desejo que todos participem da bondade”, segundo o arcebispo de Manaus. Ele disse que “nos faz recordar as palavras da primeira leitura: ‘os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos são os meus. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos vossos e acima dos vossos estão os meus pensamentos’”. Segundo o cardeal, “Deus deseja a participação de todos, entrega a todos a prata da sua bondade, do seu amor. Ele oferece tudo, a todos. Deus é abundância, generosidade extrema: não olha para o tempo nem para os resultados, nem mesmo a nossa disponibilidade. A Palavra a visibilizar a generosidade e amabilidade Deus. A sua ação é mais do que justa, no sentido de que vai além da justiça e manifesta-se na graça. Tudo é graça. A nossa salvação é graça. A nossa santidade é graça. Ao conceder-nos a graça, Ele nos entrega mais do que merecemos”. Recordando novamente as palavras do Papa Francisco disse que “assim, quem raciocina com a lógica humana do mérito, adquirido com a própria habilidade, de primeiro torna-se último. Mas, trabalhei tanto, fiz tanto na Igreja, ajudei tanto, e sou pago da mesma forma que este que veio por último’. Recordemos quem foi o primeiro santo canonizado na Igreja: o Bom Ladrão. Ele ‘roubou’ o Céu no último momento da sua vida: isto é graça, assim é Deus. Também com todos nós. Por outro lado, aqueles que procuram pensar nos próprios méritos falham; aqueles que humildemente se confiam à…
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