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Dia: 11 de novembro de 2023

Pés a caminho: Primeiro Painel Temático aprofunda o lema do 5CMN

As irmãs Márcia Elói, da Congregação das Irmãs Nova Jerusalém, e Lúcia Weiler, da Congregação da Irmãs da Divina Providência, participaram do primeiro painel temático no 5º Congresso Missionário Nacional, esta manhã, em Manaus. O momento refletiu o lema do 5CMN: Corações ardentes, pés a caminho. Irmã Márcia iniciou sua reflexão a partir do Pentecostes e o envio do Espírito Santo aos discípulos e discípulas, ressaltando que assumir este discipulado é também assumir a unidade de espírito com convicção, em uma pertença mútua. A painelista questionou sobre a realidade das comunidades da Igreja no Brasil: “Nossas comunidades são lugares de acolhida e de escuta? Realmente fazemos a experiência de pertença e acolhimento em nossas comunidades, a partir da experiência do próprio Cristo?”, perguntou ir. Márcia. A religiosa seguiu provocando os congressistas sobre como estamos permitindo que o Espírito Santo aja em nós e ressaltou que a experiência com o Espírito deve nos inspirar a viver um estilo de vida que não nos fecha em uma intimidade cômoda, mas nos torna pessoas generosas, criativas, felizes e comprometidas com as demandas da realidade. Segundo ela, é preciso estarmos “conscientes de nossa identidade cristã e de nossa missão no mundo: ser testemunhas do amor de Deus em Jesus, criando espaços de acolhida, escuta e comunhão que proporcionem o encontro fecundo com o Cristo ressuscitado no caminho da vida”. A Igreja com a presença da mulher fica mais fecunda O painel seguiu com a fala da ir. Lúcia Weiler, que refletiu os corações ardentes e os pés a caminho especialmente a partir da perspectiva feminina, apresentando a mística das mulheres da aurora, aquelas que não arredam o pé – como Maria Madalena – até que encontrem notícias do seu Senhor. Para Lúcia, são assim porque “seus corações ardem de amor, solidariedade e compaixão”. Durante sua exposição, a religiosa enfatizou que não pode haver alguém que legitime ou não o testemunho das mulheres: “Nós temos uma vocação batismal. Diante de Deus nós temos que ser incluídas e a Igreja é de todas e todos”, afirmou. Irmã Lúcia apresentou o testemunho bíblico de mulheres missionárias e realçou especialmente o pedido de cuidado das viúvas a Pedro, lideradas por Tabita; as mulheres precursoras na fundação das comunidades cristãs – lideradas por Lidia; as mulheres colaboradoras na formação cristã, como Loide e Eunice, avó e mãe de Timóteo; e, por fim, Priscila, precursora na formação dos discípulos. Para concluir sua fala, a teóloga conclamou: “Valorizem a formação que vem através das mulheres” e, às mulheres, alertou: “É importante não ficarmos presas aquilo que nos retira, mas nos incluirmos e incluirmos outras e outros. A Igreja com a presença da mulher fica mais fecunda”. Victória Holzbach, assessora de comunicação CNBB Sul3

Mons. Zenildo Lima: “Só o fato de ter representantes de diferentes segmentos eclesiais não garante a sinodalidade”

Foto: Victória Holzbach O Documento Final do Sínodo para a Amazônia, surgido da Assembleia Sinodal realizada em Roma em outubro de 2019, tem entre as 157 proposta a criação de um organismo episcopal que ajudasse a concretizar e articular na realidade amazônica as decisões do Sínodo, recolhidas nesse documento e na Exortação Pós-sinodal Querida Amazônia. Por indicação do Papa Francisco, esse organismo episcopal se concretizou em uma Conferência Eclesial, uma novidade na vida da Igreja. Novos caminhos de missão evangelizadora A Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) foi apresentada no 5º Congresso Missionário Nacional, que está sendo realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro, por Mons. Zenildo Lima, que será ordenado bispo e assumirá a missão de bispo auxiliar de Manaus, na missa de encerramento do Congresso. Esse é um exemplo de novos caminhos de missão evangelizadora, que nos levar a sermos conscientes de que não é para fazer a mesma coisa. O vice-presidente da CEAMA disse que ela “está destinada a promover a sinodalidade e a pastoral de conjunto entre as Igrejas do território, fomentar a interculturalidade da fé, ajudar a delinear o rosto amazônico da Igreja e propiciar a tarefa de encontrar novos caminhos para a missão evangelizadora incorporando a proposta da ecologia integral e afiançando assim a fisionomia da Igreja na região”. A Conferência Eclesial da Amazônia teve seus Estatutos aprovados pelo Papa Francisco. Assembleia presencial em Manaus O bispo auxiliar eleito da Arquidiocese de Manaus lembrou da Assembleia da CEAMA, a primeira presencial, realizada em Manaus no último mês de agosto, uma oportunidade para “dar mais valor e legitimidade ao Estatuto e andamento desta conferência que está engatinhando”, afirmou. Ele lembrou que cada conferência episcopal escolheu cinco representantes para compor a CEAMA, dois no caso do Brasil. São representantes do episcopado, do clero, da vida religiosa, do laicato e dos povos originários. Mons. Zenildo Lima ressaltou que “só o fato de ter representantes de diferentes segmentos eclesiais não garante a sinodalidade”. Uma Conferência Eclesial dividida em núcleos temáticos, que querem ser novos caminhos da pastoral eclesial amazônica para uma ecologia integral. Mons. Zenildo Lima explicitou esses núcleos, divididos em três eixos: cultura, que abrange saúde intercultural, ritos amazônicos, inculturação da Amazônia e diálogo intercultural; ministerialidade e sacramentalidade, que tem a ver com ministerialidade e ministérios, também para as mulheres, comunidade celebrante, sacramentos e centralidade da Eucaristia, formação de ministérios eclesiais: seminaristas, diaconato permanente; e educação, que se concretiza no Programa Universitário da Amazônia e a Rede de Educação Intercultural Bilíngue (REIBA). Um caminho em comum e complementário, segundo recolhe o vídeo realizado de maneira conjunta e apresentado aos participantes do Congresso, com a Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), oficializada em 2014 e que teve um papel fundamental no processo do Sínodo para a Amazônia, e que tem no acompanhamento dos povos amazônicos e na defesa da casa comum os elementos marcantes em seu caminho. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ir. Zuleica Silvano: O Caminho de Emaús, entender que “o plano de Deus tem outra lógica”

O 5º Congresso Missionário Nacional, que está sendo realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro tem como fundamento a passagem dos discípulos de Emaus: “Corações ardentes, pés a caminho”, extraído de Lc 24,13-35. Um texto que foi analisado pela Ir. Zuleica Aparecida Silvano desde seu contexto e desde as aportações para o tema do Congresso. O destino do anúncio é universal A religiosa paulina destacou a importância da escuta, “uma característica do povo de Israel, pois Deus escuta o clamor do povo e vem para resgatá-lo”, insistindo na necessidade de entender que “a escuta atenta da realidade e o modo cristão de agir, como um estilo de vida (o caminho), ambos apontam para uma dinâmica, um movimento”. Um relato que “explica onde está Jesus ressuscitado, que parece ausente na vida cotidiana, e ressalta que o destino do anúncio não é só o interior da própria comunidade mas é universal”. Um texto que ressalta “a transmissão do querigma; a experiência da convivência comunitária como lugar que alimenta a fé, fortalece a esperança, e envia pessoas até os confins da terra, para anunciar a palavra salvadora a todos e todas; e que se expressa no amor, na solidariedade, na irmandade. Tudo isso se dá no caminho e num processo de escuta e diálogo recíproco”, segundo a Ir. Zuleica Silvano. Superar as expectativas limitadas A partir de algumas perguntas presentes na comunidade lucana, destacou o dia da ressurreição, os efeitos da ressurreição na vida das pessoas. Dois discípulos, Cléofas, que pode ser de um gentio que aderiu ao judaísmo, ou de um judeu residente em Emaús, e um outro anónimo, que “pode ser qualquer um ou uma de nós”, que são “pessoas que percebem o fim de suas esperanças”, segundo a religiosa. Eles esperavam que “Jesus se adequasse às suas expectativas limitadas”, dado que “não era fácil pensar no messias crucificado”, pois “os discípulos tinham apostado tudo no projeto de Jesus e no Reino anunciado por ele”. No texto, a doutora em Teologia Bíblica, insiste em que não é um caminhar e sim um fugir, onde Jesus entra, se coloca a caminho, e mesmo sem ser reconhecido inicia um diálogo, há um encontro. Os discipulos relatam os fatos acontecidos, citam o querigma, mas eles não acreditam no anúncio das mulheres que Jesus está vivo. É a partir da escuta e o diálogo, da inclusão do estranho, que eles vão descobrindo Jesus, o que demostra a importância da “disposição de escutar o desconhecido, sem preconceito, crítica, arrogância ou rejeição”, enfatizou a assessora. Um Messias frágil, humilde, impotente “Após escutar os lamentos que vem das feridas expostas, o ‘peregrino desconhecido’ apresenta a palavra da salvação vinda do próprio Deus”, segundo a religiosa paulina. Segundo ela, “os fatos vividos são compreensíveis só quando confrontados com a única fonte: o Ressuscitado”, quando se entra “na lógica de Deus”, quando se assume que “Deus conduz a história”, quando se assume “um Messias frágil, humilde, impotente, o Filho de Deus Crucificado, sofredor, mas profundamente amante. Um Deus que opta pela vulnerabilidade, pela pequenez, e convida os discípulos e discípulas a fazer da kénosis (evaziamento) um estilo de vida, que chama a se colocarem entre os últimos, sem poder ou prestígio e deixar-se conduzir pelo caminho da cruz e da ressurreição”. Dois discípulos que aceitam ser confrontados, por um “peregrino desconhecido”, segundo a religiosa, que destacou a importância da abertura para a novidade. Um diálogo que “lança luzes sobre o passado e mantém a esperança no futuro, porque cria comunhão no presente”, e que demanda “dispor-nos a escutar o mundo, uns aos outros e a nós mesmos”, pois, segundo a religiosa, “escutar é uma grande necessidade do ser humano, mas é algo exigente”. Um Deus que fala e escuta Refeltindo sobre a importância da escuta, na Bíblia, que “está ligada à relação dialógica entre Deus e a humanidade, um Deus que fala e escuta”, a religiosa afirmou que “todo diálogo supõe assumir o risco de estar juntos, de ‘deixar-se afetar’, que não é um mero comover-se, mas é acolher a diversidade do outro”, é “permitir que adentrem em seu interior as vivências do outro”. Tendo em conta o atual caminhar da Igreja, a Ir. Zuleica Silvano disse que “o processo sinodal permite dizer que diálogo, escuta e sinodalidade são inseparáveis, pois se sinodalidade é caminhar juntos, escutar e dialogar consiste em pensar juntos”, definindo o caminhar juntos como “lugar teológico”. Um dialogar que leva a um novo olhar, a reler a história, a nos abrirmos a horizontes inesperados, superando “pequenas certezas”, entender que “o plano de Deus tem outra lógica”. A consequência disso é “o entrar em comunhão, o permanecer, o não ter pressa na convivência”, expressado no sentar-se à mesa, e alí descobrir Jesus “nas realidades simples da vida de cada dia”, no partir o pão. Isso faz arder o coração, mostrando que “a realidade é dura, mas só a suportaremos se nos deixarmos afetar pela Palavra Encarnada que é Jesus e nos deixarmos amar por ele”, destacou a religiosa paulina. Um Deus encarnado nas periferias A biblista resaltou os três movimentos de Deus presentes na Escritura: o descer, o ir ao encontro e o caminhar com a humanidade. Igualmente destacou algumas atitudes: o reconhecimento do “outro”, uma relação intensa, uma comunicação autêntica que se estabelece na vulnerabilidade comum. Finalmente, a Ir. Zuleica Silvano destacou que “a relação das promessas da Escritura com a missão universal não é fácil de compreender, só Jesus e o Espírito podem ajudar os discípulos e discípulas a entenderem tamanha grandeza”. Isso porque “o objetivo da missão das comunidades em Lucas não é ficar em suas fronteiras, mas levar a salvação do Filho de Deus Encarnado até as extremidades da terra, e de forma especial para as periferias”, sempre presentes no pensamento do Papa Francisco, que nos leva a “entrar em espaços desconhecidos, peregrinar no mundo dos outros, desbravar novos caminhos e abrir novos horizontes”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Sessão solene marca abertura do 5º Congresso Missionário Nacional

Manaus é casa de centenas de missionários e missionárias de todo o Brasil a partir deste dia 10 de novembro. O 5º Congresso Missionário Nacional, que se estende até o dia 15 na capital do Amazonas, é inspirado pelo tema “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e lema o “Corações ardentes, pés a caminho”. A sessão solene de abertura marcou a abertura do congresso na noite desta sexta-feira. O momento iniciou com uma apresentação do pe. Antonio Niemiec, secretário nacional da Pontifícia União Missionária, que realizou uma retomada de como chegamos até este Congresso e do quanto a compressão da Igreja sobre a missão evoluiu e se transformou, especialmente nos últimos 50 anos. A acolhida do anfitrião O Cardeal Arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner, iniciou a sessão com a lembrança de dom Sérgio Castriani, arcebispo emérito de Manaus e falecido em março de 2021. Dom Leonardo acolheu os presentes, lembrando que nas terras amazônicas passaram muitos missionários que deixaram o gosto e o sabor da missionariedade. “Eles não teriam suportado o peso das dificuldades se não fosse o coração ardente na fé em Jesus”, pontou o cardeal. O arcebispo da arquidiocese anfitriã ainda desejou que cada participante do Congresso seja bem-vindo às comunidades e famílias manauaras. “Participem conosco da alegria de sermos anunciadores de um novo modo de vida”, convidou. Toda a Igreja é missionária Durante o momento, também participaram da mesa o Presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; o Vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), mons. Zenildo Lima; e o Presidente da Comissão para a Ação Missionária e cooperação intereclesial, dom Maurício da Silva Jardim. O bispo de Rondonópolis e Guiratinga ressaltou que as contribuições deste Congresso Missionário Nacional serão fundamentais para a continuidade e para a atualização do Programa Missionário Nacional, lançado em 2019. A representante da CRB Nacional, ir. Rosa Diaz, apresentou a mensagem da Conferência dos Religiosos do Brasil para o Congresso e salientou primeiramente que toda a Igreja é missionária. Ir. Rosa, que é missionária mexicana no Brasil, frisou: “Pedimos ao Senhor a graça de uma profunda conversão para podermos nos colocar em estado permanente de missão. Que estes dias sejam momentos de renovação da esperança e de busca do fortalecimento dos laços de comunhão, para voltarmos às nossas comunidades com renovado ardor missionário”. Por fim, também participou da sessão de abertura a Secretária Geral da Pontifícia Obra da Santa Infância, ir. Roberta Tremarelli, vinda diretamente de Roma para o Congresso. A religiosa convidou a cada participante para despertar e encorajar todos os batizados. “Se somos católicos, somos universais e nosso horizonte é aberto e vasto”, afirmou ir. Roberta. A missão: existe algo de mais belo sobre a terra? A pergunta foi provocada pela Diretora das POM, ir. Regina da Costa Pedro, que seguiu com a sessão de abertura do 5CMN. “Que não deixemos esmorecer aquilo que estes dias vão nos comunicar”, ressaltou Ir. Regina. Ela ainda lembrou o esforço de dezenas de pessoas que tornaram possível a realização deste Congresso Missionário Nacional. A Diretora das Pontifícias Obras Missionárias apresentou o 5º CMN, relembrando a construção, as esperanças, intenções e o objetivo geral do congresso: impulsionar a missão ad gentes das Igrejas particulares, até os confins do mundo, numa caminhada sinodal e na escuta do Espírito Santo, avançando no processo de uma verdadeira conversão missionária de nossas comunidades eclesiais, em vista da Missão da Igreja que é evangelizar. Irmã Regina também detalhou a metodologia do congresso, explicando o processo é iluminado pela narração dos discípulos de Emaús. “Teremos assim o dia do caminho, dedicado a escutar; o dia do encontro, dedicado ao iluminar; o dia da partilha, dedicado ao comungar; e o dia do testemunho, dedicado ao anunciar”, explanou. Depois de retomar alguns pontos da programação prevista para estes dias, ela ressaltou que “mais do que tudo, teremos a participação viva de cada um e cada uma de vocês, nesse momento único de encontro, partilha, oração e celebração”. Por fim, depois de convidar todos e todas participantes a rezarem a oração do Congresso, declarou aberto o 5º Congresso Missionário Nacional. Siga acompanhando o Congresso A programação do 5CMN continua até o dia 15 em Manaus. Lembre-se que você pode acompanhar as Conferências a cada manhã, desde sábado (11) até terça (14), no Canal do youtube das Pontifícias Obras Missionária – @PomBrasil. Também pelo Instagram e Facebook, você confere as notícias e toda a cobertura fotográfica do Congresso. Victória Holzbach, assessora de comunicação CNBB Sul3