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Dia: 29 de dezembro de 2024

Igreja do Rio Negro, a mais indígena do Brasil, abre o Jubileu do Ano Santo da Esperança

A diocese de São Gabriel da Cachoeira, a Igreja do Rio Negro, a mais indígena do Brasil, iniciou o Jubileu 2025 com uma celebração que teve como ponto de partida o ginásio da diocese. Uma celebração que contou com uma boa participação do povo, e que podemos dizer teve sua singularidade “nos cantos nas línguas indígenas locais, o evangelho proclamado em língua Tucano e as flautas que anunciaram na procissão do ofertório que trazemos ao Senhor, as esperanças que os povos do Rio Negro neste jubileu se abrem”, segundo relatou o bispo local, dom Raimundo Vanthuy Neto. “A esperança primeiro de que, como a família de Nazaré que peregrina e vai com o pequeno Jesus a Jerusalém para celebrar a Páscoa, nós também esperamos como famílias, famílias plurais dos 24 povos, famílias que compreendem um mundo diferente, famílias que experimentam à luz de Deus porque caminham também, apesar das diferenças, juntas como única família da Igreja diocesana do Rio Negro”, disse o bispo diocesano. Famílias que esperam, nesse jubileu, acrescentou dom Vanthuy, “enfrentar com mais força, vindo da graça de Deus, mas vindo da união dos povos, enfrentar o tema da bebida alcoólica.” Concretizando na vida desse território, o bispo enfatizou que “a esperança é que o Jubileu nos aponte que as famílias do Rio Negro querem assumir um compromisso de diminuir toda a experiência difícil que advém da bebida alcoólica. Querem como que dar uma moratória, uma parada.” Esse foi o convite que o bispo diocesano, junto com os ministros da Palavra, da Eucaristia, os presbíteros, as irmãs da Vida Religiosa Consagrada fizeram e lançaram no início do Ano Jubilar. Junto com isso “a esperança de que o governo e de modo especial as leis brasileiras não venham tirar a tão esperada esperança que os povos venham tocar no tema da terra”, disse dom Vanthuy, lembrando o Marco Temporal, o projeto lei que tramita no Congresso Nacional que delimita, que diminui toda a questão das terras indígenas. Diante das palavras do bispo, o povo aclamava cantando viva a esperança, falando dom Vanthuy que “não esperamos, não é esperança o anúncio das leis como a lei forte que destrói a esperança, que destrói os sonhos, que destrói o futuro dos povos indígenas pois, limita a terra a lei forte do Marco Temporal.” Na homilia, o bispo diocesano ressaltou que “ressoa também que como a família de Nazaré experimentou perdas e encontros, também no Rio Negro as famílias experimentam perdas quando filhos e filhas jovens, sem perspectiva de vida, experimentam dar um fim a sua própria vida”. Dom Vanthuy ecoou que “não queremos esperar e não sonhamos e não temos esperança para as questões que levam os jovens ao caminho do suicídio, esperamos que os jovens do Rio Negro possam sonhar melhor, possam encontrar sempre perspectivas de vida”, ao que o povo todo de novo cantou: Viva a Esperança! Uma esperança que a homilia indicava que “estava plantada no nosso coração, pois a nós foi derramado em nossos corações o Espírito Santo. A esperança do Filho do Pai, que anima cada homem e cada mulher que segue Jesus Cristo, que participa das comunidades. Por isso ecoou o canto Viva a Esperança, onde nós cantamos a certeza de que carregamos a semente da esperança, a esperança que mora e habita cada pessoa do Rio Negro como semente, e que junto, viva como o verde de uma esperança de uma grande floresta, o verde da esperança que ilumina e que encanta o olhar e a vida do povo do Rio Negro”, sublinhou dom Vanthuy. O Jubileu foi anunciado com alegria quando as flautas do Cariçu foram tocadas, trazendo a Deus as esperanças dos povos: terra, frutas, crianças. O hino jubilar foi entoado por duas crianças pequenas do povo Tucano e do povo Baniwa. Em um momento de grande beleza, as crianças cantavam e o povo repetia. Terminada a celebração eucarística, onde se lembrou muito a família de Nazaré que peregrinou até Belém, se anunciou com alegria que nós também queríamos, como Jesus, crescer na esperança. Uma esperança que, como ele, em Nazaré, cresceu marcado pela sabedoria, cresceu pela experiência forte da companhia dos pais, cresceu pela experiência forte de que o Espírito Santo trabalhava N´Ele. O Jubileu quer ser para o povo do Rio Negro, segundo seu bispo “experiência cada vez mais em fortalecer as comunidades, uma esperança de uma igreja viva que possa acolher de modo especial toda pessoa que se encontra frágil e que anuncia que aqui a misericórdia de Deus é infinita e que Deus não estranha nem pecado, nem limites dos homens. Queremos crescer na sabedoria, retomando as sabedorias ancestrais de nossas comunidades, mas crescer na sabedoria do Evangelho. Como o texto mesmo diz, sentados ao redor, nós queremos nos maravilhar para aprender com Jesus. Por isso, ressoou que no jubileu nós queremos retomar o caminho dos círculos bíblicos, sentar ao redor de Jesus para que a Palavra dele nos ajude a descobrir a vontade do Pai.” No final da Eucaristia, foi benta uma grande cruz no centro do ginásio, cruz da madeira tirada das comunidades, levada em procissão e plantada na frente da catedral de São Gabriel. Posteriormente foi aberta a Porta Santa na catedral, e ali, o bispo junto com lideranças, colocaram perfumes nas portas, enquanto os indígenas tocavam as flautas tradicionais, e todo mundo quis se ajoelhar e entrar dentro da catedral, onde esperava o Santíssimo Sacramento exposto. Ali foi feita uma breve adoração, e todos juntos cantaram: Chama viva da esperança, pedindo que este canto suba para Deus, e seja renovada a esperança no Cristo, aquele que vem até nós. As comunidades foram convidadas para que possam viver esse período do Ano Santo marcado por peregrinações, para que em todas as festas de santos, nas paróquias e comunidades, possam se organizar momentos de peregrinação a cinco lugares: a Igreja Mãe do Rio Negro, a Catedral, a Igreja Primeira do Rio Negro, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Bacelos e a Igreja Centenária…
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Abertura oficial do Ano Jubilar na diocese de Borba

O Papa Francisco escolheu para o Jubileu de 2025 o tema “Peregrinos da Esperança”, sendo a peregrinação a igrejas jubilares um dos principais sinais deste Ano Santo. Na abertura do Jubileu 2025, os fiéis da diocese de Borba reuniram-se em romaria na comunidade de São Miguel Arcanjo – Paróquia de Cristo Rei, neste domingo, 29 de janeiro de 2024, onde Dom Zenildo proclamou o início da celebração deste Ano Jubilar. A caminhada seguiu para a Basílica de Santo Antônio com louvor e oração. A palavra “peregrinar” foi colocada por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva como convocatória para “a vivência da santidade”. Logo, sendo este, o Domingo da Sagrada Família, “não podem faltar o amor, o respeito e a fidelidade, em nossa peregrinação e em nossas famílias”, o bispo diocesano afirmou que “se tivéssemos famílias santas, o mundo seria diferente”. “O evangelho de Lucas 2, 41-52 retrata o ensinamento e a revelação do reino por meio de Jesus que tinha apenas 12 anos. A sacralidade de Jesus em fazer a vontade do Pai está explícito na Sagrada Escritura” , refletiu dom Zenildo. Com a proclamação da Bula Papal intitulada “Spes non confundit” (SnC), ou seja, “A esperança não decepciona” (Rm 5, 5), seguindo a tradição, o Papa Francisco proclamou o Jubileu Ordinário do Ano 2025. A escuta atenta do Espírito Santo por meio dos sinais dos tempos, a sensibilidade com os dramas contemporâneos da humanidade e o seu discernimento de pastor da Igreja nesta etapa da história inspiraram o Papa Francisco propor à Igreja e ao mundo a celebração de um jubileu que tenha a “esperança” como sua palavra-chave. Abramos nosso coração às palavras do Papa Francisco, que escreve: “Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma. «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (…). Ora a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 1-2.5)” (Bula Spes non confundit 1-2). Na homilia, o bispo diocesano apontou que Cristo tem esperança em cada ser humano. Quem vive a esperança pode até cair, mas logo vai se levantar. Logo podemos dizer que temos o verbo “esperançar” para conjugar nesta caminhada peregrina. Pois o Jubileu exige de nós um chamado e um olhar esperançoso, viver o novo. Para isso temos que nos preencher de indignação e coragem. Assim, viver os 2025 anos da existência de Jesus, é estar ancorado N´Ele. Abramos o nosso coração para a renovação da esperança e a concessão das indulgências plenárias em nossas famílias, em nossas paróquias e em nossa diocese de Borba. Pastoral da Comunicação da diocese de Borba

Cardeal Steiner: “Assumamos o dom e o compromisso de levar a esperança onde ela se perdeu”

“Iniciamos o Ano Santo Jubilar na Solenidade da Sagrada Família”, disse o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, na catedral da Imaculada Conceição, na homilia da celebração com que deu início o Jubileu da Esperança, que começo na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. “Celebramos a peregrinação da Família de Nazaré a Jerusalém, a experiência de Jesus, Maria e José, unidos por um amor imenso e animados por uma grande confiança em Deus. Peregrinam para a cidade santa, participam da festa da Páscoa e Jesus permanece no templo a dialogar e discutir com os mestres da Lei. No regresso da peregrinação, os pais dão-se conta de que o filho de doze anos não está na caravana. Depois de três dias de busca e de temor, o encontram no templo, sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Ao ver Jesus, Maria e José ‘ficaram admirados’ e a Mãe manifestou a sua apreensão dizendo: ‘Teu pai e eu estávamos, aflitos, à tua procura’”, afirmou o arcebispo. “Na peregrinação a Jerusalém, a aflição e a admiração! Nossa Senhora e José passaram pela aflição; a aflição os levou à procura e ao encontro.  A ‘aflição’ pela perda, pelo desencontro, aflição, pois pai e mãe. Maria e José tinham acolhido aquele Filho, dele cuidavam e viam crescer em estatura, sabedoria e graça no meio deles. A maternidade e a paternidade, fez crescer o afeto, o amor em relação a Jesus. Ele era o filho amado. A família de Nazaré fez-se sagrada, pois voltada, centrada em Jesus. Dessa relação amorosa nasce a aflição: onde está, com quem está, vivo está?”, refletiu o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Segundo o cardeal Steiner, “a aflição pode advir de uma perda, de uma desorientação, de não encontrar a quem se ama. Vivemos num tempo de situações dramáticas que causam tanta aflição: as guerras, a violência, a fome, a orfandade, os abusos, a desilusão da migração. Tantas situações de aflição por que passam as famílias. Quantas procuras sem encontrar o templo como lugar do reencontro. Mas sempre na esperança!” Ele disse que “aquela aflição que eles sentiam nos três dias em que perderam Jesus, deveria ser também a nossa aflição quando estamos distantes de Jesus. Deveríamos sentir aflição quando esquecemos a Deus por mais de três dias, sem rezar, sem ler a Sagrada Escritura, sem sentir a necessidade de ser sua presença e da sua amizade consoladora. Deveríamos sentir aflição no distanciamento de Deus e dos irmãos.” “É a admiração a provocar, o despertar para a esperança”, ressaltou o arcebispo. Segundo ele, “na família de Nazaré havia ‘admiração’; nem mesmo a perda de Jesus, deixou de causar admiração. Admiração: ‘todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas’”. O cardeal Steiner lembrou as palavras de Papa Francisco na festa da Sagrada Família de 2018, onde também pergunta e responde: “Mas que significa admiração, que significa ficar maravilhado? Ficar admirado e maravilhar-se é o contrário de dar tudo por certo, é o contrário de interpretar a realidade que nos circunda e os acontecimentos da história apenas conforme os nossos critérios. E quem faz isto não sabe o que significa maravilhar-se, o que significa ficar admirado. Admiração é elevação, alegria, receptividade. Admirar-se significa abrir-se aos outros, compreender as razões dos outros. A admiração cura dos prejulgamentos, dos pré-juízos. É indispensável para curar as feridas abertas no âmbito familiar e comunitário. A admiração se dá conta da bondade, das qualidades, dos afetos e acolhida.” “A sagrada família, as nossas famílias! Como são animadoras as palavras da Carta aos Colossenses: somos amados por Deus, somos os seus eleitos. Somos, insistentemente, convidados a revestir-nos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, sendo suporte uns para com os outros. Amar-nos uns aos outros; viver na paz, na gratidão, ajudar-nos na benevolência da sabedoria. Tudo para que as relações familiares sejam fecundas e frutuosas, cheios de liberdade e sabedoria. Como é admirável e desafiador a vida em família, pois é ali que crescemos na nossa humanidade e na nossa divindade”, sublinhou. O cardeal Steiner recordou que “iniciamos, hoje, na Arquidiocese o Ano Jubilar da Esperança! O Jubileu será tempo da esperança! ‘A esperança não decepciona’, indica o caminho de seguirmos a Jesus! Nossas comunidades eclesiais, movimentos e comunidades de vida, pastorais, serviços e organismos, vocações e ministérios, todos animados na esperança, pois mantemos os olhos fixos em Jesus. Tendo como horizonte o Reino de Deus, nossa esperança, nos empenhamos pela vida em plenitude para toda realidade criada. A nossa confiança em Jesus, que veio ‘para que tenham vida, e a tenham em abundância’ (Jo, 10,10).” Explicando o Jubileu, o arcebispo disse que “o Ano da Esperança, convida a redescobrir a alegria do encontro com Jesus, pois somos chamados a uma renovação espiritual e compromete-nos na transformação do mundo, para que este se torne verdadeiramente um tempo jubilar: que seja assim para a nossa mãe Terra, desfigurada pela lógica do lucro; que seja assim para os países mais pobres, sobrecarregados de dívidas injustas; que seja assim para todos aqueles que são prisioneiros de antigas e novas escravidões. A esperança cristã é precisamente o “algo mais” que nos pede para avançarmos e nos deixarmos encontrar por Jesus, o nascido em Belém, e pelos irmãos e irmãs que mais necessitam. Discípulas e discípulos do Senhor, somos convidados a encontrar em Jesus a nossa maior esperança e a levá-la sem demora, como peregrinos de luz nas trevas do mundo”, lembrando as palavras de Papa Francisco na Abertura do Ano Santo 2025. “O Ano Jubileu é uma ocasião privilegiada para a experiência do amor misericordioso de Deus e da mesma forma, nos dá a oportunidade para superarmos as marcas do pecado que enfraquecem nossas relações. Ano da Esperança, tempo de conversão! A Indulgência Jubilar, a experiência da misericórdia sem limites, nos dá a possibilidade de alcançarmos o perdão e evitar que os efeitos do pecado deixem suas marcas na nossa história pessoal e eclesial. Façamos a experiência…
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