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Dia: 4 de março de 2025

Dom Altevir ao povo de Deus em Tefé: “Os 40 dias da Quaresma são dádivas do Criador, de um Deus que ama seu povo”

Em vista do início da Quaresma 2025, o bispo da prelazia de Tefé, dom José Altevir da Silva, enviou uma mensagem ao povo de Deus que lhe foi confiado. Ele começou suas palavras afirmando que “Quaresma não tem fim em si mesma, mas é um caminho de conversão, no qual, Deus sempre espera por nós. A quaresma é como setas que nos conduzem à Páscoa do Senhor. É um período litúrgico que nos prepara para a maior celebração de todas as festas cristãs: a Páscoa!” Segundo o bispo, “a palavra Quaresma está relacionada com o número 40. Os números na Bíblia são simbólicos. O número 40, indica um período de preparação para um grande acontecimento, no caso da Quaresma, este grande acontecimento, é a Páscoa do Senhor. Outros exemplo, o dilúvio durou 40 dias e 40 noites, e foi um tempo de preparação para uma nova humanidade; o povo hebreu passou 40 anos no deserto, preparando-se para entrar na Terra Prometida; 40 dias e 40 noites passou Moisés na montanha se preparando para ser o guia do povo no deserto; os habitantes de Nínive passaram 40 dias fazendo penitência, antes de receberem o perdão de Deus; Isso aconteceu com Elias ao caminhar 40 dias e 40 noites para subir à montanha de Deus; Jesus ficou 40 dias no deserto antes de sua missão.” Dom Altevir faz um chamado ao povo de Deus: “Acredite, os 40 dias da Quaresma, são dádivas do Criador, de um Deus que ama seu povo, e aguarda a todo momento o retorno de seus filhos e filhas que Dele se afastaram. Como o filho pródigo que caiu em si, reconheceu o seu erro, e voltou para dizer, Pai pequei contra Deus e contra ti; também nós possamos nos voltar para Jesus Cristo e com Ele celebrar a verdadeira Páscoa.” O bispo da prelazia de Tefé lembrou as palavras do Papa Francisco nas mensagens para Quaresma, onde ele sempre nos pede: “não deixemos que passe em vão este tempo favorável! Peçamos a Deus que nos ajude a realizar um caminho de verdadeira conversão”. Para isso, segundo o bispo, “permitamos que os exercícios espirituais, o compromisso com a vida, nos conduzam neste caminho de conversão e de esperança.”  “A espiritualidade quaresmal vai nos mostrar que Jesus salva a humanidade não pelo triunfo e nem pela fama, mas pelo sofrimento e morte de cruz. Que o caminho da conversão nos ajude a eliminar entre nós, todo e qualquer tipo de divisão, pois nossa fé nos une num ponto fundamental: a Ressurreição de Jesus. Se permitirmos fomentar divisões, então nossa fé ainda não é perfeita, ou quem sabe, nem a temos, pois sem caridade não há fé”, disse dom Altevir. O bispo lembrou que “Fé, esperança e caridade, são inseparáveis! Neste Ano Santo, como ‘Peregrinos da Esperança’, no qual o povo desta Igreja Local, celebrará no dia 11 de agosto, 75 anos da elevação de Prefeitura Apostólica, à Prelazia de Tefé, precisamos da força do testemunho, da união de todos e todas para que ocorra, à luz da verdadeira conversão, o fortalecimento da fé e esperança em todas as nossas comunidades.”  Citando mais uma vez o Papa Francisco, dom Altevir lembrou que “nos exorta em uma de suas mensagens quaresmais, para que ‘abandonemos o egoísmo, o olhar fixo em nós mesmos, e voltemo-nos para Páscoa de Jesus: façamo-nos próximos dos irmãos e irmãs em dificuldade, partilhando com eles os nossos bens espirituais e materiais’.”  Na mensagem, o bispo da prelazia de Tefé recordou os exercícios quaresmais que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis: jejum (Mt 6, 16ss), oração (Mt 6, 5ss) e esmola (Mt 6, 1ss). O bispo lembrou das palavras do cardeal Leonardo Steiner, quando era secretário da CNBB: “os exercícios físicos-espirituais para se deixar tomar pelo seguimento de Jesus Cristo”, e que “a Quaresma nos provoca e convoca à conversão, mudança de vida para cultivarmos o caminho do seguimento de Jesus Cristo. A Quaresma desperta a necessidade de partilha e nos aproxima da irmandade”.  Junto com isso, o bispo pede ao povo de Deus da Prelazia de Tefé: “para nos ajudar também neste caminho da conversão, durante esta Quaresma, vamos acolher e assumir o apelo que nos faz a CNBB com a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem por tema ‘Fraternidade e Ecologia Integral’ e por lema, inspirado em Gn 1,13, ‘Deus viu que tudo era muito bom’. Promover uma conversão integral, ou seja, uma mudança de atitudes e convicções, em defesa da Nossa Casa Comum, eis o objetivo geral desta Campanha, no Ano do Jubileu da Esperança.” Finalmente, dom Altevir fez um chamado para que “caminhando com Maria, nossa Senhora com tantos nomes, peçamos a interseção de Santa Teresa de Ávila, padroeira da nossa Prelazia, para nos ajudar a fazermos o verdadeiro retiro espiritual, que os quarenta dias da Quaresma, nos propõe. Feliz tempo quaresmal!” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner denuncia na ONU “violações sistemáticas de omissão estatal” nos territórios indígenas

Os ataques aos povos indígenas no Brasil têm se tornado uma constante ameaça, inclusivo no plano legislativo, principalmente com o Marco Temporal. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), é atualmente um dos grandes defensores dos direitos dos povos originários, tanto no Brasil como no âmbito internacional. Nesta terça-feira, 4 de março, o arcebispo de Manaus e presidente do Cimi, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, se dirigiu à comunidade internacional por vídeo durante o Diálogo Interativo da 58ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que acontece em Genebra, na Suíça. Desde 2022, a ONU tem se preocupado de maneira crescente e tem realizado relatorias especiais contra o Marco Temporal, tendo sido a última no dia 26 de fevereiro, quando, segundo informa o Cimi, “três relatorias especiais do organismo internacional classificaram como um ‘grande retrocesso’ a proposta complementar do ministro Gilmar Mendes à Lei 14.701/23, a Lei do Marco Temporal.” Nesse sentido, a postura do organismo das Nações Unidas foi claro: “expressamos nossa profunda preocupação com a proposta apresentada pela Comissão Especial de Conciliação do STF, que contradiz diretamente a Constituição do Brasil, as decisões do próprio Supremo Tribunal Federal e o direito internacional dos direitos humanos”, segundo diz trecho do pronunciamento das relatorias. Em seu pronunciamento, o cardeal Steiner agradeceu ao Alto Comissionado “seu incansável apoio aos povos indígenas do Brasil”, denunciando abertamente que “os direitos desses povos estão sendo, neste momento, reformados e negociados para atender interesses particulares que querem explotar economicamente os territórios, principalmente o minério. Isto acontece através de uma mesa de negociação criada pela Suprema Corte, que pretende buscar acordos sobre direitos que são indisponíveis e inalteráveis, um retrocesso gravíssimo.” Em suas palavras, o presidente do Cimi deixou claro que “os povos indígenas já manifestaram claramente seu não consentimento à mesa de negociação.” Diante da postura do governo brasileiro, que, segundo lembrou o cardeal Steiner, tem dito que “não pode avançar na demarcação e proteção dos direitos territoriais por causa deste ambiente de inseguridade”, ele sublinhou que “nos territórios existem violações sistemáticas de omissão estatal, como os ataques armados contra a comunidade dos povos Avá-Guarani e Guarani- Kaiowá.” Diante dessa situação, o cardeal disse: “apelamos a este alto comissariado e ao Conselho de Direitos Humanos, reforce a obrigação do Estado brasileiro e a garantia dos direitos dos povos indígenas”, enfatizando que “o caminho é voltar ao que já foi estabelecido pela Corte Suprema em 2023 sob a inconstitucionalidade do Marco Temporal e anular a Lei 14.701.” Tudo isso porque “Direitos Humanos fundamentais não podem ser negociados e conciliados, devem ser garantidos”, concluiu o presidente do Cimi. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Evaristo Spengler: CF 2025, “recuperar neste mundo em que nós vivemos a harmonia com o nosso Criador”

“O que estamos fazendo com a criação que recebemos de Deus, após ser criado?”. Essa é a pergunta que lança o bispo da diocese de Roraima, dom Evaristo Spengler, no vídeo difundido pelas redes sociais da diocese e da Rádio Monte Roraima, com motivo da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Uma questão que ele considera crucial. O bispo lembra que “na Quarta Feira de Cinzas, a Igreja do Brasil lança a Campanha da Fraternidade, convidando todo mundo a reflexão sobre a ecologia integral.” Ele recordou o tema da CF 2025, e o lema que vai acompanhar a caminhada da Igreja do Brasil durante a próxima Quaresma: “Deus viu que tudo era muito bom.” Segundo dom Evaristo Spengler, “a ecologia, para ser integral, pressupõe toda a criação, pressupõe que toda a criação está submetida a um mesmo processo sob as mãos de Deus. E a criação não se restringe só aos seres humanos, envolve a fauna, a flora, os animais, as florestas, os ecossistemas, as águas, o ar, as pedras, os rios, os mares, enfim, tudo.” O bispo franciscano recordou a figura do seu fundador, enfatizando que “São Francisco de Assis, há 800 anos, viveu uma relação harmoniosa com toda a criação. Se relacionava com tudo como sendo seus irmãos e irmãs. Chamava de irmãos e irmãs o sol, a lua, a água, o vento, as estrelas.” O bispo da diocese de Roraima, ainda recordou que “à Terra, Francisco deu o título de Irmã e Mãe Terra, porque dela vem os frutos do nosso sustento”, mostrando que esse é o motivo que faz com que o cartaz da Campanha da Fraternidade traz a imagem de São Francisco. Finalmente, dom Evaristo Spengler pediu que São Francisco “nos inspire a recuperar neste mundo em que nós vivemos a harmonia com o nosso Criador, nosso Pai, e com todas as criaturas, nossos irmãos e irmãs.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1