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Dia: 22 de março de 2025

Formação para prevenção de abusos no Regional Norte1 da CNBB: Ter no coração o cuidado com as pessoas

Cuidar da vida é um dos elementos fundamentais da missão da Igreja, uma dinâmica capital quando se fala de abusos, uma realidade que tem que ser enfrentada sem evasivas. Nesse enfrentamento, uma exigência do Papa Francisco, como expressa o Motu Próprio “Vox Estis Lux Mundi”, que determinou as regras que estabelecem novos mecanismos para a proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis, é fundamental uma formação que permita conhecer em detalhes os passos a serem dados para enfrentar e denunciar essas situações. O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) elaborou um “Manual para a Proteção de Crianças, Adolescentes e Pessoas Vulneráveis da Metropolia de Manaus”, com a participação dos bispos e da Comissão Metropolitana, que agora está sendo dado a conhecer em diversos encontros de formação on-line e presenciais, realizados nas igrejas locais. Encontros que pretendem ajudar o clero, a Vida Religiosa, as comunidades de vida, os funcionários e colaboradores, aqueles que assumem um trabalho voluntário ou as diversas pastorais, a entender e assumir que os ambientes eclesiais têm que “oferecer relações sadias”, segundo explicita o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Zenildo Lima. Ele define os encontros formativos como momento para que “nós sintamos que nós fazemos parte de um ambiente de cuidado”, algo que, segundo o bispo, tem a ver com a ecologia integral, tema da Campanha da Fraternidade em 2025, dado que “homem e mulher também fazem parte da Criação, e quando eu cuido de homem, de mulher, quando eu cuido de crianças, adolescentes e adultos mais fragilizados, eu estou cuidando de um dom, de uma vida, de uma Criação do nosso Deus.” A formação é ocasião para aprofundar num texto elaborado a partir de muitas mãos, que inclusive pode ser enriquecido e transformado, a partir da realidade das igrejas do Regional Norte 1. Mas o grande desafio, sublinha o bispo auxiliar de Manaus, é fazer com que o texto um dia possa “estar no coração da gente”, que faça com que não precise recorrer constantemente ao texto do protocolo, “porque teremos no coração da gente, o cuidado com as pessoas.” O Manual é mais um instrumento que ajuda a consolidar o trabalho feito no Regional Norte 1 ao longo de muitos anos por diversas instituições e organismos, dentre eles a Rede um Grito pela Vida, que nos próximos dias completa 18 anos de presença na arquidiocese de Manaus, tendo espalhado seu trabalho aos poucos pelas outras igrejas locais do Regional Norte 1, segundo lembrava a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, que também é membro dessa rede que trabalha a prevenção ao abuso e exploração sexual e o tráfico de pessoas, tendo abordado muitas vezes essa temática em momentos formativos. A religiosa destaca a importância de trabalhar agora dentro dos espaços eclesiais essa questão, segundo pede o Papa Francisco em “Vox Estis Lux Mundi”, algo que tem marcado a construção do documento que está sendo apresentado nas diversas formações, em vista de um trabalho de prevenção com as lideranças das igrejas locais. Um processo de formação que “vai ser contínuo, permanente”, destaca a secretária executiva do Regional Norte 1, que insistiu na necessidade daqueles que participam dos encontros formativos trabalhar essa temática nas comunidades. De fato, as igrejas locais e as conferências episcopais deverão enviar um relatório anual à Cúria Vaticana sobre aquilo que está sendo feito no âmbito da prevenção dos abusos. O objetivo é claro: “tornar os nossos espaços eclesiais, espaços seguros, sem violência”, afirma a religiosa. Segundo ela “a grande missão é esse cuidado que a gente tem com a vida em todos os nossos espaços.” É por isso que o Manual elaborado, “não é só um documento que fez e vai ficar lá na prateleira, é uma implementação de como a gente está trabalhando para a gente zerar essa questão dos abusos nos espaços eclesiais”, algo que fere a dignidade, além de ferir o corpo. Uma questão continuamente recordada pelo Papa Francisco, que afirma que “crimes de abuso sexual ofendem Nosso Senhor, causam danos físicos, psicológicos e espirituais as vítimas e prejudicam a comunidade dos fiéis que e, para que esses casos em todas as suas formas não ocorram mais, é necessária uma conversão continua e profunda dos corações, acompanhadas de ações concretas e eficazes que envolvam todos na Igreja.” É por isso, que todos aqueles que fazem parte da Igreja devem lembrar que com a nossa ingenuidade nos tornamos cúmplices. Daí a importância da formação que está sendo realizada, algo urgente, inadiável e que deve se tornar uma constante no futuro.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro da Comissão Bíblico-Catequética Regional Norte1: Transmitir a fé àqueles que chegam a nós

30 coordenadores e catequistas das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) estão reunidos na Maromba de Manaus de 21 a 23 de março de 2025. Um encontro de estreitamento dos laços, se conhecer melhor e saber como os catequistas estão ajudando o povo a conhecer Jesus, segundo disse o bispo da diocese de Roraima e referencial da comissão bíblico-catequética no Regional Norte 1, dom Evaristo Spengler. O bispo refletiu sobre o encontro, que tem como tema “Catequese de Iniciação à Vida Cristã de Inspiração Catecumenal – IVC”, como oportunidade para se perguntar como seguir Jesus com o método da Iniciação à Vida Cristã, mas também “para viver e testemunhar Jesus, buscando transmitir a fé àqueles que chegam a nós”, salientou o bispo, que destacou a importância de caminhar juntos, “a partir da realidade que nos é convocada”, com passos firmes, mas também com momentos de dúvidas, de desafios. Dom Evaristo Spengler, na homilia da Eucaristia com que iniciou o encontro, refletiu sobre a figura de José como aquele que “simboliza Jesus que por inveja é rejeitado, é traído, é morto, é pregado numa Cruz, mas no terceiro dia ressuscita. Simbolicamente José já mostra o fim de Jesus, as consequências da opção de Jesus de viver fielmente a missão que o Pai lhe dá.” O bispo de Roraima insistiu em que “não precisamos de uma religião de aparência, uma religião de mero cumprimento da lei, precisamos de uma religião de opção de seguimento de Jesus”, afirmando que “muitas vezes é necessário nadar contra a corrente.” O bispo referencial da comissão refletiu sobre as resistências de muitos leigos, muitos padres, que questionam a Iniciação à Vida Cristã com inspiração catecumenal como uma invenção. Ele disse que diante da mudança dos tempos, isso “exige de nós novos métodos, uma nova forma e a igreja vai se inspirar lá no início, nas primeiras comunidades, como é que iniciavam na fé, participando da comunidade, conhecendo Jesus, sendo introduzidos paulatinamente nesse seguimento de Jesus a partir do testemunho dos cristãos reunidos em comunidade.” Segundo dom Evaristo Spengler, “os jovens, as crianças, os adolescentes e os adultos de hoje não são mais os de ontem. Nós estamos diante de um grande desafio de transmissão da fé, talvez esse seja o maior desafio da Igreja em nossos dias”, uma situação que é consequência da falta de vivência da fé nas famílias, que demanda novos caminhos. Diante disso, o bispo questionou: “qual é a nova forma de ajudar a passar aquilo que nós queremos, transmitindo a fé às novas crianças?”, algo que ele disse ser um desafio permanente na Igreja do mundo inteiro, e que demanda cada vez mais entrar nessa Escola de Jesus, que leve a “não ficar numa religião apenas de leis, uma religião de fachada, uma religião de verniz, mas uma religião que nos transforme e que ajude a transformar a todos os cristãos em verdadeiros seguidores e seguidoras de Jesus.” O encontro é uma oportunidade para descobrir “como vamos caminhar como catequese no Regional, seguindo a proposta da Igreja”, segundo o coordenador regional, padre Jânio Negreiros, que insistiu em que “um itinerário que é bem mais do que distribuir sacramentos.” O padre disse que “ficamos muito em teoria e falta a prática do que é a Iniciação à Vida Cristã”, relatando a resistência dos catequistas e da Igreja para entrar nesse itinerário. Diante disso, o encontro será momento para refletir junto a partir da realidade que vamos constatando, apresentando ao Regional propostas concretas diante da realidade. Dom Evaristo Spengler lembrou que “hoje alguém se torna cristão quando vê o testemunho de outro.” Algo que faz com que “a grande questão hoje da Iniciação da Igreja à Vida Cristã é como é que nós estamos gerando novos cristãos, como é que estamos gerando pessoas para o seguimento de Jesus.” O bispo referencial ressaltou a necessidade de um trabalho cada vez mais em conjunto, de “sentar juntos e refletir o que já estamos fazendo, o que a experiência de uma diocese pode inspirar a outra diocese e tirar algumas ações em comum, um caminho em comum.” Sublinhando que o objetivo do encontro é caminhar num mesmo passo, numa mesma direção, o bispo lembrou a fundamentação bíblica da catequese, que “nos aponta o Verbo encarnado, Jesus Cristo, mas também a realidade.” Ele disse que Deus age ainda hoje, e que o encontro deve ajudar num caminho em comum, o caminho conjunto, sinodal, de cada igreja local para a realização da Iniciação à vida Cristã, rompendo barreiras, criando pontes.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1