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Dia: 4 de julho de 2025

CEAMA 5 anos: uma Igreja sinodal, de e para os territórios – Ir. Rose Bertoldo

No âmbito da comemoração dos cinco anos da fundação da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), a Ir. Rose Bertoldo, religiosa brasileira e secretária da CNBB Norte 1, partilha a sua visão esperançosa e comprometida com este caminho sinodal que, segundo ele,“Não pode ser entendido sem a dimensão de rede, escuta e discernimento dos territórios.” Para a Irmã Rose, esses cinco anos significam relembrar um processo profundamente pessoal, coletivo e comunitário. “O que a CEAMA mais nos ensinou é que nós não estamos sozinhos. Precisamos caminhar juntos, tecer relações e fortalecer processos”, afirma. Em sua experiência pastoral, ela destaca que a sinodalidade não é um conceito, mas uma prática concreta de escutar as pessoas, discernir com elas e propor caminhos a partir de suas realidades. Uma Igreja que se torna próxima “Estamos no caminho certo”, afirma com convicção. A CEAMA, em sua opinião, tem sido uma luz que dá visibilidade à vida das comunidades e os sinais de uma Igreja que escuta, acompanha e se deixa interpelar pelas feridas da terra. Nas dioceses, prelazias e comunidades mais remotas, podemos ver os frutos desta Igreja sinodal que “caminha com o seu povo e está atenta às realidades”. A irmã Rose lembra que a CEAMA é fruto do processo sinodal nascido do Sínodo para a Amazônia, e que esse caminho está apenas começando: “É uma realidade que perdurará por muito tempo. Foi construída por muitas pessoas de seus territórios, com um profundo senso de pertencimento e comprometimento.” Logros com rosto de mulher e cuidado com a vida Entre os avanços mais significativos na consolidação da CEAMA como organização viva nos territórios e o surgimento de processos específicos, a religiosa destaca a ministerialidade e reflexão sobre os novos ministérios; a criação do Rito Amazônico; o fortalecimento do Programa Universitário Amazônico, que abre caminhos educativos a partir da realidade do território. Uma das contribuições mais importantes que a Irmã Rose destaca é a visibilização do papel da mulher na Igreja Amazônica: “Na Amazônia, são as mulheres que definem os caminhos da evangelização. Não basta reconhecer isso, é preciso valorizá-lo, garantir seus direitos e garantir sua voz nos processos”, afirma. Seu depoimento nos lembra que muitas mulheres estão na linha de frente protegendo a vida, denunciando injustiças e enfrentando violências como feminicídio, abuso sexual e destruição de territórios. Segundo a religiosa, “as mulheres são guardiãs da vida em todas as suas dimensões. Elas são fundamentais para o presente e o futuro da nossa Casa Comum.” Uma Igreja sinodal, a partir e para os territórios Por fim, a Irmã Rose destaca que a experiência da CEAMA também ensina à Igreja universal: quando um território é priorizado, gera maior proximidade com as comunidades, especialmente com os mais vulneráveis. É uma experiência de conversão, de caminhar juntos, de fortalecer os fundamentos e de projetar uma Igreja com rosto amazônico, profético e esperançoso. Fonte: CEAMA

Frei Paolo: os indígenas me ajudaram a ser um franciscano melhor

Após 26 anos de missão entre os Ticunas de Belém de Solimões, frei Paolo Maria Braghini voltou para a Itália. Ele não apenas anunciou o Evangelho com palavras, mas o viveu com gestos concretos de amor, solidariedade e justiça. O frade menor capuchinho Paolo Maria Braghini voltou para a Itália depois de 26 anos de missão entre os Ticunas de Belém do Solimões, na Amazônia Brasileira. O missionário italiano natural da Lombardia, dedicou sua vida missionária ao povo Ticuna, o mais numeroso da Tríplice Fronteira Colômbia, Peru e Brasil países onde vivem os indígenas Ticunas. Frei Paolo visitou recentemente a Rádio Vaticano – Vatican News e contou sua experiência de vida na Amazônia, onde foi irmão, amigo e servidor desse povo indígena, partilhando suas alegrias, dores, lutas e experiências. “Recebi este chamado junto aos frades capuchinhos de estar na Amazônia. Eu entre os frades capuchinhos da Amazônia tive o privilegio de viver a maioria dos meios vinte e poucos anos lá junto aos povos indígenas. Sempre em fraternidade. Ao longo desses anos aprendemos muito com os povos indígenas. Cheguei lá frade capuchinho franciscano, mas os indígenas me ajudaram a ser um franciscano melhor. Nós convivemos mais com os Ticunas que é mais numeroso. Uma realidade de pobreza e apesar da pobreza material essas comunidades, os povos indígenas têm uma riqueza cultural e humana impressionante”, disse o frade capuchinho. Fonte: Vatican News