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Dia: 6 de julho de 2025

Prelazia de Tefé cria Área Missionária Nossa Senhora da Amazônia: “um campo de discipulado”

A prelazia de Tefé tem mais uma área missionária: Nossa Senhora da Amazônia. A instalação aconteceu no dia 5 de julho, se tornando a terceira área missionária da prelazia, junto com a área missionária São Francisco, em Tamanicoá, com 23 comunidades, administrada desde sua criação por leigos e leigas, e a área missionária São Sebastião, em Caiambé, com mais de 20 comunidades. Comunidades com pouca assistência A nova área missionária, desmembrada de duas paróquias, está em Tefé, na região das estradas, na Agrovila e da IMAD, e conta com oito comunidades. Segundo o bispo da prelazia, dom José Altevir da Silva, “são comunidades que não recebem muito a assistência e eles queriam que realmente o missionário morasse lá no meio deles.” A nova área missionária foi assumida pela congregação das Sacramentinas de Nossa Senhora, enviando três irmãs que assumiram esse trabalho pastoral junto com o povo. Na homilia da missa de instalação da área missionária, o bispo, seguindo o texto de Isaías 66, fez um convite à alegria, identificando a nova área missionária com o significado de Jerusalém para o povo exilado. “É um lugar de consolo, de esperança e de cuidado maternal”, sublinhou dom Altevir. Segundo ele, “as oito comunidades que compõem esta área, agora caminham unidas como irmãs. Não mais isoladas ou dispersas, mas reunidas em torno de uma missão comum”. A Cruz centro da missão O bispo referiu-se ao consolo do Senhor ao seu povo, a imagem da mãe que consola o seu filho. Segundo dom Altevir, na nova área missionária, “o Senhor vem consolar o seu povo por meio de uma presença organizada, comprometida e missionária.” Ele falou, seguindo o texto de Gálatas 6, sobre a Cruz como centro da missão, ressaltando que “São Paulo, ele nos recorda que a missão não é um glamour, mas entrega. Ele se gloria não em títulos ou estruturas, mas na cruz de Cristo”. Nessa perspectiva, o bispo de Tefé disse que “essa nova área missionária, Nossa Senhora da Amazônia, não nasce para ser uma administração eclesial, mas um campo de discipulado.” Uma afirmação que cobra mais sentido no Ano Jubilar, “no qual somos convidados a sermos peregrinos da esperança”, disse o bispo. Dom Altevir enfatizou que “a formação, a evangelização, a comunhão e a vida fraterna que deve ter como centro a cruz redentora. Um lugar do amor doado, do serviço e da reconciliação”. É por isso, disse o bispo, que “a pastoral de conjunto será o nosso modo de sermos igreja. Cada comunidade com seu carisma, mas caminhando na mesma direção”. Enviados em comunidade, em sinodalidade Seguindo as palavras de Lucas 10, o bispo disse que do mesmo modo que Jesus envia seus discípulos dois a dois, “assim também somos enviados em comunidade, em sinodalidade”, vendo a criação da área missionária como “uma resposta a um apelo concreto: estar presente no meio das famílias, na estrada, que muitas vezes se sentiram distantes e desassistidas.” Nessa perspectiva, dom Altevir afirmou que diante da urgência da missão, “cada fiel é chamado a assumir o seu lugar com coragem”, mostrando que “Deus não escolhe os mais capazes, Ele capacita aqueles que se dispõem a caminhar”. “A área missionária é uma expressão da comunhão e da missão. Essa área missionária Nossa Senhora da Amazônia é mais do que um território, é uma comunidade de fiéis, em caminhada, mas precisa, de tantas coisas, como por exemplo, formar-se continuamente na fé, nos sacramentos, na Doutrina Social da Igreja. Ela precisa se organizar a partir da missão, não apenas nas estruturas. Seguir os critérios da CNBB para a ação missionária: o anúncio, o diálogo, a presença, a opção pelos pobres. Escutar a prelazia que orienta com sabedoria esse processo. Viver a comunhão entre comunidades, lideranças, os agentes de pastoral e todo o povo. Despertar o compromisso de cada um, a criação da área aliás, não termina na missa. Pelo contrário, é o começo, e cada batizado deve se perguntar realmente o que Deus quer de cada um deles: a missão não é para os outros, é para todos”, disse o bispo. Finalmente, dom Altevir pediu “que Nossa Senhora da Amazônia interceda por nós. Que essa nova área missionária seja um lugar de fé viva, comunhão fraterna e missão constante. Que o povo se alegre com a nova organização pastoral. Que o Espírito suscite novas lideranças, comprometidas com o Reino de Deus”.

Cardeal Steiner: “Jesus sem esperar que os discípulos estejam prontos, os envia em missão”

No XIV Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia recordando que “nos foi anunciado no Evangelho: ‘O Reino de Deus está próximo’. Próximo, permanece como que velado, não revelado plenamente, mas em revelação, em manifestação. Velado, por isso próximo de nós. Próximo, pois Deus sempre está próximo, está na proximidade. Jesus é a proximidade de Deus”. Somos amados e nunca abandonados Segundo o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), “o Reino da proximidade está plenificado com a morte e ressurreição de Jesus. Nele participamos da proximidade de Deus, pois partícipes de um novo modo de ser, de viver, de conviver. Somos participes em Jesus do mistério do Reino de Deus, pois salvos e viventes da vida da Trindade. Ele a fonte da nossa esperança e alegria: somos amados e nunca abandonados. Ele, o ressuscitado, permanece entre nós e em nós”. “Jesus envia os discípulos em missão com uma saudação e uma mensagem”, disse o cardeal. Ele lembrou a saudação: “Que a paz esteja nesta casa”! É por isso que “em toda e qualquer casa que entrarem desejar a paz, saudar com a paz, oferecer a paz!” Isso porque “Jesus envia como embaixadores da paz. E uma mensagem: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’”. “Como é admirável no Evangelho que Jesus sem esperar que os discípulos estejam prontos e bem-preparados, os envia em missão. Para ir em missão, anunciar a vida nova, o novo modo de viver e conviver, para lugares desconhecidos, entre pessoas desconhecidas, Jesus não diz o que levar, mas o que não levar: ‘Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias’”, refletiu o cardeal. Ele insistiu em que “o mínimo do mínimo, como se propusesse: sem bagagem, sem segurança, sem grandes projetos, sem estruturas, sem seguranças, sem apoios. Os envia na riqueza da pobreza, da força da beleza e riqueza do anúncio do Reino de Deus. Quanto mais livres e simples, pequeninos e humildes, tanto mais o Espírito Santo poderá inspirar, iluminar o caminho da missão. O envio em missão faz dos apóstolos mensageiros da riqueza do Reino, e arautos da paz, guiados pelo Espírito Santo, na força da pobreza”. Enviados como portadores de paz Citando as palavras de Jesus: “Que a paz esteja nesta casa”! o cardeal refletiu: “como os discípulos, também nós como seguidores e seguidoras de Jesus, somos enviados com a saudação da paz, portadores de paz; a paz que é o próprio Jesus. Somos mensageiros da paz e seremos reconhecidos como pertencentes a Jesus, como discípulos missionários, discípulas missionárias como mulheres e homens que vivem do Reino se saudarmos com a paz. A paz do Ressuscitado!” Analisando a realidade atual, o arcebispo de Manaus disse que “no tempo de tanta violência, guerra, morte, Jesus nos envia como mulheres e homens de paz, a paz da vida nova.” O cardeal recordou as palavras de Papa Francisco: “Irmão, irmã, a paz começa por nós; começa por mim e por ti, por cada um de nós, pelo coração de cada um de nós. Se viveres a sua paz, Jesus vem e a tua família, a tua sociedade, mudará. Mudarão se primeiro o teu coração não estiver em guerra, não estiver armado de ressentimento e raiva, não estiver dividido, não for ambíguo, não for falso. Pôr paz e ordem no coração, desativar a ganância, extinguir o ódio e o rancor, evitar a corrupção, evitar a trapaça e a astúcia: é aqui que começa a paz. Gostaríamos de encontrar sempre pessoas mansas, bondosas e pacíficas, a começar pelos nossos familiares e vizinhos. Mas Jesus diz: «Leva tu a paz à tua casa, começa por honrar a tua esposa e amá-la com o coração, respeitando e cuidando dos filhos, dos idosos e dos vizinhos. Irmão e irmã, por favor, vivam em paz, acende a paz e a paz habitará na tua casa, na tua Igreja, no teu país”. Nas palavras de Jesus, o cardeal Steiner vê “saudação e anúncio! Envia com a mensagem: ‘O reino de Deus está próximo! […] O reino de Deus está próximo’”. Segundo ele, “Jesus envia os discípulos dois a dois. A alegria que brota da proximidade de Deus, do Reino de Deus, concede a paz, mas não nos deixa em paz. Dá paz e não nos deixa em paz, pois provoca uma mudança esperançosa: enche de admiração, surpreende, transforma a vida, encanta, realiza, leva a vida à sua plenitude!” O Senhor transforma sempre a nossa vida Citando novamente as palavras de Papa Francisco, o arcebispo de Manaus disse: “E o encontro com o Senhor é um começo constante, um contínuo dar um passo em frente. O Senhor transforma sempre a nossa vida. É o que acontece com os discípulos no Evangelho: para anunciar a proximidade de Deus, partem para longe, vão em missão. Porque quem recebe Jesus sente que deve imitá-lo, fazer como Ele fez, que deixou o céu para nos servir na terra, e sai de si mesmo. Portanto, se nos perguntarmos qual é a nossa tarefa no mundo, o que devemos fazer como Igreja na história, a resposta do Evangelho é clara: a missão. Ir em missão, levar o Anúncio, dar a saber que Jesus veio do Pai”. Igualmente, o cardeal lembrou que “o anúncio, a evangelização, dizia São Paulo VI, não é um ato individual e isolado, mas dois a dois, pois missão da Igreja! Eclesial e em comunhão. A evangelização em nome da Igreja, acontece em comunhão. Nenhuma pessoa anuncia segundo critérios e perspectivas individualistas, mas sempre em comunhão, com a comunidade, a igreja particular. A Igreja é ela toda inteiramente evangelizadora. Onde ela se encontra, a Igreja, diríamos as comunidades, se sente responsável pela missão de difundir o Evangelho, o Reino de Deus”, citando Evangelii Nuntiandi 60. O arcebispo recordou que “Papa Francisco ao falar da evangelização, ensina que a comunidade dos discípulos de Jesus nasce apostólica, nasce missionária, não proselitista. Evangelizar não é o mesmo que fazer proselitismo, mas propor um outro…
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