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Deixar atrás o individualismo e nos convertermos ao cuidado

Deixar atrás o individualismo e nos convertermos ao cuidado

Na ressaca
do Oscar, do carnaval e de tantas outras situações que nos envolvem iniciamos o
Tempo da Quaresma, mais uma oportunidade para reforçar uma atitude que sempre
deve estar presente em nossa vida: a conversão
. Em 2025, o Papa Francisco nos
faz um chamado a nos convertermos à esperança e à sinodalidade, e a Igreja do
Brasil nos lembra a necessidade da conversão ecológica.

A conversão
é bem mais do que uma atitude pessoal, ela tem a ver com a dimensão
comunitária, social, algo que faz parte da condição humana. Com o decorrer do
tempo, o individualismo tem tomado conta da vida de muita gente, também do modo
de viver a religião
. Somos individualistas até na hora de fazer os nossos
pedidos para Deus, esquecendo que Ele é comunidade e reduzindo o próprio ser de
Deus, de quem muita gente quer a exclusividade, esquecendo que sua capacidade
de amar é infinita, é para todos.

Ser
comunidade, vivenciar a sinodalidade, caminhar juntos, são atitudes que se
pretendem opacar, colocando a individualidade como aquilo a ser mostrado acima
de tudo. Muita gente esquece que juntos somos mais e que nos abrirmos aos
outros nos enriquece
, pois é na diversidade que cada um de nós descobre
caminhos de crescimento, também naquilo que tem a ver com Deus, um Dios que é
Trindade, comunidade de amor.

Cada vez
nos deparamos com mais pessoas com dificuldade para escutar, para se abrir à
palavra dos outros. Os preconceitos dominam o pensamento das pessoas, impedem
se abrir à possibilidade de crescer
com aqueles que nos aportam novos
conhecimentos, novas propostas, perspectivas diferentes. Não podemos ter medo
da diversidade, pois nossa capacidade crítica nos oferece a possibilidade de
encontrar no outro aquilo que nos ajuda a crescer.

Uma falta
de interesse pelos outros que também está presente com relação a nossa casa
comum. O descaso para com o Planeta é uma atitude assumida por muitas pessoas,
também por muitos que de diversos modos têm conseguido se colocar à frente dos
governos, tendo em suas mãos a possibilidade de decidir com relação a questões
que podem atingir gravemente o futuro da humanidade e do Planeta Terra.

O
negacionismo climático, a renúncia a abrir mão de todo tipo de comodidade,
querer disfrutar de comodidades que colocam em risco o meio ambiente, são
posicionamentos cada vez mais presentes. Muita gente faz ouvidos surdos diante
do grito da Terra, um grito que ressoa nos mais pobres
, dado que eles são as
vítimas das mudanças climáticas, que cada vez mais provocam mais e maiores
desastres naturais.

Diante
disso, qual é a nossa esperança? Temos motivos para continuar esperando, para
continuar acreditando na vida, para continuar acreditando na humanidade? Vamos
a nos deixar dominar por pequenos grupos que pretendem estabelecer um
pensamento que busca seu benefício exclusivo às costas daqueles que defendem a
vida para todos que Deus oferece?

É tempo de
esperança, de fé, de praticar a caridade, de entender o modo de Deus, que é o
cuidado, a escuta, a comunhão. A Quaresma tem que nos levar a sair de nós, a
assumir a dinâmica de Deus
e assim experimentar que sua proposta sempre é
válida e faz realidade seu Reino e a possibilidade de viver em Ressurreição, de
viver para sempre.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

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